O jogo da democracia no Brasil e no mundo

Próximo encontro dos sócios do ‘clube da raiva’ foi adiado por suposta ‘perseguição’ a Bolsonaro


Cresce o intercâmbio entre os peixes graúdos da ultradireita internacional; ex-presidente brasileiro enfrenta dissabores

Por João Gabriel de Lima

Um centro de convenções em forma de baleia abrigou, ao longo desta semana, os peixes graúdos da ultradireita internacional. O anfitrião foi o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que organizou em Budapeste uma versão europeia da CPAC, a Conferência da Ação Política Conservadora. O evento, criado nos Estados Unidos, transformou-se ao longo dos anos em piscina de exibição para o cardume trumpista. Em seu discurso de abertura, Orbán pediu a volta do tubarão-mor à Casa Branca.

Orbán e Trump, cujos rostos estampavam camisetas distribuídas na CPAC, são os musos da ultradireita autoritária. Orbán porque conseguiu destruir as instituições democráticas de seu país ao longo de três mandatos. Trump porque varreu do mapa o principal obstáculo da ultradireita – que não é a esquerda, mas a direita moderada. “Ela praticamente deixou de existir nos Estados Unidos, diante da força midiática do trumpismo”, diz o cientista político espanhol Francisco Rodríguez Jiménez, um dos autores do livro Trump: Breve História de uma Presidência Singular. Jiménez é o entrevistado do minipodcast da semana.

André Ventura, líder do partido português Chega, durante versão europeia da CPAC, em Budapeste  Foto: Noemi Bruzak/EFE - 5/5/2023
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Em Portugal, o líder da centro-direita, Luís Montenegro, declarou recentemente que nunca faria aliança com André Ventura, principal nome da direita radical em seu país. Na Espanha, o Partido Popular, que reúne os conservadores moderados, faz bullying com o extremista Santiago Abascal. Já nos Estados Unidos os radicais reinam sozinhos. “O principal rival de Trump no Partido Republicano, o governador Ron De Santis, é, em muitos aspectos, mais extremo que ele”, diz Jiménez.

O público-alvo da ultradireita é, em geral, o cidadão que tem medo – da violência urbana, da concorrência dos imigrantes no mercado de trabalho e de um estilo de vida vagamente definido como “progressista”. Trump soube, melhor que todos, transformar o medo em raiva – e, com isso, destruiu o debate de ideias na democracia americana.

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Cresce o intercâmbio entre os sócios do “clube da raiva”. O próximo encontro seria no fim da próxima semana, em Lisboa, tendo como anfitrião o português André Ventura. O evento foi adiado por suposta “perseguição” a Jair Bolsonaro, que seria a principal atração do convescote. O ex-presidente brasileiro realmente enfrenta dissabores – é suspeito de falsificar atestados de vacina e fomentar atos de vandalismo golpista, para não falar da apropriação indevida de joias, denunciada pelo Estadão em furo de reportagem.

Democratas mundo afora acompanharam com atenção o encontro no ventre da baleia húngara. É essencial conhecer as entranhas do monstro para poder enfrentá-lo – e vencê-lo.

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Um centro de convenções em forma de baleia abrigou, ao longo desta semana, os peixes graúdos da ultradireita internacional. O anfitrião foi o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que organizou em Budapeste uma versão europeia da CPAC, a Conferência da Ação Política Conservadora. O evento, criado nos Estados Unidos, transformou-se ao longo dos anos em piscina de exibição para o cardume trumpista. Em seu discurso de abertura, Orbán pediu a volta do tubarão-mor à Casa Branca.

Orbán e Trump, cujos rostos estampavam camisetas distribuídas na CPAC, são os musos da ultradireita autoritária. Orbán porque conseguiu destruir as instituições democráticas de seu país ao longo de três mandatos. Trump porque varreu do mapa o principal obstáculo da ultradireita – que não é a esquerda, mas a direita moderada. “Ela praticamente deixou de existir nos Estados Unidos, diante da força midiática do trumpismo”, diz o cientista político espanhol Francisco Rodríguez Jiménez, um dos autores do livro Trump: Breve História de uma Presidência Singular. Jiménez é o entrevistado do minipodcast da semana.

André Ventura, líder do partido português Chega, durante versão europeia da CPAC, em Budapeste  Foto: Noemi Bruzak/EFE - 5/5/2023

Em Portugal, o líder da centro-direita, Luís Montenegro, declarou recentemente que nunca faria aliança com André Ventura, principal nome da direita radical em seu país. Na Espanha, o Partido Popular, que reúne os conservadores moderados, faz bullying com o extremista Santiago Abascal. Já nos Estados Unidos os radicais reinam sozinhos. “O principal rival de Trump no Partido Republicano, o governador Ron De Santis, é, em muitos aspectos, mais extremo que ele”, diz Jiménez.

O público-alvo da ultradireita é, em geral, o cidadão que tem medo – da violência urbana, da concorrência dos imigrantes no mercado de trabalho e de um estilo de vida vagamente definido como “progressista”. Trump soube, melhor que todos, transformar o medo em raiva – e, com isso, destruiu o debate de ideias na democracia americana.

Cresce o intercâmbio entre os sócios do “clube da raiva”. O próximo encontro seria no fim da próxima semana, em Lisboa, tendo como anfitrião o português André Ventura. O evento foi adiado por suposta “perseguição” a Jair Bolsonaro, que seria a principal atração do convescote. O ex-presidente brasileiro realmente enfrenta dissabores – é suspeito de falsificar atestados de vacina e fomentar atos de vandalismo golpista, para não falar da apropriação indevida de joias, denunciada pelo Estadão em furo de reportagem.

Democratas mundo afora acompanharam com atenção o encontro no ventre da baleia húngara. É essencial conhecer as entranhas do monstro para poder enfrentá-lo – e vencê-lo.

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Um centro de convenções em forma de baleia abrigou, ao longo desta semana, os peixes graúdos da ultradireita internacional. O anfitrião foi o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que organizou em Budapeste uma versão europeia da CPAC, a Conferência da Ação Política Conservadora. O evento, criado nos Estados Unidos, transformou-se ao longo dos anos em piscina de exibição para o cardume trumpista. Em seu discurso de abertura, Orbán pediu a volta do tubarão-mor à Casa Branca.

Orbán e Trump, cujos rostos estampavam camisetas distribuídas na CPAC, são os musos da ultradireita autoritária. Orbán porque conseguiu destruir as instituições democráticas de seu país ao longo de três mandatos. Trump porque varreu do mapa o principal obstáculo da ultradireita – que não é a esquerda, mas a direita moderada. “Ela praticamente deixou de existir nos Estados Unidos, diante da força midiática do trumpismo”, diz o cientista político espanhol Francisco Rodríguez Jiménez, um dos autores do livro Trump: Breve História de uma Presidência Singular. Jiménez é o entrevistado do minipodcast da semana.

André Ventura, líder do partido português Chega, durante versão europeia da CPAC, em Budapeste  Foto: Noemi Bruzak/EFE - 5/5/2023

Em Portugal, o líder da centro-direita, Luís Montenegro, declarou recentemente que nunca faria aliança com André Ventura, principal nome da direita radical em seu país. Na Espanha, o Partido Popular, que reúne os conservadores moderados, faz bullying com o extremista Santiago Abascal. Já nos Estados Unidos os radicais reinam sozinhos. “O principal rival de Trump no Partido Republicano, o governador Ron De Santis, é, em muitos aspectos, mais extremo que ele”, diz Jiménez.

O público-alvo da ultradireita é, em geral, o cidadão que tem medo – da violência urbana, da concorrência dos imigrantes no mercado de trabalho e de um estilo de vida vagamente definido como “progressista”. Trump soube, melhor que todos, transformar o medo em raiva – e, com isso, destruiu o debate de ideias na democracia americana.

Cresce o intercâmbio entre os sócios do “clube da raiva”. O próximo encontro seria no fim da próxima semana, em Lisboa, tendo como anfitrião o português André Ventura. O evento foi adiado por suposta “perseguição” a Jair Bolsonaro, que seria a principal atração do convescote. O ex-presidente brasileiro realmente enfrenta dissabores – é suspeito de falsificar atestados de vacina e fomentar atos de vandalismo golpista, para não falar da apropriação indevida de joias, denunciada pelo Estadão em furo de reportagem.

Democratas mundo afora acompanharam com atenção o encontro no ventre da baleia húngara. É essencial conhecer as entranhas do monstro para poder enfrentá-lo – e vencê-lo.

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Orbán e Trump, cujos rostos estampavam camisetas distribuídas na CPAC, são os musos da ultradireita autoritária. Orbán porque conseguiu destruir as instituições democráticas de seu país ao longo de três mandatos. Trump porque varreu do mapa o principal obstáculo da ultradireita – que não é a esquerda, mas a direita moderada. “Ela praticamente deixou de existir nos Estados Unidos, diante da força midiática do trumpismo”, diz o cientista político espanhol Francisco Rodríguez Jiménez, um dos autores do livro Trump: Breve História de uma Presidência Singular. Jiménez é o entrevistado do minipodcast da semana.

André Ventura, líder do partido português Chega, durante versão europeia da CPAC, em Budapeste  Foto: Noemi Bruzak/EFE - 5/5/2023

Em Portugal, o líder da centro-direita, Luís Montenegro, declarou recentemente que nunca faria aliança com André Ventura, principal nome da direita radical em seu país. Na Espanha, o Partido Popular, que reúne os conservadores moderados, faz bullying com o extremista Santiago Abascal. Já nos Estados Unidos os radicais reinam sozinhos. “O principal rival de Trump no Partido Republicano, o governador Ron De Santis, é, em muitos aspectos, mais extremo que ele”, diz Jiménez.

O público-alvo da ultradireita é, em geral, o cidadão que tem medo – da violência urbana, da concorrência dos imigrantes no mercado de trabalho e de um estilo de vida vagamente definido como “progressista”. Trump soube, melhor que todos, transformar o medo em raiva – e, com isso, destruiu o debate de ideias na democracia americana.

Cresce o intercâmbio entre os sócios do “clube da raiva”. O próximo encontro seria no fim da próxima semana, em Lisboa, tendo como anfitrião o português André Ventura. O evento foi adiado por suposta “perseguição” a Jair Bolsonaro, que seria a principal atração do convescote. O ex-presidente brasileiro realmente enfrenta dissabores – é suspeito de falsificar atestados de vacina e fomentar atos de vandalismo golpista, para não falar da apropriação indevida de joias, denunciada pelo Estadão em furo de reportagem.

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