O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve declarar apoio à pré-candidatura de seu filho mais novo, Jair Renan, no evento em que irá neste final de semana em Balneário Camboriú (SC). A assessoria jurídica do filho “04″ confirmou que ele estará presente na cúpula que vai reunir políticos da direita na cidade catarinense, e que fará pré-campanha na rua e visitas, “naturalmente ao lado do pai”, mas sem “burlar a lei eleitoral”.
Jair Renan foi exonerado na última segunda-feira, 1°, do gabinete do senador Jorge Seif (PL-SC), onde era assessor parlamentar no escritório de apoio, localizado em Balneário, desde março do ano passado. A pré-candidatura do carioca foi lançada em março, quando Renan se filiou ao PL e postou fotos nas redes sociais ao lado do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), presidente da sigla no Estado. No mesmo mês, Renan virou réu, acusado pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro.
O evento em que ambos estarão presentes é uma “versão brasileira” do Conservative Political Action Conference (CPAC), que reúne nomes do conservadorismo dos Estados Unidos em congressos anuais desde 1973. O evento foi organizado pelo Instituto Conservador Liberal, presidido pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), irmão mais velho de Renan.
O presidente da Argentina, Javier Milei, foi um dos nomes internacionais que confirmou presença na cúpula de direita e cancelou a ida dele para o encontro de chefes de Estado do Mercosul, marcado para a próxima segunda-feira, 8, em Assunção, capital do Paraguai. Após a confirmação de Milei, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desistiu de ir para Itajaí, que fica a 15 quilômetros de distância da cidade que sediará o evento da direita. Segundo fontes ouvidas pelo Estadão, a visita de Lula poderia gerar desgaste político e risco de hostilidade contra o petista.
Caso Jair Renan se eleja, a família Bolsonaro terá mais um integrante em um cargo eletivo. Todos os irmãos estão na vida pública, com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na Câmara, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no Senado e Carlos Bolsonaro (PL-RJ) na Câmara municipal do Rio, reduto político do clã bolsonarista. Por enquanto, Laura, de 13 anos, é a única filha de Bolsonaro que está fora da política.