Aos fatos, como eles são

Opinião|Grande problema do Mercosul é que ele não existe de fato e só gerou placa de carro e passaporte


Grupo não fez nada do que deveria ter feito: criar um mercado efetivamente comum entre os países-membros, com racionalidade de tarifas, liberdade econômica e chance de agir como um bloco comercial de verdade diante do mundo

Por J.R. Guzzo
Atualização:

O grande problema do Mercosul, quando se vai ver as realidades da vida um pouco mais de perto, é que o Mercosul não existe. Fora isso, está tudo bem. Os gatos gordos do governo continuam fazendo reuniões de cúpula, viajando para cima e para baixo e gastando conversa com jornalistas especializados em temas sul-americanos. Só que todo esse teatro, após mais de 30 anos de intensa simulação de atividade no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai não rendeu até hoje uma única e escassa empanada para o cidadão que está pagando a conta. Os analistas continuam levando o Mercosul a sério, ou fingindo que levam. Mas não existe nada de sério com o Mercosul, e nem vai existir.

Reunião de Cúpula do Mercosul no Paraguai, em julho de 2024 Foto: Divulgação/Presidência do Paraguai

Depois de 33 anos de conversa, de mesas-redondas e de negociações de alto, médio e baixo nível, tudo o que o Mercosul conseguiu produzir de prático até hoje foi a troca da placa dos carros e um novo passaporte onde está escrito: “Mercosul”. Ninguém, em nenhum dos quatro países-membros, estava sentindo necessidade de tirar uma chapa de carro diferente. Também não se conseguiu descobrir até agora qual a vantagem de ter um passaporte dizendo que você, além de brasileiro, é do “Mercosul”. E daí? Continuamos sendo todos do Terceiro Mundo, e não há Celso Amorim que possa resolver isso, nem a política externa “altiva” que existe na imaginação do presidente Lula. Fora essas bobagens, e pouco mais, o Mercosul não fez nada do que deveria ter feito: criar um mercado efetivamente comum entre os países-membros, com racionalidade de tarifas, liberdade econômica e chance de agir como um bloco comercial de verdade diante do mundo.

continua após a publicidade

É pouco mais, no fim das contas, do que uma contrafação clássica de país subdesenvolvido que se mete a copiar país desenvolvido. Copiam os carimbos que acham bonitos, mas não querem copiar nada do que é indispensável para sair do subdesenvolvimento. O resultado é que uns tem o Mercado Comum Europeu – com moeda única, progresso, comércio mútuo sem imposto de importação. Outros tem o Mercosul. O Itamaraty e a religião do “Sul Global” ficam doentes quando são apresentados a esse tipo de fato. Seu argumento básico é que as exportações brasileiras para os sócios de Mercosul aumentaram muito da fundação da entidade, em 1991, até hoje. Não é um argumento. Em 1991, o total das exportações do Brasil para o mundo foi de 9,5 bilhões de dólares – isso mesmo, menos de 10 bilhões. No ano passado o Brasil exportou 340 bilhões, ou 35 vezes mais. Quer dizer: seria mesmo impossível não vender mais para o Mercosul – ou para a Cochinchina. A última palhaçada é a inclusão da Bolívia no grupo. Como alguma coisa pode melhorar com a Bolívia? Não pode.

O grande problema do Mercosul, quando se vai ver as realidades da vida um pouco mais de perto, é que o Mercosul não existe. Fora isso, está tudo bem. Os gatos gordos do governo continuam fazendo reuniões de cúpula, viajando para cima e para baixo e gastando conversa com jornalistas especializados em temas sul-americanos. Só que todo esse teatro, após mais de 30 anos de intensa simulação de atividade no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai não rendeu até hoje uma única e escassa empanada para o cidadão que está pagando a conta. Os analistas continuam levando o Mercosul a sério, ou fingindo que levam. Mas não existe nada de sério com o Mercosul, e nem vai existir.

Reunião de Cúpula do Mercosul no Paraguai, em julho de 2024 Foto: Divulgação/Presidência do Paraguai

Depois de 33 anos de conversa, de mesas-redondas e de negociações de alto, médio e baixo nível, tudo o que o Mercosul conseguiu produzir de prático até hoje foi a troca da placa dos carros e um novo passaporte onde está escrito: “Mercosul”. Ninguém, em nenhum dos quatro países-membros, estava sentindo necessidade de tirar uma chapa de carro diferente. Também não se conseguiu descobrir até agora qual a vantagem de ter um passaporte dizendo que você, além de brasileiro, é do “Mercosul”. E daí? Continuamos sendo todos do Terceiro Mundo, e não há Celso Amorim que possa resolver isso, nem a política externa “altiva” que existe na imaginação do presidente Lula. Fora essas bobagens, e pouco mais, o Mercosul não fez nada do que deveria ter feito: criar um mercado efetivamente comum entre os países-membros, com racionalidade de tarifas, liberdade econômica e chance de agir como um bloco comercial de verdade diante do mundo.

É pouco mais, no fim das contas, do que uma contrafação clássica de país subdesenvolvido que se mete a copiar país desenvolvido. Copiam os carimbos que acham bonitos, mas não querem copiar nada do que é indispensável para sair do subdesenvolvimento. O resultado é que uns tem o Mercado Comum Europeu – com moeda única, progresso, comércio mútuo sem imposto de importação. Outros tem o Mercosul. O Itamaraty e a religião do “Sul Global” ficam doentes quando são apresentados a esse tipo de fato. Seu argumento básico é que as exportações brasileiras para os sócios de Mercosul aumentaram muito da fundação da entidade, em 1991, até hoje. Não é um argumento. Em 1991, o total das exportações do Brasil para o mundo foi de 9,5 bilhões de dólares – isso mesmo, menos de 10 bilhões. No ano passado o Brasil exportou 340 bilhões, ou 35 vezes mais. Quer dizer: seria mesmo impossível não vender mais para o Mercosul – ou para a Cochinchina. A última palhaçada é a inclusão da Bolívia no grupo. Como alguma coisa pode melhorar com a Bolívia? Não pode.

O grande problema do Mercosul, quando se vai ver as realidades da vida um pouco mais de perto, é que o Mercosul não existe. Fora isso, está tudo bem. Os gatos gordos do governo continuam fazendo reuniões de cúpula, viajando para cima e para baixo e gastando conversa com jornalistas especializados em temas sul-americanos. Só que todo esse teatro, após mais de 30 anos de intensa simulação de atividade no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai não rendeu até hoje uma única e escassa empanada para o cidadão que está pagando a conta. Os analistas continuam levando o Mercosul a sério, ou fingindo que levam. Mas não existe nada de sério com o Mercosul, e nem vai existir.

Reunião de Cúpula do Mercosul no Paraguai, em julho de 2024 Foto: Divulgação/Presidência do Paraguai

Depois de 33 anos de conversa, de mesas-redondas e de negociações de alto, médio e baixo nível, tudo o que o Mercosul conseguiu produzir de prático até hoje foi a troca da placa dos carros e um novo passaporte onde está escrito: “Mercosul”. Ninguém, em nenhum dos quatro países-membros, estava sentindo necessidade de tirar uma chapa de carro diferente. Também não se conseguiu descobrir até agora qual a vantagem de ter um passaporte dizendo que você, além de brasileiro, é do “Mercosul”. E daí? Continuamos sendo todos do Terceiro Mundo, e não há Celso Amorim que possa resolver isso, nem a política externa “altiva” que existe na imaginação do presidente Lula. Fora essas bobagens, e pouco mais, o Mercosul não fez nada do que deveria ter feito: criar um mercado efetivamente comum entre os países-membros, com racionalidade de tarifas, liberdade econômica e chance de agir como um bloco comercial de verdade diante do mundo.

É pouco mais, no fim das contas, do que uma contrafação clássica de país subdesenvolvido que se mete a copiar país desenvolvido. Copiam os carimbos que acham bonitos, mas não querem copiar nada do que é indispensável para sair do subdesenvolvimento. O resultado é que uns tem o Mercado Comum Europeu – com moeda única, progresso, comércio mútuo sem imposto de importação. Outros tem o Mercosul. O Itamaraty e a religião do “Sul Global” ficam doentes quando são apresentados a esse tipo de fato. Seu argumento básico é que as exportações brasileiras para os sócios de Mercosul aumentaram muito da fundação da entidade, em 1991, até hoje. Não é um argumento. Em 1991, o total das exportações do Brasil para o mundo foi de 9,5 bilhões de dólares – isso mesmo, menos de 10 bilhões. No ano passado o Brasil exportou 340 bilhões, ou 35 vezes mais. Quer dizer: seria mesmo impossível não vender mais para o Mercosul – ou para a Cochinchina. A última palhaçada é a inclusão da Bolívia no grupo. Como alguma coisa pode melhorar com a Bolívia? Não pode.

O grande problema do Mercosul, quando se vai ver as realidades da vida um pouco mais de perto, é que o Mercosul não existe. Fora isso, está tudo bem. Os gatos gordos do governo continuam fazendo reuniões de cúpula, viajando para cima e para baixo e gastando conversa com jornalistas especializados em temas sul-americanos. Só que todo esse teatro, após mais de 30 anos de intensa simulação de atividade no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai não rendeu até hoje uma única e escassa empanada para o cidadão que está pagando a conta. Os analistas continuam levando o Mercosul a sério, ou fingindo que levam. Mas não existe nada de sério com o Mercosul, e nem vai existir.

Reunião de Cúpula do Mercosul no Paraguai, em julho de 2024 Foto: Divulgação/Presidência do Paraguai

Depois de 33 anos de conversa, de mesas-redondas e de negociações de alto, médio e baixo nível, tudo o que o Mercosul conseguiu produzir de prático até hoje foi a troca da placa dos carros e um novo passaporte onde está escrito: “Mercosul”. Ninguém, em nenhum dos quatro países-membros, estava sentindo necessidade de tirar uma chapa de carro diferente. Também não se conseguiu descobrir até agora qual a vantagem de ter um passaporte dizendo que você, além de brasileiro, é do “Mercosul”. E daí? Continuamos sendo todos do Terceiro Mundo, e não há Celso Amorim que possa resolver isso, nem a política externa “altiva” que existe na imaginação do presidente Lula. Fora essas bobagens, e pouco mais, o Mercosul não fez nada do que deveria ter feito: criar um mercado efetivamente comum entre os países-membros, com racionalidade de tarifas, liberdade econômica e chance de agir como um bloco comercial de verdade diante do mundo.

É pouco mais, no fim das contas, do que uma contrafação clássica de país subdesenvolvido que se mete a copiar país desenvolvido. Copiam os carimbos que acham bonitos, mas não querem copiar nada do que é indispensável para sair do subdesenvolvimento. O resultado é que uns tem o Mercado Comum Europeu – com moeda única, progresso, comércio mútuo sem imposto de importação. Outros tem o Mercosul. O Itamaraty e a religião do “Sul Global” ficam doentes quando são apresentados a esse tipo de fato. Seu argumento básico é que as exportações brasileiras para os sócios de Mercosul aumentaram muito da fundação da entidade, em 1991, até hoje. Não é um argumento. Em 1991, o total das exportações do Brasil para o mundo foi de 9,5 bilhões de dólares – isso mesmo, menos de 10 bilhões. No ano passado o Brasil exportou 340 bilhões, ou 35 vezes mais. Quer dizer: seria mesmo impossível não vender mais para o Mercosul – ou para a Cochinchina. A última palhaçada é a inclusão da Bolívia no grupo. Como alguma coisa pode melhorar com a Bolívia? Não pode.

Opinião por J.R. Guzzo

Jornalista escreve semanalmente sobre o cenário político e econômico do País

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.