Kassab diz que ‘quem apostou em polarização errou’ e que segundo turno em SP não será nacionalizado


Presidente do PSD, partido com maior número de prefeitos eleitos no País, afirma que Tarcísio de Freitas foi o grande vencedor da disputa municipal; leia entrevista

Por Pedro Augusto Figueiredo e Eduardo Gayer
Atualização:
Foto: Werther Santana/Estadão
Entrevista comGilberto KassabSecretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo e presidente do PSD

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, avalia que o segundo turno das eleições municipais em São Paulo não será nacionalizado - apesar de os candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) terem os apoios diretos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), respectivamente. “Quem apostou na polarização errou”, avaliou o ex-ministro sobre a mensagem das urnas no primeiro turno. “O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje”.

Em entrevista ao Estadão, Kassab disse acreditar em uma “certa convergência” dos eleitores de Pablo Marçal (PRTB) em direção a Ricardo Nunes, e reiterou sua tese de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu aliado no Estado, é o “grande vencedor” do pleito de 2024.

“Ele insistiu, preferiu ficar com o candidato que dizia que tinha menos chance. Quem ele achava que era o melhor para a cidade, com melhores parcerias com o Estado. E acertou. Ganhou o segundo turno, e é favorito”, disse. Kassab pondera que quem apostou na polarização e na nacionalização são os grandes “derrotados” das eleições. Na visão dele, o eleitor não quer esse tipo de discurso. “O pessoal quer saber o que o (Guilherme) Boulos vai fazer e o que o Ricardo Nunes vai fazer.”

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A segunda etapa da disputa, segundo ele, é para “somar” propostas e ideias de diferentes candidatos. “Não posso falar pelo Marçal, nem pelo Ricardo. Mas vai haver uma aproximação. O eleitor vai querer votar... é uma migração natural”, argumenta. O ex-prefeito também discordou de um certo distanciamento de Bolsonaro da campanha do emedebista, e afirma que o político do PL sempre “participou” da empreitada de Nunes.

O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje.

Gilberto Kassab

Kassab também revelou o desejo de lançar o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), como candidato à Presidência da República em 2026. “Se nós tivermos um candidato é o Ratinho. Nenhuma decisão, mas o que eu posso afirmar é que se a gente tiver será ele. A não ser que ele não queira”. A ideia deve ficar em segundo plano, no entanto, se Tarcísio decidir concorrer ao cargo, o que, na avaliação do presidente do partido, não deve acontecer.

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O secretário de Governo de São Paulo pondera que o PSD teve saldo positivo nas eleições deste ano. “Esse é um partido que nunca teve crise”, declara. Ele também faz projeções para Belo Horizonte e Curitiba. Fuad Noman (PSD), atual prefeito da capital mineira, é o “favorito” na visão dele. “Vão olhar: candidato por candidato, o Fuad é o melhor. Em Curitiba a mesma coisa”, completa.

Ele pondera que o PSD não cumpre o mesmo papel dos tucanos, mas reconhece que a outra legenda está em “muita dificuldade”. “Se o PSD continuar crescendo, pode ser que ocupe (o lugar do PSDB), porque o PSDB foi muito grande um dia com esse perfil”, declarou ao Estadão. O ex-prefeito também negou especulações de que ele seria o candidato a vice-presidente na chapa de Lula em 2026: “deixa eu quietinho em São Paulo.”

Secretário estadual de governo, Kassab viu seu partido saltar para 877 prefeitos eleitos, o maior número do País. E está feliz com o resultado da legenda, descrita por ele como de centro. “Esse é um partido que nunca teve crise”, declarou o ex-prefeito de São Paulo.

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Confira os principais trechos da entrevista com Gilberto Kassab (PSD):

Os partidos de centro saíram vitoriosos das eleições municipais. A polarização foi a grande derrotada?

Não diria “grande derrotada”, mas quem apostou na polarização errou. O eleitor não queria esse discurso. O eleitor quer saber da iluminação, do buraco na rua.

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Mas e agora, no segundo turno em São Paulo, que temos Ricardo Nunes apoiado por Jair Bolsonaro e Guilherme Boulos apoiado por Lula? A eleição não vai ser nacionalizada?

Não, de jeito nenhum. O pessoal quer saber o que o Boulos vai fazer e o que o Ricardo Nunes vai fazer. Em Belo Horizonte, o favorito é o Fuad (PSD), porque a eleição não vai ser nacionalizada. Vão olhar o Fuad e o adversário, o Bruno Engler (PL), e dizer: o Fuad é melhor. Em Curitiba, será a mesma coisa, e o Eduardo Pimentel (PSD) vai vencer.

O governador Tarcísio de Freitas teve derrotas no Estado de São Paulo, como em Guarulhos. Embora tenha saído vitorioso na capital, com o apoio ao Ricardo Nunes...

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Tarcísio é o vencedor da eleição. Ele insistiu em ficar com o candidato que diziam que tinha menos chance. O governador ficou com quem achava que era o melhor para a cidade e acertou. Ricardo Nunes foi para o segundo turno e é favorito.

O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje.

Gilberto Kassab

O senhor espera que Pablo Marçal apoie Nunes no segundo turno?

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Eleição no segundo turno é para somar, não é? Tem que procurar o eleitor. Tem que procurar os outros partidos, os outros candidatos. Não posso falar nem pelo Pablo Marçal, nem pelo Ricardo. Mas vai haver uma aproximação [dos eleitores], uma certa convergência. Não sei em qual intensidade.

No primeiro turno, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez um apoio dúbio ao Ricardo Nunes. Não participou de agenda presencial com o prefeito, fez acenos para o Marçal. Como o senhor defende que seja a participação de Bolsonaro no segundo turno?

O Bolsonaro participou. Foi à convenção... Eu defendo sempre que se participe da campanha, lógico. Segundo turno é pra somar todo mundo. E Bolsonaro já está na campanha. Então, eu não defendo que ele entre, mas que continue.

Lideranças do PL fizeram uma campanha anti-PSD às vésperas do primeiro turno. Há uma rivalidade entre PL e PSD?

Não. A repercussão disso foi zero. Ainda mais numa eleição municipal, as pessoas têm que discutir a cidade, o problema, não se preocupar com essa briga de partido, que foi onde eles erraram. Quem deu esse tom foi o Valdemar (Costa Neto, presidente do PL) e o Bolsonaro. E o Lula também, achando que ia nacionalizar a campanha. O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje.

O PSD foi muito bem nas prefeituras no interior de São Paulo e de Minas Gerais. Só que em Minas o perfil do partido é mais ligado à centro-esquerda...

Na Bahia também, no Paraná é mais à direita. É próprio do partido de centro. Uns Estados que em que somos mais centro “puro”, em outros um pouco mais para a esquerda, mais para a direita. O PSD é um partido de centro.

Esse crescimento à direita e à esquerda não aumenta o desafio de equilibrar todos os pratinhos?

Não. Nossos líderes muito maduros. A gente sempre consulta todo mundo. Esse é um partido que nunca teve crise. Ao contrário, é um dado positivo. Esse posicionamento que não é assim engessado.

O PSD é o novo PSDB?

Não diria isso, é até uma descortesia com o PSDB, que ainda existe. O PSDB está com muita dificuldade. E o PSD tem esse perfil de trazer bons quadros, valorizar a eficiência, a renovação. Então, se o PSD continuar crescendo, pode ser que ocupe (o lugar do PSDB do passado). Porque o PSDB foi muito grande um dia com esse mesmo perfil.

O senhor vê que Ratinho Jr., governador do Paraná, está forte o suficiente para ser o presidenciável da direita em 2026?

Da centro-direita. Posso falar por mim e pelo PSD. Se nós tivermos um candidato à Presidência, será o Ratinho. E, na hora certa, a gente vai definir se terá ou não candidato.

E se o Tarcísio quiser disputar a Presidência?

Se o Tarcísio sair candidato, o PSD não sairá. Essa é a minha posição pessoal, vou consultar o partido. Mas o Tarcísio não será candidato à Presidência.

Algumas pessoas do PT defendem que o senhor, que está cada vez mais forte na política, seja o vice do presidente Lula em 2026...

Me deixa aqui quietinho em São Paulo (risos).

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, avalia que o segundo turno das eleições municipais em São Paulo não será nacionalizado - apesar de os candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) terem os apoios diretos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), respectivamente. “Quem apostou na polarização errou”, avaliou o ex-ministro sobre a mensagem das urnas no primeiro turno. “O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje”.

Em entrevista ao Estadão, Kassab disse acreditar em uma “certa convergência” dos eleitores de Pablo Marçal (PRTB) em direção a Ricardo Nunes, e reiterou sua tese de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu aliado no Estado, é o “grande vencedor” do pleito de 2024.

“Ele insistiu, preferiu ficar com o candidato que dizia que tinha menos chance. Quem ele achava que era o melhor para a cidade, com melhores parcerias com o Estado. E acertou. Ganhou o segundo turno, e é favorito”, disse. Kassab pondera que quem apostou na polarização e na nacionalização são os grandes “derrotados” das eleições. Na visão dele, o eleitor não quer esse tipo de discurso. “O pessoal quer saber o que o (Guilherme) Boulos vai fazer e o que o Ricardo Nunes vai fazer.”

A segunda etapa da disputa, segundo ele, é para “somar” propostas e ideias de diferentes candidatos. “Não posso falar pelo Marçal, nem pelo Ricardo. Mas vai haver uma aproximação. O eleitor vai querer votar... é uma migração natural”, argumenta. O ex-prefeito também discordou de um certo distanciamento de Bolsonaro da campanha do emedebista, e afirma que o político do PL sempre “participou” da empreitada de Nunes.

O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje.

Gilberto Kassab

Kassab também revelou o desejo de lançar o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), como candidato à Presidência da República em 2026. “Se nós tivermos um candidato é o Ratinho. Nenhuma decisão, mas o que eu posso afirmar é que se a gente tiver será ele. A não ser que ele não queira”. A ideia deve ficar em segundo plano, no entanto, se Tarcísio decidir concorrer ao cargo, o que, na avaliação do presidente do partido, não deve acontecer.

O secretário de Governo de São Paulo pondera que o PSD teve saldo positivo nas eleições deste ano. “Esse é um partido que nunca teve crise”, declara. Ele também faz projeções para Belo Horizonte e Curitiba. Fuad Noman (PSD), atual prefeito da capital mineira, é o “favorito” na visão dele. “Vão olhar: candidato por candidato, o Fuad é o melhor. Em Curitiba a mesma coisa”, completa.

Ele pondera que o PSD não cumpre o mesmo papel dos tucanos, mas reconhece que a outra legenda está em “muita dificuldade”. “Se o PSD continuar crescendo, pode ser que ocupe (o lugar do PSDB), porque o PSDB foi muito grande um dia com esse perfil”, declarou ao Estadão. O ex-prefeito também negou especulações de que ele seria o candidato a vice-presidente na chapa de Lula em 2026: “deixa eu quietinho em São Paulo.”

Secretário estadual de governo, Kassab viu seu partido saltar para 877 prefeitos eleitos, o maior número do País. E está feliz com o resultado da legenda, descrita por ele como de centro. “Esse é um partido que nunca teve crise”, declarou o ex-prefeito de São Paulo.

Confira os principais trechos da entrevista com Gilberto Kassab (PSD):

Os partidos de centro saíram vitoriosos das eleições municipais. A polarização foi a grande derrotada?

Não diria “grande derrotada”, mas quem apostou na polarização errou. O eleitor não queria esse discurso. O eleitor quer saber da iluminação, do buraco na rua.

Mas e agora, no segundo turno em São Paulo, que temos Ricardo Nunes apoiado por Jair Bolsonaro e Guilherme Boulos apoiado por Lula? A eleição não vai ser nacionalizada?

Não, de jeito nenhum. O pessoal quer saber o que o Boulos vai fazer e o que o Ricardo Nunes vai fazer. Em Belo Horizonte, o favorito é o Fuad (PSD), porque a eleição não vai ser nacionalizada. Vão olhar o Fuad e o adversário, o Bruno Engler (PL), e dizer: o Fuad é melhor. Em Curitiba, será a mesma coisa, e o Eduardo Pimentel (PSD) vai vencer.

O governador Tarcísio de Freitas teve derrotas no Estado de São Paulo, como em Guarulhos. Embora tenha saído vitorioso na capital, com o apoio ao Ricardo Nunes...

Tarcísio é o vencedor da eleição. Ele insistiu em ficar com o candidato que diziam que tinha menos chance. O governador ficou com quem achava que era o melhor para a cidade e acertou. Ricardo Nunes foi para o segundo turno e é favorito.

O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje.

Gilberto Kassab

O senhor espera que Pablo Marçal apoie Nunes no segundo turno?

Eleição no segundo turno é para somar, não é? Tem que procurar o eleitor. Tem que procurar os outros partidos, os outros candidatos. Não posso falar nem pelo Pablo Marçal, nem pelo Ricardo. Mas vai haver uma aproximação [dos eleitores], uma certa convergência. Não sei em qual intensidade.

No primeiro turno, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez um apoio dúbio ao Ricardo Nunes. Não participou de agenda presencial com o prefeito, fez acenos para o Marçal. Como o senhor defende que seja a participação de Bolsonaro no segundo turno?

O Bolsonaro participou. Foi à convenção... Eu defendo sempre que se participe da campanha, lógico. Segundo turno é pra somar todo mundo. E Bolsonaro já está na campanha. Então, eu não defendo que ele entre, mas que continue.

Lideranças do PL fizeram uma campanha anti-PSD às vésperas do primeiro turno. Há uma rivalidade entre PL e PSD?

Não. A repercussão disso foi zero. Ainda mais numa eleição municipal, as pessoas têm que discutir a cidade, o problema, não se preocupar com essa briga de partido, que foi onde eles erraram. Quem deu esse tom foi o Valdemar (Costa Neto, presidente do PL) e o Bolsonaro. E o Lula também, achando que ia nacionalizar a campanha. O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje.

O PSD foi muito bem nas prefeituras no interior de São Paulo e de Minas Gerais. Só que em Minas o perfil do partido é mais ligado à centro-esquerda...

Na Bahia também, no Paraná é mais à direita. É próprio do partido de centro. Uns Estados que em que somos mais centro “puro”, em outros um pouco mais para a esquerda, mais para a direita. O PSD é um partido de centro.

Esse crescimento à direita e à esquerda não aumenta o desafio de equilibrar todos os pratinhos?

Não. Nossos líderes muito maduros. A gente sempre consulta todo mundo. Esse é um partido que nunca teve crise. Ao contrário, é um dado positivo. Esse posicionamento que não é assim engessado.

O PSD é o novo PSDB?

Não diria isso, é até uma descortesia com o PSDB, que ainda existe. O PSDB está com muita dificuldade. E o PSD tem esse perfil de trazer bons quadros, valorizar a eficiência, a renovação. Então, se o PSD continuar crescendo, pode ser que ocupe (o lugar do PSDB do passado). Porque o PSDB foi muito grande um dia com esse mesmo perfil.

O senhor vê que Ratinho Jr., governador do Paraná, está forte o suficiente para ser o presidenciável da direita em 2026?

Da centro-direita. Posso falar por mim e pelo PSD. Se nós tivermos um candidato à Presidência, será o Ratinho. E, na hora certa, a gente vai definir se terá ou não candidato.

E se o Tarcísio quiser disputar a Presidência?

Se o Tarcísio sair candidato, o PSD não sairá. Essa é a minha posição pessoal, vou consultar o partido. Mas o Tarcísio não será candidato à Presidência.

Algumas pessoas do PT defendem que o senhor, que está cada vez mais forte na política, seja o vice do presidente Lula em 2026...

Me deixa aqui quietinho em São Paulo (risos).

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, avalia que o segundo turno das eleições municipais em São Paulo não será nacionalizado - apesar de os candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) terem os apoios diretos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), respectivamente. “Quem apostou na polarização errou”, avaliou o ex-ministro sobre a mensagem das urnas no primeiro turno. “O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje”.

Em entrevista ao Estadão, Kassab disse acreditar em uma “certa convergência” dos eleitores de Pablo Marçal (PRTB) em direção a Ricardo Nunes, e reiterou sua tese de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu aliado no Estado, é o “grande vencedor” do pleito de 2024.

“Ele insistiu, preferiu ficar com o candidato que dizia que tinha menos chance. Quem ele achava que era o melhor para a cidade, com melhores parcerias com o Estado. E acertou. Ganhou o segundo turno, e é favorito”, disse. Kassab pondera que quem apostou na polarização e na nacionalização são os grandes “derrotados” das eleições. Na visão dele, o eleitor não quer esse tipo de discurso. “O pessoal quer saber o que o (Guilherme) Boulos vai fazer e o que o Ricardo Nunes vai fazer.”

A segunda etapa da disputa, segundo ele, é para “somar” propostas e ideias de diferentes candidatos. “Não posso falar pelo Marçal, nem pelo Ricardo. Mas vai haver uma aproximação. O eleitor vai querer votar... é uma migração natural”, argumenta. O ex-prefeito também discordou de um certo distanciamento de Bolsonaro da campanha do emedebista, e afirma que o político do PL sempre “participou” da empreitada de Nunes.

O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje.

Gilberto Kassab

Kassab também revelou o desejo de lançar o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), como candidato à Presidência da República em 2026. “Se nós tivermos um candidato é o Ratinho. Nenhuma decisão, mas o que eu posso afirmar é que se a gente tiver será ele. A não ser que ele não queira”. A ideia deve ficar em segundo plano, no entanto, se Tarcísio decidir concorrer ao cargo, o que, na avaliação do presidente do partido, não deve acontecer.

O secretário de Governo de São Paulo pondera que o PSD teve saldo positivo nas eleições deste ano. “Esse é um partido que nunca teve crise”, declara. Ele também faz projeções para Belo Horizonte e Curitiba. Fuad Noman (PSD), atual prefeito da capital mineira, é o “favorito” na visão dele. “Vão olhar: candidato por candidato, o Fuad é o melhor. Em Curitiba a mesma coisa”, completa.

Ele pondera que o PSD não cumpre o mesmo papel dos tucanos, mas reconhece que a outra legenda está em “muita dificuldade”. “Se o PSD continuar crescendo, pode ser que ocupe (o lugar do PSDB), porque o PSDB foi muito grande um dia com esse perfil”, declarou ao Estadão. O ex-prefeito também negou especulações de que ele seria o candidato a vice-presidente na chapa de Lula em 2026: “deixa eu quietinho em São Paulo.”

Secretário estadual de governo, Kassab viu seu partido saltar para 877 prefeitos eleitos, o maior número do País. E está feliz com o resultado da legenda, descrita por ele como de centro. “Esse é um partido que nunca teve crise”, declarou o ex-prefeito de São Paulo.

Confira os principais trechos da entrevista com Gilberto Kassab (PSD):

Os partidos de centro saíram vitoriosos das eleições municipais. A polarização foi a grande derrotada?

Não diria “grande derrotada”, mas quem apostou na polarização errou. O eleitor não queria esse discurso. O eleitor quer saber da iluminação, do buraco na rua.

Mas e agora, no segundo turno em São Paulo, que temos Ricardo Nunes apoiado por Jair Bolsonaro e Guilherme Boulos apoiado por Lula? A eleição não vai ser nacionalizada?

Não, de jeito nenhum. O pessoal quer saber o que o Boulos vai fazer e o que o Ricardo Nunes vai fazer. Em Belo Horizonte, o favorito é o Fuad (PSD), porque a eleição não vai ser nacionalizada. Vão olhar o Fuad e o adversário, o Bruno Engler (PL), e dizer: o Fuad é melhor. Em Curitiba, será a mesma coisa, e o Eduardo Pimentel (PSD) vai vencer.

O governador Tarcísio de Freitas teve derrotas no Estado de São Paulo, como em Guarulhos. Embora tenha saído vitorioso na capital, com o apoio ao Ricardo Nunes...

Tarcísio é o vencedor da eleição. Ele insistiu em ficar com o candidato que diziam que tinha menos chance. O governador ficou com quem achava que era o melhor para a cidade e acertou. Ricardo Nunes foi para o segundo turno e é favorito.

O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje.

Gilberto Kassab

O senhor espera que Pablo Marçal apoie Nunes no segundo turno?

Eleição no segundo turno é para somar, não é? Tem que procurar o eleitor. Tem que procurar os outros partidos, os outros candidatos. Não posso falar nem pelo Pablo Marçal, nem pelo Ricardo. Mas vai haver uma aproximação [dos eleitores], uma certa convergência. Não sei em qual intensidade.

No primeiro turno, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez um apoio dúbio ao Ricardo Nunes. Não participou de agenda presencial com o prefeito, fez acenos para o Marçal. Como o senhor defende que seja a participação de Bolsonaro no segundo turno?

O Bolsonaro participou. Foi à convenção... Eu defendo sempre que se participe da campanha, lógico. Segundo turno é pra somar todo mundo. E Bolsonaro já está na campanha. Então, eu não defendo que ele entre, mas que continue.

Lideranças do PL fizeram uma campanha anti-PSD às vésperas do primeiro turno. Há uma rivalidade entre PL e PSD?

Não. A repercussão disso foi zero. Ainda mais numa eleição municipal, as pessoas têm que discutir a cidade, o problema, não se preocupar com essa briga de partido, que foi onde eles erraram. Quem deu esse tom foi o Valdemar (Costa Neto, presidente do PL) e o Bolsonaro. E o Lula também, achando que ia nacionalizar a campanha. O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje.

O PSD foi muito bem nas prefeituras no interior de São Paulo e de Minas Gerais. Só que em Minas o perfil do partido é mais ligado à centro-esquerda...

Na Bahia também, no Paraná é mais à direita. É próprio do partido de centro. Uns Estados que em que somos mais centro “puro”, em outros um pouco mais para a esquerda, mais para a direita. O PSD é um partido de centro.

Esse crescimento à direita e à esquerda não aumenta o desafio de equilibrar todos os pratinhos?

Não. Nossos líderes muito maduros. A gente sempre consulta todo mundo. Esse é um partido que nunca teve crise. Ao contrário, é um dado positivo. Esse posicionamento que não é assim engessado.

O PSD é o novo PSDB?

Não diria isso, é até uma descortesia com o PSDB, que ainda existe. O PSDB está com muita dificuldade. E o PSD tem esse perfil de trazer bons quadros, valorizar a eficiência, a renovação. Então, se o PSD continuar crescendo, pode ser que ocupe (o lugar do PSDB do passado). Porque o PSDB foi muito grande um dia com esse mesmo perfil.

O senhor vê que Ratinho Jr., governador do Paraná, está forte o suficiente para ser o presidenciável da direita em 2026?

Da centro-direita. Posso falar por mim e pelo PSD. Se nós tivermos um candidato à Presidência, será o Ratinho. E, na hora certa, a gente vai definir se terá ou não candidato.

E se o Tarcísio quiser disputar a Presidência?

Se o Tarcísio sair candidato, o PSD não sairá. Essa é a minha posição pessoal, vou consultar o partido. Mas o Tarcísio não será candidato à Presidência.

Algumas pessoas do PT defendem que o senhor, que está cada vez mais forte na política, seja o vice do presidente Lula em 2026...

Me deixa aqui quietinho em São Paulo (risos).

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, avalia que o segundo turno das eleições municipais em São Paulo não será nacionalizado - apesar de os candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) terem os apoios diretos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), respectivamente. “Quem apostou na polarização errou”, avaliou o ex-ministro sobre a mensagem das urnas no primeiro turno. “O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje”.

Em entrevista ao Estadão, Kassab disse acreditar em uma “certa convergência” dos eleitores de Pablo Marçal (PRTB) em direção a Ricardo Nunes, e reiterou sua tese de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu aliado no Estado, é o “grande vencedor” do pleito de 2024.

“Ele insistiu, preferiu ficar com o candidato que dizia que tinha menos chance. Quem ele achava que era o melhor para a cidade, com melhores parcerias com o Estado. E acertou. Ganhou o segundo turno, e é favorito”, disse. Kassab pondera que quem apostou na polarização e na nacionalização são os grandes “derrotados” das eleições. Na visão dele, o eleitor não quer esse tipo de discurso. “O pessoal quer saber o que o (Guilherme) Boulos vai fazer e o que o Ricardo Nunes vai fazer.”

A segunda etapa da disputa, segundo ele, é para “somar” propostas e ideias de diferentes candidatos. “Não posso falar pelo Marçal, nem pelo Ricardo. Mas vai haver uma aproximação. O eleitor vai querer votar... é uma migração natural”, argumenta. O ex-prefeito também discordou de um certo distanciamento de Bolsonaro da campanha do emedebista, e afirma que o político do PL sempre “participou” da empreitada de Nunes.

O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje.

Gilberto Kassab

Kassab também revelou o desejo de lançar o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), como candidato à Presidência da República em 2026. “Se nós tivermos um candidato é o Ratinho. Nenhuma decisão, mas o que eu posso afirmar é que se a gente tiver será ele. A não ser que ele não queira”. A ideia deve ficar em segundo plano, no entanto, se Tarcísio decidir concorrer ao cargo, o que, na avaliação do presidente do partido, não deve acontecer.

O secretário de Governo de São Paulo pondera que o PSD teve saldo positivo nas eleições deste ano. “Esse é um partido que nunca teve crise”, declara. Ele também faz projeções para Belo Horizonte e Curitiba. Fuad Noman (PSD), atual prefeito da capital mineira, é o “favorito” na visão dele. “Vão olhar: candidato por candidato, o Fuad é o melhor. Em Curitiba a mesma coisa”, completa.

Ele pondera que o PSD não cumpre o mesmo papel dos tucanos, mas reconhece que a outra legenda está em “muita dificuldade”. “Se o PSD continuar crescendo, pode ser que ocupe (o lugar do PSDB), porque o PSDB foi muito grande um dia com esse perfil”, declarou ao Estadão. O ex-prefeito também negou especulações de que ele seria o candidato a vice-presidente na chapa de Lula em 2026: “deixa eu quietinho em São Paulo.”

Secretário estadual de governo, Kassab viu seu partido saltar para 877 prefeitos eleitos, o maior número do País. E está feliz com o resultado da legenda, descrita por ele como de centro. “Esse é um partido que nunca teve crise”, declarou o ex-prefeito de São Paulo.

Confira os principais trechos da entrevista com Gilberto Kassab (PSD):

Os partidos de centro saíram vitoriosos das eleições municipais. A polarização foi a grande derrotada?

Não diria “grande derrotada”, mas quem apostou na polarização errou. O eleitor não queria esse discurso. O eleitor quer saber da iluminação, do buraco na rua.

Mas e agora, no segundo turno em São Paulo, que temos Ricardo Nunes apoiado por Jair Bolsonaro e Guilherme Boulos apoiado por Lula? A eleição não vai ser nacionalizada?

Não, de jeito nenhum. O pessoal quer saber o que o Boulos vai fazer e o que o Ricardo Nunes vai fazer. Em Belo Horizonte, o favorito é o Fuad (PSD), porque a eleição não vai ser nacionalizada. Vão olhar o Fuad e o adversário, o Bruno Engler (PL), e dizer: o Fuad é melhor. Em Curitiba, será a mesma coisa, e o Eduardo Pimentel (PSD) vai vencer.

O governador Tarcísio de Freitas teve derrotas no Estado de São Paulo, como em Guarulhos. Embora tenha saído vitorioso na capital, com o apoio ao Ricardo Nunes...

Tarcísio é o vencedor da eleição. Ele insistiu em ficar com o candidato que diziam que tinha menos chance. O governador ficou com quem achava que era o melhor para a cidade e acertou. Ricardo Nunes foi para o segundo turno e é favorito.

O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje.

Gilberto Kassab

O senhor espera que Pablo Marçal apoie Nunes no segundo turno?

Eleição no segundo turno é para somar, não é? Tem que procurar o eleitor. Tem que procurar os outros partidos, os outros candidatos. Não posso falar nem pelo Pablo Marçal, nem pelo Ricardo. Mas vai haver uma aproximação [dos eleitores], uma certa convergência. Não sei em qual intensidade.

No primeiro turno, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez um apoio dúbio ao Ricardo Nunes. Não participou de agenda presencial com o prefeito, fez acenos para o Marçal. Como o senhor defende que seja a participação de Bolsonaro no segundo turno?

O Bolsonaro participou. Foi à convenção... Eu defendo sempre que se participe da campanha, lógico. Segundo turno é pra somar todo mundo. E Bolsonaro já está na campanha. Então, eu não defendo que ele entre, mas que continue.

Lideranças do PL fizeram uma campanha anti-PSD às vésperas do primeiro turno. Há uma rivalidade entre PL e PSD?

Não. A repercussão disso foi zero. Ainda mais numa eleição municipal, as pessoas têm que discutir a cidade, o problema, não se preocupar com essa briga de partido, que foi onde eles erraram. Quem deu esse tom foi o Valdemar (Costa Neto, presidente do PL) e o Bolsonaro. E o Lula também, achando que ia nacionalizar a campanha. O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje.

O PSD foi muito bem nas prefeituras no interior de São Paulo e de Minas Gerais. Só que em Minas o perfil do partido é mais ligado à centro-esquerda...

Na Bahia também, no Paraná é mais à direita. É próprio do partido de centro. Uns Estados que em que somos mais centro “puro”, em outros um pouco mais para a esquerda, mais para a direita. O PSD é um partido de centro.

Esse crescimento à direita e à esquerda não aumenta o desafio de equilibrar todos os pratinhos?

Não. Nossos líderes muito maduros. A gente sempre consulta todo mundo. Esse é um partido que nunca teve crise. Ao contrário, é um dado positivo. Esse posicionamento que não é assim engessado.

O PSD é o novo PSDB?

Não diria isso, é até uma descortesia com o PSDB, que ainda existe. O PSDB está com muita dificuldade. E o PSD tem esse perfil de trazer bons quadros, valorizar a eficiência, a renovação. Então, se o PSD continuar crescendo, pode ser que ocupe (o lugar do PSDB do passado). Porque o PSDB foi muito grande um dia com esse mesmo perfil.

O senhor vê que Ratinho Jr., governador do Paraná, está forte o suficiente para ser o presidenciável da direita em 2026?

Da centro-direita. Posso falar por mim e pelo PSD. Se nós tivermos um candidato à Presidência, será o Ratinho. E, na hora certa, a gente vai definir se terá ou não candidato.

E se o Tarcísio quiser disputar a Presidência?

Se o Tarcísio sair candidato, o PSD não sairá. Essa é a minha posição pessoal, vou consultar o partido. Mas o Tarcísio não será candidato à Presidência.

Algumas pessoas do PT defendem que o senhor, que está cada vez mais forte na política, seja o vice do presidente Lula em 2026...

Me deixa aqui quietinho em São Paulo (risos).

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, avalia que o segundo turno das eleições municipais em São Paulo não será nacionalizado - apesar de os candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) terem os apoios diretos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), respectivamente. “Quem apostou na polarização errou”, avaliou o ex-ministro sobre a mensagem das urnas no primeiro turno. “O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje”.

Em entrevista ao Estadão, Kassab disse acreditar em uma “certa convergência” dos eleitores de Pablo Marçal (PRTB) em direção a Ricardo Nunes, e reiterou sua tese de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu aliado no Estado, é o “grande vencedor” do pleito de 2024.

“Ele insistiu, preferiu ficar com o candidato que dizia que tinha menos chance. Quem ele achava que era o melhor para a cidade, com melhores parcerias com o Estado. E acertou. Ganhou o segundo turno, e é favorito”, disse. Kassab pondera que quem apostou na polarização e na nacionalização são os grandes “derrotados” das eleições. Na visão dele, o eleitor não quer esse tipo de discurso. “O pessoal quer saber o que o (Guilherme) Boulos vai fazer e o que o Ricardo Nunes vai fazer.”

A segunda etapa da disputa, segundo ele, é para “somar” propostas e ideias de diferentes candidatos. “Não posso falar pelo Marçal, nem pelo Ricardo. Mas vai haver uma aproximação. O eleitor vai querer votar... é uma migração natural”, argumenta. O ex-prefeito também discordou de um certo distanciamento de Bolsonaro da campanha do emedebista, e afirma que o político do PL sempre “participou” da empreitada de Nunes.

O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje.

Gilberto Kassab

Kassab também revelou o desejo de lançar o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), como candidato à Presidência da República em 2026. “Se nós tivermos um candidato é o Ratinho. Nenhuma decisão, mas o que eu posso afirmar é que se a gente tiver será ele. A não ser que ele não queira”. A ideia deve ficar em segundo plano, no entanto, se Tarcísio decidir concorrer ao cargo, o que, na avaliação do presidente do partido, não deve acontecer.

O secretário de Governo de São Paulo pondera que o PSD teve saldo positivo nas eleições deste ano. “Esse é um partido que nunca teve crise”, declara. Ele também faz projeções para Belo Horizonte e Curitiba. Fuad Noman (PSD), atual prefeito da capital mineira, é o “favorito” na visão dele. “Vão olhar: candidato por candidato, o Fuad é o melhor. Em Curitiba a mesma coisa”, completa.

Ele pondera que o PSD não cumpre o mesmo papel dos tucanos, mas reconhece que a outra legenda está em “muita dificuldade”. “Se o PSD continuar crescendo, pode ser que ocupe (o lugar do PSDB), porque o PSDB foi muito grande um dia com esse perfil”, declarou ao Estadão. O ex-prefeito também negou especulações de que ele seria o candidato a vice-presidente na chapa de Lula em 2026: “deixa eu quietinho em São Paulo.”

Secretário estadual de governo, Kassab viu seu partido saltar para 877 prefeitos eleitos, o maior número do País. E está feliz com o resultado da legenda, descrita por ele como de centro. “Esse é um partido que nunca teve crise”, declarou o ex-prefeito de São Paulo.

Confira os principais trechos da entrevista com Gilberto Kassab (PSD):

Os partidos de centro saíram vitoriosos das eleições municipais. A polarização foi a grande derrotada?

Não diria “grande derrotada”, mas quem apostou na polarização errou. O eleitor não queria esse discurso. O eleitor quer saber da iluminação, do buraco na rua.

Mas e agora, no segundo turno em São Paulo, que temos Ricardo Nunes apoiado por Jair Bolsonaro e Guilherme Boulos apoiado por Lula? A eleição não vai ser nacionalizada?

Não, de jeito nenhum. O pessoal quer saber o que o Boulos vai fazer e o que o Ricardo Nunes vai fazer. Em Belo Horizonte, o favorito é o Fuad (PSD), porque a eleição não vai ser nacionalizada. Vão olhar o Fuad e o adversário, o Bruno Engler (PL), e dizer: o Fuad é melhor. Em Curitiba, será a mesma coisa, e o Eduardo Pimentel (PSD) vai vencer.

O governador Tarcísio de Freitas teve derrotas no Estado de São Paulo, como em Guarulhos. Embora tenha saído vitorioso na capital, com o apoio ao Ricardo Nunes...

Tarcísio é o vencedor da eleição. Ele insistiu em ficar com o candidato que diziam que tinha menos chance. O governador ficou com quem achava que era o melhor para a cidade e acertou. Ricardo Nunes foi para o segundo turno e é favorito.

O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje.

Gilberto Kassab

O senhor espera que Pablo Marçal apoie Nunes no segundo turno?

Eleição no segundo turno é para somar, não é? Tem que procurar o eleitor. Tem que procurar os outros partidos, os outros candidatos. Não posso falar nem pelo Pablo Marçal, nem pelo Ricardo. Mas vai haver uma aproximação [dos eleitores], uma certa convergência. Não sei em qual intensidade.

No primeiro turno, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez um apoio dúbio ao Ricardo Nunes. Não participou de agenda presencial com o prefeito, fez acenos para o Marçal. Como o senhor defende que seja a participação de Bolsonaro no segundo turno?

O Bolsonaro participou. Foi à convenção... Eu defendo sempre que se participe da campanha, lógico. Segundo turno é pra somar todo mundo. E Bolsonaro já está na campanha. Então, eu não defendo que ele entre, mas que continue.

Lideranças do PL fizeram uma campanha anti-PSD às vésperas do primeiro turno. Há uma rivalidade entre PL e PSD?

Não. A repercussão disso foi zero. Ainda mais numa eleição municipal, as pessoas têm que discutir a cidade, o problema, não se preocupar com essa briga de partido, que foi onde eles erraram. Quem deu esse tom foi o Valdemar (Costa Neto, presidente do PL) e o Bolsonaro. E o Lula também, achando que ia nacionalizar a campanha. O Lula caiu fora logo, ao perceber que não haveria nacionalização. O Bolsonaro não percebeu até hoje.

O PSD foi muito bem nas prefeituras no interior de São Paulo e de Minas Gerais. Só que em Minas o perfil do partido é mais ligado à centro-esquerda...

Na Bahia também, no Paraná é mais à direita. É próprio do partido de centro. Uns Estados que em que somos mais centro “puro”, em outros um pouco mais para a esquerda, mais para a direita. O PSD é um partido de centro.

Esse crescimento à direita e à esquerda não aumenta o desafio de equilibrar todos os pratinhos?

Não. Nossos líderes muito maduros. A gente sempre consulta todo mundo. Esse é um partido que nunca teve crise. Ao contrário, é um dado positivo. Esse posicionamento que não é assim engessado.

O PSD é o novo PSDB?

Não diria isso, é até uma descortesia com o PSDB, que ainda existe. O PSDB está com muita dificuldade. E o PSD tem esse perfil de trazer bons quadros, valorizar a eficiência, a renovação. Então, se o PSD continuar crescendo, pode ser que ocupe (o lugar do PSDB do passado). Porque o PSDB foi muito grande um dia com esse mesmo perfil.

O senhor vê que Ratinho Jr., governador do Paraná, está forte o suficiente para ser o presidenciável da direita em 2026?

Da centro-direita. Posso falar por mim e pelo PSD. Se nós tivermos um candidato à Presidência, será o Ratinho. E, na hora certa, a gente vai definir se terá ou não candidato.

E se o Tarcísio quiser disputar a Presidência?

Se o Tarcísio sair candidato, o PSD não sairá. Essa é a minha posição pessoal, vou consultar o partido. Mas o Tarcísio não será candidato à Presidência.

Algumas pessoas do PT defendem que o senhor, que está cada vez mais forte na política, seja o vice do presidente Lula em 2026...

Me deixa aqui quietinho em São Paulo (risos).

Entrevista por Pedro Augusto Figueiredo

Repórter de Política em São Paulo. Formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), tem passagens pelo jornal O Tempo e pela rádio Itatiaia, ambos em Belo Horizonte (MG).

Eduardo Gayer

Repórter da Coluna do Estadão em Brasília. É formado em Jornalismo pela PUC-SP e em História pela USP. Tem extensão em jornalismo econômico pela FGV. No Grupo Estado desde 2018, já cobriu política, mercado financeiro e cultura. Foi enviado especial à guerra da Ucrânia e fóruns multilaterais no exterior, como G-7, G-20, CELAC e Mercosul.

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