Indicado do Centrão para Ministério do Turismo emplacou sobrinho na Telebras em vaga de R$ 16 mil


Deputado Celso Sabino (União Brasil-PA) conseguiu uma vaga para Celsinho Sabino, ex-vereador em Belém, e Davi Alcolumbre também empregou dois parentes de aliados na estatal, uma técnica em enfermagem e outra estudante de gastronomia; envolvidos não comentam

Por Julia Affonso
Atualização:

BRASÍLIA – Cotado para o Ministério do Turismo do governo Lula, o deputado Celso Sabino (União-PA) emplacou um sobrinho em um cargo comissionado na Telebras, estatal vinculada ao Ministério das Comunicações que leva internet a diversos pontos do País. Além dele, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), também emplacou dois parentes de aliados na estatal, com salários de cerca de R$ 16 mil, uma técnica em enfermagem e outra estudante de gastronomia.

Uma das indicadas de Alcolumbre informou em seu currículo que, em seu último emprego, “abriu e distribuiu adequadamente o correio recebido”. Já Celsinho Sabino, o sobrinho do eventual futuro ministro de Lula, foi vereador e assessor da liderança do partido no Pará. Seu currículo também não inclui nenhuma experiência no setor de telecomunicações.

A Telebras implementa programas do Ministério das Comunicações, como o Wi-Fi Brasil, que instala pontos de internet em escolas, bibliotecas, telecentros e unidades de saúde, por exemplo. A estatal também opera políticas públicas do governo por meio de uma rede de internet por satélite.

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Como mostrou a Coluna do Estadão, Sabino é o favorito para assumir uma vaga na Esplanada de Lula pelo União Brasil. O partido pressiona o governo a fazer uma reforma ministerial em troca de votos no Congresso. Em 2016, o deputado condenou a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil pela ex-presidente Dilma Rousseff. Na época, ele afirmou que a nomeação do petista era uma estratégia do Partido dos Trabalhadores para garantir foro privilegiado a Lula, que já era investigado pela Operação Lava Jato. Sabino apagou o post após o Estadão publicar a informação nesta segunda-feira, 12.

A estatal onde o deputado conseguiu emplacar o sobrinho é vinculada a um ministério chefiado pelo correligionário Juscelino Filho (União Brasil-MA). O Estadão tem revelado, desde janeiro, que o político maranhense usou avião da FAB para ir a leilões de cavalo em São Paulo e entregou até seu gabinete para o sogro despachar em Brasília. O presidente Lula tem silenciado sobre o caso e evitado perguntas da imprensa.

O deputado Celso Sabino; parlamentar emplacou o sobrinho na Telebras Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
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O sobrinho de Celso Sabino tornou-se assessor da Gerência de Planejamento Técnico e Controle, da Telebras, em 11 de abril. O salário proporcional às semanas trabalhadas foi de R$ 10,9 mil. A vaga, contudo, é de R$ 16 mil. A área onde Celso Sabino de Oliveira Sobrinho trabalha é responsável, por exemplo, pelo controle orçamentário de projetos. Vereador de Belém entre 2017 e 2020, o sobrinho trabalhava como assessor do União Brasil, no Pará, antes de entrar para a estatal.

Celsinho Sabino, como é conhecido, tem 27 anos e tentou se reeleger para a Câmara Municipal, em Belém, pelo PSC, em 2020. Recebeu 4.087 votos, mas não conseguiu renovar o mandato. O sobrinho do deputado é formado em administração de empresas e afirma ter “articulação política, aprendizado contínuo, pensamento crítico, comprometimento e comunicação excepcional” como habilidades e competências.

Orçamento secreto

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Dois parentes de aliados de Alcolumbre também entraram na Telebras. O senador controlou o orçamento secreto no governo Jair Bolsonaro e se aproximou do PT durante a transição para a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Alcolumbre foi fiador da indicação de Juscelino Filho para o comando das Comunicações e do ex-governador do Amapá Waldez Góes (PDT) para a chefia do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.

Daniella di Lorena Pelaes é administradora e técnica em enfermagem e se tornou assessora da Gerência de Operações Comerciais da Telebras em 13 de março, com salário de R$ 16.426,56. Ela é irmã da prefeita de Pedra Branca do Amapari, Beth Pelaes (União-AP). A chefe da prefeitura é aliada de Alcolumbre, a quem considera “o parceiro número um do município”.

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No dia 4 de abril, Beth Pelaes registrou, em uma rede social, outro encontro com o senador. “Consegui garantir recursos para Agricultura, Segurança Pública e equipamentos do tipo maquinário. Obrigada, senador Alcolumbre, por ajudar a nossa cidade a se desenvolver cada dia mais”, escreveu.

Pedra Branca do Amapari tem 17.625 habitantes. Entre 2020 e 2022, foram direcionados R$ 13,5 milhões para o município em recursos do orçamento secreto e da emenda Pix – também chamada de transferência especial, com o parlamentar definindo o destino do dinheiro sem controle federal. Do total, R$ 9,5 milhões foram destinados à cidade para “urbanização da orla com pavimentação”.

Além da prefeita, outro aliado de Alcolumbre foi beneficiado com a nomeação de um parente. A filha do deputado estadual Roberto Goes (União-AP) tornou-se assessora da Gerência de Operações Comerciais da Telebras, em 13 de março, com salário de R$ 16.377,72. O pai, Roberto Goes, é vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e primo do ministro Waldez Goes.

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Brenda Gabriella Miranda Goes da Silva é advogada e, atualmente, cursa o último semestre de Gastronomia. Ela se define como uma pessoa “culturalmente sensível (conhece 17 países e vasta diversidade cultural)”.

Brenda Goes informou à Telebras já ter trabalhado como assessora especial na Defensoria Pública do Amapá e como gerente geral de projeto da Secretaria Extraordinária de Representação do Governo amapaense em Brasília. Neste último cargo, dentre as atribuições, ela disse que “abriu e distribuiu adequadamente o correio recebido”.

Padrão de qualidade

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Em nota conjunta, a Telebras e o Ministério das Comunicações informaram que todas as indicações feitas pela pasta e pelas instituições vinculadas “respeitam os padrões de qualificação técnica dos indicados”. “Quanto ao rito, o Ministério das Comunicações envia para análise da Telebras para verificação do perfil dos indicados e análise da compatibilidade com o cargo/função, bem como se preenchem os requisitos internos da empresa e dos órgãos de governança do governo federal”, afirmaram.

Procurados, o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional e o senador Davi Alcolumbre não retornaram. Celso Sabino não comentou.

BRASÍLIA – Cotado para o Ministério do Turismo do governo Lula, o deputado Celso Sabino (União-PA) emplacou um sobrinho em um cargo comissionado na Telebras, estatal vinculada ao Ministério das Comunicações que leva internet a diversos pontos do País. Além dele, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), também emplacou dois parentes de aliados na estatal, com salários de cerca de R$ 16 mil, uma técnica em enfermagem e outra estudante de gastronomia.

Uma das indicadas de Alcolumbre informou em seu currículo que, em seu último emprego, “abriu e distribuiu adequadamente o correio recebido”. Já Celsinho Sabino, o sobrinho do eventual futuro ministro de Lula, foi vereador e assessor da liderança do partido no Pará. Seu currículo também não inclui nenhuma experiência no setor de telecomunicações.

A Telebras implementa programas do Ministério das Comunicações, como o Wi-Fi Brasil, que instala pontos de internet em escolas, bibliotecas, telecentros e unidades de saúde, por exemplo. A estatal também opera políticas públicas do governo por meio de uma rede de internet por satélite.

Como mostrou a Coluna do Estadão, Sabino é o favorito para assumir uma vaga na Esplanada de Lula pelo União Brasil. O partido pressiona o governo a fazer uma reforma ministerial em troca de votos no Congresso. Em 2016, o deputado condenou a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil pela ex-presidente Dilma Rousseff. Na época, ele afirmou que a nomeação do petista era uma estratégia do Partido dos Trabalhadores para garantir foro privilegiado a Lula, que já era investigado pela Operação Lava Jato. Sabino apagou o post após o Estadão publicar a informação nesta segunda-feira, 12.

A estatal onde o deputado conseguiu emplacar o sobrinho é vinculada a um ministério chefiado pelo correligionário Juscelino Filho (União Brasil-MA). O Estadão tem revelado, desde janeiro, que o político maranhense usou avião da FAB para ir a leilões de cavalo em São Paulo e entregou até seu gabinete para o sogro despachar em Brasília. O presidente Lula tem silenciado sobre o caso e evitado perguntas da imprensa.

O deputado Celso Sabino; parlamentar emplacou o sobrinho na Telebras Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O sobrinho de Celso Sabino tornou-se assessor da Gerência de Planejamento Técnico e Controle, da Telebras, em 11 de abril. O salário proporcional às semanas trabalhadas foi de R$ 10,9 mil. A vaga, contudo, é de R$ 16 mil. A área onde Celso Sabino de Oliveira Sobrinho trabalha é responsável, por exemplo, pelo controle orçamentário de projetos. Vereador de Belém entre 2017 e 2020, o sobrinho trabalhava como assessor do União Brasil, no Pará, antes de entrar para a estatal.

Celsinho Sabino, como é conhecido, tem 27 anos e tentou se reeleger para a Câmara Municipal, em Belém, pelo PSC, em 2020. Recebeu 4.087 votos, mas não conseguiu renovar o mandato. O sobrinho do deputado é formado em administração de empresas e afirma ter “articulação política, aprendizado contínuo, pensamento crítico, comprometimento e comunicação excepcional” como habilidades e competências.

Orçamento secreto

Dois parentes de aliados de Alcolumbre também entraram na Telebras. O senador controlou o orçamento secreto no governo Jair Bolsonaro e se aproximou do PT durante a transição para a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Alcolumbre foi fiador da indicação de Juscelino Filho para o comando das Comunicações e do ex-governador do Amapá Waldez Góes (PDT) para a chefia do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.

Daniella di Lorena Pelaes é administradora e técnica em enfermagem e se tornou assessora da Gerência de Operações Comerciais da Telebras em 13 de março, com salário de R$ 16.426,56. Ela é irmã da prefeita de Pedra Branca do Amapari, Beth Pelaes (União-AP). A chefe da prefeitura é aliada de Alcolumbre, a quem considera “o parceiro número um do município”.

No dia 4 de abril, Beth Pelaes registrou, em uma rede social, outro encontro com o senador. “Consegui garantir recursos para Agricultura, Segurança Pública e equipamentos do tipo maquinário. Obrigada, senador Alcolumbre, por ajudar a nossa cidade a se desenvolver cada dia mais”, escreveu.

Pedra Branca do Amapari tem 17.625 habitantes. Entre 2020 e 2022, foram direcionados R$ 13,5 milhões para o município em recursos do orçamento secreto e da emenda Pix – também chamada de transferência especial, com o parlamentar definindo o destino do dinheiro sem controle federal. Do total, R$ 9,5 milhões foram destinados à cidade para “urbanização da orla com pavimentação”.

Além da prefeita, outro aliado de Alcolumbre foi beneficiado com a nomeação de um parente. A filha do deputado estadual Roberto Goes (União-AP) tornou-se assessora da Gerência de Operações Comerciais da Telebras, em 13 de março, com salário de R$ 16.377,72. O pai, Roberto Goes, é vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e primo do ministro Waldez Goes.

Brenda Gabriella Miranda Goes da Silva é advogada e, atualmente, cursa o último semestre de Gastronomia. Ela se define como uma pessoa “culturalmente sensível (conhece 17 países e vasta diversidade cultural)”.

Brenda Goes informou à Telebras já ter trabalhado como assessora especial na Defensoria Pública do Amapá e como gerente geral de projeto da Secretaria Extraordinária de Representação do Governo amapaense em Brasília. Neste último cargo, dentre as atribuições, ela disse que “abriu e distribuiu adequadamente o correio recebido”.

Padrão de qualidade

Em nota conjunta, a Telebras e o Ministério das Comunicações informaram que todas as indicações feitas pela pasta e pelas instituições vinculadas “respeitam os padrões de qualificação técnica dos indicados”. “Quanto ao rito, o Ministério das Comunicações envia para análise da Telebras para verificação do perfil dos indicados e análise da compatibilidade com o cargo/função, bem como se preenchem os requisitos internos da empresa e dos órgãos de governança do governo federal”, afirmaram.

Procurados, o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional e o senador Davi Alcolumbre não retornaram. Celso Sabino não comentou.

BRASÍLIA – Cotado para o Ministério do Turismo do governo Lula, o deputado Celso Sabino (União-PA) emplacou um sobrinho em um cargo comissionado na Telebras, estatal vinculada ao Ministério das Comunicações que leva internet a diversos pontos do País. Além dele, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), também emplacou dois parentes de aliados na estatal, com salários de cerca de R$ 16 mil, uma técnica em enfermagem e outra estudante de gastronomia.

Uma das indicadas de Alcolumbre informou em seu currículo que, em seu último emprego, “abriu e distribuiu adequadamente o correio recebido”. Já Celsinho Sabino, o sobrinho do eventual futuro ministro de Lula, foi vereador e assessor da liderança do partido no Pará. Seu currículo também não inclui nenhuma experiência no setor de telecomunicações.

A Telebras implementa programas do Ministério das Comunicações, como o Wi-Fi Brasil, que instala pontos de internet em escolas, bibliotecas, telecentros e unidades de saúde, por exemplo. A estatal também opera políticas públicas do governo por meio de uma rede de internet por satélite.

Como mostrou a Coluna do Estadão, Sabino é o favorito para assumir uma vaga na Esplanada de Lula pelo União Brasil. O partido pressiona o governo a fazer uma reforma ministerial em troca de votos no Congresso. Em 2016, o deputado condenou a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil pela ex-presidente Dilma Rousseff. Na época, ele afirmou que a nomeação do petista era uma estratégia do Partido dos Trabalhadores para garantir foro privilegiado a Lula, que já era investigado pela Operação Lava Jato. Sabino apagou o post após o Estadão publicar a informação nesta segunda-feira, 12.

A estatal onde o deputado conseguiu emplacar o sobrinho é vinculada a um ministério chefiado pelo correligionário Juscelino Filho (União Brasil-MA). O Estadão tem revelado, desde janeiro, que o político maranhense usou avião da FAB para ir a leilões de cavalo em São Paulo e entregou até seu gabinete para o sogro despachar em Brasília. O presidente Lula tem silenciado sobre o caso e evitado perguntas da imprensa.

O deputado Celso Sabino; parlamentar emplacou o sobrinho na Telebras Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O sobrinho de Celso Sabino tornou-se assessor da Gerência de Planejamento Técnico e Controle, da Telebras, em 11 de abril. O salário proporcional às semanas trabalhadas foi de R$ 10,9 mil. A vaga, contudo, é de R$ 16 mil. A área onde Celso Sabino de Oliveira Sobrinho trabalha é responsável, por exemplo, pelo controle orçamentário de projetos. Vereador de Belém entre 2017 e 2020, o sobrinho trabalhava como assessor do União Brasil, no Pará, antes de entrar para a estatal.

Celsinho Sabino, como é conhecido, tem 27 anos e tentou se reeleger para a Câmara Municipal, em Belém, pelo PSC, em 2020. Recebeu 4.087 votos, mas não conseguiu renovar o mandato. O sobrinho do deputado é formado em administração de empresas e afirma ter “articulação política, aprendizado contínuo, pensamento crítico, comprometimento e comunicação excepcional” como habilidades e competências.

Orçamento secreto

Dois parentes de aliados de Alcolumbre também entraram na Telebras. O senador controlou o orçamento secreto no governo Jair Bolsonaro e se aproximou do PT durante a transição para a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Alcolumbre foi fiador da indicação de Juscelino Filho para o comando das Comunicações e do ex-governador do Amapá Waldez Góes (PDT) para a chefia do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.

Daniella di Lorena Pelaes é administradora e técnica em enfermagem e se tornou assessora da Gerência de Operações Comerciais da Telebras em 13 de março, com salário de R$ 16.426,56. Ela é irmã da prefeita de Pedra Branca do Amapari, Beth Pelaes (União-AP). A chefe da prefeitura é aliada de Alcolumbre, a quem considera “o parceiro número um do município”.

No dia 4 de abril, Beth Pelaes registrou, em uma rede social, outro encontro com o senador. “Consegui garantir recursos para Agricultura, Segurança Pública e equipamentos do tipo maquinário. Obrigada, senador Alcolumbre, por ajudar a nossa cidade a se desenvolver cada dia mais”, escreveu.

Pedra Branca do Amapari tem 17.625 habitantes. Entre 2020 e 2022, foram direcionados R$ 13,5 milhões para o município em recursos do orçamento secreto e da emenda Pix – também chamada de transferência especial, com o parlamentar definindo o destino do dinheiro sem controle federal. Do total, R$ 9,5 milhões foram destinados à cidade para “urbanização da orla com pavimentação”.

Além da prefeita, outro aliado de Alcolumbre foi beneficiado com a nomeação de um parente. A filha do deputado estadual Roberto Goes (União-AP) tornou-se assessora da Gerência de Operações Comerciais da Telebras, em 13 de março, com salário de R$ 16.377,72. O pai, Roberto Goes, é vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e primo do ministro Waldez Goes.

Brenda Gabriella Miranda Goes da Silva é advogada e, atualmente, cursa o último semestre de Gastronomia. Ela se define como uma pessoa “culturalmente sensível (conhece 17 países e vasta diversidade cultural)”.

Brenda Goes informou à Telebras já ter trabalhado como assessora especial na Defensoria Pública do Amapá e como gerente geral de projeto da Secretaria Extraordinária de Representação do Governo amapaense em Brasília. Neste último cargo, dentre as atribuições, ela disse que “abriu e distribuiu adequadamente o correio recebido”.

Padrão de qualidade

Em nota conjunta, a Telebras e o Ministério das Comunicações informaram que todas as indicações feitas pela pasta e pelas instituições vinculadas “respeitam os padrões de qualificação técnica dos indicados”. “Quanto ao rito, o Ministério das Comunicações envia para análise da Telebras para verificação do perfil dos indicados e análise da compatibilidade com o cargo/função, bem como se preenchem os requisitos internos da empresa e dos órgãos de governança do governo federal”, afirmaram.

Procurados, o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional e o senador Davi Alcolumbre não retornaram. Celso Sabino não comentou.

BRASÍLIA – Cotado para o Ministério do Turismo do governo Lula, o deputado Celso Sabino (União-PA) emplacou um sobrinho em um cargo comissionado na Telebras, estatal vinculada ao Ministério das Comunicações que leva internet a diversos pontos do País. Além dele, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), também emplacou dois parentes de aliados na estatal, com salários de cerca de R$ 16 mil, uma técnica em enfermagem e outra estudante de gastronomia.

Uma das indicadas de Alcolumbre informou em seu currículo que, em seu último emprego, “abriu e distribuiu adequadamente o correio recebido”. Já Celsinho Sabino, o sobrinho do eventual futuro ministro de Lula, foi vereador e assessor da liderança do partido no Pará. Seu currículo também não inclui nenhuma experiência no setor de telecomunicações.

A Telebras implementa programas do Ministério das Comunicações, como o Wi-Fi Brasil, que instala pontos de internet em escolas, bibliotecas, telecentros e unidades de saúde, por exemplo. A estatal também opera políticas públicas do governo por meio de uma rede de internet por satélite.

Como mostrou a Coluna do Estadão, Sabino é o favorito para assumir uma vaga na Esplanada de Lula pelo União Brasil. O partido pressiona o governo a fazer uma reforma ministerial em troca de votos no Congresso. Em 2016, o deputado condenou a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil pela ex-presidente Dilma Rousseff. Na época, ele afirmou que a nomeação do petista era uma estratégia do Partido dos Trabalhadores para garantir foro privilegiado a Lula, que já era investigado pela Operação Lava Jato. Sabino apagou o post após o Estadão publicar a informação nesta segunda-feira, 12.

A estatal onde o deputado conseguiu emplacar o sobrinho é vinculada a um ministério chefiado pelo correligionário Juscelino Filho (União Brasil-MA). O Estadão tem revelado, desde janeiro, que o político maranhense usou avião da FAB para ir a leilões de cavalo em São Paulo e entregou até seu gabinete para o sogro despachar em Brasília. O presidente Lula tem silenciado sobre o caso e evitado perguntas da imprensa.

O deputado Celso Sabino; parlamentar emplacou o sobrinho na Telebras Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O sobrinho de Celso Sabino tornou-se assessor da Gerência de Planejamento Técnico e Controle, da Telebras, em 11 de abril. O salário proporcional às semanas trabalhadas foi de R$ 10,9 mil. A vaga, contudo, é de R$ 16 mil. A área onde Celso Sabino de Oliveira Sobrinho trabalha é responsável, por exemplo, pelo controle orçamentário de projetos. Vereador de Belém entre 2017 e 2020, o sobrinho trabalhava como assessor do União Brasil, no Pará, antes de entrar para a estatal.

Celsinho Sabino, como é conhecido, tem 27 anos e tentou se reeleger para a Câmara Municipal, em Belém, pelo PSC, em 2020. Recebeu 4.087 votos, mas não conseguiu renovar o mandato. O sobrinho do deputado é formado em administração de empresas e afirma ter “articulação política, aprendizado contínuo, pensamento crítico, comprometimento e comunicação excepcional” como habilidades e competências.

Orçamento secreto

Dois parentes de aliados de Alcolumbre também entraram na Telebras. O senador controlou o orçamento secreto no governo Jair Bolsonaro e se aproximou do PT durante a transição para a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Alcolumbre foi fiador da indicação de Juscelino Filho para o comando das Comunicações e do ex-governador do Amapá Waldez Góes (PDT) para a chefia do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.

Daniella di Lorena Pelaes é administradora e técnica em enfermagem e se tornou assessora da Gerência de Operações Comerciais da Telebras em 13 de março, com salário de R$ 16.426,56. Ela é irmã da prefeita de Pedra Branca do Amapari, Beth Pelaes (União-AP). A chefe da prefeitura é aliada de Alcolumbre, a quem considera “o parceiro número um do município”.

No dia 4 de abril, Beth Pelaes registrou, em uma rede social, outro encontro com o senador. “Consegui garantir recursos para Agricultura, Segurança Pública e equipamentos do tipo maquinário. Obrigada, senador Alcolumbre, por ajudar a nossa cidade a se desenvolver cada dia mais”, escreveu.

Pedra Branca do Amapari tem 17.625 habitantes. Entre 2020 e 2022, foram direcionados R$ 13,5 milhões para o município em recursos do orçamento secreto e da emenda Pix – também chamada de transferência especial, com o parlamentar definindo o destino do dinheiro sem controle federal. Do total, R$ 9,5 milhões foram destinados à cidade para “urbanização da orla com pavimentação”.

Além da prefeita, outro aliado de Alcolumbre foi beneficiado com a nomeação de um parente. A filha do deputado estadual Roberto Goes (União-AP) tornou-se assessora da Gerência de Operações Comerciais da Telebras, em 13 de março, com salário de R$ 16.377,72. O pai, Roberto Goes, é vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e primo do ministro Waldez Goes.

Brenda Gabriella Miranda Goes da Silva é advogada e, atualmente, cursa o último semestre de Gastronomia. Ela se define como uma pessoa “culturalmente sensível (conhece 17 países e vasta diversidade cultural)”.

Brenda Goes informou à Telebras já ter trabalhado como assessora especial na Defensoria Pública do Amapá e como gerente geral de projeto da Secretaria Extraordinária de Representação do Governo amapaense em Brasília. Neste último cargo, dentre as atribuições, ela disse que “abriu e distribuiu adequadamente o correio recebido”.

Padrão de qualidade

Em nota conjunta, a Telebras e o Ministério das Comunicações informaram que todas as indicações feitas pela pasta e pelas instituições vinculadas “respeitam os padrões de qualificação técnica dos indicados”. “Quanto ao rito, o Ministério das Comunicações envia para análise da Telebras para verificação do perfil dos indicados e análise da compatibilidade com o cargo/função, bem como se preenchem os requisitos internos da empresa e dos órgãos de governança do governo federal”, afirmaram.

Procurados, o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional e o senador Davi Alcolumbre não retornaram. Celso Sabino não comentou.

BRASÍLIA – Cotado para o Ministério do Turismo do governo Lula, o deputado Celso Sabino (União-PA) emplacou um sobrinho em um cargo comissionado na Telebras, estatal vinculada ao Ministério das Comunicações que leva internet a diversos pontos do País. Além dele, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), também emplacou dois parentes de aliados na estatal, com salários de cerca de R$ 16 mil, uma técnica em enfermagem e outra estudante de gastronomia.

Uma das indicadas de Alcolumbre informou em seu currículo que, em seu último emprego, “abriu e distribuiu adequadamente o correio recebido”. Já Celsinho Sabino, o sobrinho do eventual futuro ministro de Lula, foi vereador e assessor da liderança do partido no Pará. Seu currículo também não inclui nenhuma experiência no setor de telecomunicações.

A Telebras implementa programas do Ministério das Comunicações, como o Wi-Fi Brasil, que instala pontos de internet em escolas, bibliotecas, telecentros e unidades de saúde, por exemplo. A estatal também opera políticas públicas do governo por meio de uma rede de internet por satélite.

Como mostrou a Coluna do Estadão, Sabino é o favorito para assumir uma vaga na Esplanada de Lula pelo União Brasil. O partido pressiona o governo a fazer uma reforma ministerial em troca de votos no Congresso. Em 2016, o deputado condenou a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil pela ex-presidente Dilma Rousseff. Na época, ele afirmou que a nomeação do petista era uma estratégia do Partido dos Trabalhadores para garantir foro privilegiado a Lula, que já era investigado pela Operação Lava Jato. Sabino apagou o post após o Estadão publicar a informação nesta segunda-feira, 12.

A estatal onde o deputado conseguiu emplacar o sobrinho é vinculada a um ministério chefiado pelo correligionário Juscelino Filho (União Brasil-MA). O Estadão tem revelado, desde janeiro, que o político maranhense usou avião da FAB para ir a leilões de cavalo em São Paulo e entregou até seu gabinete para o sogro despachar em Brasília. O presidente Lula tem silenciado sobre o caso e evitado perguntas da imprensa.

O deputado Celso Sabino; parlamentar emplacou o sobrinho na Telebras Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O sobrinho de Celso Sabino tornou-se assessor da Gerência de Planejamento Técnico e Controle, da Telebras, em 11 de abril. O salário proporcional às semanas trabalhadas foi de R$ 10,9 mil. A vaga, contudo, é de R$ 16 mil. A área onde Celso Sabino de Oliveira Sobrinho trabalha é responsável, por exemplo, pelo controle orçamentário de projetos. Vereador de Belém entre 2017 e 2020, o sobrinho trabalhava como assessor do União Brasil, no Pará, antes de entrar para a estatal.

Celsinho Sabino, como é conhecido, tem 27 anos e tentou se reeleger para a Câmara Municipal, em Belém, pelo PSC, em 2020. Recebeu 4.087 votos, mas não conseguiu renovar o mandato. O sobrinho do deputado é formado em administração de empresas e afirma ter “articulação política, aprendizado contínuo, pensamento crítico, comprometimento e comunicação excepcional” como habilidades e competências.

Orçamento secreto

Dois parentes de aliados de Alcolumbre também entraram na Telebras. O senador controlou o orçamento secreto no governo Jair Bolsonaro e se aproximou do PT durante a transição para a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Alcolumbre foi fiador da indicação de Juscelino Filho para o comando das Comunicações e do ex-governador do Amapá Waldez Góes (PDT) para a chefia do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.

Daniella di Lorena Pelaes é administradora e técnica em enfermagem e se tornou assessora da Gerência de Operações Comerciais da Telebras em 13 de março, com salário de R$ 16.426,56. Ela é irmã da prefeita de Pedra Branca do Amapari, Beth Pelaes (União-AP). A chefe da prefeitura é aliada de Alcolumbre, a quem considera “o parceiro número um do município”.

No dia 4 de abril, Beth Pelaes registrou, em uma rede social, outro encontro com o senador. “Consegui garantir recursos para Agricultura, Segurança Pública e equipamentos do tipo maquinário. Obrigada, senador Alcolumbre, por ajudar a nossa cidade a se desenvolver cada dia mais”, escreveu.

Pedra Branca do Amapari tem 17.625 habitantes. Entre 2020 e 2022, foram direcionados R$ 13,5 milhões para o município em recursos do orçamento secreto e da emenda Pix – também chamada de transferência especial, com o parlamentar definindo o destino do dinheiro sem controle federal. Do total, R$ 9,5 milhões foram destinados à cidade para “urbanização da orla com pavimentação”.

Além da prefeita, outro aliado de Alcolumbre foi beneficiado com a nomeação de um parente. A filha do deputado estadual Roberto Goes (União-AP) tornou-se assessora da Gerência de Operações Comerciais da Telebras, em 13 de março, com salário de R$ 16.377,72. O pai, Roberto Goes, é vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e primo do ministro Waldez Goes.

Brenda Gabriella Miranda Goes da Silva é advogada e, atualmente, cursa o último semestre de Gastronomia. Ela se define como uma pessoa “culturalmente sensível (conhece 17 países e vasta diversidade cultural)”.

Brenda Goes informou à Telebras já ter trabalhado como assessora especial na Defensoria Pública do Amapá e como gerente geral de projeto da Secretaria Extraordinária de Representação do Governo amapaense em Brasília. Neste último cargo, dentre as atribuições, ela disse que “abriu e distribuiu adequadamente o correio recebido”.

Padrão de qualidade

Em nota conjunta, a Telebras e o Ministério das Comunicações informaram que todas as indicações feitas pela pasta e pelas instituições vinculadas “respeitam os padrões de qualificação técnica dos indicados”. “Quanto ao rito, o Ministério das Comunicações envia para análise da Telebras para verificação do perfil dos indicados e análise da compatibilidade com o cargo/função, bem como se preenchem os requisitos internos da empresa e dos órgãos de governança do governo federal”, afirmaram.

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