Bolsonaro exalta Elon Musk, critica ministros de Lula e terceiriza ataques a Alexandre de Moraes


Protesto foi convocado pelo próprio ex-presidente e tenta repetir manifestação que reuniu milhares de bolsonaristas na Paulista em fevereiro; no final, Bolsonaro posou para fotos com pré-candidatos nas eleições de 2024

Por Roberta Jansen, Marcio Dolzan, Hugo Henud, Levy Teles, Zeca Ferreira e Vinícius Valfré
Atualização:

RIO E BRASÍLIA - O ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro, neste domingo, 21, foi marcado por acusações de parcialidade contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e por manifestações de gratidão ao empresário Elon Musk, dono do X, da Tesla, da SpaceX e da rede de satélites Starlink.

No discurso, Bolsonaro disse que o empresário é um “mito da liberdade” e fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à equipe de governo do petista. O ex-presidente, alvo de investigação por tentativa de golpe de Estado, terceirizou a aliados os ataques a Moraes e sugeriu que a pressão que vem sofrendo seria para “concluir o trabalho de Juiz de Fora”, onde foi vítima de uma facada em 2022.

O ex-presidente voltou a minimizar a minuta do golpe, documento encontrado pela Polícia Federal. Segundo a investigação, Bolsonaro não só tinha conhecimento como também editou o texto que poderia ser usado para justificar uma ruptura sem motivos legais. “É uma proposta que o presidente dentro de suas atribuições constitucionais pode submeter ao Congresso brasileiro. O presidente só baixa decreto depois que o Parlamento der o sinal verde”, disse.

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Ao final dos discursos, Bolsonaro posou para fotos de braços estendidos com aliados que estavam no palanque. Boa parte deles vai disputar as eleições de 2024. Na corrida pelo prefeitura do Rio, o deputado Alexandre Ramagem deverá ser o representante do bolsonarismo.

A manifestação em Copacabana neste domingo foi um novo capítulo da busca por apoio popular por parte de Bolsonaro, pressionado por investigações que correm no STF e pelas condenações que o deixaram inelegível até 2030. A primeira foi realizada na Avenida Paulista, em fevereiro.

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Elon Musk instigava há duas semanas uma campanha contra instituições brasileiras com acusações de fraude eleitoral e censura. No discurso, Bolsonaro pediu aplausos para o bilionário. “Quando eu estive com Elon Musk, em 2022, começaram a me chamar de mito. Eu falei ‘não, aqui sim temos um mito da liberdade: Elon Musk’”, disse.

O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) fez parte do discurso em inglês porque “Elon Musk está olhando”. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também pediu palmas ao empresário “pelo que ele está fazendo”.

Coube ao pastor evangélico Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, o discurso mais duro. Ele disse que Alexandre de Moraes é um ditador que adota um “modus operandi” comum aos ditadores, o de “prender alguns para colocar medo em outros”.

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O religioso também cobrou a renúncia dos chefes das Forças Armadas e chamou de “frouxo e covarde” o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, por não pautar um impeachment do ministro da Suprema Corte. Pacheco disse ao Estadão que não comentará as menções que lhe foram feitas.

“É safadeza dizer que Jair Messias Bolsonaro tramou um golpe. Tentativa de golpe está no Artigo 359 do Código Penal, que diz que tentativa de golpe é tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais. Lula foi impedido de ser presidente? Os ministros do STF foram impedidos? Cadê o canhão? Cadê a bomba?”, disse.

O ato também serviu para expor bolsonaristas que serão lançados nas disputas pelas prefeituras nas eleições de outubro. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que os eleitores cariocas precisam “de uma política nova”, de “gente de bem”. Ela optou por um discurso menos inflamado, na comparação com o tom adotado no ato de fevereiro. Na Avenida Paulista, ela reclamou de “ataques e injustiças” e afirmou que “fomos negligentes ao não misturar religião e política” porque “o mal tomou o espaço”.

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Em um discurso com verniz religioso, Michelle também fez críticas ao feminismo. “Mulheres sábias edificam uma nação. E essa mensagem que queremos passar para vocês. Mulheres femininas, mulher fazendo uma política feminina e não feminista”, afirmou.

Nikolas Ferreira também apostou em tom religioso. “Este País não precisa de mais projetos de lei, este País não precisa mais de emenda. Este País precisa de homens com testosterona”, disse.

Restrições de contato

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A manifestação desde domingo foi aberta pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto. Ele disse que é no Rio onde o partido é mais forte e anunciou os principais nomes da sigla no Estado. Em seguida, Valdemar saiu do carro de som porque, por decisão do STF, ele não pode manter contato com Bolsonaro. Eles são investigados por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.

“Quero cumprimentar todos meus parceiros aqui porque o PL mais forte do Brasil é aqui do Rio de Janeiro” disse. “Temos Bolsonaro, que vota no Rio de Janeiro, Michelle Bolsonaro, Cláudio Castro, Flávio Bolsonaro, Carlos Portinho, Romário, grande jogador”, disse Valdemar, para então ouvir vaias do público ao ex-jogador.

O general Braga Netto, vice na chapa de Bolsonaro em 2022, também não pode se encontrar com o ex-presidente por determinação judicial e não subiu no carro de som. Assim como Bolsonaro, o militar está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral.

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Ex-presidente da Republica do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, promove ato com presenca de aliados politicos e simpatizantes na praia de Copacabana, Zona Sul da cidade, neste domingo (21). Foto: Alexandre Brum/Estadão Foto: Alexandre Brum/Estadão

Antes do ato, abordado pelo Estadão, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que a manifestação procura defender a democracia no País. “Espero que dê tudo certo aqui e que a liberdade de expressão, tão importante para a democracia, seja preservada”. Ele preferiu não falar sobre situação no Supremo Tribunal Federal, corte em que é alvo de investigação por tentativa de golpe de Estado.

Ainda antes do evento, o pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do ato pró-Jair Bolsonaro, avisou que seu foco seria o ministro Alexandre de Moraes.

“Meu negócio não é STF, meu negócio é Alexandre de Moraes”, disse ao Estadão. “Vamos mostrar através de fatos o que está acontecendo nesse País.” O pastor fez o comentário ao chegar ao hotel próximo ao local da manifestação e onde Bolsonaro passou a noite.

Para Musk e aliados de Bolsonaro, as decisões de Moraes no âmbito do inquérito das milícias digitais têm atropelado princípios processuais e restringido a liberdade de expressão por meio da remoção de perfis em redes sociais. Para especialista ouvido pelo Estadão, o ministro do Supremo atravessou o limite em nome da democracia e por achar que redes são risco. Contudo, os alvos de decisões de Moraes que tiveram perfis bloqueados eram políticos ou ativistas que vinham fazendo ataques reiterados às instituições e ao sistema de votação eletrônica.

RIO E BRASÍLIA - O ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro, neste domingo, 21, foi marcado por acusações de parcialidade contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e por manifestações de gratidão ao empresário Elon Musk, dono do X, da Tesla, da SpaceX e da rede de satélites Starlink.

No discurso, Bolsonaro disse que o empresário é um “mito da liberdade” e fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à equipe de governo do petista. O ex-presidente, alvo de investigação por tentativa de golpe de Estado, terceirizou a aliados os ataques a Moraes e sugeriu que a pressão que vem sofrendo seria para “concluir o trabalho de Juiz de Fora”, onde foi vítima de uma facada em 2022.

O ex-presidente voltou a minimizar a minuta do golpe, documento encontrado pela Polícia Federal. Segundo a investigação, Bolsonaro não só tinha conhecimento como também editou o texto que poderia ser usado para justificar uma ruptura sem motivos legais. “É uma proposta que o presidente dentro de suas atribuições constitucionais pode submeter ao Congresso brasileiro. O presidente só baixa decreto depois que o Parlamento der o sinal verde”, disse.

Ao final dos discursos, Bolsonaro posou para fotos de braços estendidos com aliados que estavam no palanque. Boa parte deles vai disputar as eleições de 2024. Na corrida pelo prefeitura do Rio, o deputado Alexandre Ramagem deverá ser o representante do bolsonarismo.

A manifestação em Copacabana neste domingo foi um novo capítulo da busca por apoio popular por parte de Bolsonaro, pressionado por investigações que correm no STF e pelas condenações que o deixaram inelegível até 2030. A primeira foi realizada na Avenida Paulista, em fevereiro.

Elon Musk instigava há duas semanas uma campanha contra instituições brasileiras com acusações de fraude eleitoral e censura. No discurso, Bolsonaro pediu aplausos para o bilionário. “Quando eu estive com Elon Musk, em 2022, começaram a me chamar de mito. Eu falei ‘não, aqui sim temos um mito da liberdade: Elon Musk’”, disse.

O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) fez parte do discurso em inglês porque “Elon Musk está olhando”. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também pediu palmas ao empresário “pelo que ele está fazendo”.

Coube ao pastor evangélico Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, o discurso mais duro. Ele disse que Alexandre de Moraes é um ditador que adota um “modus operandi” comum aos ditadores, o de “prender alguns para colocar medo em outros”.

O religioso também cobrou a renúncia dos chefes das Forças Armadas e chamou de “frouxo e covarde” o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, por não pautar um impeachment do ministro da Suprema Corte. Pacheco disse ao Estadão que não comentará as menções que lhe foram feitas.

“É safadeza dizer que Jair Messias Bolsonaro tramou um golpe. Tentativa de golpe está no Artigo 359 do Código Penal, que diz que tentativa de golpe é tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais. Lula foi impedido de ser presidente? Os ministros do STF foram impedidos? Cadê o canhão? Cadê a bomba?”, disse.

O ato também serviu para expor bolsonaristas que serão lançados nas disputas pelas prefeituras nas eleições de outubro. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que os eleitores cariocas precisam “de uma política nova”, de “gente de bem”. Ela optou por um discurso menos inflamado, na comparação com o tom adotado no ato de fevereiro. Na Avenida Paulista, ela reclamou de “ataques e injustiças” e afirmou que “fomos negligentes ao não misturar religião e política” porque “o mal tomou o espaço”.

Em um discurso com verniz religioso, Michelle também fez críticas ao feminismo. “Mulheres sábias edificam uma nação. E essa mensagem que queremos passar para vocês. Mulheres femininas, mulher fazendo uma política feminina e não feminista”, afirmou.

Nikolas Ferreira também apostou em tom religioso. “Este País não precisa de mais projetos de lei, este País não precisa mais de emenda. Este País precisa de homens com testosterona”, disse.

Restrições de contato

A manifestação desde domingo foi aberta pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto. Ele disse que é no Rio onde o partido é mais forte e anunciou os principais nomes da sigla no Estado. Em seguida, Valdemar saiu do carro de som porque, por decisão do STF, ele não pode manter contato com Bolsonaro. Eles são investigados por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.

“Quero cumprimentar todos meus parceiros aqui porque o PL mais forte do Brasil é aqui do Rio de Janeiro” disse. “Temos Bolsonaro, que vota no Rio de Janeiro, Michelle Bolsonaro, Cláudio Castro, Flávio Bolsonaro, Carlos Portinho, Romário, grande jogador”, disse Valdemar, para então ouvir vaias do público ao ex-jogador.

O general Braga Netto, vice na chapa de Bolsonaro em 2022, também não pode se encontrar com o ex-presidente por determinação judicial e não subiu no carro de som. Assim como Bolsonaro, o militar está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral.

Ex-presidente da Republica do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, promove ato com presenca de aliados politicos e simpatizantes na praia de Copacabana, Zona Sul da cidade, neste domingo (21). Foto: Alexandre Brum/Estadão Foto: Alexandre Brum/Estadão

Antes do ato, abordado pelo Estadão, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que a manifestação procura defender a democracia no País. “Espero que dê tudo certo aqui e que a liberdade de expressão, tão importante para a democracia, seja preservada”. Ele preferiu não falar sobre situação no Supremo Tribunal Federal, corte em que é alvo de investigação por tentativa de golpe de Estado.

Ainda antes do evento, o pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do ato pró-Jair Bolsonaro, avisou que seu foco seria o ministro Alexandre de Moraes.

“Meu negócio não é STF, meu negócio é Alexandre de Moraes”, disse ao Estadão. “Vamos mostrar através de fatos o que está acontecendo nesse País.” O pastor fez o comentário ao chegar ao hotel próximo ao local da manifestação e onde Bolsonaro passou a noite.

Para Musk e aliados de Bolsonaro, as decisões de Moraes no âmbito do inquérito das milícias digitais têm atropelado princípios processuais e restringido a liberdade de expressão por meio da remoção de perfis em redes sociais. Para especialista ouvido pelo Estadão, o ministro do Supremo atravessou o limite em nome da democracia e por achar que redes são risco. Contudo, os alvos de decisões de Moraes que tiveram perfis bloqueados eram políticos ou ativistas que vinham fazendo ataques reiterados às instituições e ao sistema de votação eletrônica.

RIO E BRASÍLIA - O ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro, neste domingo, 21, foi marcado por acusações de parcialidade contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e por manifestações de gratidão ao empresário Elon Musk, dono do X, da Tesla, da SpaceX e da rede de satélites Starlink.

No discurso, Bolsonaro disse que o empresário é um “mito da liberdade” e fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à equipe de governo do petista. O ex-presidente, alvo de investigação por tentativa de golpe de Estado, terceirizou a aliados os ataques a Moraes e sugeriu que a pressão que vem sofrendo seria para “concluir o trabalho de Juiz de Fora”, onde foi vítima de uma facada em 2022.

O ex-presidente voltou a minimizar a minuta do golpe, documento encontrado pela Polícia Federal. Segundo a investigação, Bolsonaro não só tinha conhecimento como também editou o texto que poderia ser usado para justificar uma ruptura sem motivos legais. “É uma proposta que o presidente dentro de suas atribuições constitucionais pode submeter ao Congresso brasileiro. O presidente só baixa decreto depois que o Parlamento der o sinal verde”, disse.

Ao final dos discursos, Bolsonaro posou para fotos de braços estendidos com aliados que estavam no palanque. Boa parte deles vai disputar as eleições de 2024. Na corrida pelo prefeitura do Rio, o deputado Alexandre Ramagem deverá ser o representante do bolsonarismo.

A manifestação em Copacabana neste domingo foi um novo capítulo da busca por apoio popular por parte de Bolsonaro, pressionado por investigações que correm no STF e pelas condenações que o deixaram inelegível até 2030. A primeira foi realizada na Avenida Paulista, em fevereiro.

Elon Musk instigava há duas semanas uma campanha contra instituições brasileiras com acusações de fraude eleitoral e censura. No discurso, Bolsonaro pediu aplausos para o bilionário. “Quando eu estive com Elon Musk, em 2022, começaram a me chamar de mito. Eu falei ‘não, aqui sim temos um mito da liberdade: Elon Musk’”, disse.

O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) fez parte do discurso em inglês porque “Elon Musk está olhando”. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também pediu palmas ao empresário “pelo que ele está fazendo”.

Coube ao pastor evangélico Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, o discurso mais duro. Ele disse que Alexandre de Moraes é um ditador que adota um “modus operandi” comum aos ditadores, o de “prender alguns para colocar medo em outros”.

O religioso também cobrou a renúncia dos chefes das Forças Armadas e chamou de “frouxo e covarde” o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, por não pautar um impeachment do ministro da Suprema Corte. Pacheco disse ao Estadão que não comentará as menções que lhe foram feitas.

“É safadeza dizer que Jair Messias Bolsonaro tramou um golpe. Tentativa de golpe está no Artigo 359 do Código Penal, que diz que tentativa de golpe é tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais. Lula foi impedido de ser presidente? Os ministros do STF foram impedidos? Cadê o canhão? Cadê a bomba?”, disse.

O ato também serviu para expor bolsonaristas que serão lançados nas disputas pelas prefeituras nas eleições de outubro. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que os eleitores cariocas precisam “de uma política nova”, de “gente de bem”. Ela optou por um discurso menos inflamado, na comparação com o tom adotado no ato de fevereiro. Na Avenida Paulista, ela reclamou de “ataques e injustiças” e afirmou que “fomos negligentes ao não misturar religião e política” porque “o mal tomou o espaço”.

Em um discurso com verniz religioso, Michelle também fez críticas ao feminismo. “Mulheres sábias edificam uma nação. E essa mensagem que queremos passar para vocês. Mulheres femininas, mulher fazendo uma política feminina e não feminista”, afirmou.

Nikolas Ferreira também apostou em tom religioso. “Este País não precisa de mais projetos de lei, este País não precisa mais de emenda. Este País precisa de homens com testosterona”, disse.

Restrições de contato

A manifestação desde domingo foi aberta pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto. Ele disse que é no Rio onde o partido é mais forte e anunciou os principais nomes da sigla no Estado. Em seguida, Valdemar saiu do carro de som porque, por decisão do STF, ele não pode manter contato com Bolsonaro. Eles são investigados por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.

“Quero cumprimentar todos meus parceiros aqui porque o PL mais forte do Brasil é aqui do Rio de Janeiro” disse. “Temos Bolsonaro, que vota no Rio de Janeiro, Michelle Bolsonaro, Cláudio Castro, Flávio Bolsonaro, Carlos Portinho, Romário, grande jogador”, disse Valdemar, para então ouvir vaias do público ao ex-jogador.

O general Braga Netto, vice na chapa de Bolsonaro em 2022, também não pode se encontrar com o ex-presidente por determinação judicial e não subiu no carro de som. Assim como Bolsonaro, o militar está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral.

Ex-presidente da Republica do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, promove ato com presenca de aliados politicos e simpatizantes na praia de Copacabana, Zona Sul da cidade, neste domingo (21). Foto: Alexandre Brum/Estadão Foto: Alexandre Brum/Estadão

Antes do ato, abordado pelo Estadão, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que a manifestação procura defender a democracia no País. “Espero que dê tudo certo aqui e que a liberdade de expressão, tão importante para a democracia, seja preservada”. Ele preferiu não falar sobre situação no Supremo Tribunal Federal, corte em que é alvo de investigação por tentativa de golpe de Estado.

Ainda antes do evento, o pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do ato pró-Jair Bolsonaro, avisou que seu foco seria o ministro Alexandre de Moraes.

“Meu negócio não é STF, meu negócio é Alexandre de Moraes”, disse ao Estadão. “Vamos mostrar através de fatos o que está acontecendo nesse País.” O pastor fez o comentário ao chegar ao hotel próximo ao local da manifestação e onde Bolsonaro passou a noite.

Para Musk e aliados de Bolsonaro, as decisões de Moraes no âmbito do inquérito das milícias digitais têm atropelado princípios processuais e restringido a liberdade de expressão por meio da remoção de perfis em redes sociais. Para especialista ouvido pelo Estadão, o ministro do Supremo atravessou o limite em nome da democracia e por achar que redes são risco. Contudo, os alvos de decisões de Moraes que tiveram perfis bloqueados eram políticos ou ativistas que vinham fazendo ataques reiterados às instituições e ao sistema de votação eletrônica.

RIO E BRASÍLIA - O ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro, neste domingo, 21, foi marcado por acusações de parcialidade contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e por manifestações de gratidão ao empresário Elon Musk, dono do X, da Tesla, da SpaceX e da rede de satélites Starlink.

No discurso, Bolsonaro disse que o empresário é um “mito da liberdade” e fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à equipe de governo do petista. O ex-presidente, alvo de investigação por tentativa de golpe de Estado, terceirizou a aliados os ataques a Moraes e sugeriu que a pressão que vem sofrendo seria para “concluir o trabalho de Juiz de Fora”, onde foi vítima de uma facada em 2022.

O ex-presidente voltou a minimizar a minuta do golpe, documento encontrado pela Polícia Federal. Segundo a investigação, Bolsonaro não só tinha conhecimento como também editou o texto que poderia ser usado para justificar uma ruptura sem motivos legais. “É uma proposta que o presidente dentro de suas atribuições constitucionais pode submeter ao Congresso brasileiro. O presidente só baixa decreto depois que o Parlamento der o sinal verde”, disse.

Ao final dos discursos, Bolsonaro posou para fotos de braços estendidos com aliados que estavam no palanque. Boa parte deles vai disputar as eleições de 2024. Na corrida pelo prefeitura do Rio, o deputado Alexandre Ramagem deverá ser o representante do bolsonarismo.

A manifestação em Copacabana neste domingo foi um novo capítulo da busca por apoio popular por parte de Bolsonaro, pressionado por investigações que correm no STF e pelas condenações que o deixaram inelegível até 2030. A primeira foi realizada na Avenida Paulista, em fevereiro.

Elon Musk instigava há duas semanas uma campanha contra instituições brasileiras com acusações de fraude eleitoral e censura. No discurso, Bolsonaro pediu aplausos para o bilionário. “Quando eu estive com Elon Musk, em 2022, começaram a me chamar de mito. Eu falei ‘não, aqui sim temos um mito da liberdade: Elon Musk’”, disse.

O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) fez parte do discurso em inglês porque “Elon Musk está olhando”. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também pediu palmas ao empresário “pelo que ele está fazendo”.

Coube ao pastor evangélico Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, o discurso mais duro. Ele disse que Alexandre de Moraes é um ditador que adota um “modus operandi” comum aos ditadores, o de “prender alguns para colocar medo em outros”.

O religioso também cobrou a renúncia dos chefes das Forças Armadas e chamou de “frouxo e covarde” o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, por não pautar um impeachment do ministro da Suprema Corte. Pacheco disse ao Estadão que não comentará as menções que lhe foram feitas.

“É safadeza dizer que Jair Messias Bolsonaro tramou um golpe. Tentativa de golpe está no Artigo 359 do Código Penal, que diz que tentativa de golpe é tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais. Lula foi impedido de ser presidente? Os ministros do STF foram impedidos? Cadê o canhão? Cadê a bomba?”, disse.

O ato também serviu para expor bolsonaristas que serão lançados nas disputas pelas prefeituras nas eleições de outubro. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que os eleitores cariocas precisam “de uma política nova”, de “gente de bem”. Ela optou por um discurso menos inflamado, na comparação com o tom adotado no ato de fevereiro. Na Avenida Paulista, ela reclamou de “ataques e injustiças” e afirmou que “fomos negligentes ao não misturar religião e política” porque “o mal tomou o espaço”.

Em um discurso com verniz religioso, Michelle também fez críticas ao feminismo. “Mulheres sábias edificam uma nação. E essa mensagem que queremos passar para vocês. Mulheres femininas, mulher fazendo uma política feminina e não feminista”, afirmou.

Nikolas Ferreira também apostou em tom religioso. “Este País não precisa de mais projetos de lei, este País não precisa mais de emenda. Este País precisa de homens com testosterona”, disse.

Restrições de contato

A manifestação desde domingo foi aberta pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto. Ele disse que é no Rio onde o partido é mais forte e anunciou os principais nomes da sigla no Estado. Em seguida, Valdemar saiu do carro de som porque, por decisão do STF, ele não pode manter contato com Bolsonaro. Eles são investigados por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.

“Quero cumprimentar todos meus parceiros aqui porque o PL mais forte do Brasil é aqui do Rio de Janeiro” disse. “Temos Bolsonaro, que vota no Rio de Janeiro, Michelle Bolsonaro, Cláudio Castro, Flávio Bolsonaro, Carlos Portinho, Romário, grande jogador”, disse Valdemar, para então ouvir vaias do público ao ex-jogador.

O general Braga Netto, vice na chapa de Bolsonaro em 2022, também não pode se encontrar com o ex-presidente por determinação judicial e não subiu no carro de som. Assim como Bolsonaro, o militar está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral.

Ex-presidente da Republica do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, promove ato com presenca de aliados politicos e simpatizantes na praia de Copacabana, Zona Sul da cidade, neste domingo (21). Foto: Alexandre Brum/Estadão Foto: Alexandre Brum/Estadão

Antes do ato, abordado pelo Estadão, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que a manifestação procura defender a democracia no País. “Espero que dê tudo certo aqui e que a liberdade de expressão, tão importante para a democracia, seja preservada”. Ele preferiu não falar sobre situação no Supremo Tribunal Federal, corte em que é alvo de investigação por tentativa de golpe de Estado.

Ainda antes do evento, o pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do ato pró-Jair Bolsonaro, avisou que seu foco seria o ministro Alexandre de Moraes.

“Meu negócio não é STF, meu negócio é Alexandre de Moraes”, disse ao Estadão. “Vamos mostrar através de fatos o que está acontecendo nesse País.” O pastor fez o comentário ao chegar ao hotel próximo ao local da manifestação e onde Bolsonaro passou a noite.

Para Musk e aliados de Bolsonaro, as decisões de Moraes no âmbito do inquérito das milícias digitais têm atropelado princípios processuais e restringido a liberdade de expressão por meio da remoção de perfis em redes sociais. Para especialista ouvido pelo Estadão, o ministro do Supremo atravessou o limite em nome da democracia e por achar que redes são risco. Contudo, os alvos de decisões de Moraes que tiveram perfis bloqueados eram políticos ou ativistas que vinham fazendo ataques reiterados às instituições e ao sistema de votação eletrônica.

RIO E BRASÍLIA - O ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro, neste domingo, 21, foi marcado por acusações de parcialidade contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e por manifestações de gratidão ao empresário Elon Musk, dono do X, da Tesla, da SpaceX e da rede de satélites Starlink.

No discurso, Bolsonaro disse que o empresário é um “mito da liberdade” e fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à equipe de governo do petista. O ex-presidente, alvo de investigação por tentativa de golpe de Estado, terceirizou a aliados os ataques a Moraes e sugeriu que a pressão que vem sofrendo seria para “concluir o trabalho de Juiz de Fora”, onde foi vítima de uma facada em 2022.

O ex-presidente voltou a minimizar a minuta do golpe, documento encontrado pela Polícia Federal. Segundo a investigação, Bolsonaro não só tinha conhecimento como também editou o texto que poderia ser usado para justificar uma ruptura sem motivos legais. “É uma proposta que o presidente dentro de suas atribuições constitucionais pode submeter ao Congresso brasileiro. O presidente só baixa decreto depois que o Parlamento der o sinal verde”, disse.

Ao final dos discursos, Bolsonaro posou para fotos de braços estendidos com aliados que estavam no palanque. Boa parte deles vai disputar as eleições de 2024. Na corrida pelo prefeitura do Rio, o deputado Alexandre Ramagem deverá ser o representante do bolsonarismo.

A manifestação em Copacabana neste domingo foi um novo capítulo da busca por apoio popular por parte de Bolsonaro, pressionado por investigações que correm no STF e pelas condenações que o deixaram inelegível até 2030. A primeira foi realizada na Avenida Paulista, em fevereiro.

Elon Musk instigava há duas semanas uma campanha contra instituições brasileiras com acusações de fraude eleitoral e censura. No discurso, Bolsonaro pediu aplausos para o bilionário. “Quando eu estive com Elon Musk, em 2022, começaram a me chamar de mito. Eu falei ‘não, aqui sim temos um mito da liberdade: Elon Musk’”, disse.

O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) fez parte do discurso em inglês porque “Elon Musk está olhando”. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também pediu palmas ao empresário “pelo que ele está fazendo”.

Coube ao pastor evangélico Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, o discurso mais duro. Ele disse que Alexandre de Moraes é um ditador que adota um “modus operandi” comum aos ditadores, o de “prender alguns para colocar medo em outros”.

O religioso também cobrou a renúncia dos chefes das Forças Armadas e chamou de “frouxo e covarde” o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, por não pautar um impeachment do ministro da Suprema Corte. Pacheco disse ao Estadão que não comentará as menções que lhe foram feitas.

“É safadeza dizer que Jair Messias Bolsonaro tramou um golpe. Tentativa de golpe está no Artigo 359 do Código Penal, que diz que tentativa de golpe é tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais. Lula foi impedido de ser presidente? Os ministros do STF foram impedidos? Cadê o canhão? Cadê a bomba?”, disse.

O ato também serviu para expor bolsonaristas que serão lançados nas disputas pelas prefeituras nas eleições de outubro. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que os eleitores cariocas precisam “de uma política nova”, de “gente de bem”. Ela optou por um discurso menos inflamado, na comparação com o tom adotado no ato de fevereiro. Na Avenida Paulista, ela reclamou de “ataques e injustiças” e afirmou que “fomos negligentes ao não misturar religião e política” porque “o mal tomou o espaço”.

Em um discurso com verniz religioso, Michelle também fez críticas ao feminismo. “Mulheres sábias edificam uma nação. E essa mensagem que queremos passar para vocês. Mulheres femininas, mulher fazendo uma política feminina e não feminista”, afirmou.

Nikolas Ferreira também apostou em tom religioso. “Este País não precisa de mais projetos de lei, este País não precisa mais de emenda. Este País precisa de homens com testosterona”, disse.

Restrições de contato

A manifestação desde domingo foi aberta pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto. Ele disse que é no Rio onde o partido é mais forte e anunciou os principais nomes da sigla no Estado. Em seguida, Valdemar saiu do carro de som porque, por decisão do STF, ele não pode manter contato com Bolsonaro. Eles são investigados por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.

“Quero cumprimentar todos meus parceiros aqui porque o PL mais forte do Brasil é aqui do Rio de Janeiro” disse. “Temos Bolsonaro, que vota no Rio de Janeiro, Michelle Bolsonaro, Cláudio Castro, Flávio Bolsonaro, Carlos Portinho, Romário, grande jogador”, disse Valdemar, para então ouvir vaias do público ao ex-jogador.

O general Braga Netto, vice na chapa de Bolsonaro em 2022, também não pode se encontrar com o ex-presidente por determinação judicial e não subiu no carro de som. Assim como Bolsonaro, o militar está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral.

Ex-presidente da Republica do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, promove ato com presenca de aliados politicos e simpatizantes na praia de Copacabana, Zona Sul da cidade, neste domingo (21). Foto: Alexandre Brum/Estadão Foto: Alexandre Brum/Estadão

Antes do ato, abordado pelo Estadão, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que a manifestação procura defender a democracia no País. “Espero que dê tudo certo aqui e que a liberdade de expressão, tão importante para a democracia, seja preservada”. Ele preferiu não falar sobre situação no Supremo Tribunal Federal, corte em que é alvo de investigação por tentativa de golpe de Estado.

Ainda antes do evento, o pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do ato pró-Jair Bolsonaro, avisou que seu foco seria o ministro Alexandre de Moraes.

“Meu negócio não é STF, meu negócio é Alexandre de Moraes”, disse ao Estadão. “Vamos mostrar através de fatos o que está acontecendo nesse País.” O pastor fez o comentário ao chegar ao hotel próximo ao local da manifestação e onde Bolsonaro passou a noite.

Para Musk e aliados de Bolsonaro, as decisões de Moraes no âmbito do inquérito das milícias digitais têm atropelado princípios processuais e restringido a liberdade de expressão por meio da remoção de perfis em redes sociais. Para especialista ouvido pelo Estadão, o ministro do Supremo atravessou o limite em nome da democracia e por achar que redes são risco. Contudo, os alvos de decisões de Moraes que tiveram perfis bloqueados eram políticos ou ativistas que vinham fazendo ataques reiterados às instituições e ao sistema de votação eletrônica.

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