O presidente Lula parece assustado com os danos que sua imagem possa vir a sofrer com as chacinas, o massacre de bebês de colo, o assassinato a sangue frio de 1.200 civis inocentes, incluindo três brasileiros, os estupros e o resto dos crimes que os seus parceiros do Hamas, a associação terrorista que comanda a região de Gaza com uma ditadura, cometeram em Israel. É algo que só os grupos de extermínio de judeus na Alemanha nazista conseguiram fazer até hoje.
Todas as democracias sérias do mundo condenaram com indignação os ataques. Não dá para dizer, como Lula em geral diz quando seus aliados agem como agiram agora, que foi uma “armação”. É verdade que a esquerda extremista que controla regiões inteiras do seu governo diz que “não há provas”, por exemplo, de que os bebês carbonizados e degolados que aparecem nas fotos foram mortos pelo Hamas; talvez tenham se suicidado, ou sido mortos pelos próprios pais só para prejudicar a “causa palestina”. Mas isso só mostra a que ponto a esquerda nacional consegue se rebaixar. O fato, indiscutível, é que os “palestinos” que Lula venera em público há tantos anos se mostraram ao mundo todo como assassinos em massa.
Diante dessa calamidade, e dos prejuízos políticos que ela poderia causar, Lula teria de dizer alguma coisa – não porque ele se importe com as atrocidades, mas pelo seu simples instinto de sobrevivência. Só que não disse, até hoje. Vacilou, fez que ia, mas não foi, e acabou, para todos os efeitos práticos, não fazendo nada. O que adianta dizer que ele “lamenta” a morte de “civis”, quando, na mesma frase, abençoa os assassinos?
Lula quer que as “hostilidades cessem”, como se não houvesse um agressor e um agredido. Pede, com suas orações pela paz, que os terroristas parem de matar – mas não quer que Israel se defenda deles, nem que reaja aos crimes que a sua população sofreu. Seu ministro do Exterior, aquele que realmente manda, diz que os massacres foram “as consequências” do que o próprio Estado de Israel tem feito – ou seja, os judeus são culpados de se defenderem de um inimigo que quer a extinção física do seu país. Uma nota oficial do Itamaraty chamou de “falecimento” o assassinato brutal de um brasileiro pelos terroristas; é, sem dúvida, um dos piores momentos da “Casa de Rio Branco”. Em suma: com sua “neutralidade” anti-israelense o governo brasileiro é cúmplice dos massacres.
O fato é que Lula, por mais receios que possa ter, não consegue ficar contra nada do que acha de “esquerda” ou “progressista”. O presidente não permite, simplesmente, que qualquer consideração de ordem moral interfira em suas posições e seus interesses políticos.