Lessa diz que alvo inicial era Freixo e que ordem era matar Marielle longe da Câmara para evitar PF


Assassino confesso contou em depoimento que execução deveria ter ocorrido antes da data do crime se não fosse a exigência de que o assassinato acontecesse distante do Legislativo municipal

Por Rayanderson Guerra
Atualização:

RIO – Assassino confesso de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, o ex-policial militar Ronnie Lessa afirmou na noite desta quarta-feira, 30, em depoimento aos jurados do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, que o primeiro alvo dos mandantes era o deputado Marcelo Freixo (PSOL). Lessa afirmou que considerou o pedido “inviável” e que, meses depois, decidiram por “eliminar Marielle”, porque ela “atrapalharia a venda de loteamentos na zona oeste”.

“É um político inviável. Eu achei inviável. Era o doutor Marcelo Freixo”, afirmou Ronnie Lessa.

Segundo Lessa, Marielle foi o segundo nome apresentado pelos mandantes do crime porque ela seria “uma pedra no caminho” nos interesses dos mandantes do crime em loteamentos na zona oeste do Rio de Janeiro.

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Ronnie Lessa presta depoimento ao tribunal do júri Foto: Reprodução/TJRJ

“O assunto começou no finalzinho de 2016 para 2017. Surgiu uma oferta com a seguinte palavra: nós temos algo para ficar milionários. Uma coisa, assim, fenomenal. Ponto. Em janeiro, eu tive com essa pessoa novamente e ela veio me trazer um nome que, na verdade, eu ri. Se é essa a proposta não tem como”, afirmou.

Lessa reafirmou que a execução de Marielle estava ligada a interesses fundiários na zona oeste do Rio, área de domínio de milicianos na capital fluminense.

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“A questão é que dois loteamentos no bairro do Tanque. Um loteamento seria para Macalé e outro loteamento seria dos mandantes”, disse.

Segundo Lessa, os mandantes do crime exigiram que o crime não acontecesse na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Ele afirma que a execução deveria ter ocorrido meses antes do dia 14 de março de 2018. De acordo com o assassino confesso, a morte de Marielle não poderia ser executada próxima à Câmara.

“A exigência é que fosse, de jeito nenhum, na Câmara dos Vereadores. Isso aí acabou a coisa ficando cansativa. A gente passava lá e não podia ficar. Atravessando a cidade com um carro daquele jeito”, disse.

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“Depois de todo esse processo, eu vi que há uma lei que se ela morresse na saída da Câmara dos Vereadores a Polícia Federal entraria, automaticamente, no caso”, disse.

Segundo Lessa, a alternativa foi colocar alguém de sobreaviso. De acordo com ele, se não fosse a exigência dos mandantes, o crime teria ocorrido bem antes. No dia do crime, Lessa conta que Élcio Queiroz emparelhou o carro com o Cobalt que estava a vereadora e efetuou os disparos que mataram Marielle e Anderson, que dirigia o veículo.

Segundo o assassino confesso, “infelizmente, aconteceu a questão do Anderson. Não era a finalidade”.

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“O mais apropriado seria um revólver. Tendo mais pessoas dentro do carro, você reduziria o risco de acontecer o que aconteceu com Anderson. Com revólver somente a vereadora teria falecido, não o Anderson. Mas, na agonia de resolver, eu corri o risco consciente e, infelizmente, aconteceu a questão do Anderson. Não era a finalidade”, disse.

De acordo com Lessa, no dia 14, dia do crime, ele recebeu um aviso de que Marielle estaria em um evento no centro do Rio. Ele acionou Élcio Queiroz por volta de 12h. O assassino ligou para o comparsa e combinou de sair da zona oeste por volta das 17h.

Lessa conta que tentou concentrar os tiros em Marielle, mas que a munição ‘não era adequada para isso”.

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“Tentei concentrar o máximo no alvo, que era a Marielle. Mas sabia que a munição não era adequada para isso. Se fosse um revólver, só a vereadora teria morrido. Mas, infelizmente, aconteceu a questão do Anderson. Não era para ter acontecido. A 9mm não era a arma mais adequada. O melhor era o revólver, porque aí diminuiria a chance de atingir o Anderson e a Fernanda, e atingiria só a Marielle. Não era o objetivo atingir nenhum dos dois”, relata.

Ao fim do depoimento, Lessa pediu perdão às famílias de Marielle, Anderson, Fernanda. Segundo o assassino, ele está “tentando fazer o possível para tentar tirar essa angústia de todos”.

“Infelizmente não podemos voltar no tempo. Hoje tento fazer o possível para tentar tirar essa angústia de todos, assumindo a minha responsabilidade e trazendo à tona todos os personagens envolvidos nessa história. Tento fazer isso pra tirar um peso da minha consciência. Eu sei que nunca vou conseguir trazer as pessoas de volta, mas tinha que pedir esse perdão, incluindo à minha família. Eu preciso pedir perdão a essas famílias. Perdi meu pai recentemente e já foi péssimo. Perder um filho deve ser a coisa mais triste do mundo, um marido”, disse.

RIO – Assassino confesso de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, o ex-policial militar Ronnie Lessa afirmou na noite desta quarta-feira, 30, em depoimento aos jurados do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, que o primeiro alvo dos mandantes era o deputado Marcelo Freixo (PSOL). Lessa afirmou que considerou o pedido “inviável” e que, meses depois, decidiram por “eliminar Marielle”, porque ela “atrapalharia a venda de loteamentos na zona oeste”.

“É um político inviável. Eu achei inviável. Era o doutor Marcelo Freixo”, afirmou Ronnie Lessa.

Segundo Lessa, Marielle foi o segundo nome apresentado pelos mandantes do crime porque ela seria “uma pedra no caminho” nos interesses dos mandantes do crime em loteamentos na zona oeste do Rio de Janeiro.

Ronnie Lessa presta depoimento ao tribunal do júri Foto: Reprodução/TJRJ

“O assunto começou no finalzinho de 2016 para 2017. Surgiu uma oferta com a seguinte palavra: nós temos algo para ficar milionários. Uma coisa, assim, fenomenal. Ponto. Em janeiro, eu tive com essa pessoa novamente e ela veio me trazer um nome que, na verdade, eu ri. Se é essa a proposta não tem como”, afirmou.

Lessa reafirmou que a execução de Marielle estava ligada a interesses fundiários na zona oeste do Rio, área de domínio de milicianos na capital fluminense.

“A questão é que dois loteamentos no bairro do Tanque. Um loteamento seria para Macalé e outro loteamento seria dos mandantes”, disse.

Segundo Lessa, os mandantes do crime exigiram que o crime não acontecesse na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Ele afirma que a execução deveria ter ocorrido meses antes do dia 14 de março de 2018. De acordo com o assassino confesso, a morte de Marielle não poderia ser executada próxima à Câmara.

“A exigência é que fosse, de jeito nenhum, na Câmara dos Vereadores. Isso aí acabou a coisa ficando cansativa. A gente passava lá e não podia ficar. Atravessando a cidade com um carro daquele jeito”, disse.

“Depois de todo esse processo, eu vi que há uma lei que se ela morresse na saída da Câmara dos Vereadores a Polícia Federal entraria, automaticamente, no caso”, disse.

Segundo Lessa, a alternativa foi colocar alguém de sobreaviso. De acordo com ele, se não fosse a exigência dos mandantes, o crime teria ocorrido bem antes. No dia do crime, Lessa conta que Élcio Queiroz emparelhou o carro com o Cobalt que estava a vereadora e efetuou os disparos que mataram Marielle e Anderson, que dirigia o veículo.

Segundo o assassino confesso, “infelizmente, aconteceu a questão do Anderson. Não era a finalidade”.

“O mais apropriado seria um revólver. Tendo mais pessoas dentro do carro, você reduziria o risco de acontecer o que aconteceu com Anderson. Com revólver somente a vereadora teria falecido, não o Anderson. Mas, na agonia de resolver, eu corri o risco consciente e, infelizmente, aconteceu a questão do Anderson. Não era a finalidade”, disse.

De acordo com Lessa, no dia 14, dia do crime, ele recebeu um aviso de que Marielle estaria em um evento no centro do Rio. Ele acionou Élcio Queiroz por volta de 12h. O assassino ligou para o comparsa e combinou de sair da zona oeste por volta das 17h.

Lessa conta que tentou concentrar os tiros em Marielle, mas que a munição ‘não era adequada para isso”.

“Tentei concentrar o máximo no alvo, que era a Marielle. Mas sabia que a munição não era adequada para isso. Se fosse um revólver, só a vereadora teria morrido. Mas, infelizmente, aconteceu a questão do Anderson. Não era para ter acontecido. A 9mm não era a arma mais adequada. O melhor era o revólver, porque aí diminuiria a chance de atingir o Anderson e a Fernanda, e atingiria só a Marielle. Não era o objetivo atingir nenhum dos dois”, relata.

Ao fim do depoimento, Lessa pediu perdão às famílias de Marielle, Anderson, Fernanda. Segundo o assassino, ele está “tentando fazer o possível para tentar tirar essa angústia de todos”.

“Infelizmente não podemos voltar no tempo. Hoje tento fazer o possível para tentar tirar essa angústia de todos, assumindo a minha responsabilidade e trazendo à tona todos os personagens envolvidos nessa história. Tento fazer isso pra tirar um peso da minha consciência. Eu sei que nunca vou conseguir trazer as pessoas de volta, mas tinha que pedir esse perdão, incluindo à minha família. Eu preciso pedir perdão a essas famílias. Perdi meu pai recentemente e já foi péssimo. Perder um filho deve ser a coisa mais triste do mundo, um marido”, disse.

RIO – Assassino confesso de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, o ex-policial militar Ronnie Lessa afirmou na noite desta quarta-feira, 30, em depoimento aos jurados do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, que o primeiro alvo dos mandantes era o deputado Marcelo Freixo (PSOL). Lessa afirmou que considerou o pedido “inviável” e que, meses depois, decidiram por “eliminar Marielle”, porque ela “atrapalharia a venda de loteamentos na zona oeste”.

“É um político inviável. Eu achei inviável. Era o doutor Marcelo Freixo”, afirmou Ronnie Lessa.

Segundo Lessa, Marielle foi o segundo nome apresentado pelos mandantes do crime porque ela seria “uma pedra no caminho” nos interesses dos mandantes do crime em loteamentos na zona oeste do Rio de Janeiro.

Ronnie Lessa presta depoimento ao tribunal do júri Foto: Reprodução/TJRJ

“O assunto começou no finalzinho de 2016 para 2017. Surgiu uma oferta com a seguinte palavra: nós temos algo para ficar milionários. Uma coisa, assim, fenomenal. Ponto. Em janeiro, eu tive com essa pessoa novamente e ela veio me trazer um nome que, na verdade, eu ri. Se é essa a proposta não tem como”, afirmou.

Lessa reafirmou que a execução de Marielle estava ligada a interesses fundiários na zona oeste do Rio, área de domínio de milicianos na capital fluminense.

“A questão é que dois loteamentos no bairro do Tanque. Um loteamento seria para Macalé e outro loteamento seria dos mandantes”, disse.

Segundo Lessa, os mandantes do crime exigiram que o crime não acontecesse na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Ele afirma que a execução deveria ter ocorrido meses antes do dia 14 de março de 2018. De acordo com o assassino confesso, a morte de Marielle não poderia ser executada próxima à Câmara.

“A exigência é que fosse, de jeito nenhum, na Câmara dos Vereadores. Isso aí acabou a coisa ficando cansativa. A gente passava lá e não podia ficar. Atravessando a cidade com um carro daquele jeito”, disse.

“Depois de todo esse processo, eu vi que há uma lei que se ela morresse na saída da Câmara dos Vereadores a Polícia Federal entraria, automaticamente, no caso”, disse.

Segundo Lessa, a alternativa foi colocar alguém de sobreaviso. De acordo com ele, se não fosse a exigência dos mandantes, o crime teria ocorrido bem antes. No dia do crime, Lessa conta que Élcio Queiroz emparelhou o carro com o Cobalt que estava a vereadora e efetuou os disparos que mataram Marielle e Anderson, que dirigia o veículo.

Segundo o assassino confesso, “infelizmente, aconteceu a questão do Anderson. Não era a finalidade”.

“O mais apropriado seria um revólver. Tendo mais pessoas dentro do carro, você reduziria o risco de acontecer o que aconteceu com Anderson. Com revólver somente a vereadora teria falecido, não o Anderson. Mas, na agonia de resolver, eu corri o risco consciente e, infelizmente, aconteceu a questão do Anderson. Não era a finalidade”, disse.

De acordo com Lessa, no dia 14, dia do crime, ele recebeu um aviso de que Marielle estaria em um evento no centro do Rio. Ele acionou Élcio Queiroz por volta de 12h. O assassino ligou para o comparsa e combinou de sair da zona oeste por volta das 17h.

Lessa conta que tentou concentrar os tiros em Marielle, mas que a munição ‘não era adequada para isso”.

“Tentei concentrar o máximo no alvo, que era a Marielle. Mas sabia que a munição não era adequada para isso. Se fosse um revólver, só a vereadora teria morrido. Mas, infelizmente, aconteceu a questão do Anderson. Não era para ter acontecido. A 9mm não era a arma mais adequada. O melhor era o revólver, porque aí diminuiria a chance de atingir o Anderson e a Fernanda, e atingiria só a Marielle. Não era o objetivo atingir nenhum dos dois”, relata.

Ao fim do depoimento, Lessa pediu perdão às famílias de Marielle, Anderson, Fernanda. Segundo o assassino, ele está “tentando fazer o possível para tentar tirar essa angústia de todos”.

“Infelizmente não podemos voltar no tempo. Hoje tento fazer o possível para tentar tirar essa angústia de todos, assumindo a minha responsabilidade e trazendo à tona todos os personagens envolvidos nessa história. Tento fazer isso pra tirar um peso da minha consciência. Eu sei que nunca vou conseguir trazer as pessoas de volta, mas tinha que pedir esse perdão, incluindo à minha família. Eu preciso pedir perdão a essas famílias. Perdi meu pai recentemente e já foi péssimo. Perder um filho deve ser a coisa mais triste do mundo, um marido”, disse.

RIO – Assassino confesso de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, o ex-policial militar Ronnie Lessa afirmou na noite desta quarta-feira, 30, em depoimento aos jurados do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, que o primeiro alvo dos mandantes era o deputado Marcelo Freixo (PSOL). Lessa afirmou que considerou o pedido “inviável” e que, meses depois, decidiram por “eliminar Marielle”, porque ela “atrapalharia a venda de loteamentos na zona oeste”.

“É um político inviável. Eu achei inviável. Era o doutor Marcelo Freixo”, afirmou Ronnie Lessa.

Segundo Lessa, Marielle foi o segundo nome apresentado pelos mandantes do crime porque ela seria “uma pedra no caminho” nos interesses dos mandantes do crime em loteamentos na zona oeste do Rio de Janeiro.

Ronnie Lessa presta depoimento ao tribunal do júri Foto: Reprodução/TJRJ

“O assunto começou no finalzinho de 2016 para 2017. Surgiu uma oferta com a seguinte palavra: nós temos algo para ficar milionários. Uma coisa, assim, fenomenal. Ponto. Em janeiro, eu tive com essa pessoa novamente e ela veio me trazer um nome que, na verdade, eu ri. Se é essa a proposta não tem como”, afirmou.

Lessa reafirmou que a execução de Marielle estava ligada a interesses fundiários na zona oeste do Rio, área de domínio de milicianos na capital fluminense.

“A questão é que dois loteamentos no bairro do Tanque. Um loteamento seria para Macalé e outro loteamento seria dos mandantes”, disse.

Segundo Lessa, os mandantes do crime exigiram que o crime não acontecesse na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Ele afirma que a execução deveria ter ocorrido meses antes do dia 14 de março de 2018. De acordo com o assassino confesso, a morte de Marielle não poderia ser executada próxima à Câmara.

“A exigência é que fosse, de jeito nenhum, na Câmara dos Vereadores. Isso aí acabou a coisa ficando cansativa. A gente passava lá e não podia ficar. Atravessando a cidade com um carro daquele jeito”, disse.

“Depois de todo esse processo, eu vi que há uma lei que se ela morresse na saída da Câmara dos Vereadores a Polícia Federal entraria, automaticamente, no caso”, disse.

Segundo Lessa, a alternativa foi colocar alguém de sobreaviso. De acordo com ele, se não fosse a exigência dos mandantes, o crime teria ocorrido bem antes. No dia do crime, Lessa conta que Élcio Queiroz emparelhou o carro com o Cobalt que estava a vereadora e efetuou os disparos que mataram Marielle e Anderson, que dirigia o veículo.

Segundo o assassino confesso, “infelizmente, aconteceu a questão do Anderson. Não era a finalidade”.

“O mais apropriado seria um revólver. Tendo mais pessoas dentro do carro, você reduziria o risco de acontecer o que aconteceu com Anderson. Com revólver somente a vereadora teria falecido, não o Anderson. Mas, na agonia de resolver, eu corri o risco consciente e, infelizmente, aconteceu a questão do Anderson. Não era a finalidade”, disse.

De acordo com Lessa, no dia 14, dia do crime, ele recebeu um aviso de que Marielle estaria em um evento no centro do Rio. Ele acionou Élcio Queiroz por volta de 12h. O assassino ligou para o comparsa e combinou de sair da zona oeste por volta das 17h.

Lessa conta que tentou concentrar os tiros em Marielle, mas que a munição ‘não era adequada para isso”.

“Tentei concentrar o máximo no alvo, que era a Marielle. Mas sabia que a munição não era adequada para isso. Se fosse um revólver, só a vereadora teria morrido. Mas, infelizmente, aconteceu a questão do Anderson. Não era para ter acontecido. A 9mm não era a arma mais adequada. O melhor era o revólver, porque aí diminuiria a chance de atingir o Anderson e a Fernanda, e atingiria só a Marielle. Não era o objetivo atingir nenhum dos dois”, relata.

Ao fim do depoimento, Lessa pediu perdão às famílias de Marielle, Anderson, Fernanda. Segundo o assassino, ele está “tentando fazer o possível para tentar tirar essa angústia de todos”.

“Infelizmente não podemos voltar no tempo. Hoje tento fazer o possível para tentar tirar essa angústia de todos, assumindo a minha responsabilidade e trazendo à tona todos os personagens envolvidos nessa história. Tento fazer isso pra tirar um peso da minha consciência. Eu sei que nunca vou conseguir trazer as pessoas de volta, mas tinha que pedir esse perdão, incluindo à minha família. Eu preciso pedir perdão a essas famílias. Perdi meu pai recentemente e já foi péssimo. Perder um filho deve ser a coisa mais triste do mundo, um marido”, disse.

RIO – Assassino confesso de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, o ex-policial militar Ronnie Lessa afirmou na noite desta quarta-feira, 30, em depoimento aos jurados do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, que o primeiro alvo dos mandantes era o deputado Marcelo Freixo (PSOL). Lessa afirmou que considerou o pedido “inviável” e que, meses depois, decidiram por “eliminar Marielle”, porque ela “atrapalharia a venda de loteamentos na zona oeste”.

“É um político inviável. Eu achei inviável. Era o doutor Marcelo Freixo”, afirmou Ronnie Lessa.

Segundo Lessa, Marielle foi o segundo nome apresentado pelos mandantes do crime porque ela seria “uma pedra no caminho” nos interesses dos mandantes do crime em loteamentos na zona oeste do Rio de Janeiro.

Ronnie Lessa presta depoimento ao tribunal do júri Foto: Reprodução/TJRJ

“O assunto começou no finalzinho de 2016 para 2017. Surgiu uma oferta com a seguinte palavra: nós temos algo para ficar milionários. Uma coisa, assim, fenomenal. Ponto. Em janeiro, eu tive com essa pessoa novamente e ela veio me trazer um nome que, na verdade, eu ri. Se é essa a proposta não tem como”, afirmou.

Lessa reafirmou que a execução de Marielle estava ligada a interesses fundiários na zona oeste do Rio, área de domínio de milicianos na capital fluminense.

“A questão é que dois loteamentos no bairro do Tanque. Um loteamento seria para Macalé e outro loteamento seria dos mandantes”, disse.

Segundo Lessa, os mandantes do crime exigiram que o crime não acontecesse na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Ele afirma que a execução deveria ter ocorrido meses antes do dia 14 de março de 2018. De acordo com o assassino confesso, a morte de Marielle não poderia ser executada próxima à Câmara.

“A exigência é que fosse, de jeito nenhum, na Câmara dos Vereadores. Isso aí acabou a coisa ficando cansativa. A gente passava lá e não podia ficar. Atravessando a cidade com um carro daquele jeito”, disse.

“Depois de todo esse processo, eu vi que há uma lei que se ela morresse na saída da Câmara dos Vereadores a Polícia Federal entraria, automaticamente, no caso”, disse.

Segundo Lessa, a alternativa foi colocar alguém de sobreaviso. De acordo com ele, se não fosse a exigência dos mandantes, o crime teria ocorrido bem antes. No dia do crime, Lessa conta que Élcio Queiroz emparelhou o carro com o Cobalt que estava a vereadora e efetuou os disparos que mataram Marielle e Anderson, que dirigia o veículo.

Segundo o assassino confesso, “infelizmente, aconteceu a questão do Anderson. Não era a finalidade”.

“O mais apropriado seria um revólver. Tendo mais pessoas dentro do carro, você reduziria o risco de acontecer o que aconteceu com Anderson. Com revólver somente a vereadora teria falecido, não o Anderson. Mas, na agonia de resolver, eu corri o risco consciente e, infelizmente, aconteceu a questão do Anderson. Não era a finalidade”, disse.

De acordo com Lessa, no dia 14, dia do crime, ele recebeu um aviso de que Marielle estaria em um evento no centro do Rio. Ele acionou Élcio Queiroz por volta de 12h. O assassino ligou para o comparsa e combinou de sair da zona oeste por volta das 17h.

Lessa conta que tentou concentrar os tiros em Marielle, mas que a munição ‘não era adequada para isso”.

“Tentei concentrar o máximo no alvo, que era a Marielle. Mas sabia que a munição não era adequada para isso. Se fosse um revólver, só a vereadora teria morrido. Mas, infelizmente, aconteceu a questão do Anderson. Não era para ter acontecido. A 9mm não era a arma mais adequada. O melhor era o revólver, porque aí diminuiria a chance de atingir o Anderson e a Fernanda, e atingiria só a Marielle. Não era o objetivo atingir nenhum dos dois”, relata.

Ao fim do depoimento, Lessa pediu perdão às famílias de Marielle, Anderson, Fernanda. Segundo o assassino, ele está “tentando fazer o possível para tentar tirar essa angústia de todos”.

“Infelizmente não podemos voltar no tempo. Hoje tento fazer o possível para tentar tirar essa angústia de todos, assumindo a minha responsabilidade e trazendo à tona todos os personagens envolvidos nessa história. Tento fazer isso pra tirar um peso da minha consciência. Eu sei que nunca vou conseguir trazer as pessoas de volta, mas tinha que pedir esse perdão, incluindo à minha família. Eu preciso pedir perdão a essas famílias. Perdi meu pai recentemente e já foi péssimo. Perder um filho deve ser a coisa mais triste do mundo, um marido”, disse.

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