Jornalistas se retiram de entrevista após Bolsonaro estimular apoiadores a hostilizar imprensa


Presidente levou discurso do diretor-geral da OMS anotado em folhas de sulfite para consultar durante conversa com jornalistas e apoiadores

Por Marlla Sabino

BRASÍLIA - Jornalistas que fazem a cobertura diária do Palácio da Alvorada se retiraram de entrevista concedida pelo presidente Jair Bolsonaro na manhã desta terça-feira, 31, após ele mandar repórteres ficarem quietos e estimular apoiadores a hostilizar os profissionais que estavam no local.

O presidente havia sido questionado sobre declarações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que tem defendido o isolamento social para evitar a propagação do coronavírus no País, na contramão do que tem dito o próprio Bolsonaro.

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Jair Bolsonaro eseu filho Eduardo na coletiva em que o presidente estimulou apoiadores a hostilizar jornalistas Foto: Dida Sampaio/Estadão

"Eu não sei o que ele falou. Eu parto do princípio que eu tenho que ver, não só ler o que está escrito", começou a responder Bolsonaro. Um apoiador, porém, o interrompeu e passou a hostilizar os jornalistas, com xingamentos. Instado a continuar a responder, o presidente afirmou que quem responderia seria o apoiador, que se identificou como "professor opressor".

"É ele que vai falar, não é vocês não", disse, mandando os repórteres ficarem quietos. Neste momento, os jornalistas que estavam no local, uma área cercada na entrada da residência oficial, se retiraram.

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A atitude surpreendeu Bolsonaro, que questionou: "Vai embora? Vai abandonar o povo? A imprensa que não gosta do povo", disse o presidente.

Assista a cena partir de 10:09:

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Os ataques contra a imprensa por parte de Bolsonaro têm se tornado constantes nas entrevistas que concede em frente ao Palácio da Alvorada. Na segunda-feira, após ser criticado por especialistas ao contrariar recomendações médicas e circular por áreas comerciais de Brasília, provocando aglomerações, o presidente disse que iria falar sem aceitar perguntas. No início do ano, chegou a mandar um repórter "calar a boca" e a ofender jornalistas que fizeram reportagens que o incomodaram.

As declarações hostis costumam ter o apoio da claque que diariamente aguarda a saída e a chegada do presidente na residência oficial. Por determinação da segurança presidencial, os jornalistas precisam ficar em uma área cercada por grades, ao lado de onde se concentram os apoiadores. 

Depois de um período em que poucos apareceram por lá por causa das recomendações de se evitar aglomerações, os apoiadores voltaram a ir ao local diariamente, estimulados pelo pronunciamento do presidente em que chamou de "gripezinha" a covid-19, doença que já matou 38 mil pessoas no mundo.

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Bolsonaro cita fala de diretor da OMS

Após a imprensa deixar o local na manhã de hoje, o presidente continuou a conversar com apoiadores, destacando uma declaração do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, sobre a necessidade de se preservar empregos durante a crise do coronavírus. Na fala, o diretor do órgão internacional cita que, em alguns países, medidas de isolamento e restrições de circulação podem custar a sobrevivência de pessoas mais pobres pelo impacto na economia.

O presidente levou o discurso de Ghebreyesus anotado em folhas de sulfite para consultar durante a conversa com jornalistas e apoiadores.

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Desde a semana passada, quando fez um pronunciamento em rede nacional de TV e rádio, Bolsonaro tem criticado medidas adotadas por governadores e prefeitos, como fechamento do comércio e de escolas. O argumento do presidente é de que, com isso, muitas pessoas que trabalham na informalidade perderão seu emprego e sua renda.

O Congresso, contudo, aprovou o pagamento de R$ 600,00 para os trabalhadores informais poderem ficar em casa nesse período de pico da doença. O valor foi negociado com o governo justamente para permitir que tenham renda no período de isolamento. Trabalhadores formais, com carteira assinada, também terão compensação do governo, numa tentativa de evitar que empresas façam demissões em massa. As companhias poderão reduzir jornada e salários ou até suspender contratos. Em contrapartida, o governo vai abrir os cofres e pagar uma parte do seguro-desemprego a que esses trabalhadores teriam direito se fossem dispensados. O porcentual pode chegar a 100% da parcela nos casos de suspensão do contrato por até dois meses. O valor cheio do seguro-desemprego hoje vai de R$ 1.045 a R$ 1.813,03.

No plano de quarentena do Ministério da Saúde para abril, maio e junho está previsto, ainda, "suporte financeiro" para quem tem menos de 60 anos, mas precisa ficar em casa por apresentar doença crônica, além da contratação de trabalhadores informais para atuarem como "promotores da saúde", orientando pessoas na rua e ajudando na limpeza de superfícies.

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O isolamento da população é uma recomendação de especialistas e da própria OMS como forma mais eficaz de se evitar a propagação da covid-19, que já matou 159 pessoas no Brasil.

BRASÍLIA - Jornalistas que fazem a cobertura diária do Palácio da Alvorada se retiraram de entrevista concedida pelo presidente Jair Bolsonaro na manhã desta terça-feira, 31, após ele mandar repórteres ficarem quietos e estimular apoiadores a hostilizar os profissionais que estavam no local.

O presidente havia sido questionado sobre declarações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que tem defendido o isolamento social para evitar a propagação do coronavírus no País, na contramão do que tem dito o próprio Bolsonaro.

Jair Bolsonaro eseu filho Eduardo na coletiva em que o presidente estimulou apoiadores a hostilizar jornalistas Foto: Dida Sampaio/Estadão

"Eu não sei o que ele falou. Eu parto do princípio que eu tenho que ver, não só ler o que está escrito", começou a responder Bolsonaro. Um apoiador, porém, o interrompeu e passou a hostilizar os jornalistas, com xingamentos. Instado a continuar a responder, o presidente afirmou que quem responderia seria o apoiador, que se identificou como "professor opressor".

"É ele que vai falar, não é vocês não", disse, mandando os repórteres ficarem quietos. Neste momento, os jornalistas que estavam no local, uma área cercada na entrada da residência oficial, se retiraram.

A atitude surpreendeu Bolsonaro, que questionou: "Vai embora? Vai abandonar o povo? A imprensa que não gosta do povo", disse o presidente.

Assista a cena partir de 10:09:

Os ataques contra a imprensa por parte de Bolsonaro têm se tornado constantes nas entrevistas que concede em frente ao Palácio da Alvorada. Na segunda-feira, após ser criticado por especialistas ao contrariar recomendações médicas e circular por áreas comerciais de Brasília, provocando aglomerações, o presidente disse que iria falar sem aceitar perguntas. No início do ano, chegou a mandar um repórter "calar a boca" e a ofender jornalistas que fizeram reportagens que o incomodaram.

As declarações hostis costumam ter o apoio da claque que diariamente aguarda a saída e a chegada do presidente na residência oficial. Por determinação da segurança presidencial, os jornalistas precisam ficar em uma área cercada por grades, ao lado de onde se concentram os apoiadores. 

Depois de um período em que poucos apareceram por lá por causa das recomendações de se evitar aglomerações, os apoiadores voltaram a ir ao local diariamente, estimulados pelo pronunciamento do presidente em que chamou de "gripezinha" a covid-19, doença que já matou 38 mil pessoas no mundo.

Bolsonaro cita fala de diretor da OMS

Após a imprensa deixar o local na manhã de hoje, o presidente continuou a conversar com apoiadores, destacando uma declaração do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, sobre a necessidade de se preservar empregos durante a crise do coronavírus. Na fala, o diretor do órgão internacional cita que, em alguns países, medidas de isolamento e restrições de circulação podem custar a sobrevivência de pessoas mais pobres pelo impacto na economia.

O presidente levou o discurso de Ghebreyesus anotado em folhas de sulfite para consultar durante a conversa com jornalistas e apoiadores.

Desde a semana passada, quando fez um pronunciamento em rede nacional de TV e rádio, Bolsonaro tem criticado medidas adotadas por governadores e prefeitos, como fechamento do comércio e de escolas. O argumento do presidente é de que, com isso, muitas pessoas que trabalham na informalidade perderão seu emprego e sua renda.

O Congresso, contudo, aprovou o pagamento de R$ 600,00 para os trabalhadores informais poderem ficar em casa nesse período de pico da doença. O valor foi negociado com o governo justamente para permitir que tenham renda no período de isolamento. Trabalhadores formais, com carteira assinada, também terão compensação do governo, numa tentativa de evitar que empresas façam demissões em massa. As companhias poderão reduzir jornada e salários ou até suspender contratos. Em contrapartida, o governo vai abrir os cofres e pagar uma parte do seguro-desemprego a que esses trabalhadores teriam direito se fossem dispensados. O porcentual pode chegar a 100% da parcela nos casos de suspensão do contrato por até dois meses. O valor cheio do seguro-desemprego hoje vai de R$ 1.045 a R$ 1.813,03.

No plano de quarentena do Ministério da Saúde para abril, maio e junho está previsto, ainda, "suporte financeiro" para quem tem menos de 60 anos, mas precisa ficar em casa por apresentar doença crônica, além da contratação de trabalhadores informais para atuarem como "promotores da saúde", orientando pessoas na rua e ajudando na limpeza de superfícies.

O isolamento da população é uma recomendação de especialistas e da própria OMS como forma mais eficaz de se evitar a propagação da covid-19, que já matou 159 pessoas no Brasil.

BRASÍLIA - Jornalistas que fazem a cobertura diária do Palácio da Alvorada se retiraram de entrevista concedida pelo presidente Jair Bolsonaro na manhã desta terça-feira, 31, após ele mandar repórteres ficarem quietos e estimular apoiadores a hostilizar os profissionais que estavam no local.

O presidente havia sido questionado sobre declarações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que tem defendido o isolamento social para evitar a propagação do coronavírus no País, na contramão do que tem dito o próprio Bolsonaro.

Jair Bolsonaro eseu filho Eduardo na coletiva em que o presidente estimulou apoiadores a hostilizar jornalistas Foto: Dida Sampaio/Estadão

"Eu não sei o que ele falou. Eu parto do princípio que eu tenho que ver, não só ler o que está escrito", começou a responder Bolsonaro. Um apoiador, porém, o interrompeu e passou a hostilizar os jornalistas, com xingamentos. Instado a continuar a responder, o presidente afirmou que quem responderia seria o apoiador, que se identificou como "professor opressor".

"É ele que vai falar, não é vocês não", disse, mandando os repórteres ficarem quietos. Neste momento, os jornalistas que estavam no local, uma área cercada na entrada da residência oficial, se retiraram.

A atitude surpreendeu Bolsonaro, que questionou: "Vai embora? Vai abandonar o povo? A imprensa que não gosta do povo", disse o presidente.

Assista a cena partir de 10:09:

Os ataques contra a imprensa por parte de Bolsonaro têm se tornado constantes nas entrevistas que concede em frente ao Palácio da Alvorada. Na segunda-feira, após ser criticado por especialistas ao contrariar recomendações médicas e circular por áreas comerciais de Brasília, provocando aglomerações, o presidente disse que iria falar sem aceitar perguntas. No início do ano, chegou a mandar um repórter "calar a boca" e a ofender jornalistas que fizeram reportagens que o incomodaram.

As declarações hostis costumam ter o apoio da claque que diariamente aguarda a saída e a chegada do presidente na residência oficial. Por determinação da segurança presidencial, os jornalistas precisam ficar em uma área cercada por grades, ao lado de onde se concentram os apoiadores. 

Depois de um período em que poucos apareceram por lá por causa das recomendações de se evitar aglomerações, os apoiadores voltaram a ir ao local diariamente, estimulados pelo pronunciamento do presidente em que chamou de "gripezinha" a covid-19, doença que já matou 38 mil pessoas no mundo.

Bolsonaro cita fala de diretor da OMS

Após a imprensa deixar o local na manhã de hoje, o presidente continuou a conversar com apoiadores, destacando uma declaração do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, sobre a necessidade de se preservar empregos durante a crise do coronavírus. Na fala, o diretor do órgão internacional cita que, em alguns países, medidas de isolamento e restrições de circulação podem custar a sobrevivência de pessoas mais pobres pelo impacto na economia.

O presidente levou o discurso de Ghebreyesus anotado em folhas de sulfite para consultar durante a conversa com jornalistas e apoiadores.

Desde a semana passada, quando fez um pronunciamento em rede nacional de TV e rádio, Bolsonaro tem criticado medidas adotadas por governadores e prefeitos, como fechamento do comércio e de escolas. O argumento do presidente é de que, com isso, muitas pessoas que trabalham na informalidade perderão seu emprego e sua renda.

O Congresso, contudo, aprovou o pagamento de R$ 600,00 para os trabalhadores informais poderem ficar em casa nesse período de pico da doença. O valor foi negociado com o governo justamente para permitir que tenham renda no período de isolamento. Trabalhadores formais, com carteira assinada, também terão compensação do governo, numa tentativa de evitar que empresas façam demissões em massa. As companhias poderão reduzir jornada e salários ou até suspender contratos. Em contrapartida, o governo vai abrir os cofres e pagar uma parte do seguro-desemprego a que esses trabalhadores teriam direito se fossem dispensados. O porcentual pode chegar a 100% da parcela nos casos de suspensão do contrato por até dois meses. O valor cheio do seguro-desemprego hoje vai de R$ 1.045 a R$ 1.813,03.

No plano de quarentena do Ministério da Saúde para abril, maio e junho está previsto, ainda, "suporte financeiro" para quem tem menos de 60 anos, mas precisa ficar em casa por apresentar doença crônica, além da contratação de trabalhadores informais para atuarem como "promotores da saúde", orientando pessoas na rua e ajudando na limpeza de superfícies.

O isolamento da população é uma recomendação de especialistas e da própria OMS como forma mais eficaz de se evitar a propagação da covid-19, que já matou 159 pessoas no Brasil.

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