BRASÍLIA – Guilherme Boulos é ministro? É rico? Ou será que é professor da Universidade de São Paulo (USP)? Essas e outras perguntas estão entre algumas das principais buscas feitas pelos brasileiros ao Google para saber mais sobre seus representantes.
A partir deste sábado o Estadão vai responder às perguntas mais comuns que internautas fazem no Google sobre políticos. A série – comandada por Levy Telles e Weslley Galzo – vai fazer a ponte entre os leitores e os autoridades, além de desmistificar a política.
Os vídeos serão publicados nos fins de semana – um no sábado, outro no domingo – e estarão disponíveis em todas as redes sociais do Estadão. O deputado federal Guilherme Boulos (SP), líder do PSOL na Câmara, é o primeiro a participar.
Uma das perguntas mais feitas sobre ele no Google é: “Guilherme Boulos é rico?”. “Eu não sou rico, não, gente. Apesar de estar aqui de paletó e gravata, porque é obrigatório aqui na Câmara dos Deputados “, respondeu.
A série tira os políticos dos debates acalorados nos plenários da Câmara e do Senado, ou dos gabinetes nos ministérios do governo, para fazê-los responder àquilo que os brasileiros, de fato, querem saber sobre eles. Tudo isso com muito bom-humor e leveza para humanizar as pessoas que nos representam nos espaços de poder.
Confira abaixo a entrevista com Guilherme Boulos:
Boulos é professor da USP?
Não, eu não sou professor da USP. Eu sou professor. Me formei na USP, mas sou professor. Até o ano passado dei aula na PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), na pós-graduação. Já dei aula na Escola de Sociologia e Política, já dei aula em escola estadual, já dei aula em vários espaços, mas na USP não.
Boulos é ministro?
Não, não sou ministro, não. Sou deputado federal com muita honra. Fui eleito deputado federal mais votado do Estado de São Paulo e estamos aqui na Câmara ajudando Lula a reconstruir o Brasil.
Boulos é de esquerda?
Ah, eu sou de esquerda. Para mim, ser de esquerda é quem quer combater as desigualdades violentas que a gente tem no nosso país. Um país que é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo e tem 30 milhões de pessoas com fome. Um país rico com tanta pobreza. Ser de esquerda para mim, a principal definição é lutar contra a desigualdade.
Boulos é médico?
Não sou médico, não, mas novamente é uma meia verdade, assim como a da USP, porque meus pais são médicos. Minha mãe é médica infectologista, trabalha no Hospital das Clínicas, meu pai é médico, também infectologista – se conheceram na residência e tal, no HC de São Paulo. Minha irmã é médica neurologista, mas eu não. Eu me formei em Filosofia, depois fiz uma especialização em Psicanálise e fiz meu mestrado na USP em Psiquiatria, que é uma área da Medicina. Mas, não atuo como médico, não tenho CRM. Atuo como professor.
Boulos é rico?
Eu não sou rico, não, gente. Apesar de estar aqui de paletó e gravata, porque é obrigatório aqui na Câmara dos Deputados. Outro dia até me chamaram atenção porque eu estava sem gravata. O patrimônio que eu tenho é a minha casa, onde eu moro com a minha esposa Natália e com as minhas filhas, a Sofia e a Laura, lá no Campo Limpo, que é um bairro de periferia de São Paulo; e o meu carro, que é um “Celtinha” 2010, que muita gente já conhece.
Deputado, e uma curiosidade sobre o sr.?
Ah, bicho… Eu sou ruim demais em ficar contando curiosidades. Rede social também é muito isso, né? O povo gosta de uma fofoca que é uma beleza. Enfim, meu prato preferido é feijoada, gosto de uma feijoada. Sou corintiano roxo, daqueles de ir lá no setor norte, na arquibancada lá em Itaquera, torcer pelo Corinthians – sofrer porque todo torcedor do Corinthians tem um pouquinho de sofredor. E há mais de 20 anos também atuo no movimento social de luta por moradia digna, que é uma causa que me move muito. Fica com essas três curiosidades. Não vou falar mais porque vou deixar o gostinho para um próximo vídeo aqui no Estadão.