O candidato à Presidência André Janones (Avante) aceitou convite para dialogar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para eventual união com o petista no primeiro turno. O candidato do PT vinha “flertando” com a possibilidade de atrair o atual adversário para sua candidatura, e inclusive fez um convite público para que ambos conversassem.
“Bolsonaro me bloqueou, Ciro não aceitou encontrar comigo, Tebet ignorou por completo minha existência, enquanto aquele que lidera as pesquisas pediu publicamente para conversar comigo. Humildade e democracia andam lado a lado. Convite aceito”, escreveu Janones nesta sexta-feira, 29, nas redes sociais.
Lula respondeu: “Combinado. Política se faz com diálogo e juntando pessoas pelo bem comum. Vou te ligar.” Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, 28, apontou que Janones tem 1% das intenções de voto.
No tuíte feito nesta sexta-feira, Janones não citou desistência e nem deixou claro seu posicionamento sobre apoio em primeiro turno. Em entrevista à Globonews esta semana, ele afirmou que chegou a cogitar abandonar sua candidatura em prol da “luta em favor da democracia”, mas disse que nenhum outro postulante ao Planalto o havia procurado para conversar sobre suas propostas. Na mesma ocasião, ele disse ainda que chegou a conversar com Lula, mas que nesse encontro o petista não o pediu para que ele retirasse seu nome da corrida presidencial.
A pesquisa Datafolha indicou a possibilidade de vitória de Lula no primeiro turno, embora com vantagem apertada e no limite da margem de erro. O petista pontuou 47% no levantamento, enquanto os demais candidatos somaram 42%. Para vencer no primeiro turno, é necessário que um candidato tenha 50% mais 1 voto, pelo menos, nas urnas, desconsiderando os nulos e brancos. Nesse sentido, a chance do petista pode aumentar se o número de candidaturas diminuir.
Em discursos e entrevistas, o candidato do PT tem reiterado que seu desejo este ano é vencer a eleição já no primeiro turno. Esse, inclusive, foi um dos motivos apontados pelo ex-presidente para formar aliança com Geraldo Alckmin (PSB), seu antigo adversário e atual vice de chapa. O petista tem dialogado com diferentes partidos nos bastidores num esforço para dar impulso à sua chance de vitória na primeira rodada da votação.