Boulos critica privatização da Sabesp, mas diz que, se eleito, não pode reverter processo sozinho


Durante sabatina na Rádio Eldorado, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL se posicionou contra armar a Guarda Civil Metropolitana e lamentou o baixo nível de propostas apresentadas pelos adversários, especialmente por Pablo Marçal

Por Karina Ferreira, Juliano Galisi e Zeca Ferreira
Atualização:

O candidato à Prefeitura de São Paulo e deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) afirmou nesta terça-feira, 3, durante uma sabatina na Rádio Eldorado, que a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi “danosa” para a capital paulista, o maior cliente da companhia. Embora seja contrário à privatização, Boulos reconheceu que reverter o processo não depende apenas do prefeito e que, caso seja eleito, terá pouco poder de ação sobre o tema.

Quando foi questionado sobre a privatização da companhia, Boulos disse que sua posição histórica é não acreditar que a privatização é a solução para os problemas urbanos e que, se dependesse dele, reverteria a decisão. “Não depende da vontade do prefeito”, afirmou.

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A declaração do candidato do PSOL contrasta com uma fala anterior feita no domingo, dia 1º, durante o debate na TV Gazeta. Na ocasião, Boulos comparou o processo de privatização da Sabesp ao da Enel e afirmou que “reverteria esse tipo de coisa”. No entanto, em julho deste ano, Boulos já havia admitido em uma coletiva de imprensa que, sozinho, não poderia reverter a privatização, mas que poderia cobrar a Sabesp para garantir um bom atendimento à população paulistana.

Desde antes do período eleitoral, Boulos vem tentando desconstruir a imagem de radical, associada ao seu passado como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Para isso, ele tem feito ajustes em seu visual, adotando roupas mais alinhadas, e evitado tratar de temas caros ao seu partido, mas que podem reforçar a imagem que ele tenta desconstruir, como a própria questão da privatização da Sabesp ou a descriminalização das drogas.

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Durante a entrevista, Boulos disse ainda que há adversários políticos que “só querem rolar na lama” nestas eleições, o que tem dificultado o nível do debate de propostas para a capital paulista.

“Tem gente que acha que eleição é concurso de quem faz guerra mais intensa na internet”, disse o candidato do PSOL referindo-se ao empresário Pablo Marçal (PRTB), que apareceu numericamente em primeiro lugar nas intenções de voto medidas pela pesquisa Real Time Big Data divulgada nesta manhã, com 21%. Boulos e o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), completam o empate técnico triplo, com 20% das intenções de voto cada.

O candidato também falou sobre seu desempenho nas pesquisas recentes, afirmando que a sua maior preocupação é discutir o plano de governo para a cidade, e não os resultados dos levantamentos de intenção de voto.

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Privatizações

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Questionado sobre a revisão da privatização da Sabesp, Boulos afirmou que não é “dogmático” quanto ao tema, ou seja, não mantém uma posição fixa sobre o assunto, cabendo a avaliação de cada caso. “Eu não acredito que a privatização é a solução para os problemas. É minha posição histórica e é o que sigo defendendo”, disse o candidato do PSOL.

Segundo Boulos, a privatização da Sabesp foi “danosa” à população paulista, pois a empresa era “bem avaliada” e dava lucros ao Estado. Contudo, o deputado federal ressaltou que a revisão da privatização da companhia não depende apenas da vontade da Prefeitura. No que cabe ao Executivo municipal, afirmou que pretende rever a concessão do serviço funerário da capital, problema histórico na cidade. Segundo o deputado, o serviço “nunca foi bom”, “mas piorou muito” após ser privatizado.

Nunes usa a máquina e Marçal é ‘franco-atirador’

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Ao ser questionado sobre qual tem sido o maior obstáculo que sua campanha enfrenta para aglutinar o campo progressista de esquerda nestas eleições, o deputado citou o uso da máquina pública pelo atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e a chegada do candidato Pablo Marçal (PRTB), a quem se refere como “franco-atirador”.

“Minha preocupação não está em pesquisas, mas buscar garantir que as eleições de São Paulo tenham um bom nível, e isso está sendo difícil para caramba”, disse se referindo a estratégia do adversário em levar os debates “para a lama”.

Apesar disso, o candidato afirma que tem crescido nas principais pesquisas de intenção de voto. “Isso não é motivo para ter preocupação, ao contrário, isso mostra resiliência e o nível de resiliência da nossa campanha”, afirmou Boulos.

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O candidato à Prefeitura de São Paulo e deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), participa nesta terça-feira, 3, da sabatina realizada pela Rádio Eldorado. Foto: Werther Santana/Estadão

Histórico com o MTST

Boulos também foi questionado sobre a possibilidade de invasões de propriedades privadas aumentarem durante o seu governo, case ganhe as eleições, por conta de seu histórico nos movimentos sociais de luta por moradia.

O candidato, que foi coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), afirmou que combater os loteamentos ilegais financiados pelo crime organizado, afirmando que pretende tratar os movimentos sociais com respeito e diálogo e que, buscará atender as expectativas do setor.

Segurança urbana e crime organizado

O candidato também afirmou durante entrevista que não pretende aumentar o uso de armas letais pelo efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Disse que manterá a entidade “armada como está hoje”. “O papel central da GCM é policiamento de proximidade”, disse o deputado federal. Ao invés disso, Boulos, se eleito, pretende investir em ações de caráter preventivo, como rondas escolares, e policiamento comunitário.

Segurança, tema que hoje representa uma das principais preocupações do eleitor, está na pauta do candidato, que prometeu atuar “cirurgicamente” sobre a questão dos roubos e furtos de celulares, que tem sido um problema principalmente na região central da cidade. Segundo ele, a estratégia será implementar ações de inteligência para mapear o comércio de receptação de aparelhos.

Ainda no contexto, Boulos alertou para “o risco de infiltração do crime organizado na Prefeitura de São Paulo”. Para o candidato do PSOL, esta dinâmica “já está acontecendo”, vide a situação da cracolândia, na região central da cidade, e dos contratos de ônibus da gestão de Nunes, alvos de investigação da Operação Fim da Linha, deflagrada em abril desde ano.

Segundo Boulos, a situação se agravaria diante do “elo de relações suspeitas” do entorno de Marçal. Para exemplificar o tema, o deputado citou o caso revelado pelo Estadão dos articuladores do ex-coach que, segundo a Polícia Civil paulista, trocavam carros de luxo por cocaína a mando do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Voto evangélico

Perguntado sobre a plataforma da campanha para os evangélicos, Boulos afirmou que já mantém pontes de relacionamento com o segmento, oriundas, inclusive, de sua vida egressa à política, com MTST.

“Pouca gente sabe, mas a maior parte das pessoas que fazem parte do movimento sem-teto são evangélicas”, disse o candidato do PSOL. “A forma de diálogo está sendo feita e seguirá sendo feita desta maneira, a partir da vida concreta das pessoas. E eu tenho o maior respeito pelo trabalho social que as igrejas evangélicas fazem”.

Segundo Boulos, sua campanha já recebeu o apoio de líderes de comunidades religiosas que reconhecem no programa do PSOL os “valores de solidariedade, de igualdade, e de soluções para os problemas que os fiéis destas igrejas vivem”.

Considerações finais

Em suas considerações finais, o candidato voltou a afirmar que está difícil encontrar espaços para debater as propostas da cidade com “sensatez, equilíbrio, preparo e projeto”, dizendo que parte de seu trabalho é “não deixar a aliança de bolsonarismo e banditismo tomar conta” da capital.

Próximas sabatinas

Também foram convidados para a série de entrevistas da rádio Eldorado os outros três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas eleitorais: o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que foi sabatinado nesta segunda-feira, 2; o influenciador Pablo Marçal (PRTB), que assumiu compromisso e não compareceu, e a deputada federal Tabata Amaral (PSB), que será a próxima entrevistada, nesta quarta-feira, 4.

O candidato à Prefeitura de São Paulo e deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) afirmou nesta terça-feira, 3, durante uma sabatina na Rádio Eldorado, que a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi “danosa” para a capital paulista, o maior cliente da companhia. Embora seja contrário à privatização, Boulos reconheceu que reverter o processo não depende apenas do prefeito e que, caso seja eleito, terá pouco poder de ação sobre o tema.

Quando foi questionado sobre a privatização da companhia, Boulos disse que sua posição histórica é não acreditar que a privatização é a solução para os problemas urbanos e que, se dependesse dele, reverteria a decisão. “Não depende da vontade do prefeito”, afirmou.

A declaração do candidato do PSOL contrasta com uma fala anterior feita no domingo, dia 1º, durante o debate na TV Gazeta. Na ocasião, Boulos comparou o processo de privatização da Sabesp ao da Enel e afirmou que “reverteria esse tipo de coisa”. No entanto, em julho deste ano, Boulos já havia admitido em uma coletiva de imprensa que, sozinho, não poderia reverter a privatização, mas que poderia cobrar a Sabesp para garantir um bom atendimento à população paulistana.

Desde antes do período eleitoral, Boulos vem tentando desconstruir a imagem de radical, associada ao seu passado como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Para isso, ele tem feito ajustes em seu visual, adotando roupas mais alinhadas, e evitado tratar de temas caros ao seu partido, mas que podem reforçar a imagem que ele tenta desconstruir, como a própria questão da privatização da Sabesp ou a descriminalização das drogas.

Durante a entrevista, Boulos disse ainda que há adversários políticos que “só querem rolar na lama” nestas eleições, o que tem dificultado o nível do debate de propostas para a capital paulista.

“Tem gente que acha que eleição é concurso de quem faz guerra mais intensa na internet”, disse o candidato do PSOL referindo-se ao empresário Pablo Marçal (PRTB), que apareceu numericamente em primeiro lugar nas intenções de voto medidas pela pesquisa Real Time Big Data divulgada nesta manhã, com 21%. Boulos e o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), completam o empate técnico triplo, com 20% das intenções de voto cada.

O candidato também falou sobre seu desempenho nas pesquisas recentes, afirmando que a sua maior preocupação é discutir o plano de governo para a cidade, e não os resultados dos levantamentos de intenção de voto.

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Privatizações

Questionado sobre a revisão da privatização da Sabesp, Boulos afirmou que não é “dogmático” quanto ao tema, ou seja, não mantém uma posição fixa sobre o assunto, cabendo a avaliação de cada caso. “Eu não acredito que a privatização é a solução para os problemas. É minha posição histórica e é o que sigo defendendo”, disse o candidato do PSOL.

Segundo Boulos, a privatização da Sabesp foi “danosa” à população paulista, pois a empresa era “bem avaliada” e dava lucros ao Estado. Contudo, o deputado federal ressaltou que a revisão da privatização da companhia não depende apenas da vontade da Prefeitura. No que cabe ao Executivo municipal, afirmou que pretende rever a concessão do serviço funerário da capital, problema histórico na cidade. Segundo o deputado, o serviço “nunca foi bom”, “mas piorou muito” após ser privatizado.

Nunes usa a máquina e Marçal é ‘franco-atirador’

Ao ser questionado sobre qual tem sido o maior obstáculo que sua campanha enfrenta para aglutinar o campo progressista de esquerda nestas eleições, o deputado citou o uso da máquina pública pelo atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e a chegada do candidato Pablo Marçal (PRTB), a quem se refere como “franco-atirador”.

“Minha preocupação não está em pesquisas, mas buscar garantir que as eleições de São Paulo tenham um bom nível, e isso está sendo difícil para caramba”, disse se referindo a estratégia do adversário em levar os debates “para a lama”.

Apesar disso, o candidato afirma que tem crescido nas principais pesquisas de intenção de voto. “Isso não é motivo para ter preocupação, ao contrário, isso mostra resiliência e o nível de resiliência da nossa campanha”, afirmou Boulos.

O candidato à Prefeitura de São Paulo e deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), participa nesta terça-feira, 3, da sabatina realizada pela Rádio Eldorado. Foto: Werther Santana/Estadão

Histórico com o MTST

Boulos também foi questionado sobre a possibilidade de invasões de propriedades privadas aumentarem durante o seu governo, case ganhe as eleições, por conta de seu histórico nos movimentos sociais de luta por moradia.

O candidato, que foi coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), afirmou que combater os loteamentos ilegais financiados pelo crime organizado, afirmando que pretende tratar os movimentos sociais com respeito e diálogo e que, buscará atender as expectativas do setor.

Segurança urbana e crime organizado

O candidato também afirmou durante entrevista que não pretende aumentar o uso de armas letais pelo efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Disse que manterá a entidade “armada como está hoje”. “O papel central da GCM é policiamento de proximidade”, disse o deputado federal. Ao invés disso, Boulos, se eleito, pretende investir em ações de caráter preventivo, como rondas escolares, e policiamento comunitário.

Segurança, tema que hoje representa uma das principais preocupações do eleitor, está na pauta do candidato, que prometeu atuar “cirurgicamente” sobre a questão dos roubos e furtos de celulares, que tem sido um problema principalmente na região central da cidade. Segundo ele, a estratégia será implementar ações de inteligência para mapear o comércio de receptação de aparelhos.

Ainda no contexto, Boulos alertou para “o risco de infiltração do crime organizado na Prefeitura de São Paulo”. Para o candidato do PSOL, esta dinâmica “já está acontecendo”, vide a situação da cracolândia, na região central da cidade, e dos contratos de ônibus da gestão de Nunes, alvos de investigação da Operação Fim da Linha, deflagrada em abril desde ano.

Segundo Boulos, a situação se agravaria diante do “elo de relações suspeitas” do entorno de Marçal. Para exemplificar o tema, o deputado citou o caso revelado pelo Estadão dos articuladores do ex-coach que, segundo a Polícia Civil paulista, trocavam carros de luxo por cocaína a mando do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Voto evangélico

Perguntado sobre a plataforma da campanha para os evangélicos, Boulos afirmou que já mantém pontes de relacionamento com o segmento, oriundas, inclusive, de sua vida egressa à política, com MTST.

“Pouca gente sabe, mas a maior parte das pessoas que fazem parte do movimento sem-teto são evangélicas”, disse o candidato do PSOL. “A forma de diálogo está sendo feita e seguirá sendo feita desta maneira, a partir da vida concreta das pessoas. E eu tenho o maior respeito pelo trabalho social que as igrejas evangélicas fazem”.

Segundo Boulos, sua campanha já recebeu o apoio de líderes de comunidades religiosas que reconhecem no programa do PSOL os “valores de solidariedade, de igualdade, e de soluções para os problemas que os fiéis destas igrejas vivem”.

Considerações finais

Em suas considerações finais, o candidato voltou a afirmar que está difícil encontrar espaços para debater as propostas da cidade com “sensatez, equilíbrio, preparo e projeto”, dizendo que parte de seu trabalho é “não deixar a aliança de bolsonarismo e banditismo tomar conta” da capital.

Próximas sabatinas

Também foram convidados para a série de entrevistas da rádio Eldorado os outros três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas eleitorais: o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que foi sabatinado nesta segunda-feira, 2; o influenciador Pablo Marçal (PRTB), que assumiu compromisso e não compareceu, e a deputada federal Tabata Amaral (PSB), que será a próxima entrevistada, nesta quarta-feira, 4.

O candidato à Prefeitura de São Paulo e deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) afirmou nesta terça-feira, 3, durante uma sabatina na Rádio Eldorado, que a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi “danosa” para a capital paulista, o maior cliente da companhia. Embora seja contrário à privatização, Boulos reconheceu que reverter o processo não depende apenas do prefeito e que, caso seja eleito, terá pouco poder de ação sobre o tema.

Quando foi questionado sobre a privatização da companhia, Boulos disse que sua posição histórica é não acreditar que a privatização é a solução para os problemas urbanos e que, se dependesse dele, reverteria a decisão. “Não depende da vontade do prefeito”, afirmou.

A declaração do candidato do PSOL contrasta com uma fala anterior feita no domingo, dia 1º, durante o debate na TV Gazeta. Na ocasião, Boulos comparou o processo de privatização da Sabesp ao da Enel e afirmou que “reverteria esse tipo de coisa”. No entanto, em julho deste ano, Boulos já havia admitido em uma coletiva de imprensa que, sozinho, não poderia reverter a privatização, mas que poderia cobrar a Sabesp para garantir um bom atendimento à população paulistana.

Desde antes do período eleitoral, Boulos vem tentando desconstruir a imagem de radical, associada ao seu passado como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Para isso, ele tem feito ajustes em seu visual, adotando roupas mais alinhadas, e evitado tratar de temas caros ao seu partido, mas que podem reforçar a imagem que ele tenta desconstruir, como a própria questão da privatização da Sabesp ou a descriminalização das drogas.

Durante a entrevista, Boulos disse ainda que há adversários políticos que “só querem rolar na lama” nestas eleições, o que tem dificultado o nível do debate de propostas para a capital paulista.

“Tem gente que acha que eleição é concurso de quem faz guerra mais intensa na internet”, disse o candidato do PSOL referindo-se ao empresário Pablo Marçal (PRTB), que apareceu numericamente em primeiro lugar nas intenções de voto medidas pela pesquisa Real Time Big Data divulgada nesta manhã, com 21%. Boulos e o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), completam o empate técnico triplo, com 20% das intenções de voto cada.

O candidato também falou sobre seu desempenho nas pesquisas recentes, afirmando que a sua maior preocupação é discutir o plano de governo para a cidade, e não os resultados dos levantamentos de intenção de voto.

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Privatizações

Questionado sobre a revisão da privatização da Sabesp, Boulos afirmou que não é “dogmático” quanto ao tema, ou seja, não mantém uma posição fixa sobre o assunto, cabendo a avaliação de cada caso. “Eu não acredito que a privatização é a solução para os problemas. É minha posição histórica e é o que sigo defendendo”, disse o candidato do PSOL.

Segundo Boulos, a privatização da Sabesp foi “danosa” à população paulista, pois a empresa era “bem avaliada” e dava lucros ao Estado. Contudo, o deputado federal ressaltou que a revisão da privatização da companhia não depende apenas da vontade da Prefeitura. No que cabe ao Executivo municipal, afirmou que pretende rever a concessão do serviço funerário da capital, problema histórico na cidade. Segundo o deputado, o serviço “nunca foi bom”, “mas piorou muito” após ser privatizado.

Nunes usa a máquina e Marçal é ‘franco-atirador’

Ao ser questionado sobre qual tem sido o maior obstáculo que sua campanha enfrenta para aglutinar o campo progressista de esquerda nestas eleições, o deputado citou o uso da máquina pública pelo atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e a chegada do candidato Pablo Marçal (PRTB), a quem se refere como “franco-atirador”.

“Minha preocupação não está em pesquisas, mas buscar garantir que as eleições de São Paulo tenham um bom nível, e isso está sendo difícil para caramba”, disse se referindo a estratégia do adversário em levar os debates “para a lama”.

Apesar disso, o candidato afirma que tem crescido nas principais pesquisas de intenção de voto. “Isso não é motivo para ter preocupação, ao contrário, isso mostra resiliência e o nível de resiliência da nossa campanha”, afirmou Boulos.

O candidato à Prefeitura de São Paulo e deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), participa nesta terça-feira, 3, da sabatina realizada pela Rádio Eldorado. Foto: Werther Santana/Estadão

Histórico com o MTST

Boulos também foi questionado sobre a possibilidade de invasões de propriedades privadas aumentarem durante o seu governo, case ganhe as eleições, por conta de seu histórico nos movimentos sociais de luta por moradia.

O candidato, que foi coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), afirmou que combater os loteamentos ilegais financiados pelo crime organizado, afirmando que pretende tratar os movimentos sociais com respeito e diálogo e que, buscará atender as expectativas do setor.

Segurança urbana e crime organizado

O candidato também afirmou durante entrevista que não pretende aumentar o uso de armas letais pelo efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Disse que manterá a entidade “armada como está hoje”. “O papel central da GCM é policiamento de proximidade”, disse o deputado federal. Ao invés disso, Boulos, se eleito, pretende investir em ações de caráter preventivo, como rondas escolares, e policiamento comunitário.

Segurança, tema que hoje representa uma das principais preocupações do eleitor, está na pauta do candidato, que prometeu atuar “cirurgicamente” sobre a questão dos roubos e furtos de celulares, que tem sido um problema principalmente na região central da cidade. Segundo ele, a estratégia será implementar ações de inteligência para mapear o comércio de receptação de aparelhos.

Ainda no contexto, Boulos alertou para “o risco de infiltração do crime organizado na Prefeitura de São Paulo”. Para o candidato do PSOL, esta dinâmica “já está acontecendo”, vide a situação da cracolândia, na região central da cidade, e dos contratos de ônibus da gestão de Nunes, alvos de investigação da Operação Fim da Linha, deflagrada em abril desde ano.

Segundo Boulos, a situação se agravaria diante do “elo de relações suspeitas” do entorno de Marçal. Para exemplificar o tema, o deputado citou o caso revelado pelo Estadão dos articuladores do ex-coach que, segundo a Polícia Civil paulista, trocavam carros de luxo por cocaína a mando do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Voto evangélico

Perguntado sobre a plataforma da campanha para os evangélicos, Boulos afirmou que já mantém pontes de relacionamento com o segmento, oriundas, inclusive, de sua vida egressa à política, com MTST.

“Pouca gente sabe, mas a maior parte das pessoas que fazem parte do movimento sem-teto são evangélicas”, disse o candidato do PSOL. “A forma de diálogo está sendo feita e seguirá sendo feita desta maneira, a partir da vida concreta das pessoas. E eu tenho o maior respeito pelo trabalho social que as igrejas evangélicas fazem”.

Segundo Boulos, sua campanha já recebeu o apoio de líderes de comunidades religiosas que reconhecem no programa do PSOL os “valores de solidariedade, de igualdade, e de soluções para os problemas que os fiéis destas igrejas vivem”.

Considerações finais

Em suas considerações finais, o candidato voltou a afirmar que está difícil encontrar espaços para debater as propostas da cidade com “sensatez, equilíbrio, preparo e projeto”, dizendo que parte de seu trabalho é “não deixar a aliança de bolsonarismo e banditismo tomar conta” da capital.

Próximas sabatinas

Também foram convidados para a série de entrevistas da rádio Eldorado os outros três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas eleitorais: o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que foi sabatinado nesta segunda-feira, 2; o influenciador Pablo Marçal (PRTB), que assumiu compromisso e não compareceu, e a deputada federal Tabata Amaral (PSB), que será a próxima entrevistada, nesta quarta-feira, 4.

O candidato à Prefeitura de São Paulo e deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) afirmou nesta terça-feira, 3, durante uma sabatina na Rádio Eldorado, que a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi “danosa” para a capital paulista, o maior cliente da companhia. Embora seja contrário à privatização, Boulos reconheceu que reverter o processo não depende apenas do prefeito e que, caso seja eleito, terá pouco poder de ação sobre o tema.

Quando foi questionado sobre a privatização da companhia, Boulos disse que sua posição histórica é não acreditar que a privatização é a solução para os problemas urbanos e que, se dependesse dele, reverteria a decisão. “Não depende da vontade do prefeito”, afirmou.

A declaração do candidato do PSOL contrasta com uma fala anterior feita no domingo, dia 1º, durante o debate na TV Gazeta. Na ocasião, Boulos comparou o processo de privatização da Sabesp ao da Enel e afirmou que “reverteria esse tipo de coisa”. No entanto, em julho deste ano, Boulos já havia admitido em uma coletiva de imprensa que, sozinho, não poderia reverter a privatização, mas que poderia cobrar a Sabesp para garantir um bom atendimento à população paulistana.

Desde antes do período eleitoral, Boulos vem tentando desconstruir a imagem de radical, associada ao seu passado como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Para isso, ele tem feito ajustes em seu visual, adotando roupas mais alinhadas, e evitado tratar de temas caros ao seu partido, mas que podem reforçar a imagem que ele tenta desconstruir, como a própria questão da privatização da Sabesp ou a descriminalização das drogas.

Durante a entrevista, Boulos disse ainda que há adversários políticos que “só querem rolar na lama” nestas eleições, o que tem dificultado o nível do debate de propostas para a capital paulista.

“Tem gente que acha que eleição é concurso de quem faz guerra mais intensa na internet”, disse o candidato do PSOL referindo-se ao empresário Pablo Marçal (PRTB), que apareceu numericamente em primeiro lugar nas intenções de voto medidas pela pesquisa Real Time Big Data divulgada nesta manhã, com 21%. Boulos e o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), completam o empate técnico triplo, com 20% das intenções de voto cada.

O candidato também falou sobre seu desempenho nas pesquisas recentes, afirmando que a sua maior preocupação é discutir o plano de governo para a cidade, e não os resultados dos levantamentos de intenção de voto.

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Questionado sobre a revisão da privatização da Sabesp, Boulos afirmou que não é “dogmático” quanto ao tema, ou seja, não mantém uma posição fixa sobre o assunto, cabendo a avaliação de cada caso. “Eu não acredito que a privatização é a solução para os problemas. É minha posição histórica e é o que sigo defendendo”, disse o candidato do PSOL.

Segundo Boulos, a privatização da Sabesp foi “danosa” à população paulista, pois a empresa era “bem avaliada” e dava lucros ao Estado. Contudo, o deputado federal ressaltou que a revisão da privatização da companhia não depende apenas da vontade da Prefeitura. No que cabe ao Executivo municipal, afirmou que pretende rever a concessão do serviço funerário da capital, problema histórico na cidade. Segundo o deputado, o serviço “nunca foi bom”, “mas piorou muito” após ser privatizado.

Nunes usa a máquina e Marçal é ‘franco-atirador’

Ao ser questionado sobre qual tem sido o maior obstáculo que sua campanha enfrenta para aglutinar o campo progressista de esquerda nestas eleições, o deputado citou o uso da máquina pública pelo atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e a chegada do candidato Pablo Marçal (PRTB), a quem se refere como “franco-atirador”.

“Minha preocupação não está em pesquisas, mas buscar garantir que as eleições de São Paulo tenham um bom nível, e isso está sendo difícil para caramba”, disse se referindo a estratégia do adversário em levar os debates “para a lama”.

Apesar disso, o candidato afirma que tem crescido nas principais pesquisas de intenção de voto. “Isso não é motivo para ter preocupação, ao contrário, isso mostra resiliência e o nível de resiliência da nossa campanha”, afirmou Boulos.

O candidato à Prefeitura de São Paulo e deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), participa nesta terça-feira, 3, da sabatina realizada pela Rádio Eldorado. Foto: Werther Santana/Estadão

Histórico com o MTST

Boulos também foi questionado sobre a possibilidade de invasões de propriedades privadas aumentarem durante o seu governo, case ganhe as eleições, por conta de seu histórico nos movimentos sociais de luta por moradia.

O candidato, que foi coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), afirmou que combater os loteamentos ilegais financiados pelo crime organizado, afirmando que pretende tratar os movimentos sociais com respeito e diálogo e que, buscará atender as expectativas do setor.

Segurança urbana e crime organizado

O candidato também afirmou durante entrevista que não pretende aumentar o uso de armas letais pelo efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Disse que manterá a entidade “armada como está hoje”. “O papel central da GCM é policiamento de proximidade”, disse o deputado federal. Ao invés disso, Boulos, se eleito, pretende investir em ações de caráter preventivo, como rondas escolares, e policiamento comunitário.

Segurança, tema que hoje representa uma das principais preocupações do eleitor, está na pauta do candidato, que prometeu atuar “cirurgicamente” sobre a questão dos roubos e furtos de celulares, que tem sido um problema principalmente na região central da cidade. Segundo ele, a estratégia será implementar ações de inteligência para mapear o comércio de receptação de aparelhos.

Ainda no contexto, Boulos alertou para “o risco de infiltração do crime organizado na Prefeitura de São Paulo”. Para o candidato do PSOL, esta dinâmica “já está acontecendo”, vide a situação da cracolândia, na região central da cidade, e dos contratos de ônibus da gestão de Nunes, alvos de investigação da Operação Fim da Linha, deflagrada em abril desde ano.

Segundo Boulos, a situação se agravaria diante do “elo de relações suspeitas” do entorno de Marçal. Para exemplificar o tema, o deputado citou o caso revelado pelo Estadão dos articuladores do ex-coach que, segundo a Polícia Civil paulista, trocavam carros de luxo por cocaína a mando do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Voto evangélico

Perguntado sobre a plataforma da campanha para os evangélicos, Boulos afirmou que já mantém pontes de relacionamento com o segmento, oriundas, inclusive, de sua vida egressa à política, com MTST.

“Pouca gente sabe, mas a maior parte das pessoas que fazem parte do movimento sem-teto são evangélicas”, disse o candidato do PSOL. “A forma de diálogo está sendo feita e seguirá sendo feita desta maneira, a partir da vida concreta das pessoas. E eu tenho o maior respeito pelo trabalho social que as igrejas evangélicas fazem”.

Segundo Boulos, sua campanha já recebeu o apoio de líderes de comunidades religiosas que reconhecem no programa do PSOL os “valores de solidariedade, de igualdade, e de soluções para os problemas que os fiéis destas igrejas vivem”.

Considerações finais

Em suas considerações finais, o candidato voltou a afirmar que está difícil encontrar espaços para debater as propostas da cidade com “sensatez, equilíbrio, preparo e projeto”, dizendo que parte de seu trabalho é “não deixar a aliança de bolsonarismo e banditismo tomar conta” da capital.

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