Bolsonaro reage à versão do ministério de Dino sobre reunião com mulher de líder do Comando Vermelho


Ex-presidente usou as redes sociais, nesta terça-feira, para comentar revelação do ‘Estadão’ de que documentos contrariam versão do Ministério da Justiça sobre os encontros com integrante de facção criminosa

Por Rayanderson Guerra

RIO – Em uma reação à revelação do Estadão de que assessores do ministro da Justiça, Flávio Dino, receberam dentro do prédio do ministério uma integrante do Comando Vermelho, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais na manhã desta terça-feira, 14, para comentar o caso envolvendo membros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e integrantes da facção criminosa.

Bolsonaro compartilhou a reportagem do Estadão e escreveu: “Culpem o Bozo que o sistema faz a parte dele!”.

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É a primeira manifestação pública do ex-chefe do Executivo após o caso vir à tona. Aliados do ex-presidente pressionam o Legislativo e os órgãos de controle, como a Procuradoria-Geral da República (PGR), a abrirem processos investigatórios.

Nesta terça-feira, 13, a pasta comandada por Dino argumentou que não tinha como saber da relação de Luciane Barbosa Farias com o Comando Vermelho pois quem pediu a audiência foi advogada Janira Rocha, ex-deputada estadual pelo PSOL no Rio de Janeiro. Portanto, não havia prévio conhecimento da presença de Luciane na reunião. Os documentos mostram, porém, que Janira é ligada também à facção.

A advogada responsável por agendar com o Ministério da Justiça a realização de audiências com a presença da mulher do líder do Comando Vermelho no Amazonas recebeu pagamentos da facção criminosa, conforme recibos bancários obtidos pelo Estadão. O nome de Luciane não aparece na agenda do ministério – apenas o de Janira.

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Recibos bancários mostram pagamentos para Janira Rocha Foto: PC/AM - Reprodução

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, acionou a PGR contra Dino e pediu que “sejam apurados os fatos e as responsabilidades civil e criminal dos envolvidos”.

“Ante à gravidade dos fatos narrados, contrários aos princípios que devem pautar a administração pública, em total afronta ao ordenamento jurídico, é de rigor que essa Procuradoria-Geral da República adote com a maior urgência medidas com vistas a coibir as ações do Ministro da Justiça e Segurança Pública, bem como para que sejam apurados os fatos e as responsabilidades civil e criminal dos envolvidos”, diz a representação.

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Conhecida como “dama do tráfico amazonense”, Luciane Barbosa Farias esteve em audiências com dois secretários e dois diretores da pasta de Dino num período de três meses. O nome dela não consta nas agendas oficiais. Ela é esposa de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, considerado um dos líderes do Comando Vermelho.

Luciane Barbosa Faria e o secretário nacional de políticas penais do MJ, Rafael Velasco Brandani Foto: Reprodução: Instagram/ @associacaoliberdadedoam

Procurado, o Ministério da Justiça admite que a “cidadã”, como se referem a Luciane, foi recebida por secretários do ministro Flávio Dino, mas afirma que ela integrou uma comitiva e era “impossível” o setor de inteligência detectar previamente a presença dela. Agendas públicas de autoridades costumam trazer informações sobre os demais participantes das reuniões, e não apenas da pessoa que pediu a agenda. A falta de controle pode inclusive representar um risco para os servidores.

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Além de Flávio Bolsonaro, parlamentares da oposição pedem que o ministro Flávio Dino seja convocado a prestar esclarecimentos, investigado e, até mesmo, seja alvo de um processo de impeachment, como mostrou a Coluna do Estadão.

O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) informou que providencia uma denúncia-crime sobre o caso. “Que inteligência é essa do ministério? Se eles não estão preparados dentro da sua própria estrutura, como combatem o crime organizado no resto do País?”, questionou o parlamentar em suas redes sociais.

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) informou que vai convocar Flávio Dino para se explicar na Câmara dos Deputados, exigir explicações formais e pedir o impeachment do ministro da Justiça.

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O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) também entrou com um outro pedido de convocação, que será analisado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara. O parlamentar ainda solicitou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue o caso.

O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, afirmou que Flávio Dino precisa ser exonerado e investigado.

No total, quatro autoridades do Ministério da Justiça receberam Luciane. Em 19 de março, a “dama do tráfico amazonense” se reuniu com o secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz. Mais de um mês depois, em 2 de maio, Luciane se encontrou com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

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Moro diz que crime está confortável com o governo

O senador e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou, nesta segunda-feira, considerar “muito estranho” que pessoas ligadas a organizações criminosas se sintam confortáveis em visitar o atual Ministério da Justiça.

Senador Sérgio Moro (União-PR) em sessão que discutia a reforma tributária. Foto: Wilton Junior/Estadão  Foto: Wilton Junior / Estadão

“Gera alguma preocupação pessoas ligadas a organizações criminosas se sentirem à vontade para fazer visitas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Normalmente isso não é usual”, disse Moro, em conversa com o Estadão.

“O Ministério da Justiça do governo do PT acaba ficando vulnerável a esse tipo de visitação pois há uma expectativa de que os pleitos sejam atendidos. Isso é bastante ruim, por isso é importante que as pautas das reuniões sejam reveladas e se foi realizado algo de concreto a partir dos encontros”, acrescentou o senador.

RIO – Em uma reação à revelação do Estadão de que assessores do ministro da Justiça, Flávio Dino, receberam dentro do prédio do ministério uma integrante do Comando Vermelho, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais na manhã desta terça-feira, 14, para comentar o caso envolvendo membros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e integrantes da facção criminosa.

Bolsonaro compartilhou a reportagem do Estadão e escreveu: “Culpem o Bozo que o sistema faz a parte dele!”.

É a primeira manifestação pública do ex-chefe do Executivo após o caso vir à tona. Aliados do ex-presidente pressionam o Legislativo e os órgãos de controle, como a Procuradoria-Geral da República (PGR), a abrirem processos investigatórios.

Nesta terça-feira, 13, a pasta comandada por Dino argumentou que não tinha como saber da relação de Luciane Barbosa Farias com o Comando Vermelho pois quem pediu a audiência foi advogada Janira Rocha, ex-deputada estadual pelo PSOL no Rio de Janeiro. Portanto, não havia prévio conhecimento da presença de Luciane na reunião. Os documentos mostram, porém, que Janira é ligada também à facção.

A advogada responsável por agendar com o Ministério da Justiça a realização de audiências com a presença da mulher do líder do Comando Vermelho no Amazonas recebeu pagamentos da facção criminosa, conforme recibos bancários obtidos pelo Estadão. O nome de Luciane não aparece na agenda do ministério – apenas o de Janira.

Recibos bancários mostram pagamentos para Janira Rocha Foto: PC/AM - Reprodução

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, acionou a PGR contra Dino e pediu que “sejam apurados os fatos e as responsabilidades civil e criminal dos envolvidos”.

“Ante à gravidade dos fatos narrados, contrários aos princípios que devem pautar a administração pública, em total afronta ao ordenamento jurídico, é de rigor que essa Procuradoria-Geral da República adote com a maior urgência medidas com vistas a coibir as ações do Ministro da Justiça e Segurança Pública, bem como para que sejam apurados os fatos e as responsabilidades civil e criminal dos envolvidos”, diz a representação.

Conhecida como “dama do tráfico amazonense”, Luciane Barbosa Farias esteve em audiências com dois secretários e dois diretores da pasta de Dino num período de três meses. O nome dela não consta nas agendas oficiais. Ela é esposa de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, considerado um dos líderes do Comando Vermelho.

Luciane Barbosa Faria e o secretário nacional de políticas penais do MJ, Rafael Velasco Brandani Foto: Reprodução: Instagram/ @associacaoliberdadedoam

Procurado, o Ministério da Justiça admite que a “cidadã”, como se referem a Luciane, foi recebida por secretários do ministro Flávio Dino, mas afirma que ela integrou uma comitiva e era “impossível” o setor de inteligência detectar previamente a presença dela. Agendas públicas de autoridades costumam trazer informações sobre os demais participantes das reuniões, e não apenas da pessoa que pediu a agenda. A falta de controle pode inclusive representar um risco para os servidores.

Além de Flávio Bolsonaro, parlamentares da oposição pedem que o ministro Flávio Dino seja convocado a prestar esclarecimentos, investigado e, até mesmo, seja alvo de um processo de impeachment, como mostrou a Coluna do Estadão.

O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) informou que providencia uma denúncia-crime sobre o caso. “Que inteligência é essa do ministério? Se eles não estão preparados dentro da sua própria estrutura, como combatem o crime organizado no resto do País?”, questionou o parlamentar em suas redes sociais.

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) informou que vai convocar Flávio Dino para se explicar na Câmara dos Deputados, exigir explicações formais e pedir o impeachment do ministro da Justiça.

O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) também entrou com um outro pedido de convocação, que será analisado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara. O parlamentar ainda solicitou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue o caso.

O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, afirmou que Flávio Dino precisa ser exonerado e investigado.

No total, quatro autoridades do Ministério da Justiça receberam Luciane. Em 19 de março, a “dama do tráfico amazonense” se reuniu com o secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz. Mais de um mês depois, em 2 de maio, Luciane se encontrou com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

Moro diz que crime está confortável com o governo

O senador e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou, nesta segunda-feira, considerar “muito estranho” que pessoas ligadas a organizações criminosas se sintam confortáveis em visitar o atual Ministério da Justiça.

Senador Sérgio Moro (União-PR) em sessão que discutia a reforma tributária. Foto: Wilton Junior/Estadão  Foto: Wilton Junior / Estadão

“Gera alguma preocupação pessoas ligadas a organizações criminosas se sentirem à vontade para fazer visitas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Normalmente isso não é usual”, disse Moro, em conversa com o Estadão.

“O Ministério da Justiça do governo do PT acaba ficando vulnerável a esse tipo de visitação pois há uma expectativa de que os pleitos sejam atendidos. Isso é bastante ruim, por isso é importante que as pautas das reuniões sejam reveladas e se foi realizado algo de concreto a partir dos encontros”, acrescentou o senador.

RIO – Em uma reação à revelação do Estadão de que assessores do ministro da Justiça, Flávio Dino, receberam dentro do prédio do ministério uma integrante do Comando Vermelho, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais na manhã desta terça-feira, 14, para comentar o caso envolvendo membros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e integrantes da facção criminosa.

Bolsonaro compartilhou a reportagem do Estadão e escreveu: “Culpem o Bozo que o sistema faz a parte dele!”.

É a primeira manifestação pública do ex-chefe do Executivo após o caso vir à tona. Aliados do ex-presidente pressionam o Legislativo e os órgãos de controle, como a Procuradoria-Geral da República (PGR), a abrirem processos investigatórios.

Nesta terça-feira, 13, a pasta comandada por Dino argumentou que não tinha como saber da relação de Luciane Barbosa Farias com o Comando Vermelho pois quem pediu a audiência foi advogada Janira Rocha, ex-deputada estadual pelo PSOL no Rio de Janeiro. Portanto, não havia prévio conhecimento da presença de Luciane na reunião. Os documentos mostram, porém, que Janira é ligada também à facção.

A advogada responsável por agendar com o Ministério da Justiça a realização de audiências com a presença da mulher do líder do Comando Vermelho no Amazonas recebeu pagamentos da facção criminosa, conforme recibos bancários obtidos pelo Estadão. O nome de Luciane não aparece na agenda do ministério – apenas o de Janira.

Recibos bancários mostram pagamentos para Janira Rocha Foto: PC/AM - Reprodução

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, acionou a PGR contra Dino e pediu que “sejam apurados os fatos e as responsabilidades civil e criminal dos envolvidos”.

“Ante à gravidade dos fatos narrados, contrários aos princípios que devem pautar a administração pública, em total afronta ao ordenamento jurídico, é de rigor que essa Procuradoria-Geral da República adote com a maior urgência medidas com vistas a coibir as ações do Ministro da Justiça e Segurança Pública, bem como para que sejam apurados os fatos e as responsabilidades civil e criminal dos envolvidos”, diz a representação.

Conhecida como “dama do tráfico amazonense”, Luciane Barbosa Farias esteve em audiências com dois secretários e dois diretores da pasta de Dino num período de três meses. O nome dela não consta nas agendas oficiais. Ela é esposa de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, considerado um dos líderes do Comando Vermelho.

Luciane Barbosa Faria e o secretário nacional de políticas penais do MJ, Rafael Velasco Brandani Foto: Reprodução: Instagram/ @associacaoliberdadedoam

Procurado, o Ministério da Justiça admite que a “cidadã”, como se referem a Luciane, foi recebida por secretários do ministro Flávio Dino, mas afirma que ela integrou uma comitiva e era “impossível” o setor de inteligência detectar previamente a presença dela. Agendas públicas de autoridades costumam trazer informações sobre os demais participantes das reuniões, e não apenas da pessoa que pediu a agenda. A falta de controle pode inclusive representar um risco para os servidores.

Além de Flávio Bolsonaro, parlamentares da oposição pedem que o ministro Flávio Dino seja convocado a prestar esclarecimentos, investigado e, até mesmo, seja alvo de um processo de impeachment, como mostrou a Coluna do Estadão.

O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) informou que providencia uma denúncia-crime sobre o caso. “Que inteligência é essa do ministério? Se eles não estão preparados dentro da sua própria estrutura, como combatem o crime organizado no resto do País?”, questionou o parlamentar em suas redes sociais.

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) informou que vai convocar Flávio Dino para se explicar na Câmara dos Deputados, exigir explicações formais e pedir o impeachment do ministro da Justiça.

O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) também entrou com um outro pedido de convocação, que será analisado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara. O parlamentar ainda solicitou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue o caso.

O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, afirmou que Flávio Dino precisa ser exonerado e investigado.

No total, quatro autoridades do Ministério da Justiça receberam Luciane. Em 19 de março, a “dama do tráfico amazonense” se reuniu com o secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz. Mais de um mês depois, em 2 de maio, Luciane se encontrou com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

Moro diz que crime está confortável com o governo

O senador e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou, nesta segunda-feira, considerar “muito estranho” que pessoas ligadas a organizações criminosas se sintam confortáveis em visitar o atual Ministério da Justiça.

Senador Sérgio Moro (União-PR) em sessão que discutia a reforma tributária. Foto: Wilton Junior/Estadão  Foto: Wilton Junior / Estadão

“Gera alguma preocupação pessoas ligadas a organizações criminosas se sentirem à vontade para fazer visitas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Normalmente isso não é usual”, disse Moro, em conversa com o Estadão.

“O Ministério da Justiça do governo do PT acaba ficando vulnerável a esse tipo de visitação pois há uma expectativa de que os pleitos sejam atendidos. Isso é bastante ruim, por isso é importante que as pautas das reuniões sejam reveladas e se foi realizado algo de concreto a partir dos encontros”, acrescentou o senador.

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