Jorge Messias, o “Bessias”, é cotado para coordenador jurídico da transição de governo


Servidor que se tornou conhecido em grampo da ex-presidente Dilma pode assumir Advocacia-Geral da União no governo Lula

Por André Shalders
Atualização:

BRASÍLIA – O procurador da Fazenda Nacional Jorge Rodrigo Araújo Messias, o “Bessias”, deverá ser o coordenador jurídico do governo de transição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ideia é que ele trabalhe subordinado ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). Depois da posse, Messias é um nome cotado para comandar a Advocacia-Geral da União (AGU) no governo Lula. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), órgão de origem de Messias, é parte da estrutura da AGU.

O servidor ficou conhecido em março de 2016, quando o então juiz federal Sérgio Moro, encarregado de julgar os casos relativos à operação Lava Jato, tornou público um grampo telefônico de uma conversa entre Lula e a então presidente Dilma Rousseff (PT). “Seguinte: eu ‘tô’ mandando o ‘Bessias’ junto com o papel, pra gente ter ele. E só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?”, avisou Dilma ao agora presidente eleito.

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Lula na Avenida Paulista, ao lado de Geraldo Alckmin, da mulher, Janja, e da ex-presidente Dilma Rousseff. Foto: Daniel Teixeira/Estadão – 30/10/22

Na conversa, Dilma dizia estar enviando a Lula o termo de posse, já assinado, para que ele assumisse a Casa Civil. À época, Moro interpretou a conversa como uma tentativa de Lula para ganhar prerrogativa de foro privilegiado como ministro e se livrar de um eventual pedido de prisão. A divulgação do diálogo, que mais tarde o próprio Moro admitiu ser ilegal, foi um dos pontos altos da crise política que culminou com queda de Dilma. Semanas depois da divulgação do grampo, a Câmara dos Deputados decidiu, por 367 votos a 137, afastar a petista e dar sequência ao processo de impeachment.

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O episódio resultou na apresentação de uma denúncia por parte do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que acusou Dilma, Lula e o ex-ministro Aloízio Mercadante de tentar obstruir as investigações da Lava Jato.

Para Janot, Dilma e Lula usaram a nomeação da Casa Civil apenas como forma de garantir o foro privilegiado, o que os petistas sempre negaram. A acusação foi arquivada por falta de provas apenas em agosto deste ano pelo juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal. Segundo o juiz, as acusações a respeito de Dilma e Lula já prescreveram. Quanto a Mercadante, o juiz entendeu não haver provas.

Procurado para comentar a possibilidade de coordenar a área jurídica da equipe de transição, Messias disse que “não há nada definido” sobre sua participação, e que ele ainda não recebeu nenhum convite. Mesmo sendo funcionário de carreira, Messias passou os últimos anos lotado no gabinete do senador Jaques Wagner (PT-BA), a quem é ligado no PT.

BRASÍLIA – O procurador da Fazenda Nacional Jorge Rodrigo Araújo Messias, o “Bessias”, deverá ser o coordenador jurídico do governo de transição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ideia é que ele trabalhe subordinado ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). Depois da posse, Messias é um nome cotado para comandar a Advocacia-Geral da União (AGU) no governo Lula. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), órgão de origem de Messias, é parte da estrutura da AGU.

O servidor ficou conhecido em março de 2016, quando o então juiz federal Sérgio Moro, encarregado de julgar os casos relativos à operação Lava Jato, tornou público um grampo telefônico de uma conversa entre Lula e a então presidente Dilma Rousseff (PT). “Seguinte: eu ‘tô’ mandando o ‘Bessias’ junto com o papel, pra gente ter ele. E só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?”, avisou Dilma ao agora presidente eleito.

Lula na Avenida Paulista, ao lado de Geraldo Alckmin, da mulher, Janja, e da ex-presidente Dilma Rousseff. Foto: Daniel Teixeira/Estadão – 30/10/22

Na conversa, Dilma dizia estar enviando a Lula o termo de posse, já assinado, para que ele assumisse a Casa Civil. À época, Moro interpretou a conversa como uma tentativa de Lula para ganhar prerrogativa de foro privilegiado como ministro e se livrar de um eventual pedido de prisão. A divulgação do diálogo, que mais tarde o próprio Moro admitiu ser ilegal, foi um dos pontos altos da crise política que culminou com queda de Dilma. Semanas depois da divulgação do grampo, a Câmara dos Deputados decidiu, por 367 votos a 137, afastar a petista e dar sequência ao processo de impeachment.

O episódio resultou na apresentação de uma denúncia por parte do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que acusou Dilma, Lula e o ex-ministro Aloízio Mercadante de tentar obstruir as investigações da Lava Jato.

Para Janot, Dilma e Lula usaram a nomeação da Casa Civil apenas como forma de garantir o foro privilegiado, o que os petistas sempre negaram. A acusação foi arquivada por falta de provas apenas em agosto deste ano pelo juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal. Segundo o juiz, as acusações a respeito de Dilma e Lula já prescreveram. Quanto a Mercadante, o juiz entendeu não haver provas.

Procurado para comentar a possibilidade de coordenar a área jurídica da equipe de transição, Messias disse que “não há nada definido” sobre sua participação, e que ele ainda não recebeu nenhum convite. Mesmo sendo funcionário de carreira, Messias passou os últimos anos lotado no gabinete do senador Jaques Wagner (PT-BA), a quem é ligado no PT.

BRASÍLIA – O procurador da Fazenda Nacional Jorge Rodrigo Araújo Messias, o “Bessias”, deverá ser o coordenador jurídico do governo de transição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ideia é que ele trabalhe subordinado ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). Depois da posse, Messias é um nome cotado para comandar a Advocacia-Geral da União (AGU) no governo Lula. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), órgão de origem de Messias, é parte da estrutura da AGU.

O servidor ficou conhecido em março de 2016, quando o então juiz federal Sérgio Moro, encarregado de julgar os casos relativos à operação Lava Jato, tornou público um grampo telefônico de uma conversa entre Lula e a então presidente Dilma Rousseff (PT). “Seguinte: eu ‘tô’ mandando o ‘Bessias’ junto com o papel, pra gente ter ele. E só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?”, avisou Dilma ao agora presidente eleito.

Lula na Avenida Paulista, ao lado de Geraldo Alckmin, da mulher, Janja, e da ex-presidente Dilma Rousseff. Foto: Daniel Teixeira/Estadão – 30/10/22

Na conversa, Dilma dizia estar enviando a Lula o termo de posse, já assinado, para que ele assumisse a Casa Civil. À época, Moro interpretou a conversa como uma tentativa de Lula para ganhar prerrogativa de foro privilegiado como ministro e se livrar de um eventual pedido de prisão. A divulgação do diálogo, que mais tarde o próprio Moro admitiu ser ilegal, foi um dos pontos altos da crise política que culminou com queda de Dilma. Semanas depois da divulgação do grampo, a Câmara dos Deputados decidiu, por 367 votos a 137, afastar a petista e dar sequência ao processo de impeachment.

O episódio resultou na apresentação de uma denúncia por parte do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que acusou Dilma, Lula e o ex-ministro Aloízio Mercadante de tentar obstruir as investigações da Lava Jato.

Para Janot, Dilma e Lula usaram a nomeação da Casa Civil apenas como forma de garantir o foro privilegiado, o que os petistas sempre negaram. A acusação foi arquivada por falta de provas apenas em agosto deste ano pelo juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal. Segundo o juiz, as acusações a respeito de Dilma e Lula já prescreveram. Quanto a Mercadante, o juiz entendeu não haver provas.

Procurado para comentar a possibilidade de coordenar a área jurídica da equipe de transição, Messias disse que “não há nada definido” sobre sua participação, e que ele ainda não recebeu nenhum convite. Mesmo sendo funcionário de carreira, Messias passou os últimos anos lotado no gabinete do senador Jaques Wagner (PT-BA), a quem é ligado no PT.

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