Aos fatos, como eles são

Opinião|China, Rússia e Índia deixam Lula falando sozinho nos Brics


Diplomacia brasileira acha que o grupo de países funciona como a ‘base do PT’ e vai apoiar o governo em sua ‘agenda mundial’; não é nada disso

Por J.R. Guzzo

Chegaram, e já passaram, os 15 minutos de fama que esses Brics têm direito de tempos em tempos na mídia brasileira. Como sempre, não acontece nada de útil para o público pagante. Os governantes dos cinco países se reúnem em algum lugar (desta vez, o da Rússia nem quis ir), fazem o que os assessores lhes dizem para fazer e deixam o mundo exatamente onde estava antes de se reunirem. Quando se vai ver, o único efeito prático disso tudo, no fundo, é dar mais uma oportunidade para os especialistas em geopolítica falarem em mesas redondas depois do horário nobre, escreverem artigos na imprensa e encherem a paciência geral. Desta vez, ao que parece, até os professores em altos estudos internacionais, que vivem de falar dessas coisas, estão achando que os Brics foram mal. Saíram da sua reunião menores do que eram antes de se reunir.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o encontro dos Brics na África do Sul Foto: PHILL MAGAKOE / AFP

A principal decisão, pelo que deu para entender, foi aumentar o número de membros do grupo – na suposição de que isso deixa o conjunto mais forte, como um clube que faz campanha para ter mais sócios. O problema é quem está entrando. Como uma organização internacional, de qualquer tipo ou finalidade, pode ficar mais forte com a entrada da Argentina, por exemplo, ou do Irã? A Argentina está em processo de recuperação judicial, não se sabendo se vai haver a recuperação – o que se sabe é que o país continua na fila do pronto socorro financeiro do FMI, a inflação dos últimos doze meses passou dos 115% e os níveis de pobreza estão em 40% da população. Nenhum dos problemas da Argentina pode ser resolvido pelos Brics; imagine-se, então, se existe algum problema dos Brics que pode ser resolvido pela Argentina. De mais a mais, não está claro nem se os próprios argentinos querem entrar no grupo. O Irã é um caso mais perdido ainda: a sua “Guarda Revolucionária” foi oficialmente declarada como organização terrorista pela Europa e Estados Unidos. O que os Brics podem ganhar com isso?

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O problema da organização, na verdade, vai muito além do novo quadro social. O Brasil do chanceler-chefe Celso Amorim acha que os Brics são uma coligação de partidos, como a “base do PT”, que está unida para derrotar os Estados Unidos, a Europa e o capitalismo – e que vão apoiar o presidente Lula em sua “agenda mundial”, como ele é apoiado pelo tráfico de emendas parlamentares no Congresso Nacional. Não é nada disso, é claro. China, Rússia e Índia estão cuidando, cada um, dos seus interesses próprios, e têm prioridades muito mais práticas do que os Brics. Vão deixar o Brasil e Lula falando sozinhos em todas as vezes, sem exceção, que estiverem ocupados em tratar de coisas importantes.

Chegaram, e já passaram, os 15 minutos de fama que esses Brics têm direito de tempos em tempos na mídia brasileira. Como sempre, não acontece nada de útil para o público pagante. Os governantes dos cinco países se reúnem em algum lugar (desta vez, o da Rússia nem quis ir), fazem o que os assessores lhes dizem para fazer e deixam o mundo exatamente onde estava antes de se reunirem. Quando se vai ver, o único efeito prático disso tudo, no fundo, é dar mais uma oportunidade para os especialistas em geopolítica falarem em mesas redondas depois do horário nobre, escreverem artigos na imprensa e encherem a paciência geral. Desta vez, ao que parece, até os professores em altos estudos internacionais, que vivem de falar dessas coisas, estão achando que os Brics foram mal. Saíram da sua reunião menores do que eram antes de se reunir.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o encontro dos Brics na África do Sul Foto: PHILL MAGAKOE / AFP

A principal decisão, pelo que deu para entender, foi aumentar o número de membros do grupo – na suposição de que isso deixa o conjunto mais forte, como um clube que faz campanha para ter mais sócios. O problema é quem está entrando. Como uma organização internacional, de qualquer tipo ou finalidade, pode ficar mais forte com a entrada da Argentina, por exemplo, ou do Irã? A Argentina está em processo de recuperação judicial, não se sabendo se vai haver a recuperação – o que se sabe é que o país continua na fila do pronto socorro financeiro do FMI, a inflação dos últimos doze meses passou dos 115% e os níveis de pobreza estão em 40% da população. Nenhum dos problemas da Argentina pode ser resolvido pelos Brics; imagine-se, então, se existe algum problema dos Brics que pode ser resolvido pela Argentina. De mais a mais, não está claro nem se os próprios argentinos querem entrar no grupo. O Irã é um caso mais perdido ainda: a sua “Guarda Revolucionária” foi oficialmente declarada como organização terrorista pela Europa e Estados Unidos. O que os Brics podem ganhar com isso?

O problema da organização, na verdade, vai muito além do novo quadro social. O Brasil do chanceler-chefe Celso Amorim acha que os Brics são uma coligação de partidos, como a “base do PT”, que está unida para derrotar os Estados Unidos, a Europa e o capitalismo – e que vão apoiar o presidente Lula em sua “agenda mundial”, como ele é apoiado pelo tráfico de emendas parlamentares no Congresso Nacional. Não é nada disso, é claro. China, Rússia e Índia estão cuidando, cada um, dos seus interesses próprios, e têm prioridades muito mais práticas do que os Brics. Vão deixar o Brasil e Lula falando sozinhos em todas as vezes, sem exceção, que estiverem ocupados em tratar de coisas importantes.

Chegaram, e já passaram, os 15 minutos de fama que esses Brics têm direito de tempos em tempos na mídia brasileira. Como sempre, não acontece nada de útil para o público pagante. Os governantes dos cinco países se reúnem em algum lugar (desta vez, o da Rússia nem quis ir), fazem o que os assessores lhes dizem para fazer e deixam o mundo exatamente onde estava antes de se reunirem. Quando se vai ver, o único efeito prático disso tudo, no fundo, é dar mais uma oportunidade para os especialistas em geopolítica falarem em mesas redondas depois do horário nobre, escreverem artigos na imprensa e encherem a paciência geral. Desta vez, ao que parece, até os professores em altos estudos internacionais, que vivem de falar dessas coisas, estão achando que os Brics foram mal. Saíram da sua reunião menores do que eram antes de se reunir.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o encontro dos Brics na África do Sul Foto: PHILL MAGAKOE / AFP

A principal decisão, pelo que deu para entender, foi aumentar o número de membros do grupo – na suposição de que isso deixa o conjunto mais forte, como um clube que faz campanha para ter mais sócios. O problema é quem está entrando. Como uma organização internacional, de qualquer tipo ou finalidade, pode ficar mais forte com a entrada da Argentina, por exemplo, ou do Irã? A Argentina está em processo de recuperação judicial, não se sabendo se vai haver a recuperação – o que se sabe é que o país continua na fila do pronto socorro financeiro do FMI, a inflação dos últimos doze meses passou dos 115% e os níveis de pobreza estão em 40% da população. Nenhum dos problemas da Argentina pode ser resolvido pelos Brics; imagine-se, então, se existe algum problema dos Brics que pode ser resolvido pela Argentina. De mais a mais, não está claro nem se os próprios argentinos querem entrar no grupo. O Irã é um caso mais perdido ainda: a sua “Guarda Revolucionária” foi oficialmente declarada como organização terrorista pela Europa e Estados Unidos. O que os Brics podem ganhar com isso?

O problema da organização, na verdade, vai muito além do novo quadro social. O Brasil do chanceler-chefe Celso Amorim acha que os Brics são uma coligação de partidos, como a “base do PT”, que está unida para derrotar os Estados Unidos, a Europa e o capitalismo – e que vão apoiar o presidente Lula em sua “agenda mundial”, como ele é apoiado pelo tráfico de emendas parlamentares no Congresso Nacional. Não é nada disso, é claro. China, Rússia e Índia estão cuidando, cada um, dos seus interesses próprios, e têm prioridades muito mais práticas do que os Brics. Vão deixar o Brasil e Lula falando sozinhos em todas as vezes, sem exceção, que estiverem ocupados em tratar de coisas importantes.

Chegaram, e já passaram, os 15 minutos de fama que esses Brics têm direito de tempos em tempos na mídia brasileira. Como sempre, não acontece nada de útil para o público pagante. Os governantes dos cinco países se reúnem em algum lugar (desta vez, o da Rússia nem quis ir), fazem o que os assessores lhes dizem para fazer e deixam o mundo exatamente onde estava antes de se reunirem. Quando se vai ver, o único efeito prático disso tudo, no fundo, é dar mais uma oportunidade para os especialistas em geopolítica falarem em mesas redondas depois do horário nobre, escreverem artigos na imprensa e encherem a paciência geral. Desta vez, ao que parece, até os professores em altos estudos internacionais, que vivem de falar dessas coisas, estão achando que os Brics foram mal. Saíram da sua reunião menores do que eram antes de se reunir.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o encontro dos Brics na África do Sul Foto: PHILL MAGAKOE / AFP

A principal decisão, pelo que deu para entender, foi aumentar o número de membros do grupo – na suposição de que isso deixa o conjunto mais forte, como um clube que faz campanha para ter mais sócios. O problema é quem está entrando. Como uma organização internacional, de qualquer tipo ou finalidade, pode ficar mais forte com a entrada da Argentina, por exemplo, ou do Irã? A Argentina está em processo de recuperação judicial, não se sabendo se vai haver a recuperação – o que se sabe é que o país continua na fila do pronto socorro financeiro do FMI, a inflação dos últimos doze meses passou dos 115% e os níveis de pobreza estão em 40% da população. Nenhum dos problemas da Argentina pode ser resolvido pelos Brics; imagine-se, então, se existe algum problema dos Brics que pode ser resolvido pela Argentina. De mais a mais, não está claro nem se os próprios argentinos querem entrar no grupo. O Irã é um caso mais perdido ainda: a sua “Guarda Revolucionária” foi oficialmente declarada como organização terrorista pela Europa e Estados Unidos. O que os Brics podem ganhar com isso?

O problema da organização, na verdade, vai muito além do novo quadro social. O Brasil do chanceler-chefe Celso Amorim acha que os Brics são uma coligação de partidos, como a “base do PT”, que está unida para derrotar os Estados Unidos, a Europa e o capitalismo – e que vão apoiar o presidente Lula em sua “agenda mundial”, como ele é apoiado pelo tráfico de emendas parlamentares no Congresso Nacional. Não é nada disso, é claro. China, Rússia e Índia estão cuidando, cada um, dos seus interesses próprios, e têm prioridades muito mais práticas do que os Brics. Vão deixar o Brasil e Lula falando sozinhos em todas as vezes, sem exceção, que estiverem ocupados em tratar de coisas importantes.

Chegaram, e já passaram, os 15 minutos de fama que esses Brics têm direito de tempos em tempos na mídia brasileira. Como sempre, não acontece nada de útil para o público pagante. Os governantes dos cinco países se reúnem em algum lugar (desta vez, o da Rússia nem quis ir), fazem o que os assessores lhes dizem para fazer e deixam o mundo exatamente onde estava antes de se reunirem. Quando se vai ver, o único efeito prático disso tudo, no fundo, é dar mais uma oportunidade para os especialistas em geopolítica falarem em mesas redondas depois do horário nobre, escreverem artigos na imprensa e encherem a paciência geral. Desta vez, ao que parece, até os professores em altos estudos internacionais, que vivem de falar dessas coisas, estão achando que os Brics foram mal. Saíram da sua reunião menores do que eram antes de se reunir.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o encontro dos Brics na África do Sul Foto: PHILL MAGAKOE / AFP

A principal decisão, pelo que deu para entender, foi aumentar o número de membros do grupo – na suposição de que isso deixa o conjunto mais forte, como um clube que faz campanha para ter mais sócios. O problema é quem está entrando. Como uma organização internacional, de qualquer tipo ou finalidade, pode ficar mais forte com a entrada da Argentina, por exemplo, ou do Irã? A Argentina está em processo de recuperação judicial, não se sabendo se vai haver a recuperação – o que se sabe é que o país continua na fila do pronto socorro financeiro do FMI, a inflação dos últimos doze meses passou dos 115% e os níveis de pobreza estão em 40% da população. Nenhum dos problemas da Argentina pode ser resolvido pelos Brics; imagine-se, então, se existe algum problema dos Brics que pode ser resolvido pela Argentina. De mais a mais, não está claro nem se os próprios argentinos querem entrar no grupo. O Irã é um caso mais perdido ainda: a sua “Guarda Revolucionária” foi oficialmente declarada como organização terrorista pela Europa e Estados Unidos. O que os Brics podem ganhar com isso?

O problema da organização, na verdade, vai muito além do novo quadro social. O Brasil do chanceler-chefe Celso Amorim acha que os Brics são uma coligação de partidos, como a “base do PT”, que está unida para derrotar os Estados Unidos, a Europa e o capitalismo – e que vão apoiar o presidente Lula em sua “agenda mundial”, como ele é apoiado pelo tráfico de emendas parlamentares no Congresso Nacional. Não é nada disso, é claro. China, Rússia e Índia estão cuidando, cada um, dos seus interesses próprios, e têm prioridades muito mais práticas do que os Brics. Vão deixar o Brasil e Lula falando sozinhos em todas as vezes, sem exceção, que estiverem ocupados em tratar de coisas importantes.

Opinião por J.R. Guzzo

Jornalista escreve semanalmente sobre o cenário político e econômico do País

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