Indicação de Rivaldo Barbosa para a polícia do Rio partiu da inteligência do Comando de Braga Netto


Secretário de Segurança durante a intervenção no Rio, general Richard Nunes disse em depoimento à PF que nomeação de delegado preso acusado de planejar a morte de Marielle Franco foi sugestão da inteligência do Comando Militar do Leste

Por Vinícius Valfré
Atualização:

BRASÍLIA - A sugestão do nome do delegado Rivaldo Barbosa para a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro, em 2018, foi feita pelo setor de inteligência do Comando Militar do Leste (CML). A organização era comandada desde 2016 pelo general Walter Braga Netto, que permaneceu no posto até 2019. Enquanto chefe do CML, ele foi nomeado interventor na segurança do Rio pelo então presidente Michel Temer (MDB), para o período entre fevereiro e dezembro de 2018.

A informação sobre a indicação do delegado pela inteligência militar está no depoimento do general Richard Nunes prestado à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro em outubro de 2023. Em 2018, Nunes foi designado secretário estadual de Segurança Pública durante a intervenção na segurança pública do estado. Foi ele quem escolheu Rivaldo, mas o ato da nomeação é assinado por Braga Netto.

O general Walter Souza Braga Netto no período da intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro. Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados
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Richard Nunes respondia a Braga Netto, apresentado na página oficial da intervenção no Rio como “Interventor Federal e Comandante Militar do Leste”. Os advogados de Braga Netto afirmam que ele não tinha qualquer ingerência na definição da Polícia Civil e que o general não pediu nem buscou sugestões junto à inteligência do CML sobre possíveis indicados (leia mais abaixo).

No depoimento, Nunes contou que a primeira missão à frente da pasta era exatamente escolher os novos chefes das duas polícias. Para auxiliá-lo na tarefa, recebeu nomes indicados pela inteligência do Exército. O nome de Rivaldo Barbosa estava entre eles.

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“Para ambos os cargos recebi uma lista de cinco nomes oriunda da inteligência do Comando Militar do Leste. Tal lista não era vinculante e se tratava somente de uma sugestão de nomes que não tinham fatos que os desabonassem”, disse.

O general secretário disse não ter encontrado dificuldades para escolher o chefe da Polícia Militar. Para dirigir a Civil, porém, ele optou, primeiro, por um nome de fora da lista da inteligência do Comando Militar do Leste.

“Ia fazer a escolha apesar do nome do delegado Delmir não constar na lista encaminhada pela inteligência do CML, mas ele não aceitou o convite. Assim, escolheu o nome de Rivaldo Barbosa para tal cargo, nome esse que constava em tal lista”, afirmou aos investigadores.

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Em seguida, a inteligência da secretaria chefiada por Richard Nunes contraindicou Rivaldo Barbosa. O general avaliou que as ressalvas não se “pautavam em dados objetivos” e bancou a nomeação do delegado para comandar a Polícia Civil.

Na conclusão da apuração, a polícia apontou a “passiva gestão dos militares à frente da Segurança Pública do Rio de Janeiro”, a “falta de traquejo para manejar as vicissitudes do jogo de poder fluminense” e a “manutenção de Rivaldo mesmo após a contraindicação” como fatores que indicam a gerência de Richard Nunes na nomeação do delegado.

Barbosa assumiu o cargo na véspera do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. No dia seguinte, ele recebeu familiares e amigos das vítimas, manifestou solidariedade e disse que resolver o caso era “questão de honra”. Neste domingo, a Polícia Federal revelou que ele planejou o crime e agiu para atrapalhar as investigações e blindar os mandantes.

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De acordo com o relatório final da polícia, o crime foi encomendado pelo deputado Chiquinho Brazão (União-RJ) e pelo conselheiro Domingos Brazão, do Tribunal de Contas do Rio.

Os investigadores colheram depoimento de Richard Nunes no fim do ano passado em busca de informações sobre a ascensão de Rivaldo Barbosa e do também delegado Giniton Lages na polícia, também suspeito de ter atuado para embaçar as investigações.

Os advogados do general Braga Netto divulgaram uma nota por meio da qual afirmam que o militar não tinha influência sobre a Polícia Civil durante a intervenção. O texto diz que “a Polícia Civil era diretamente subordinada à Secretaria de Segurança Pública” e que “seleção e indicação para nomeações eram feitas, exclusivamente, pelo então secretário de Segurança Pública”, o general Richard Nunes.

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A reportagem pediu uma manifestação específica sobre a sugestão de Rivaldo Barbosa pela inteligência do Comando Militar do Leste. O advogado Marcus Vinícius de Camargo Figueiredo afirmou que Braga Netto não teve papel na escolha do chefe da polícia e que não recomendou nem pediu nenhum relatório à inteligência militar sobre possíveis indicados.

“O general não teve ingerência na nomeação deste delegado. Coube exclusivamente à secretaria de Segurança. No que toca a este fato de que houve uma busca na inteligência do CML, essa busca não foi realizada pelo general Braga Netto e nem a pedido do general Braga Netto. Repito: não teve nenhuma ingerência”, acrescentou.

A reportagem não conseguiu contato com o general Richard Nunes.

BRASÍLIA - A sugestão do nome do delegado Rivaldo Barbosa para a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro, em 2018, foi feita pelo setor de inteligência do Comando Militar do Leste (CML). A organização era comandada desde 2016 pelo general Walter Braga Netto, que permaneceu no posto até 2019. Enquanto chefe do CML, ele foi nomeado interventor na segurança do Rio pelo então presidente Michel Temer (MDB), para o período entre fevereiro e dezembro de 2018.

A informação sobre a indicação do delegado pela inteligência militar está no depoimento do general Richard Nunes prestado à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro em outubro de 2023. Em 2018, Nunes foi designado secretário estadual de Segurança Pública durante a intervenção na segurança pública do estado. Foi ele quem escolheu Rivaldo, mas o ato da nomeação é assinado por Braga Netto.

O general Walter Souza Braga Netto no período da intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro. Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados

Richard Nunes respondia a Braga Netto, apresentado na página oficial da intervenção no Rio como “Interventor Federal e Comandante Militar do Leste”. Os advogados de Braga Netto afirmam que ele não tinha qualquer ingerência na definição da Polícia Civil e que o general não pediu nem buscou sugestões junto à inteligência do CML sobre possíveis indicados (leia mais abaixo).

No depoimento, Nunes contou que a primeira missão à frente da pasta era exatamente escolher os novos chefes das duas polícias. Para auxiliá-lo na tarefa, recebeu nomes indicados pela inteligência do Exército. O nome de Rivaldo Barbosa estava entre eles.

“Para ambos os cargos recebi uma lista de cinco nomes oriunda da inteligência do Comando Militar do Leste. Tal lista não era vinculante e se tratava somente de uma sugestão de nomes que não tinham fatos que os desabonassem”, disse.

O general secretário disse não ter encontrado dificuldades para escolher o chefe da Polícia Militar. Para dirigir a Civil, porém, ele optou, primeiro, por um nome de fora da lista da inteligência do Comando Militar do Leste.

“Ia fazer a escolha apesar do nome do delegado Delmir não constar na lista encaminhada pela inteligência do CML, mas ele não aceitou o convite. Assim, escolheu o nome de Rivaldo Barbosa para tal cargo, nome esse que constava em tal lista”, afirmou aos investigadores.

Em seguida, a inteligência da secretaria chefiada por Richard Nunes contraindicou Rivaldo Barbosa. O general avaliou que as ressalvas não se “pautavam em dados objetivos” e bancou a nomeação do delegado para comandar a Polícia Civil.

Na conclusão da apuração, a polícia apontou a “passiva gestão dos militares à frente da Segurança Pública do Rio de Janeiro”, a “falta de traquejo para manejar as vicissitudes do jogo de poder fluminense” e a “manutenção de Rivaldo mesmo após a contraindicação” como fatores que indicam a gerência de Richard Nunes na nomeação do delegado.

Barbosa assumiu o cargo na véspera do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. No dia seguinte, ele recebeu familiares e amigos das vítimas, manifestou solidariedade e disse que resolver o caso era “questão de honra”. Neste domingo, a Polícia Federal revelou que ele planejou o crime e agiu para atrapalhar as investigações e blindar os mandantes.

De acordo com o relatório final da polícia, o crime foi encomendado pelo deputado Chiquinho Brazão (União-RJ) e pelo conselheiro Domingos Brazão, do Tribunal de Contas do Rio.

Os investigadores colheram depoimento de Richard Nunes no fim do ano passado em busca de informações sobre a ascensão de Rivaldo Barbosa e do também delegado Giniton Lages na polícia, também suspeito de ter atuado para embaçar as investigações.

Os advogados do general Braga Netto divulgaram uma nota por meio da qual afirmam que o militar não tinha influência sobre a Polícia Civil durante a intervenção. O texto diz que “a Polícia Civil era diretamente subordinada à Secretaria de Segurança Pública” e que “seleção e indicação para nomeações eram feitas, exclusivamente, pelo então secretário de Segurança Pública”, o general Richard Nunes.

A reportagem pediu uma manifestação específica sobre a sugestão de Rivaldo Barbosa pela inteligência do Comando Militar do Leste. O advogado Marcus Vinícius de Camargo Figueiredo afirmou que Braga Netto não teve papel na escolha do chefe da polícia e que não recomendou nem pediu nenhum relatório à inteligência militar sobre possíveis indicados.

“O general não teve ingerência na nomeação deste delegado. Coube exclusivamente à secretaria de Segurança. No que toca a este fato de que houve uma busca na inteligência do CML, essa busca não foi realizada pelo general Braga Netto e nem a pedido do general Braga Netto. Repito: não teve nenhuma ingerência”, acrescentou.

A reportagem não conseguiu contato com o general Richard Nunes.

BRASÍLIA - A sugestão do nome do delegado Rivaldo Barbosa para a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro, em 2018, foi feita pelo setor de inteligência do Comando Militar do Leste (CML). A organização era comandada desde 2016 pelo general Walter Braga Netto, que permaneceu no posto até 2019. Enquanto chefe do CML, ele foi nomeado interventor na segurança do Rio pelo então presidente Michel Temer (MDB), para o período entre fevereiro e dezembro de 2018.

A informação sobre a indicação do delegado pela inteligência militar está no depoimento do general Richard Nunes prestado à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro em outubro de 2023. Em 2018, Nunes foi designado secretário estadual de Segurança Pública durante a intervenção na segurança pública do estado. Foi ele quem escolheu Rivaldo, mas o ato da nomeação é assinado por Braga Netto.

O general Walter Souza Braga Netto no período da intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro. Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados

Richard Nunes respondia a Braga Netto, apresentado na página oficial da intervenção no Rio como “Interventor Federal e Comandante Militar do Leste”. Os advogados de Braga Netto afirmam que ele não tinha qualquer ingerência na definição da Polícia Civil e que o general não pediu nem buscou sugestões junto à inteligência do CML sobre possíveis indicados (leia mais abaixo).

No depoimento, Nunes contou que a primeira missão à frente da pasta era exatamente escolher os novos chefes das duas polícias. Para auxiliá-lo na tarefa, recebeu nomes indicados pela inteligência do Exército. O nome de Rivaldo Barbosa estava entre eles.

“Para ambos os cargos recebi uma lista de cinco nomes oriunda da inteligência do Comando Militar do Leste. Tal lista não era vinculante e se tratava somente de uma sugestão de nomes que não tinham fatos que os desabonassem”, disse.

O general secretário disse não ter encontrado dificuldades para escolher o chefe da Polícia Militar. Para dirigir a Civil, porém, ele optou, primeiro, por um nome de fora da lista da inteligência do Comando Militar do Leste.

“Ia fazer a escolha apesar do nome do delegado Delmir não constar na lista encaminhada pela inteligência do CML, mas ele não aceitou o convite. Assim, escolheu o nome de Rivaldo Barbosa para tal cargo, nome esse que constava em tal lista”, afirmou aos investigadores.

Em seguida, a inteligência da secretaria chefiada por Richard Nunes contraindicou Rivaldo Barbosa. O general avaliou que as ressalvas não se “pautavam em dados objetivos” e bancou a nomeação do delegado para comandar a Polícia Civil.

Na conclusão da apuração, a polícia apontou a “passiva gestão dos militares à frente da Segurança Pública do Rio de Janeiro”, a “falta de traquejo para manejar as vicissitudes do jogo de poder fluminense” e a “manutenção de Rivaldo mesmo após a contraindicação” como fatores que indicam a gerência de Richard Nunes na nomeação do delegado.

Barbosa assumiu o cargo na véspera do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. No dia seguinte, ele recebeu familiares e amigos das vítimas, manifestou solidariedade e disse que resolver o caso era “questão de honra”. Neste domingo, a Polícia Federal revelou que ele planejou o crime e agiu para atrapalhar as investigações e blindar os mandantes.

De acordo com o relatório final da polícia, o crime foi encomendado pelo deputado Chiquinho Brazão (União-RJ) e pelo conselheiro Domingos Brazão, do Tribunal de Contas do Rio.

Os investigadores colheram depoimento de Richard Nunes no fim do ano passado em busca de informações sobre a ascensão de Rivaldo Barbosa e do também delegado Giniton Lages na polícia, também suspeito de ter atuado para embaçar as investigações.

Os advogados do general Braga Netto divulgaram uma nota por meio da qual afirmam que o militar não tinha influência sobre a Polícia Civil durante a intervenção. O texto diz que “a Polícia Civil era diretamente subordinada à Secretaria de Segurança Pública” e que “seleção e indicação para nomeações eram feitas, exclusivamente, pelo então secretário de Segurança Pública”, o general Richard Nunes.

A reportagem pediu uma manifestação específica sobre a sugestão de Rivaldo Barbosa pela inteligência do Comando Militar do Leste. O advogado Marcus Vinícius de Camargo Figueiredo afirmou que Braga Netto não teve papel na escolha do chefe da polícia e que não recomendou nem pediu nenhum relatório à inteligência militar sobre possíveis indicados.

“O general não teve ingerência na nomeação deste delegado. Coube exclusivamente à secretaria de Segurança. No que toca a este fato de que houve uma busca na inteligência do CML, essa busca não foi realizada pelo general Braga Netto e nem a pedido do general Braga Netto. Repito: não teve nenhuma ingerência”, acrescentou.

A reportagem não conseguiu contato com o general Richard Nunes.

BRASÍLIA - A sugestão do nome do delegado Rivaldo Barbosa para a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro, em 2018, foi feita pelo setor de inteligência do Comando Militar do Leste (CML). A organização era comandada desde 2016 pelo general Walter Braga Netto, que permaneceu no posto até 2019. Enquanto chefe do CML, ele foi nomeado interventor na segurança do Rio pelo então presidente Michel Temer (MDB), para o período entre fevereiro e dezembro de 2018.

A informação sobre a indicação do delegado pela inteligência militar está no depoimento do general Richard Nunes prestado à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro em outubro de 2023. Em 2018, Nunes foi designado secretário estadual de Segurança Pública durante a intervenção na segurança pública do estado. Foi ele quem escolheu Rivaldo, mas o ato da nomeação é assinado por Braga Netto.

O general Walter Souza Braga Netto no período da intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro. Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados

Richard Nunes respondia a Braga Netto, apresentado na página oficial da intervenção no Rio como “Interventor Federal e Comandante Militar do Leste”. Os advogados de Braga Netto afirmam que ele não tinha qualquer ingerência na definição da Polícia Civil e que o general não pediu nem buscou sugestões junto à inteligência do CML sobre possíveis indicados (leia mais abaixo).

No depoimento, Nunes contou que a primeira missão à frente da pasta era exatamente escolher os novos chefes das duas polícias. Para auxiliá-lo na tarefa, recebeu nomes indicados pela inteligência do Exército. O nome de Rivaldo Barbosa estava entre eles.

“Para ambos os cargos recebi uma lista de cinco nomes oriunda da inteligência do Comando Militar do Leste. Tal lista não era vinculante e se tratava somente de uma sugestão de nomes que não tinham fatos que os desabonassem”, disse.

O general secretário disse não ter encontrado dificuldades para escolher o chefe da Polícia Militar. Para dirigir a Civil, porém, ele optou, primeiro, por um nome de fora da lista da inteligência do Comando Militar do Leste.

“Ia fazer a escolha apesar do nome do delegado Delmir não constar na lista encaminhada pela inteligência do CML, mas ele não aceitou o convite. Assim, escolheu o nome de Rivaldo Barbosa para tal cargo, nome esse que constava em tal lista”, afirmou aos investigadores.

Em seguida, a inteligência da secretaria chefiada por Richard Nunes contraindicou Rivaldo Barbosa. O general avaliou que as ressalvas não se “pautavam em dados objetivos” e bancou a nomeação do delegado para comandar a Polícia Civil.

Na conclusão da apuração, a polícia apontou a “passiva gestão dos militares à frente da Segurança Pública do Rio de Janeiro”, a “falta de traquejo para manejar as vicissitudes do jogo de poder fluminense” e a “manutenção de Rivaldo mesmo após a contraindicação” como fatores que indicam a gerência de Richard Nunes na nomeação do delegado.

Barbosa assumiu o cargo na véspera do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. No dia seguinte, ele recebeu familiares e amigos das vítimas, manifestou solidariedade e disse que resolver o caso era “questão de honra”. Neste domingo, a Polícia Federal revelou que ele planejou o crime e agiu para atrapalhar as investigações e blindar os mandantes.

De acordo com o relatório final da polícia, o crime foi encomendado pelo deputado Chiquinho Brazão (União-RJ) e pelo conselheiro Domingos Brazão, do Tribunal de Contas do Rio.

Os investigadores colheram depoimento de Richard Nunes no fim do ano passado em busca de informações sobre a ascensão de Rivaldo Barbosa e do também delegado Giniton Lages na polícia, também suspeito de ter atuado para embaçar as investigações.

Os advogados do general Braga Netto divulgaram uma nota por meio da qual afirmam que o militar não tinha influência sobre a Polícia Civil durante a intervenção. O texto diz que “a Polícia Civil era diretamente subordinada à Secretaria de Segurança Pública” e que “seleção e indicação para nomeações eram feitas, exclusivamente, pelo então secretário de Segurança Pública”, o general Richard Nunes.

A reportagem pediu uma manifestação específica sobre a sugestão de Rivaldo Barbosa pela inteligência do Comando Militar do Leste. O advogado Marcus Vinícius de Camargo Figueiredo afirmou que Braga Netto não teve papel na escolha do chefe da polícia e que não recomendou nem pediu nenhum relatório à inteligência militar sobre possíveis indicados.

“O general não teve ingerência na nomeação deste delegado. Coube exclusivamente à secretaria de Segurança. No que toca a este fato de que houve uma busca na inteligência do CML, essa busca não foi realizada pelo general Braga Netto e nem a pedido do general Braga Netto. Repito: não teve nenhuma ingerência”, acrescentou.

A reportagem não conseguiu contato com o general Richard Nunes.

BRASÍLIA - A sugestão do nome do delegado Rivaldo Barbosa para a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro, em 2018, foi feita pelo setor de inteligência do Comando Militar do Leste (CML). A organização era comandada desde 2016 pelo general Walter Braga Netto, que permaneceu no posto até 2019. Enquanto chefe do CML, ele foi nomeado interventor na segurança do Rio pelo então presidente Michel Temer (MDB), para o período entre fevereiro e dezembro de 2018.

A informação sobre a indicação do delegado pela inteligência militar está no depoimento do general Richard Nunes prestado à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro em outubro de 2023. Em 2018, Nunes foi designado secretário estadual de Segurança Pública durante a intervenção na segurança pública do estado. Foi ele quem escolheu Rivaldo, mas o ato da nomeação é assinado por Braga Netto.

O general Walter Souza Braga Netto no período da intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro. Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados

Richard Nunes respondia a Braga Netto, apresentado na página oficial da intervenção no Rio como “Interventor Federal e Comandante Militar do Leste”. Os advogados de Braga Netto afirmam que ele não tinha qualquer ingerência na definição da Polícia Civil e que o general não pediu nem buscou sugestões junto à inteligência do CML sobre possíveis indicados (leia mais abaixo).

No depoimento, Nunes contou que a primeira missão à frente da pasta era exatamente escolher os novos chefes das duas polícias. Para auxiliá-lo na tarefa, recebeu nomes indicados pela inteligência do Exército. O nome de Rivaldo Barbosa estava entre eles.

“Para ambos os cargos recebi uma lista de cinco nomes oriunda da inteligência do Comando Militar do Leste. Tal lista não era vinculante e se tratava somente de uma sugestão de nomes que não tinham fatos que os desabonassem”, disse.

O general secretário disse não ter encontrado dificuldades para escolher o chefe da Polícia Militar. Para dirigir a Civil, porém, ele optou, primeiro, por um nome de fora da lista da inteligência do Comando Militar do Leste.

“Ia fazer a escolha apesar do nome do delegado Delmir não constar na lista encaminhada pela inteligência do CML, mas ele não aceitou o convite. Assim, escolheu o nome de Rivaldo Barbosa para tal cargo, nome esse que constava em tal lista”, afirmou aos investigadores.

Em seguida, a inteligência da secretaria chefiada por Richard Nunes contraindicou Rivaldo Barbosa. O general avaliou que as ressalvas não se “pautavam em dados objetivos” e bancou a nomeação do delegado para comandar a Polícia Civil.

Na conclusão da apuração, a polícia apontou a “passiva gestão dos militares à frente da Segurança Pública do Rio de Janeiro”, a “falta de traquejo para manejar as vicissitudes do jogo de poder fluminense” e a “manutenção de Rivaldo mesmo após a contraindicação” como fatores que indicam a gerência de Richard Nunes na nomeação do delegado.

Barbosa assumiu o cargo na véspera do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. No dia seguinte, ele recebeu familiares e amigos das vítimas, manifestou solidariedade e disse que resolver o caso era “questão de honra”. Neste domingo, a Polícia Federal revelou que ele planejou o crime e agiu para atrapalhar as investigações e blindar os mandantes.

De acordo com o relatório final da polícia, o crime foi encomendado pelo deputado Chiquinho Brazão (União-RJ) e pelo conselheiro Domingos Brazão, do Tribunal de Contas do Rio.

Os investigadores colheram depoimento de Richard Nunes no fim do ano passado em busca de informações sobre a ascensão de Rivaldo Barbosa e do também delegado Giniton Lages na polícia, também suspeito de ter atuado para embaçar as investigações.

Os advogados do general Braga Netto divulgaram uma nota por meio da qual afirmam que o militar não tinha influência sobre a Polícia Civil durante a intervenção. O texto diz que “a Polícia Civil era diretamente subordinada à Secretaria de Segurança Pública” e que “seleção e indicação para nomeações eram feitas, exclusivamente, pelo então secretário de Segurança Pública”, o general Richard Nunes.

A reportagem pediu uma manifestação específica sobre a sugestão de Rivaldo Barbosa pela inteligência do Comando Militar do Leste. O advogado Marcus Vinícius de Camargo Figueiredo afirmou que Braga Netto não teve papel na escolha do chefe da polícia e que não recomendou nem pediu nenhum relatório à inteligência militar sobre possíveis indicados.

“O general não teve ingerência na nomeação deste delegado. Coube exclusivamente à secretaria de Segurança. No que toca a este fato de que houve uma busca na inteligência do CML, essa busca não foi realizada pelo general Braga Netto e nem a pedido do general Braga Netto. Repito: não teve nenhuma ingerência”, acrescentou.

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