Janja e Gleisi criticam vice-presidente do PT por defender irmãos Brazão de execução de Marielle


Washington Quaquá postou foto com familiares dos mandantes de mandar matar vereadora do Rio, e ministra de Lula prometeu levar caso para o comitê de ética do PT

Por Gabriel de Sousa

BRASÍLIA - A primeira-dama Rosângela da Silva, a “Janja”, e a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticaram o prefeito de Maricá (RJ) e vice-presidente do partido, Washington Quaquá, por pregar a inocência dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. Os dois acusados de executar a vereadora do Rio Marielle Franco, em 2018, mas Quaquá disse não haver provas do envolvimento deles com o crime.

Washington Quaquá, vice-presidente do PT, recebeu família dos irmãos Brazão e disse que não há provas do envolvimento deles no assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco Foto: @DeputadoQuaqua via X

Na quinta-feira, 9, Quaquá publicou uma foto ao lado dos familiares dos Brazão e disse que eles foram presos injustamente. O vice-presidente do PT ainda tentou associar, sem provas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso da execução da vereadora, o que foi descartado pela investigação da Polícia Federal (PF).

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Sem citar o nome de Quaquá, a primeira-dama disse ser “desrespeitoso promover a desinformação nas redes sociais” sobre a morte da vereadora. Janja ainda prestou solidariedade à ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que prometeu entrar com uma ação contra o prefeito de Maricá no comitê de ética do PT.

“Domingos e Chiquinho Brazão, de acordo com a lei, estão presos e aguardando julgamento, pela denúncia da Procuradoria Geral da República de serem os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson. À minha amiga Anielle Franco, dona Marinete e toda a família, meu abraço apertado, e meu lamento pelo uso indevido da memória de Marielle”, disse a primeira-dama em uma postagem feita no Instagram nesta sexta-feira, 10.

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Essa não é a primeira vez que Janja usa as redes sociais para sair em defesa de Anielle. Em setembro do ano passado, a primeira-dama publicou uma foto ao lado da ministra da Igualdade Racial em meio à revelação de que ela foi vítima de assédio sexual por parte do ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida. Almeida foi demitido do cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um dia após a postagem.

Gleisi, por sua vez, destacou que os irmãos Brazão respondem a uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) devido à associação deles à execução de Marielle. A presidente do PT afirmou ainda que a declaração de Quaquá não representa o partido, sendo “manifestações de caráter exclusivamente pessoal”.

“O PT luta desde o primeiro momento para que a Justiça seja feita por Marielle e Anderson, com punição para todos os criminosos, e repudia as manifestações de caráter exclusivamente pessoal do prefeito Washington Quaquá sobre os réus e o processo”, disse a presidente do PT.

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Apesar do posicionamento de Gleisi e Janja, o PT ainda não anunciou a abertura de uma ação contra Quaquá. A posição do vice-presidente do PT favorável aos acusados de mandar matar Marielle não é inédita. Em março do ano passado, quando eles foram presos, o prefeito de Maricá disse ao Estadão que não estava “plenamente convencido” da participação de Domingos no crime.

“Não vou nem dizer nem que é inocente nem culpado. Não vi ainda provas cabais. Eu conheço ele há 20 anos. Será uma surpresa negativa [se ele estiver envolvido], porque é um negócio brutal”, afirmou Quaquá à Coluna do Estadão. “Eu acho que não é hora de apontar nenhum inocente, sem que a gente tenha clareza de todas as circunstâncias”, completou.

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A declaração causou atritos no partido, porém, Quaquá acabou sendo blindado pela cúpula petista. Em uma reunião onde foi discutido um possível afastamento dele da vice-presidência, o placar foi de 26 votos contrários a 17 favoráveis.

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BRASÍLIA - A primeira-dama Rosângela da Silva, a “Janja”, e a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticaram o prefeito de Maricá (RJ) e vice-presidente do partido, Washington Quaquá, por pregar a inocência dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. Os dois acusados de executar a vereadora do Rio Marielle Franco, em 2018, mas Quaquá disse não haver provas do envolvimento deles com o crime.

Washington Quaquá, vice-presidente do PT, recebeu família dos irmãos Brazão e disse que não há provas do envolvimento deles no assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco Foto: @DeputadoQuaqua via X

Na quinta-feira, 9, Quaquá publicou uma foto ao lado dos familiares dos Brazão e disse que eles foram presos injustamente. O vice-presidente do PT ainda tentou associar, sem provas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso da execução da vereadora, o que foi descartado pela investigação da Polícia Federal (PF).

Sem citar o nome de Quaquá, a primeira-dama disse ser “desrespeitoso promover a desinformação nas redes sociais” sobre a morte da vereadora. Janja ainda prestou solidariedade à ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que prometeu entrar com uma ação contra o prefeito de Maricá no comitê de ética do PT.

“Domingos e Chiquinho Brazão, de acordo com a lei, estão presos e aguardando julgamento, pela denúncia da Procuradoria Geral da República de serem os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson. À minha amiga Anielle Franco, dona Marinete e toda a família, meu abraço apertado, e meu lamento pelo uso indevido da memória de Marielle”, disse a primeira-dama em uma postagem feita no Instagram nesta sexta-feira, 10.

Essa não é a primeira vez que Janja usa as redes sociais para sair em defesa de Anielle. Em setembro do ano passado, a primeira-dama publicou uma foto ao lado da ministra da Igualdade Racial em meio à revelação de que ela foi vítima de assédio sexual por parte do ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida. Almeida foi demitido do cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um dia após a postagem.

Gleisi, por sua vez, destacou que os irmãos Brazão respondem a uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) devido à associação deles à execução de Marielle. A presidente do PT afirmou ainda que a declaração de Quaquá não representa o partido, sendo “manifestações de caráter exclusivamente pessoal”.

“O PT luta desde o primeiro momento para que a Justiça seja feita por Marielle e Anderson, com punição para todos os criminosos, e repudia as manifestações de caráter exclusivamente pessoal do prefeito Washington Quaquá sobre os réus e o processo”, disse a presidente do PT.

Apesar do posicionamento de Gleisi e Janja, o PT ainda não anunciou a abertura de uma ação contra Quaquá. A posição do vice-presidente do PT favorável aos acusados de mandar matar Marielle não é inédita. Em março do ano passado, quando eles foram presos, o prefeito de Maricá disse ao Estadão que não estava “plenamente convencido” da participação de Domingos no crime.

“Não vou nem dizer nem que é inocente nem culpado. Não vi ainda provas cabais. Eu conheço ele há 20 anos. Será uma surpresa negativa [se ele estiver envolvido], porque é um negócio brutal”, afirmou Quaquá à Coluna do Estadão. “Eu acho que não é hora de apontar nenhum inocente, sem que a gente tenha clareza de todas as circunstâncias”, completou.

A declaração causou atritos no partido, porém, Quaquá acabou sendo blindado pela cúpula petista. Em uma reunião onde foi discutido um possível afastamento dele da vice-presidência, o placar foi de 26 votos contrários a 17 favoráveis.

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Washington Quaquá, vice-presidente do PT, recebeu família dos irmãos Brazão e disse que não há provas do envolvimento deles no assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco Foto: @DeputadoQuaqua via X

Na quinta-feira, 9, Quaquá publicou uma foto ao lado dos familiares dos Brazão e disse que eles foram presos injustamente. O vice-presidente do PT ainda tentou associar, sem provas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso da execução da vereadora, o que foi descartado pela investigação da Polícia Federal (PF).

Sem citar o nome de Quaquá, a primeira-dama disse ser “desrespeitoso promover a desinformação nas redes sociais” sobre a morte da vereadora. Janja ainda prestou solidariedade à ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que prometeu entrar com uma ação contra o prefeito de Maricá no comitê de ética do PT.

“Domingos e Chiquinho Brazão, de acordo com a lei, estão presos e aguardando julgamento, pela denúncia da Procuradoria Geral da República de serem os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson. À minha amiga Anielle Franco, dona Marinete e toda a família, meu abraço apertado, e meu lamento pelo uso indevido da memória de Marielle”, disse a primeira-dama em uma postagem feita no Instagram nesta sexta-feira, 10.

Essa não é a primeira vez que Janja usa as redes sociais para sair em defesa de Anielle. Em setembro do ano passado, a primeira-dama publicou uma foto ao lado da ministra da Igualdade Racial em meio à revelação de que ela foi vítima de assédio sexual por parte do ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida. Almeida foi demitido do cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um dia após a postagem.

Gleisi, por sua vez, destacou que os irmãos Brazão respondem a uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) devido à associação deles à execução de Marielle. A presidente do PT afirmou ainda que a declaração de Quaquá não representa o partido, sendo “manifestações de caráter exclusivamente pessoal”.

“O PT luta desde o primeiro momento para que a Justiça seja feita por Marielle e Anderson, com punição para todos os criminosos, e repudia as manifestações de caráter exclusivamente pessoal do prefeito Washington Quaquá sobre os réus e o processo”, disse a presidente do PT.

Apesar do posicionamento de Gleisi e Janja, o PT ainda não anunciou a abertura de uma ação contra Quaquá. A posição do vice-presidente do PT favorável aos acusados de mandar matar Marielle não é inédita. Em março do ano passado, quando eles foram presos, o prefeito de Maricá disse ao Estadão que não estava “plenamente convencido” da participação de Domingos no crime.

“Não vou nem dizer nem que é inocente nem culpado. Não vi ainda provas cabais. Eu conheço ele há 20 anos. Será uma surpresa negativa [se ele estiver envolvido], porque é um negócio brutal”, afirmou Quaquá à Coluna do Estadão. “Eu acho que não é hora de apontar nenhum inocente, sem que a gente tenha clareza de todas as circunstâncias”, completou.

A declaração causou atritos no partido, porém, Quaquá acabou sendo blindado pela cúpula petista. Em uma reunião onde foi discutido um possível afastamento dele da vice-presidência, o placar foi de 26 votos contrários a 17 favoráveis.

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