Tentação e risco


A prevalecer a leitura de que a lei que impõe quarentena de cinco anos para fusões entre partidos, aprovada pela Câmara no início da legislatura, pode não se aplicar ao PL, que formalizou anteontem seu pedido de refundação, a presidente Dilma poderá ter ampliado seus problemas no Congresso.

Por João Bosco Rabello

Dilma só sancionou a lei ontem, depois que o PL deu entrada no seu pedido, indicando que esperou esse ato antes. Desconfia-se que o PL pode ficar de fora da restrição da lei sancionada após ter pedido o registro, porque a lei não pode retroagir para prejudicar.

Como a Lei só é Lei depois da sanção presidencial, o partido estaria fora de seu alcance e, assim, poderia fundir-se ao PSD, como originalmente concebido pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab, para ira dos peemedebistas. Esse plano ajudou a eleger Eduardo Cunha presidente da Câmara.

Mesmo feitas as avaliações jurídicas e descartada a possibilidade de fusão, a demora na sanção está, para o PMDB, definitivamente vinculada à intenção de manter o projeto de Kassab viável. O que o partido atribui ao ministro Aloísio Mercadante.

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A ter razão o PMDB, chega-se à conclusão de que a presidente Dilma Rousseff decidiu correr os riscos de esgotar as possibilidades de se livrar do jugo do aliado, hoje em oposição ao seu governo. Seria uma cartada final, antes de materializar o diálogo que passou a pregar diariamente.

Talvez porque a presidente veja na troca com o PMDB uma capitulação e não uma aliança para ir adiante no resgate de seu governo. Se estiver raciocinando pela cartilha do PT, de fato, não há expectativa que se justifique com relação ao PMDB.

De imediato, o PMDB deverá impor mais derrotas políticas à presidente, para demonstrar controle da base e força maior que o PT nesse momento. E é esse momento que deve importar para a presidente, porque o tempo conspira contra ela.

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Não é de se imaginar que o Planalto ainda trabalhe com ao cenário de derrocada do PMDB por conta dos inquéritos abertos contra parlamentares no Supremo Tribunal Federal, para retomar sua condição impositiva na relação.

Os inquéritos dão razoável tempo a Cunha e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), algo que pode passar de dois anos, o que torna o tempo um problema presidencial, não do legislativo.

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Cunha e Renan: em sintonia ( Foto: Gabriel Azevedo Ribeiro)

Além disso, por mais sedutora que seja a tese de um partido igual ou maior que o PMDB, a tendência é que ele venha não a substituir o aliado rebelde, mas somar-se a este, em pouco tempo, como mais um polo de demanda partidária sobre o governo.

O governo precisa começar a dar sinais de autocrítica, como reconhecer que submeter a população e mercado a dietas rigorosas e manter-se obeso vai levar a um impasse de consequências imprevisíveis.

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Reacender a briga com a base aliada, através do PMDB, é manter o espírito bélico onde se faz necessária a trégua - aliás, pedida pelo próprio governo. Enfraquecer o PMDB nesse momento, é pauta do PT não de governo.

Dilma só sancionou a lei ontem, depois que o PL deu entrada no seu pedido, indicando que esperou esse ato antes. Desconfia-se que o PL pode ficar de fora da restrição da lei sancionada após ter pedido o registro, porque a lei não pode retroagir para prejudicar.

Como a Lei só é Lei depois da sanção presidencial, o partido estaria fora de seu alcance e, assim, poderia fundir-se ao PSD, como originalmente concebido pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab, para ira dos peemedebistas. Esse plano ajudou a eleger Eduardo Cunha presidente da Câmara.

Mesmo feitas as avaliações jurídicas e descartada a possibilidade de fusão, a demora na sanção está, para o PMDB, definitivamente vinculada à intenção de manter o projeto de Kassab viável. O que o partido atribui ao ministro Aloísio Mercadante.

A ter razão o PMDB, chega-se à conclusão de que a presidente Dilma Rousseff decidiu correr os riscos de esgotar as possibilidades de se livrar do jugo do aliado, hoje em oposição ao seu governo. Seria uma cartada final, antes de materializar o diálogo que passou a pregar diariamente.

Talvez porque a presidente veja na troca com o PMDB uma capitulação e não uma aliança para ir adiante no resgate de seu governo. Se estiver raciocinando pela cartilha do PT, de fato, não há expectativa que se justifique com relação ao PMDB.

De imediato, o PMDB deverá impor mais derrotas políticas à presidente, para demonstrar controle da base e força maior que o PT nesse momento. E é esse momento que deve importar para a presidente, porque o tempo conspira contra ela.

Não é de se imaginar que o Planalto ainda trabalhe com ao cenário de derrocada do PMDB por conta dos inquéritos abertos contra parlamentares no Supremo Tribunal Federal, para retomar sua condição impositiva na relação.

Os inquéritos dão razoável tempo a Cunha e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), algo que pode passar de dois anos, o que torna o tempo um problema presidencial, não do legislativo.

Cunha e Renan: em sintonia ( Foto: Gabriel Azevedo Ribeiro)

Além disso, por mais sedutora que seja a tese de um partido igual ou maior que o PMDB, a tendência é que ele venha não a substituir o aliado rebelde, mas somar-se a este, em pouco tempo, como mais um polo de demanda partidária sobre o governo.

O governo precisa começar a dar sinais de autocrítica, como reconhecer que submeter a população e mercado a dietas rigorosas e manter-se obeso vai levar a um impasse de consequências imprevisíveis.

Reacender a briga com a base aliada, através do PMDB, é manter o espírito bélico onde se faz necessária a trégua - aliás, pedida pelo próprio governo. Enfraquecer o PMDB nesse momento, é pauta do PT não de governo.

Dilma só sancionou a lei ontem, depois que o PL deu entrada no seu pedido, indicando que esperou esse ato antes. Desconfia-se que o PL pode ficar de fora da restrição da lei sancionada após ter pedido o registro, porque a lei não pode retroagir para prejudicar.

Como a Lei só é Lei depois da sanção presidencial, o partido estaria fora de seu alcance e, assim, poderia fundir-se ao PSD, como originalmente concebido pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab, para ira dos peemedebistas. Esse plano ajudou a eleger Eduardo Cunha presidente da Câmara.

Mesmo feitas as avaliações jurídicas e descartada a possibilidade de fusão, a demora na sanção está, para o PMDB, definitivamente vinculada à intenção de manter o projeto de Kassab viável. O que o partido atribui ao ministro Aloísio Mercadante.

A ter razão o PMDB, chega-se à conclusão de que a presidente Dilma Rousseff decidiu correr os riscos de esgotar as possibilidades de se livrar do jugo do aliado, hoje em oposição ao seu governo. Seria uma cartada final, antes de materializar o diálogo que passou a pregar diariamente.

Talvez porque a presidente veja na troca com o PMDB uma capitulação e não uma aliança para ir adiante no resgate de seu governo. Se estiver raciocinando pela cartilha do PT, de fato, não há expectativa que se justifique com relação ao PMDB.

De imediato, o PMDB deverá impor mais derrotas políticas à presidente, para demonstrar controle da base e força maior que o PT nesse momento. E é esse momento que deve importar para a presidente, porque o tempo conspira contra ela.

Não é de se imaginar que o Planalto ainda trabalhe com ao cenário de derrocada do PMDB por conta dos inquéritos abertos contra parlamentares no Supremo Tribunal Federal, para retomar sua condição impositiva na relação.

Os inquéritos dão razoável tempo a Cunha e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), algo que pode passar de dois anos, o que torna o tempo um problema presidencial, não do legislativo.

Cunha e Renan: em sintonia ( Foto: Gabriel Azevedo Ribeiro)

Além disso, por mais sedutora que seja a tese de um partido igual ou maior que o PMDB, a tendência é que ele venha não a substituir o aliado rebelde, mas somar-se a este, em pouco tempo, como mais um polo de demanda partidária sobre o governo.

O governo precisa começar a dar sinais de autocrítica, como reconhecer que submeter a população e mercado a dietas rigorosas e manter-se obeso vai levar a um impasse de consequências imprevisíveis.

Reacender a briga com a base aliada, através do PMDB, é manter o espírito bélico onde se faz necessária a trégua - aliás, pedida pelo próprio governo. Enfraquecer o PMDB nesse momento, é pauta do PT não de governo.

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