Ipec em São Paulo mantém cenário de incerteza na disputa pelo governo; leia análise


Disputa será voto a voto até o dia da eleição entre Tarcísio e Rodrigo Garcia; Haddad segue na liderança

Por Rafael Moreira

A incerteza é um elemento fundamental de um regime democrático. Se não há duvidas sobre o resultado final de uma eleição e já se sabe de antemão quem irá ganhá-la então não existe democracia. Dito isso, as eleições para governador de São Paulo deste ano têm ganhado destaque por fazer jus a esse pilar democrático, numa disputa em que há muito em jogo para os três principais campos políticos no páreo e a única certeza até agora é a de que haverá um segundo turno.

Na liderança da pesquisa Ipec com 34% está Fernando Haddad, candidatura do PT que tem despontado nas intenções de voto dos paulistas e que procura levar seu partido ao poder no Estado mais populoso da federação pela primeira vez em sua história. Numa eleição em que o candidato à presidência pelo PT desponta nas pesquisas nacionais, a sigla tenta transferir a sua intenção de votos para a candidatura petista ao governo deste Estado, mas ainda que Haddad conquiste uma boa votação na capital, e os dados têm mostrado que apesar das críticas à sua gestão na Prefeitura o eleitorado paulista parece tê-lo “perdoado”, seu grande desafio é conquistar o eleitor do interior.

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Com um perfil historicamente mais conservador em seu comportamento eleitoral, cabe à candidatura petista reduzir o antipetismo dessa parcela do eleitorado e tentar atrair uma fatia suficiente de votos que o leve à vitória no segundo turno.

Porém, a grande disputa deste primeiro turno tem se dado entre as outras duas candidaturas que buscam um lugar no segundo turno contra a do PT, num cenário no qual ambas vêm crescendo pouco a pouco nas pesquisas conforme a quantidade de eleitores indecisos cai.

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Fernando Haddad (PT) durante evento de campanha na cidade de Osasco, na Grande São Paulo Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO - 27.09.2022

De um lado está Tarcísio de Freitas, do Republicanos, candidatura apoiada pelo atual presidente da República e que pontuou 24% na atual pesquisa Ipec. Tarcísio tenta se equilibrar entre “colar” sua imagem em seu padrinho político e, ao mesmo tempo, fazer um voo solo, tentando evitar que o atual índice de rejeição de Jair Bolsonaro possa contaminar sua campanha. Porém, tem pesado contra ele o fato de ter feito sua trajetória política longe do nosso Estado, o que tem se refletivo em algumas gafes que têm “viralizado” nas redes sociais e alimentado as campanhas dos seus opositores, como quando em uma sabatina recente mostrou que não sabia dizer onde era seu local de votação.

Correndo por fora na disputa, mas igualmente crescendo nas pesquisas está o atual governador Rodrigo Garcia, que pontuou 19% na pesquisa Ipec recém divulgada. Rodrigo busca manter a hegemonia PSDBista no governo paulista e o tucano representa a maior esperança do PSDB de se manter como um ator de peso na política brasileira, numa conjuntura na qual a sigla tem testemunhado uma perda de protagonismo nas disputas presidenciais. Apoiado nas intenções de voto do eleitorado do interior paulista, seu desafio é seguir crescendo nas pesquisas num ritmo suficiente para ultrapassar o candidato do Republicanos e garantir assim um lugar segundo turno contra a candidatura petista.

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De qualquer forma e qualquer que seja o resultado, a incerteza segue sendo alta, e a disputa será voto a voto até o dia da eleição.

*É DOUTOR EM CIÊNCIAS POLÍTICAS PELA USP E PROFESSOR DA UNISANTA

A incerteza é um elemento fundamental de um regime democrático. Se não há duvidas sobre o resultado final de uma eleição e já se sabe de antemão quem irá ganhá-la então não existe democracia. Dito isso, as eleições para governador de São Paulo deste ano têm ganhado destaque por fazer jus a esse pilar democrático, numa disputa em que há muito em jogo para os três principais campos políticos no páreo e a única certeza até agora é a de que haverá um segundo turno.

Na liderança da pesquisa Ipec com 34% está Fernando Haddad, candidatura do PT que tem despontado nas intenções de voto dos paulistas e que procura levar seu partido ao poder no Estado mais populoso da federação pela primeira vez em sua história. Numa eleição em que o candidato à presidência pelo PT desponta nas pesquisas nacionais, a sigla tenta transferir a sua intenção de votos para a candidatura petista ao governo deste Estado, mas ainda que Haddad conquiste uma boa votação na capital, e os dados têm mostrado que apesar das críticas à sua gestão na Prefeitura o eleitorado paulista parece tê-lo “perdoado”, seu grande desafio é conquistar o eleitor do interior.

Com um perfil historicamente mais conservador em seu comportamento eleitoral, cabe à candidatura petista reduzir o antipetismo dessa parcela do eleitorado e tentar atrair uma fatia suficiente de votos que o leve à vitória no segundo turno.

Porém, a grande disputa deste primeiro turno tem se dado entre as outras duas candidaturas que buscam um lugar no segundo turno contra a do PT, num cenário no qual ambas vêm crescendo pouco a pouco nas pesquisas conforme a quantidade de eleitores indecisos cai.

Fernando Haddad (PT) durante evento de campanha na cidade de Osasco, na Grande São Paulo Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO - 27.09.2022

De um lado está Tarcísio de Freitas, do Republicanos, candidatura apoiada pelo atual presidente da República e que pontuou 24% na atual pesquisa Ipec. Tarcísio tenta se equilibrar entre “colar” sua imagem em seu padrinho político e, ao mesmo tempo, fazer um voo solo, tentando evitar que o atual índice de rejeição de Jair Bolsonaro possa contaminar sua campanha. Porém, tem pesado contra ele o fato de ter feito sua trajetória política longe do nosso Estado, o que tem se refletivo em algumas gafes que têm “viralizado” nas redes sociais e alimentado as campanhas dos seus opositores, como quando em uma sabatina recente mostrou que não sabia dizer onde era seu local de votação.

Correndo por fora na disputa, mas igualmente crescendo nas pesquisas está o atual governador Rodrigo Garcia, que pontuou 19% na pesquisa Ipec recém divulgada. Rodrigo busca manter a hegemonia PSDBista no governo paulista e o tucano representa a maior esperança do PSDB de se manter como um ator de peso na política brasileira, numa conjuntura na qual a sigla tem testemunhado uma perda de protagonismo nas disputas presidenciais. Apoiado nas intenções de voto do eleitorado do interior paulista, seu desafio é seguir crescendo nas pesquisas num ritmo suficiente para ultrapassar o candidato do Republicanos e garantir assim um lugar segundo turno contra a candidatura petista.

De qualquer forma e qualquer que seja o resultado, a incerteza segue sendo alta, e a disputa será voto a voto até o dia da eleição.

*É DOUTOR EM CIÊNCIAS POLÍTICAS PELA USP E PROFESSOR DA UNISANTA

A incerteza é um elemento fundamental de um regime democrático. Se não há duvidas sobre o resultado final de uma eleição e já se sabe de antemão quem irá ganhá-la então não existe democracia. Dito isso, as eleições para governador de São Paulo deste ano têm ganhado destaque por fazer jus a esse pilar democrático, numa disputa em que há muito em jogo para os três principais campos políticos no páreo e a única certeza até agora é a de que haverá um segundo turno.

Na liderança da pesquisa Ipec com 34% está Fernando Haddad, candidatura do PT que tem despontado nas intenções de voto dos paulistas e que procura levar seu partido ao poder no Estado mais populoso da federação pela primeira vez em sua história. Numa eleição em que o candidato à presidência pelo PT desponta nas pesquisas nacionais, a sigla tenta transferir a sua intenção de votos para a candidatura petista ao governo deste Estado, mas ainda que Haddad conquiste uma boa votação na capital, e os dados têm mostrado que apesar das críticas à sua gestão na Prefeitura o eleitorado paulista parece tê-lo “perdoado”, seu grande desafio é conquistar o eleitor do interior.

Com um perfil historicamente mais conservador em seu comportamento eleitoral, cabe à candidatura petista reduzir o antipetismo dessa parcela do eleitorado e tentar atrair uma fatia suficiente de votos que o leve à vitória no segundo turno.

Porém, a grande disputa deste primeiro turno tem se dado entre as outras duas candidaturas que buscam um lugar no segundo turno contra a do PT, num cenário no qual ambas vêm crescendo pouco a pouco nas pesquisas conforme a quantidade de eleitores indecisos cai.

Fernando Haddad (PT) durante evento de campanha na cidade de Osasco, na Grande São Paulo Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO - 27.09.2022

De um lado está Tarcísio de Freitas, do Republicanos, candidatura apoiada pelo atual presidente da República e que pontuou 24% na atual pesquisa Ipec. Tarcísio tenta se equilibrar entre “colar” sua imagem em seu padrinho político e, ao mesmo tempo, fazer um voo solo, tentando evitar que o atual índice de rejeição de Jair Bolsonaro possa contaminar sua campanha. Porém, tem pesado contra ele o fato de ter feito sua trajetória política longe do nosso Estado, o que tem se refletivo em algumas gafes que têm “viralizado” nas redes sociais e alimentado as campanhas dos seus opositores, como quando em uma sabatina recente mostrou que não sabia dizer onde era seu local de votação.

Correndo por fora na disputa, mas igualmente crescendo nas pesquisas está o atual governador Rodrigo Garcia, que pontuou 19% na pesquisa Ipec recém divulgada. Rodrigo busca manter a hegemonia PSDBista no governo paulista e o tucano representa a maior esperança do PSDB de se manter como um ator de peso na política brasileira, numa conjuntura na qual a sigla tem testemunhado uma perda de protagonismo nas disputas presidenciais. Apoiado nas intenções de voto do eleitorado do interior paulista, seu desafio é seguir crescendo nas pesquisas num ritmo suficiente para ultrapassar o candidato do Republicanos e garantir assim um lugar segundo turno contra a candidatura petista.

De qualquer forma e qualquer que seja o resultado, a incerteza segue sendo alta, e a disputa será voto a voto até o dia da eleição.

*É DOUTOR EM CIÊNCIAS POLÍTICAS PELA USP E PROFESSOR DA UNISANTA

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