O jogo da democracia no Brasil e no mundo

O ‘Superbigode’, o Papai Noel e a vida real


Em democracias deterioradas, governantes negam os problemas e propõem soluções mirabolantes

Por João Gabriel de Lima

Um novo super-herói viralizou nesta semana no YouTube, em seu embate contra um vilão loiro instalado na Casa Branca. O americano platinado e seus asseclas não têm como resistir à força do “Superbigode”, que usa sunga de Super-Homem, destrói os inimigos com sua “mão de ferro” literal – e tem o rosto e os trejeitos do presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Nas democracias saudáveis, a luta pelo poder se dá com o objetivo de resolver problemas concretos dos eleitores. Em democracias deterioradas, como a venezuelana, os governantes negam os problemas, atribuindo-os a um vilão externo – no caso, o ex-presidente Donald Trump, que nem está mais na Casa Branca – e propõem soluções mirabolantes. A anedota do super-herói bigodudo zomba da tragédia humanitária vivida pelo país vizinho.

A anedota do super-herói bigodudo zomba da tragédia humanitária vivida pelo país vizinho. Foto: Miraflores Palace via REUTERS
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Já no Brasil, dois fatos importantes marcaram esta semana. O primeiro foi a divulgação dos números do Produto Interno Bruto, que revelaram que estamos entre a estagnação e a recessão. Como mostrou o Estadão em editorial, nosso desempenho está entre os piores do mundo, deixando claro que a culpa não é da pandemia, mas da má gestão do governo federal.

O segundo fato foi que, com a definição das prévias do PSDB, formou-se o grid de largada das eleições de 2022 – o cientista político Carlos Melo, do Insper, entrevistado no minipodcast da semana, analisa o cenário. Há muitas desvantagens em antecipar a campanha eleitoral, mas existe algo de bom: teremos tempo para discutir os problemas concretos do País.

Eles se expressam em números como o da inflação, que passou dos dois dígitos, e do desemprego, acima de 12%. Na vida real, são tão dramáticos como as cenas de cidadãos brasileiros procurando comida em lixões ou usando fogareiros a lenha, por não ter como pagar o preço do botijão de gás. 

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Em plena crise econômica, há quem perca tempo – caso da Câmara dos Vereadores de Ribeirão Preto – escrevendo moções contra um comercial do Papai Noel veiculado na Noruega, em que o bom velhinho saúda os 50 anos da união civil homossexual no país nórdico.

Os candidatos estão posicionados para as eleições do ano que vem. Que o debate se dê em torno de questões reais. Desviar o foco ou buscar soluções mirabolantes é zombar das agruras vividas pelos cidadãos, que votam em busca de soluções concretas para seus dramas. Elas passam longe de mitos natalinos ou candidatos que, como o “Superbigode” venezuelano, acham que sua própria presença, travestidos de super-heróis, resolverá os problemas da vida real.

ESCRITOR, PROFESSOR DA FAAP E DOUTORANDO EM CIÊNCIA POLÍTICA NA UNIVERSIDADE DE LISBOA

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Para saber mais

Mini-podcast da semana com Carlos Melo

Editorial do Estadão sobre a recessão econômica

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Análise de Alexandre Calais sobre a recessão brasileira

Reportagem da TSF sobre o “Superbigode”

Vídeo do “Superbigode” no YouTube

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Reportagem da Deutsche Welle sobre o Papai Noel da Noruega

Um novo super-herói viralizou nesta semana no YouTube, em seu embate contra um vilão loiro instalado na Casa Branca. O americano platinado e seus asseclas não têm como resistir à força do “Superbigode”, que usa sunga de Super-Homem, destrói os inimigos com sua “mão de ferro” literal – e tem o rosto e os trejeitos do presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Nas democracias saudáveis, a luta pelo poder se dá com o objetivo de resolver problemas concretos dos eleitores. Em democracias deterioradas, como a venezuelana, os governantes negam os problemas, atribuindo-os a um vilão externo – no caso, o ex-presidente Donald Trump, que nem está mais na Casa Branca – e propõem soluções mirabolantes. A anedota do super-herói bigodudo zomba da tragédia humanitária vivida pelo país vizinho.

A anedota do super-herói bigodudo zomba da tragédia humanitária vivida pelo país vizinho. Foto: Miraflores Palace via REUTERS

Já no Brasil, dois fatos importantes marcaram esta semana. O primeiro foi a divulgação dos números do Produto Interno Bruto, que revelaram que estamos entre a estagnação e a recessão. Como mostrou o Estadão em editorial, nosso desempenho está entre os piores do mundo, deixando claro que a culpa não é da pandemia, mas da má gestão do governo federal.

O segundo fato foi que, com a definição das prévias do PSDB, formou-se o grid de largada das eleições de 2022 – o cientista político Carlos Melo, do Insper, entrevistado no minipodcast da semana, analisa o cenário. Há muitas desvantagens em antecipar a campanha eleitoral, mas existe algo de bom: teremos tempo para discutir os problemas concretos do País.

Eles se expressam em números como o da inflação, que passou dos dois dígitos, e do desemprego, acima de 12%. Na vida real, são tão dramáticos como as cenas de cidadãos brasileiros procurando comida em lixões ou usando fogareiros a lenha, por não ter como pagar o preço do botijão de gás. 

Em plena crise econômica, há quem perca tempo – caso da Câmara dos Vereadores de Ribeirão Preto – escrevendo moções contra um comercial do Papai Noel veiculado na Noruega, em que o bom velhinho saúda os 50 anos da união civil homossexual no país nórdico.

Os candidatos estão posicionados para as eleições do ano que vem. Que o debate se dê em torno de questões reais. Desviar o foco ou buscar soluções mirabolantes é zombar das agruras vividas pelos cidadãos, que votam em busca de soluções concretas para seus dramas. Elas passam longe de mitos natalinos ou candidatos que, como o “Superbigode” venezuelano, acham que sua própria presença, travestidos de super-heróis, resolverá os problemas da vida real.

ESCRITOR, PROFESSOR DA FAAP E DOUTORANDO EM CIÊNCIA POLÍTICA NA UNIVERSIDADE DE LISBOA

Para saber mais

Mini-podcast da semana com Carlos Melo

Editorial do Estadão sobre a recessão econômica

Análise de Alexandre Calais sobre a recessão brasileira

Reportagem da TSF sobre o “Superbigode”

Vídeo do “Superbigode” no YouTube

Reportagem da Deutsche Welle sobre o Papai Noel da Noruega

Um novo super-herói viralizou nesta semana no YouTube, em seu embate contra um vilão loiro instalado na Casa Branca. O americano platinado e seus asseclas não têm como resistir à força do “Superbigode”, que usa sunga de Super-Homem, destrói os inimigos com sua “mão de ferro” literal – e tem o rosto e os trejeitos do presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Nas democracias saudáveis, a luta pelo poder se dá com o objetivo de resolver problemas concretos dos eleitores. Em democracias deterioradas, como a venezuelana, os governantes negam os problemas, atribuindo-os a um vilão externo – no caso, o ex-presidente Donald Trump, que nem está mais na Casa Branca – e propõem soluções mirabolantes. A anedota do super-herói bigodudo zomba da tragédia humanitária vivida pelo país vizinho.

A anedota do super-herói bigodudo zomba da tragédia humanitária vivida pelo país vizinho. Foto: Miraflores Palace via REUTERS

Já no Brasil, dois fatos importantes marcaram esta semana. O primeiro foi a divulgação dos números do Produto Interno Bruto, que revelaram que estamos entre a estagnação e a recessão. Como mostrou o Estadão em editorial, nosso desempenho está entre os piores do mundo, deixando claro que a culpa não é da pandemia, mas da má gestão do governo federal.

O segundo fato foi que, com a definição das prévias do PSDB, formou-se o grid de largada das eleições de 2022 – o cientista político Carlos Melo, do Insper, entrevistado no minipodcast da semana, analisa o cenário. Há muitas desvantagens em antecipar a campanha eleitoral, mas existe algo de bom: teremos tempo para discutir os problemas concretos do País.

Eles se expressam em números como o da inflação, que passou dos dois dígitos, e do desemprego, acima de 12%. Na vida real, são tão dramáticos como as cenas de cidadãos brasileiros procurando comida em lixões ou usando fogareiros a lenha, por não ter como pagar o preço do botijão de gás. 

Em plena crise econômica, há quem perca tempo – caso da Câmara dos Vereadores de Ribeirão Preto – escrevendo moções contra um comercial do Papai Noel veiculado na Noruega, em que o bom velhinho saúda os 50 anos da união civil homossexual no país nórdico.

Os candidatos estão posicionados para as eleições do ano que vem. Que o debate se dê em torno de questões reais. Desviar o foco ou buscar soluções mirabolantes é zombar das agruras vividas pelos cidadãos, que votam em busca de soluções concretas para seus dramas. Elas passam longe de mitos natalinos ou candidatos que, como o “Superbigode” venezuelano, acham que sua própria presença, travestidos de super-heróis, resolverá os problemas da vida real.

ESCRITOR, PROFESSOR DA FAAP E DOUTORANDO EM CIÊNCIA POLÍTICA NA UNIVERSIDADE DE LISBOA

Para saber mais

Mini-podcast da semana com Carlos Melo

Editorial do Estadão sobre a recessão econômica

Análise de Alexandre Calais sobre a recessão brasileira

Reportagem da TSF sobre o “Superbigode”

Vídeo do “Superbigode” no YouTube

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Um novo super-herói viralizou nesta semana no YouTube, em seu embate contra um vilão loiro instalado na Casa Branca. O americano platinado e seus asseclas não têm como resistir à força do “Superbigode”, que usa sunga de Super-Homem, destrói os inimigos com sua “mão de ferro” literal – e tem o rosto e os trejeitos do presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Nas democracias saudáveis, a luta pelo poder se dá com o objetivo de resolver problemas concretos dos eleitores. Em democracias deterioradas, como a venezuelana, os governantes negam os problemas, atribuindo-os a um vilão externo – no caso, o ex-presidente Donald Trump, que nem está mais na Casa Branca – e propõem soluções mirabolantes. A anedota do super-herói bigodudo zomba da tragédia humanitária vivida pelo país vizinho.

A anedota do super-herói bigodudo zomba da tragédia humanitária vivida pelo país vizinho. Foto: Miraflores Palace via REUTERS

Já no Brasil, dois fatos importantes marcaram esta semana. O primeiro foi a divulgação dos números do Produto Interno Bruto, que revelaram que estamos entre a estagnação e a recessão. Como mostrou o Estadão em editorial, nosso desempenho está entre os piores do mundo, deixando claro que a culpa não é da pandemia, mas da má gestão do governo federal.

O segundo fato foi que, com a definição das prévias do PSDB, formou-se o grid de largada das eleições de 2022 – o cientista político Carlos Melo, do Insper, entrevistado no minipodcast da semana, analisa o cenário. Há muitas desvantagens em antecipar a campanha eleitoral, mas existe algo de bom: teremos tempo para discutir os problemas concretos do País.

Eles se expressam em números como o da inflação, que passou dos dois dígitos, e do desemprego, acima de 12%. Na vida real, são tão dramáticos como as cenas de cidadãos brasileiros procurando comida em lixões ou usando fogareiros a lenha, por não ter como pagar o preço do botijão de gás. 

Em plena crise econômica, há quem perca tempo – caso da Câmara dos Vereadores de Ribeirão Preto – escrevendo moções contra um comercial do Papai Noel veiculado na Noruega, em que o bom velhinho saúda os 50 anos da união civil homossexual no país nórdico.

Os candidatos estão posicionados para as eleições do ano que vem. Que o debate se dê em torno de questões reais. Desviar o foco ou buscar soluções mirabolantes é zombar das agruras vividas pelos cidadãos, que votam em busca de soluções concretas para seus dramas. Elas passam longe de mitos natalinos ou candidatos que, como o “Superbigode” venezuelano, acham que sua própria presença, travestidos de super-heróis, resolverá os problemas da vida real.

ESCRITOR, PROFESSOR DA FAAP E DOUTORANDO EM CIÊNCIA POLÍTICA NA UNIVERSIDADE DE LISBOA

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Análise de Alexandre Calais sobre a recessão brasileira

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Um novo super-herói viralizou nesta semana no YouTube, em seu embate contra um vilão loiro instalado na Casa Branca. O americano platinado e seus asseclas não têm como resistir à força do “Superbigode”, que usa sunga de Super-Homem, destrói os inimigos com sua “mão de ferro” literal – e tem o rosto e os trejeitos do presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Nas democracias saudáveis, a luta pelo poder se dá com o objetivo de resolver problemas concretos dos eleitores. Em democracias deterioradas, como a venezuelana, os governantes negam os problemas, atribuindo-os a um vilão externo – no caso, o ex-presidente Donald Trump, que nem está mais na Casa Branca – e propõem soluções mirabolantes. A anedota do super-herói bigodudo zomba da tragédia humanitária vivida pelo país vizinho.

A anedota do super-herói bigodudo zomba da tragédia humanitária vivida pelo país vizinho. Foto: Miraflores Palace via REUTERS

Já no Brasil, dois fatos importantes marcaram esta semana. O primeiro foi a divulgação dos números do Produto Interno Bruto, que revelaram que estamos entre a estagnação e a recessão. Como mostrou o Estadão em editorial, nosso desempenho está entre os piores do mundo, deixando claro que a culpa não é da pandemia, mas da má gestão do governo federal.

O segundo fato foi que, com a definição das prévias do PSDB, formou-se o grid de largada das eleições de 2022 – o cientista político Carlos Melo, do Insper, entrevistado no minipodcast da semana, analisa o cenário. Há muitas desvantagens em antecipar a campanha eleitoral, mas existe algo de bom: teremos tempo para discutir os problemas concretos do País.

Eles se expressam em números como o da inflação, que passou dos dois dígitos, e do desemprego, acima de 12%. Na vida real, são tão dramáticos como as cenas de cidadãos brasileiros procurando comida em lixões ou usando fogareiros a lenha, por não ter como pagar o preço do botijão de gás. 

Em plena crise econômica, há quem perca tempo – caso da Câmara dos Vereadores de Ribeirão Preto – escrevendo moções contra um comercial do Papai Noel veiculado na Noruega, em que o bom velhinho saúda os 50 anos da união civil homossexual no país nórdico.

Os candidatos estão posicionados para as eleições do ano que vem. Que o debate se dê em torno de questões reais. Desviar o foco ou buscar soluções mirabolantes é zombar das agruras vividas pelos cidadãos, que votam em busca de soluções concretas para seus dramas. Elas passam longe de mitos natalinos ou candidatos que, como o “Superbigode” venezuelano, acham que sua própria presença, travestidos de super-heróis, resolverá os problemas da vida real.

ESCRITOR, PROFESSOR DA FAAP E DOUTORANDO EM CIÊNCIA POLÍTICA NA UNIVERSIDADE DE LISBOA

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Análise de Alexandre Calais sobre a recessão brasileira

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