Candidato à reeleição, o presidente, Jair Bolsonaro (PL), tem 47% de rejeição, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 36%, aponta pesquisa Ipec (antigo Ibope) divulgada nesta segunda-feira, 29, pela TV Globo mostra que Já o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) aparece com 18% de rejeição.
Segundo a pesquisa, a rejeição de Bolsonaro oscilou 1 ponto porcentual para cima dentro da margem de erro em relação à pesquisa anterior, do dia 15 de agosto. Já a de Lula aumentou três pontos porcentuais.
Com 44% das intenções de voto, Lula lidera a disputa pelo Palácio do Planalto. Ele é seguido por Bolsonaro, com 32%. O último levantamento do Ipec havia sido divulgado no dia 15 de agosto.
A pesquisa ouviu 2.000 pessoas entre os dias 26 e 28 de agosto em 128 municípios. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código BR-01979/2022.
Debate
A pesquisa Ipec foi realizada ao final da segunda semana de campanha, marcada pelo primeiro debate presidencial, que ocorreu no domingo, 28, na TV Band, e pela sabatina dos quatro candidatos melhor colocados nas pesquisas na TV Globo. O levantamento também aconteceu depois das primeiras aparições dos candidatos no horário eleitoral gratuito.
O primeiro debate foi marcado por tensão dentro e fora do estúdio. A radicalização no cenário político recente fez com que o evento não tivesse a presença de plateia. Mesmo assim, a hostilidade marcou a noite, com ataques do presidente Bolsonaro à jornalista Vera Magalhães e briga entre bolsonaristas e petistas na sala onde estavam os convidados das campanhas.
O clima do debate também deu o tom nas redes sociais, onde apoiadores do presidente rebateram as críticas que o chefe do Executivo recebeu. O movimento apareceu nos trending topics do Twitter com a hashtag #MulheresComBolsonaro, em oposição a uma ofensiva de aliados do ex-presidente Lula, que deram eco ao posicionamento de que o presidente é agressivo contra o público feminino.
Para colunistas e jornalistas do Estadão que acompanharam a transmissão e analisaram a atuação dos concorrentes, Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) ganharam destaque no debate, que pode aumentar a exposição das candidatas em relação ao eleitorado que não as conhece.
Agregador de pesquisa
Já os dois candidatos mais bem colocados nas pesquisas tiveram postura diferente no debate da vista durante a sabatina da Rede Globo, na semana passada.
Entrevistado no Jornal Nacional, o petista foi mais incisivo em críticas ao governo Bolsonaro, principalmente no tema da corrupção. Já no debate, aliados do ex-presidente se frustraram com o desempenho do candidato, que buscou tom mais pacificador. A presença de Lula e Bolsonaro rendeu à rede Globo recordes em audiência e registrou manifestações em diversas capitais do País.
Em campanha pelo Brasil, as políticas para as mulheres e o apelo ao eleitorado evangélico deu o tom dos discursos dos candidatos, que também procuraram dialogar sobre economia e apresentar propostas sobre distribuição de renda.