O jogo da democracia no Brasil e no mundo

Censo vai revelar coração do Brasil com mapeamento Yanomami


Se somos ‘o país que tem uma floresta’, deveríamos nos obrigar a conhecer a mata que nos define

Por João Gabriel de Lima

Os brasileiros da Terra Indígena Yanomami nunca receberam a devida atenção nos recenseamentos do IBGE. Era como se não fossem brasileiros. Essa lacuna imperdoável – que inclui também populações ribeirinhas e comunidades carentes – será preenchida no novo Censo, cujos dados devem ser divulgados na próxima quarta-feira, 28.

“A gente vai ter o retrato fidedigno da Terra Indígena Yanomami pela primeira vez na história”, diz João Villaverde, do Ministério do Planejamento, um dos coordenadores do recenseamento na região. “No censo anterior faltaram, entre outras coisas, recursos e tecnologia.” Villaverde, professor na Fundação Getulio Vargas, é o entrevistado do minipodcast da semana.

Yanomamis em Alto Alegre, em Roraima; operação para recensear terra indígena envolveu quatro ministérios  Foto: Adriano Machado/Reuters - 1/7/2020
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Segundo ele, a operação atual envolveu quatro ministérios além do Planejamento. A Justiça forneceu helicópteros, pilotados por integrantes da Polícia Rodoviária Federal – a distância era o maior desafio. A Defesa se encarregou do combustível. A Saúde cuidou dos protocolos de segurança sanitária. O Ministério dos Povos Indígenas, por fim, responsabilizou-se pelos guias.

Por coincidência, recebi um áudio de Villaverde – gravação que está no minipodcast – na véspera de iniciar uma viagem pela região do Rio Negro. Lembrei-me do que um funcionário da alfândega me disse em Sharm El-Sheikh, na última Conferência do Clima, a COP-28, quando falei que vinha do Brasil: “É aquele país que tem uma floresta?”.

Com sua água escura que reflete, como um espelho vivo, mata, sol e nuvens, o Rio Negro concentra algumas das paisagens mais bonitas do mundo. A região amazônica é um misto de carência e exuberância. Exuberância da natureza, carência de políticas públicas que levem educação, saúde e cidadania a lugares de acesso difícil.

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Em 2010, data do penúltimo Censo, talvez não fosse ainda claro para os brasileiros que a Amazônia é o coração do nosso país. Só seremos uma nação relevante se cuidarmos da floresta tropical da qual depende a sobrevivência da vida no planeta. Cada árvore cortada na Amazônia representa um passo não apenas para a irrelevância, mas também para que o Brasil se torne, merecidamente, o vilão do mundo.

Se somos “o país que tem uma floresta”, deveríamos nos obrigar a conhecer a mata que nos define. Conhecer não significa apenas ir até lá – experiência intensa e inesquecível que recomendo com entusiasmo –, mas também coletar os dados que permitam atacar e resolver os problemas da região. O novo Censo dará uma contribuição fundamental nesse sentido. Pela primeira vez saberemos quem são, como vivem – e, principalmente, do que precisam – os moradores do coração do Brasil.

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Para saber mais

Minipodcast com João Villaverde

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Ouça entrevista com o professor da FGV e um dos coordenadores do Censo na terra indígena yanomami

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Reportagem de Adriana Fernandes sobre o Censo do IBGE

Os brasileiros da Terra Indígena Yanomami nunca receberam a devida atenção nos recenseamentos do IBGE. Era como se não fossem brasileiros. Essa lacuna imperdoável – que inclui também populações ribeirinhas e comunidades carentes – será preenchida no novo Censo, cujos dados devem ser divulgados na próxima quarta-feira, 28.

“A gente vai ter o retrato fidedigno da Terra Indígena Yanomami pela primeira vez na história”, diz João Villaverde, do Ministério do Planejamento, um dos coordenadores do recenseamento na região. “No censo anterior faltaram, entre outras coisas, recursos e tecnologia.” Villaverde, professor na Fundação Getulio Vargas, é o entrevistado do minipodcast da semana.

Yanomamis em Alto Alegre, em Roraima; operação para recensear terra indígena envolveu quatro ministérios  Foto: Adriano Machado/Reuters - 1/7/2020

Segundo ele, a operação atual envolveu quatro ministérios além do Planejamento. A Justiça forneceu helicópteros, pilotados por integrantes da Polícia Rodoviária Federal – a distância era o maior desafio. A Defesa se encarregou do combustível. A Saúde cuidou dos protocolos de segurança sanitária. O Ministério dos Povos Indígenas, por fim, responsabilizou-se pelos guias.

Por coincidência, recebi um áudio de Villaverde – gravação que está no minipodcast – na véspera de iniciar uma viagem pela região do Rio Negro. Lembrei-me do que um funcionário da alfândega me disse em Sharm El-Sheikh, na última Conferência do Clima, a COP-28, quando falei que vinha do Brasil: “É aquele país que tem uma floresta?”.

Com sua água escura que reflete, como um espelho vivo, mata, sol e nuvens, o Rio Negro concentra algumas das paisagens mais bonitas do mundo. A região amazônica é um misto de carência e exuberância. Exuberância da natureza, carência de políticas públicas que levem educação, saúde e cidadania a lugares de acesso difícil.

Em 2010, data do penúltimo Censo, talvez não fosse ainda claro para os brasileiros que a Amazônia é o coração do nosso país. Só seremos uma nação relevante se cuidarmos da floresta tropical da qual depende a sobrevivência da vida no planeta. Cada árvore cortada na Amazônia representa um passo não apenas para a irrelevância, mas também para que o Brasil se torne, merecidamente, o vilão do mundo.

Se somos “o país que tem uma floresta”, deveríamos nos obrigar a conhecer a mata que nos define. Conhecer não significa apenas ir até lá – experiência intensa e inesquecível que recomendo com entusiasmo –, mas também coletar os dados que permitam atacar e resolver os problemas da região. O novo Censo dará uma contribuição fundamental nesse sentido. Pela primeira vez saberemos quem são, como vivem – e, principalmente, do que precisam – os moradores do coração do Brasil.

Para saber mais

Minipodcast com João Villaverde

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Reportagem de Adriana Fernandes sobre o Censo do IBGE

Os brasileiros da Terra Indígena Yanomami nunca receberam a devida atenção nos recenseamentos do IBGE. Era como se não fossem brasileiros. Essa lacuna imperdoável – que inclui também populações ribeirinhas e comunidades carentes – será preenchida no novo Censo, cujos dados devem ser divulgados na próxima quarta-feira, 28.

“A gente vai ter o retrato fidedigno da Terra Indígena Yanomami pela primeira vez na história”, diz João Villaverde, do Ministério do Planejamento, um dos coordenadores do recenseamento na região. “No censo anterior faltaram, entre outras coisas, recursos e tecnologia.” Villaverde, professor na Fundação Getulio Vargas, é o entrevistado do minipodcast da semana.

Yanomamis em Alto Alegre, em Roraima; operação para recensear terra indígena envolveu quatro ministérios  Foto: Adriano Machado/Reuters - 1/7/2020

Segundo ele, a operação atual envolveu quatro ministérios além do Planejamento. A Justiça forneceu helicópteros, pilotados por integrantes da Polícia Rodoviária Federal – a distância era o maior desafio. A Defesa se encarregou do combustível. A Saúde cuidou dos protocolos de segurança sanitária. O Ministério dos Povos Indígenas, por fim, responsabilizou-se pelos guias.

Por coincidência, recebi um áudio de Villaverde – gravação que está no minipodcast – na véspera de iniciar uma viagem pela região do Rio Negro. Lembrei-me do que um funcionário da alfândega me disse em Sharm El-Sheikh, na última Conferência do Clima, a COP-28, quando falei que vinha do Brasil: “É aquele país que tem uma floresta?”.

Com sua água escura que reflete, como um espelho vivo, mata, sol e nuvens, o Rio Negro concentra algumas das paisagens mais bonitas do mundo. A região amazônica é um misto de carência e exuberância. Exuberância da natureza, carência de políticas públicas que levem educação, saúde e cidadania a lugares de acesso difícil.

Em 2010, data do penúltimo Censo, talvez não fosse ainda claro para os brasileiros que a Amazônia é o coração do nosso país. Só seremos uma nação relevante se cuidarmos da floresta tropical da qual depende a sobrevivência da vida no planeta. Cada árvore cortada na Amazônia representa um passo não apenas para a irrelevância, mas também para que o Brasil se torne, merecidamente, o vilão do mundo.

Se somos “o país que tem uma floresta”, deveríamos nos obrigar a conhecer a mata que nos define. Conhecer não significa apenas ir até lá – experiência intensa e inesquecível que recomendo com entusiasmo –, mas também coletar os dados que permitam atacar e resolver os problemas da região. O novo Censo dará uma contribuição fundamental nesse sentido. Pela primeira vez saberemos quem são, como vivem – e, principalmente, do que precisam – os moradores do coração do Brasil.

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Reportagem de Adriana Fernandes sobre o Censo do IBGE

Os brasileiros da Terra Indígena Yanomami nunca receberam a devida atenção nos recenseamentos do IBGE. Era como se não fossem brasileiros. Essa lacuna imperdoável – que inclui também populações ribeirinhas e comunidades carentes – será preenchida no novo Censo, cujos dados devem ser divulgados na próxima quarta-feira, 28.

“A gente vai ter o retrato fidedigno da Terra Indígena Yanomami pela primeira vez na história”, diz João Villaverde, do Ministério do Planejamento, um dos coordenadores do recenseamento na região. “No censo anterior faltaram, entre outras coisas, recursos e tecnologia.” Villaverde, professor na Fundação Getulio Vargas, é o entrevistado do minipodcast da semana.

Yanomamis em Alto Alegre, em Roraima; operação para recensear terra indígena envolveu quatro ministérios  Foto: Adriano Machado/Reuters - 1/7/2020

Segundo ele, a operação atual envolveu quatro ministérios além do Planejamento. A Justiça forneceu helicópteros, pilotados por integrantes da Polícia Rodoviária Federal – a distância era o maior desafio. A Defesa se encarregou do combustível. A Saúde cuidou dos protocolos de segurança sanitária. O Ministério dos Povos Indígenas, por fim, responsabilizou-se pelos guias.

Por coincidência, recebi um áudio de Villaverde – gravação que está no minipodcast – na véspera de iniciar uma viagem pela região do Rio Negro. Lembrei-me do que um funcionário da alfândega me disse em Sharm El-Sheikh, na última Conferência do Clima, a COP-28, quando falei que vinha do Brasil: “É aquele país que tem uma floresta?”.

Com sua água escura que reflete, como um espelho vivo, mata, sol e nuvens, o Rio Negro concentra algumas das paisagens mais bonitas do mundo. A região amazônica é um misto de carência e exuberância. Exuberância da natureza, carência de políticas públicas que levem educação, saúde e cidadania a lugares de acesso difícil.

Em 2010, data do penúltimo Censo, talvez não fosse ainda claro para os brasileiros que a Amazônia é o coração do nosso país. Só seremos uma nação relevante se cuidarmos da floresta tropical da qual depende a sobrevivência da vida no planeta. Cada árvore cortada na Amazônia representa um passo não apenas para a irrelevância, mas também para que o Brasil se torne, merecidamente, o vilão do mundo.

Se somos “o país que tem uma floresta”, deveríamos nos obrigar a conhecer a mata que nos define. Conhecer não significa apenas ir até lá – experiência intensa e inesquecível que recomendo com entusiasmo –, mas também coletar os dados que permitam atacar e resolver os problemas da região. O novo Censo dará uma contribuição fundamental nesse sentido. Pela primeira vez saberemos quem são, como vivem – e, principalmente, do que precisam – os moradores do coração do Brasil.

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Reportagem de Adriana Fernandes sobre o Censo do IBGE

Os brasileiros da Terra Indígena Yanomami nunca receberam a devida atenção nos recenseamentos do IBGE. Era como se não fossem brasileiros. Essa lacuna imperdoável – que inclui também populações ribeirinhas e comunidades carentes – será preenchida no novo Censo, cujos dados devem ser divulgados na próxima quarta-feira, 28.

“A gente vai ter o retrato fidedigno da Terra Indígena Yanomami pela primeira vez na história”, diz João Villaverde, do Ministério do Planejamento, um dos coordenadores do recenseamento na região. “No censo anterior faltaram, entre outras coisas, recursos e tecnologia.” Villaverde, professor na Fundação Getulio Vargas, é o entrevistado do minipodcast da semana.

Yanomamis em Alto Alegre, em Roraima; operação para recensear terra indígena envolveu quatro ministérios  Foto: Adriano Machado/Reuters - 1/7/2020

Segundo ele, a operação atual envolveu quatro ministérios além do Planejamento. A Justiça forneceu helicópteros, pilotados por integrantes da Polícia Rodoviária Federal – a distância era o maior desafio. A Defesa se encarregou do combustível. A Saúde cuidou dos protocolos de segurança sanitária. O Ministério dos Povos Indígenas, por fim, responsabilizou-se pelos guias.

Por coincidência, recebi um áudio de Villaverde – gravação que está no minipodcast – na véspera de iniciar uma viagem pela região do Rio Negro. Lembrei-me do que um funcionário da alfândega me disse em Sharm El-Sheikh, na última Conferência do Clima, a COP-28, quando falei que vinha do Brasil: “É aquele país que tem uma floresta?”.

Com sua água escura que reflete, como um espelho vivo, mata, sol e nuvens, o Rio Negro concentra algumas das paisagens mais bonitas do mundo. A região amazônica é um misto de carência e exuberância. Exuberância da natureza, carência de políticas públicas que levem educação, saúde e cidadania a lugares de acesso difícil.

Em 2010, data do penúltimo Censo, talvez não fosse ainda claro para os brasileiros que a Amazônia é o coração do nosso país. Só seremos uma nação relevante se cuidarmos da floresta tropical da qual depende a sobrevivência da vida no planeta. Cada árvore cortada na Amazônia representa um passo não apenas para a irrelevância, mas também para que o Brasil se torne, merecidamente, o vilão do mundo.

Se somos “o país que tem uma floresta”, deveríamos nos obrigar a conhecer a mata que nos define. Conhecer não significa apenas ir até lá – experiência intensa e inesquecível que recomendo com entusiasmo –, mas também coletar os dados que permitam atacar e resolver os problemas da região. O novo Censo dará uma contribuição fundamental nesse sentido. Pela primeira vez saberemos quem são, como vivem – e, principalmente, do que precisam – os moradores do coração do Brasil.

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