O senador Jaques Wagner (PT-BA) foi às redes para defender-se das críticas que recebeu por votar a favor da PEC que limita os poderes de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Esclareço que meu voto na PEC que restringe decisões monocráticas do STF foi estritamente pessoal, fruto de acordo que retirou do texto qualquer possibilidade de interpretação de eventual intervenção do Legislativo”, escreveu o senador no X, antigo Twitter.
Em sua postagem, Wagner alegou não ter orientado votos. “Como líder do Governo, reafirmei a posição de não orientar voto, uma vez que o debate não envolve diretamente o Executivo”, afirmou. Com exceção do próprio líder do governo, a bancada do PT no Senado votou em peso contra a proposta, enquanto os senadores aliados que compõem a bancada baiana junto com Wagner, Otto Alencar (PSD) e Ângelo Coronel (PSD), votaram a favor.
Como revelado pela coluna da Eliane Cantanhêde, no Estadão, o voto de Wagner — que é líder do governo no Senado — foi visto como uma “traição rasteira” por ministros da Corte. Segundo magistrado ouvido pela coluna em condição de anonimato, isso estremece as relações do Tribunal com o Palácio do Planalto. “Jaques Wagner precisa renunciar à liderança, senão acabou a interlocução com o STF”, afirmou.
A revelação ainda aponta que os magistrados viram o voto da bancada baiana como um “truque barato” para conseguir a votação necessária sem precisar comprometer a bancada do PT.
Em sua postagem, o senador buscou amenizar a relação com o Supremo. “Reforço aqui meu compromisso com a harmonia entre os Poderes da República e meu total respeito ao Judiciário e ao STF, fiador da democracia brasileira e guardião da Constituição”, escreveu.
O Senado aprovou a PEC nesta quarta-feira, 22, por 52 votos a 18 — três votos a mais do que o necessário para uma emenda à Constituição.