Dilma se antecipa a escândalo e governo pode sofrer sua primeira mudança ministerial


Escaldada com o episódio Palocci, a presidente Dilma Rousseff antecipou-se e demitiu a cúpula do ministério dos Transportes, exceção do ministro. Gesto de auto-preservação com o benefício colateral de abrir vagas num mapa ministerial disputado palmo a palmo.

Por João Bosco Rabello

A vaga, inclusive, do ministro Alfredo Nascimento, a quem fica difícil sustentar desconhecer o que se passava embaixo de seu nariz, era comentado no mercado e já era do conhecimento da presidente da República.

O caso Palocci, que afinal saiu por suspeita de tráfico de influência, não se compara em materialidade ao que ocorre nos Transportes. Pasta, aliás, de histórico policial em todos os governos.

A influência do deputado Waldemar Costa Neto (PR-SP) no ministério já seria suficiente para gerar a desconfiança sobre a idoneidade da gestão dos Transportes, na qual influi desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula.

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Notório beneficiário de negócios com dinheiro público, Costa Neto renunciou ao mandato para escapar da cassação inevitável como réu do mensalão. É um dos cupins da estrutura pública brasileira.

Costa Neto teve o seu representante pessoal no ministério, José Francisco das Neves defenestrado por ordem direta da presidente da República. Neves presidia a Valec, a estatal que gerencia as obras ferroviárias do país e sob a qual pesa acusação de superfaturamento nas obras da Norte-sul , da ordem de R$ 70 milhões.

Os outros demitidos são Mauro Barbosa, Chefe de Gabinete; Luis Antonio Pagot, Diretor-Geral do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), a quem a Valec está subordinada, e Luiz Tito Bonvini, assessor especial.

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Esses órgãos do ministério sempre foram problemáticos e, a cada gestão, repetem o mesmo roteiro de corrupção. A diferença agora foi a intervenção da presidente antes da explosão do escândalo ou da interferência da Polícia Federal.

Dilma se distinguiu de seu antecessor, sempre surpreendido por denúncias, e sempre as minimizando, ao agir diretamente no caso e tomar providências. O alcance de sua intervenção - a chefia de gabinete e os dois órgãos mais próximos do ministro - tornam sua saída inevitável.

Em 2003, o então ministro Anderson Adauto foi alvo de semelhante denúncia, sobreviveu graças a Lula, mas um ano depois sucumbiu a nova denúncia de desvio de dinheiro no... Dnit.

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Se virar espólio de leilão na base, dificilmente o ministério será alvo da assepsia indispensável à sua eficiência.

 É uma oportunidade, às vésperas da Copa do Mundo de o governo adotar critério técnico para dar um impulso real a um setor que compromete há décadas o desenvolvimento da infraestrutura nacional.

Antecipar-se ao escândalo dá a Dilma argumentos para assumir a reestruturação do setor, mas é pouco factível que tenha cacife político para tal nesse momento.

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A ver.

A vaga, inclusive, do ministro Alfredo Nascimento, a quem fica difícil sustentar desconhecer o que se passava embaixo de seu nariz, era comentado no mercado e já era do conhecimento da presidente da República.

O caso Palocci, que afinal saiu por suspeita de tráfico de influência, não se compara em materialidade ao que ocorre nos Transportes. Pasta, aliás, de histórico policial em todos os governos.

A influência do deputado Waldemar Costa Neto (PR-SP) no ministério já seria suficiente para gerar a desconfiança sobre a idoneidade da gestão dos Transportes, na qual influi desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula.

Notório beneficiário de negócios com dinheiro público, Costa Neto renunciou ao mandato para escapar da cassação inevitável como réu do mensalão. É um dos cupins da estrutura pública brasileira.

Costa Neto teve o seu representante pessoal no ministério, José Francisco das Neves defenestrado por ordem direta da presidente da República. Neves presidia a Valec, a estatal que gerencia as obras ferroviárias do país e sob a qual pesa acusação de superfaturamento nas obras da Norte-sul , da ordem de R$ 70 milhões.

Os outros demitidos são Mauro Barbosa, Chefe de Gabinete; Luis Antonio Pagot, Diretor-Geral do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), a quem a Valec está subordinada, e Luiz Tito Bonvini, assessor especial.

Esses órgãos do ministério sempre foram problemáticos e, a cada gestão, repetem o mesmo roteiro de corrupção. A diferença agora foi a intervenção da presidente antes da explosão do escândalo ou da interferência da Polícia Federal.

Dilma se distinguiu de seu antecessor, sempre surpreendido por denúncias, e sempre as minimizando, ao agir diretamente no caso e tomar providências. O alcance de sua intervenção - a chefia de gabinete e os dois órgãos mais próximos do ministro - tornam sua saída inevitável.

Em 2003, o então ministro Anderson Adauto foi alvo de semelhante denúncia, sobreviveu graças a Lula, mas um ano depois sucumbiu a nova denúncia de desvio de dinheiro no... Dnit.

Se virar espólio de leilão na base, dificilmente o ministério será alvo da assepsia indispensável à sua eficiência.

 É uma oportunidade, às vésperas da Copa do Mundo de o governo adotar critério técnico para dar um impulso real a um setor que compromete há décadas o desenvolvimento da infraestrutura nacional.

Antecipar-se ao escândalo dá a Dilma argumentos para assumir a reestruturação do setor, mas é pouco factível que tenha cacife político para tal nesse momento.

A ver.

A vaga, inclusive, do ministro Alfredo Nascimento, a quem fica difícil sustentar desconhecer o que se passava embaixo de seu nariz, era comentado no mercado e já era do conhecimento da presidente da República.

O caso Palocci, que afinal saiu por suspeita de tráfico de influência, não se compara em materialidade ao que ocorre nos Transportes. Pasta, aliás, de histórico policial em todos os governos.

A influência do deputado Waldemar Costa Neto (PR-SP) no ministério já seria suficiente para gerar a desconfiança sobre a idoneidade da gestão dos Transportes, na qual influi desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula.

Notório beneficiário de negócios com dinheiro público, Costa Neto renunciou ao mandato para escapar da cassação inevitável como réu do mensalão. É um dos cupins da estrutura pública brasileira.

Costa Neto teve o seu representante pessoal no ministério, José Francisco das Neves defenestrado por ordem direta da presidente da República. Neves presidia a Valec, a estatal que gerencia as obras ferroviárias do país e sob a qual pesa acusação de superfaturamento nas obras da Norte-sul , da ordem de R$ 70 milhões.

Os outros demitidos são Mauro Barbosa, Chefe de Gabinete; Luis Antonio Pagot, Diretor-Geral do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), a quem a Valec está subordinada, e Luiz Tito Bonvini, assessor especial.

Esses órgãos do ministério sempre foram problemáticos e, a cada gestão, repetem o mesmo roteiro de corrupção. A diferença agora foi a intervenção da presidente antes da explosão do escândalo ou da interferência da Polícia Federal.

Dilma se distinguiu de seu antecessor, sempre surpreendido por denúncias, e sempre as minimizando, ao agir diretamente no caso e tomar providências. O alcance de sua intervenção - a chefia de gabinete e os dois órgãos mais próximos do ministro - tornam sua saída inevitável.

Em 2003, o então ministro Anderson Adauto foi alvo de semelhante denúncia, sobreviveu graças a Lula, mas um ano depois sucumbiu a nova denúncia de desvio de dinheiro no... Dnit.

Se virar espólio de leilão na base, dificilmente o ministério será alvo da assepsia indispensável à sua eficiência.

 É uma oportunidade, às vésperas da Copa do Mundo de o governo adotar critério técnico para dar um impulso real a um setor que compromete há décadas o desenvolvimento da infraestrutura nacional.

Antecipar-se ao escândalo dá a Dilma argumentos para assumir a reestruturação do setor, mas é pouco factível que tenha cacife político para tal nesse momento.

A ver.

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