Janones admite retirar candidatura para apoiar Lula no primeiro turno


Candidato à Presidência pelo Avante, deputado abre conversas com ex-presidente, que lidera as pesquisas de intenção de voto

Por Pedro Venceslau
Atualização:

O deputado federal André Janones (Avante) admitiu ao Estadão nesta sexta-feira, 29, retirar a candidatura a presidente da República para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno na corrida pelo Palácio do Planalto. Nesta quinta-feira, 28, o petista chamou o candidato para conversar e debater a democracia. Lula disse que ligaria para Janones.

“Sim (estou disposto a retirar a candidatura para apoiar Lula). Se não, eu não iria conversar. Tenho total consciência do meu tamanho do ponto de vista eleitoral, que é micro: um ou dois pontos (nas pesquisas). Mas ao mesmo tempo tenho noção do simbolismo da minha candidatura nessa eleição”, disse Janones ao Estadão ao ser questionado se poderia sair da corrida para declarar voto ao petista.

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De acordo com a mais recente pesquisa Datafolha, o deputado tem 1% das intenções de voto. Já Lula alcança 47%, segundo o instituto.

O deputado André Janones (Avante-MG); candidato tem 1% das intenções de voto no Datafolha Foto: Alex Silva/Estadão - 26/1/22

Segundo ele, será uma negociação dura. “Mas não sentido do toma lá, dá cá. Mas no sentido de o ex-presidente encampar as minhas propostas. Se eu tiver que abdicar da candidatura, vou exigir muito”, disse. Janones citou três exigências para formalizar apoio à candidatura de Lula. “Que o Auxílio Brasil tenha caráter permanente no valor de R$ 600, e sem reduzir o valor. Que a gente possa incluir na lista de beneficiários quem está no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais) e as mães solo.  Não vou fazer nenhum tipo de imposição. É um diálogo”, afirmou.

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O candidato do Avante disse que não tem interesse em discutir cargos ou negociar ministério. “Vejo esse encontro como um momento de celebração da democracia.”

Para Janones, hoje a política está “tomada pelo ódio com o Bolsonaro e o centrão”. Dessa forma, segundo ele, há cada vez menos espaço para discutir propostas e falar sobre democracia. “Democracia é sinônimo de diálogo. Vou usar as palavras de JK (Juscelino Kubitschek): não tenho compromisso com o erro. Volto atrás das minhas decisões quantas vezes forem necessário. Nenhum dos candidatos me procurou para um diálogo para discutir propostas, exceto o ex-presidente Lula”, afirmou.

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Na estreia de 'Eleição na Mesa', o colunista comenta a estratégia de Bolsonaro de apostar nos efeitos positivos da PEC

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Janones disse que o único candidato à Presidência que o procurou foi Lula e criticou a postura do MDB e da senadora Simone Tebet ao buscar alianças para a terceira via. “Simone nunca me procurou por conta da arrogância e da prepotência. Simone precisa ter humildade. Ela chegou a oferecer para o Ciro ser vice dela. É uma de uma prepotência gigantesca. Ela acha que as pessoas têm que compor com uma candidatura de 2%. Esse é o meu diferencial: eu sei o meu tamanho no xadrez eleitoral. Essas pessoas não sabem”, disse.

O deputado afirmou que nunca acreditou na terceria via representada na candidatura da senadora Simone Tebet (MDB), que tem apoio do PSDB e do Cidadania e que neste momento, segundo ele, o eleitorado está dividido entre as candidaturas de Lula e Bolsonaro. “A minha baixa pontuação (nas pesquisas) para Presidência é porque as pessoas não querem outra opção neste momento. Admito que não consegui romper a polarização.  Tenho mais de 10% do eleitorado do País nas minha redes (sociais), mas não tenho 10% nas pesquisas de intenção de voto”, afirmou.

Se desistir da disputa presidencial, Janones sinalizou que vai disputar a reeleição para a Câmara em Minas Gerais, apesar do seu partido no Estado estar no palanque do governador Romeu Zema (Novo), que é aliado de Bolsonaro. “Não tenho pretensão de disputar Senado ou entrar em alguma chapa. Continuo candidato a deputado federal. Já falei pessoalmente com Kalil. A gente tem uma boa relação. A relação com o (Romeu) Zema (Novo) já foi muito estremecida, mas hoje é respeitosa”, disse. “(Em Minas), o Avante apoia o Zema. Eu não estou com nenhum deles até aqui. Não tenho compromisso com nenhum deles. Não vou em nenhum pacote.”

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Alianças ao centro

Além de ampliar o tempo de TV, Lula quer mostrar que consegue apoio de legendas de centro para a coligação, no esforço de montar uma frente ampla ao redor da candidatura do ex-presidente. O Avante é uma dessas legendas. A outra é o União Brasil, de deputado Luciano Bivar, também candidato ao Planalto.

O arranjo no União Brasil com o PT passaria pelo apoio de Lula a uma candidatura de Bivar à reeleição à Câmara dos Deputados por Pernambuco – e possível apoio para que ele concorra à presidência da Casa uma vez eleito.

O deputado federal André Janones (Avante) admitiu ao Estadão nesta sexta-feira, 29, retirar a candidatura a presidente da República para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno na corrida pelo Palácio do Planalto. Nesta quinta-feira, 28, o petista chamou o candidato para conversar e debater a democracia. Lula disse que ligaria para Janones.

“Sim (estou disposto a retirar a candidatura para apoiar Lula). Se não, eu não iria conversar. Tenho total consciência do meu tamanho do ponto de vista eleitoral, que é micro: um ou dois pontos (nas pesquisas). Mas ao mesmo tempo tenho noção do simbolismo da minha candidatura nessa eleição”, disse Janones ao Estadão ao ser questionado se poderia sair da corrida para declarar voto ao petista.

De acordo com a mais recente pesquisa Datafolha, o deputado tem 1% das intenções de voto. Já Lula alcança 47%, segundo o instituto.

O deputado André Janones (Avante-MG); candidato tem 1% das intenções de voto no Datafolha Foto: Alex Silva/Estadão - 26/1/22

Segundo ele, será uma negociação dura. “Mas não sentido do toma lá, dá cá. Mas no sentido de o ex-presidente encampar as minhas propostas. Se eu tiver que abdicar da candidatura, vou exigir muito”, disse. Janones citou três exigências para formalizar apoio à candidatura de Lula. “Que o Auxílio Brasil tenha caráter permanente no valor de R$ 600, e sem reduzir o valor. Que a gente possa incluir na lista de beneficiários quem está no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais) e as mães solo.  Não vou fazer nenhum tipo de imposição. É um diálogo”, afirmou.

O candidato do Avante disse que não tem interesse em discutir cargos ou negociar ministério. “Vejo esse encontro como um momento de celebração da democracia.”

Para Janones, hoje a política está “tomada pelo ódio com o Bolsonaro e o centrão”. Dessa forma, segundo ele, há cada vez menos espaço para discutir propostas e falar sobre democracia. “Democracia é sinônimo de diálogo. Vou usar as palavras de JK (Juscelino Kubitschek): não tenho compromisso com o erro. Volto atrás das minhas decisões quantas vezes forem necessário. Nenhum dos candidatos me procurou para um diálogo para discutir propostas, exceto o ex-presidente Lula”, afirmou.

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Janones disse que o único candidato à Presidência que o procurou foi Lula e criticou a postura do MDB e da senadora Simone Tebet ao buscar alianças para a terceira via. “Simone nunca me procurou por conta da arrogância e da prepotência. Simone precisa ter humildade. Ela chegou a oferecer para o Ciro ser vice dela. É uma de uma prepotência gigantesca. Ela acha que as pessoas têm que compor com uma candidatura de 2%. Esse é o meu diferencial: eu sei o meu tamanho no xadrez eleitoral. Essas pessoas não sabem”, disse.

O deputado afirmou que nunca acreditou na terceria via representada na candidatura da senadora Simone Tebet (MDB), que tem apoio do PSDB e do Cidadania e que neste momento, segundo ele, o eleitorado está dividido entre as candidaturas de Lula e Bolsonaro. “A minha baixa pontuação (nas pesquisas) para Presidência é porque as pessoas não querem outra opção neste momento. Admito que não consegui romper a polarização.  Tenho mais de 10% do eleitorado do País nas minha redes (sociais), mas não tenho 10% nas pesquisas de intenção de voto”, afirmou.

Se desistir da disputa presidencial, Janones sinalizou que vai disputar a reeleição para a Câmara em Minas Gerais, apesar do seu partido no Estado estar no palanque do governador Romeu Zema (Novo), que é aliado de Bolsonaro. “Não tenho pretensão de disputar Senado ou entrar em alguma chapa. Continuo candidato a deputado federal. Já falei pessoalmente com Kalil. A gente tem uma boa relação. A relação com o (Romeu) Zema (Novo) já foi muito estremecida, mas hoje é respeitosa”, disse. “(Em Minas), o Avante apoia o Zema. Eu não estou com nenhum deles até aqui. Não tenho compromisso com nenhum deles. Não vou em nenhum pacote.”

Alianças ao centro

Além de ampliar o tempo de TV, Lula quer mostrar que consegue apoio de legendas de centro para a coligação, no esforço de montar uma frente ampla ao redor da candidatura do ex-presidente. O Avante é uma dessas legendas. A outra é o União Brasil, de deputado Luciano Bivar, também candidato ao Planalto.

O arranjo no União Brasil com o PT passaria pelo apoio de Lula a uma candidatura de Bivar à reeleição à Câmara dos Deputados por Pernambuco – e possível apoio para que ele concorra à presidência da Casa uma vez eleito.

O deputado federal André Janones (Avante) admitiu ao Estadão nesta sexta-feira, 29, retirar a candidatura a presidente da República para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno na corrida pelo Palácio do Planalto. Nesta quinta-feira, 28, o petista chamou o candidato para conversar e debater a democracia. Lula disse que ligaria para Janones.

“Sim (estou disposto a retirar a candidatura para apoiar Lula). Se não, eu não iria conversar. Tenho total consciência do meu tamanho do ponto de vista eleitoral, que é micro: um ou dois pontos (nas pesquisas). Mas ao mesmo tempo tenho noção do simbolismo da minha candidatura nessa eleição”, disse Janones ao Estadão ao ser questionado se poderia sair da corrida para declarar voto ao petista.

De acordo com a mais recente pesquisa Datafolha, o deputado tem 1% das intenções de voto. Já Lula alcança 47%, segundo o instituto.

O deputado André Janones (Avante-MG); candidato tem 1% das intenções de voto no Datafolha Foto: Alex Silva/Estadão - 26/1/22

Segundo ele, será uma negociação dura. “Mas não sentido do toma lá, dá cá. Mas no sentido de o ex-presidente encampar as minhas propostas. Se eu tiver que abdicar da candidatura, vou exigir muito”, disse. Janones citou três exigências para formalizar apoio à candidatura de Lula. “Que o Auxílio Brasil tenha caráter permanente no valor de R$ 600, e sem reduzir o valor. Que a gente possa incluir na lista de beneficiários quem está no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais) e as mães solo.  Não vou fazer nenhum tipo de imposição. É um diálogo”, afirmou.

O candidato do Avante disse que não tem interesse em discutir cargos ou negociar ministério. “Vejo esse encontro como um momento de celebração da democracia.”

Para Janones, hoje a política está “tomada pelo ódio com o Bolsonaro e o centrão”. Dessa forma, segundo ele, há cada vez menos espaço para discutir propostas e falar sobre democracia. “Democracia é sinônimo de diálogo. Vou usar as palavras de JK (Juscelino Kubitschek): não tenho compromisso com o erro. Volto atrás das minhas decisões quantas vezes forem necessário. Nenhum dos candidatos me procurou para um diálogo para discutir propostas, exceto o ex-presidente Lula”, afirmou.

Seu navegador não suporta esse video.

Na estreia de 'Eleição na Mesa', o colunista comenta a estratégia de Bolsonaro de apostar nos efeitos positivos da PEC

Janones disse que o único candidato à Presidência que o procurou foi Lula e criticou a postura do MDB e da senadora Simone Tebet ao buscar alianças para a terceira via. “Simone nunca me procurou por conta da arrogância e da prepotência. Simone precisa ter humildade. Ela chegou a oferecer para o Ciro ser vice dela. É uma de uma prepotência gigantesca. Ela acha que as pessoas têm que compor com uma candidatura de 2%. Esse é o meu diferencial: eu sei o meu tamanho no xadrez eleitoral. Essas pessoas não sabem”, disse.

O deputado afirmou que nunca acreditou na terceria via representada na candidatura da senadora Simone Tebet (MDB), que tem apoio do PSDB e do Cidadania e que neste momento, segundo ele, o eleitorado está dividido entre as candidaturas de Lula e Bolsonaro. “A minha baixa pontuação (nas pesquisas) para Presidência é porque as pessoas não querem outra opção neste momento. Admito que não consegui romper a polarização.  Tenho mais de 10% do eleitorado do País nas minha redes (sociais), mas não tenho 10% nas pesquisas de intenção de voto”, afirmou.

Se desistir da disputa presidencial, Janones sinalizou que vai disputar a reeleição para a Câmara em Minas Gerais, apesar do seu partido no Estado estar no palanque do governador Romeu Zema (Novo), que é aliado de Bolsonaro. “Não tenho pretensão de disputar Senado ou entrar em alguma chapa. Continuo candidato a deputado federal. Já falei pessoalmente com Kalil. A gente tem uma boa relação. A relação com o (Romeu) Zema (Novo) já foi muito estremecida, mas hoje é respeitosa”, disse. “(Em Minas), o Avante apoia o Zema. Eu não estou com nenhum deles até aqui. Não tenho compromisso com nenhum deles. Não vou em nenhum pacote.”

Alianças ao centro

Além de ampliar o tempo de TV, Lula quer mostrar que consegue apoio de legendas de centro para a coligação, no esforço de montar uma frente ampla ao redor da candidatura do ex-presidente. O Avante é uma dessas legendas. A outra é o União Brasil, de deputado Luciano Bivar, também candidato ao Planalto.

O arranjo no União Brasil com o PT passaria pelo apoio de Lula a uma candidatura de Bivar à reeleição à Câmara dos Deputados por Pernambuco – e possível apoio para que ele concorra à presidência da Casa uma vez eleito.

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