Chorão e líderes de caminhoneiros minimizam protestos e defendem resultado da eleição


Lideranças da categoria reconhecem vitória de Lula e dizem que protestos representam a minoria do segmento

Por Leticia Pakulski, Isadora Duarte e André Borges
Atualização:

Líderes dos caminhoneiros disseram que os protestos em rodovias do País que reúnem alguns motoristas apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) descontentes com o resultado das eleições não refletem demandas da maior parte da categoria. Os protestos incluem manifestantes que não são caminhoneiros, segundo os líderes.

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“Eu não vejo 100% da categoria. São pessoas que estão descontentes com o resultado das eleições. A gente está tentando levantar de onde está saindo o movimento”, disse o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido com Chorão. Em relação às imagens que circulam em grupos de WhatsApp e redes sociais, que falam em intervenção militar para reverter o resultado do pleito, Chorão foi categórico: “Fico muito triste de muitas pessoas usarem o nome dos caminhoneiros. Não luto e nunca vou lutar contra a democracia do País. Minha linha é mais de pacificação, conversar, dialogar e unificar o País”.

Veja todos os resultados e as últimas notícias das eleições 2022

Grupos de caminhoneiros bolsonaristas começaram a fechar rodovias em ao menos 12 estados contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) para a Presidência da República. Os bloqueios se iniciaram horas após o anúncio da vitória do petista Foto: Polícia Rodoviária Federal
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O representante disse não acreditar na persistência dos protestos. “Os caminhoneiros têm que lutar pelo nosso segmento, pelo transporte. A diferença do presidente eleito em relação a Bolsonaro foi de 1 milhão e poucos votos. Não tem como falar que vai parar o País por política.” Segundo Chorão, a categoria entregou as pautas do setor aos presidenciáveis e seguirá interlocução com o novo governo.

Eu acredito que tenham o direito de protestar, só que eles têm que aceitar a democracia e não ficar travando a pista, porque está atrapalhando a vida de todo mundo. Assim como aceitamos a vitória do Bolsonaro em 2018, agora eles têm de aceitar a vitória do Lula

Wanderlei Alves, o Dedeco

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Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, também vê os protestos como pontuais. “Eu acredito que tenham o direito de protestar, só que eles têm que aceitar a democracia e não ficar travando a pista, porque está atrapalhando a vida de todo mundo. Assim como aceitamos a vitória do Bolsonaro em 2018, agora eles têm de aceitar a vitória do Lula”.

Confira o resultado completo do segundo turno das eleições 2022: apuração por Estado, cidade e zona eleitoral

“Se for uma paralisação para reivindicar algum direito da classe, a classe terá meu apoio. Se for uma paralisação política, para atrapalhar o governo do Lula, não terá o meu apoio. Acho que autoridades têm de tomar providências porque não pode cercear o direito de ir e vir das pessoas que estão na via. É assim que os bolsonaristas falavam quando a gente ia reivindicar alguma coisa contra o governo Bolsonaro.”, ressalta Alves.

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Plínio Dias, diretor-presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), disse que não há indício de paralisação ampla de caminhoneiros autônomos. “Vi alguns vídeos e são pessoas desconhecidas e acho que também nem são caminhoneiros”, apontou.

O deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, afirmou ao Estadão que se trata de ações isoladas, de pequenos grupos que não conformam com o resultado das urnas. “Essas manifestações e bloqueios não são atos da categoria dos caminhoneiros autônomos. Esses bloqueios são o choro de extremistas que não sabem perder e não respeitam a democracia”, disse Nereu Crispim.

Ele declarou que a categoria reconhece o resultado das eleições. “As pautas da categoria continuam e continuarão sendo requeridas de solução independentemente de qualquer governo, pois elas são oriundas da paralisação de maio de 2018, a qual o então candidato da época, Jair Bolsonaro, se comprometeu a resolver e veio a se eleger, e durante os quatro anos nunca resolveu nenhuma delas.”

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A pauta dos motoristas profissionais é a criação de um piso mínimo do frete, a mudança da política de preços dos combustíveis, a criação de mais pontos de parada, a aposentadoria aos 25 anos e a unificação dos documentos fiscais.

As manifestações não contam sequer com o apoio do caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão e deputado federal eleitor pelo PL-SC. Apoiador do presidente Jair Bolsonaro, Zé Trovão pediu “calma”. “Caminhoneiros de Santa Catarina e do Brasil, estou ao lado de vocês sempre. Contem comigo para o que vocês precisarem. É um direito de vocês se manifestarem e dizerem o que querem ou não para o Brasil”, disse em vídeo divulgado nas suas redes sociais. “Vou pedir muita cautela, respeito, reciprocidade. Não vamos ultrapassar os limites aos quais não queremos ferir ninguém. Queremos que a coisa seja como está sendo: ordeira e mantendo o respeito”, completou. Em 2021 e neste ano, Zé do Trovão liderou protestos de caminhoneiros contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e pedindo a intervenção militar.

Em nota oficial, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) diz defender a democracia e “respeitar o resultado soberano das urnas”. “Vivenciamos uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos de não aceitação do resultado das urnas. Precisamos respeitar o que o povo decidiu nas urnas: a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Esse projeto que está foi derrotado ontem”, afirma o diretor da CNTTL, o caminhoneiro autônomo de Ijuí-RS, Carlos Alberto Litti Dahmer.

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“Com base em nosso monitoramento identificamos que não se trata de uma greve/ movimento exclusivo de caminhoneiros, são movimentações individuais, .pontuais e de cunho ideológico sem coordenação de entidades ou lideranças”, afirmou a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA).

A Polícia Rodoviária Federal (PRF), que no dia da eleição fez diversos bloqueios em estradas do País, declarou que, até o momento, foram registradas situações de bloqueio ou aglomeração em 11 Estados e no Distrito Federal. “A PRF segue atenta, monitorando todas as ocorrências e com efetivo empregado na tarefa de garantir fluxo viário normal a todos os cidadãos”, afirmou.

A reportagem questionou a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre as paralisações, mas ainda não teve retorno.

Líderes dos caminhoneiros disseram que os protestos em rodovias do País que reúnem alguns motoristas apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) descontentes com o resultado das eleições não refletem demandas da maior parte da categoria. Os protestos incluem manifestantes que não são caminhoneiros, segundo os líderes.

“Eu não vejo 100% da categoria. São pessoas que estão descontentes com o resultado das eleições. A gente está tentando levantar de onde está saindo o movimento”, disse o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido com Chorão. Em relação às imagens que circulam em grupos de WhatsApp e redes sociais, que falam em intervenção militar para reverter o resultado do pleito, Chorão foi categórico: “Fico muito triste de muitas pessoas usarem o nome dos caminhoneiros. Não luto e nunca vou lutar contra a democracia do País. Minha linha é mais de pacificação, conversar, dialogar e unificar o País”.

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Grupos de caminhoneiros bolsonaristas começaram a fechar rodovias em ao menos 12 estados contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) para a Presidência da República. Os bloqueios se iniciaram horas após o anúncio da vitória do petista Foto: Polícia Rodoviária Federal

O representante disse não acreditar na persistência dos protestos. “Os caminhoneiros têm que lutar pelo nosso segmento, pelo transporte. A diferença do presidente eleito em relação a Bolsonaro foi de 1 milhão e poucos votos. Não tem como falar que vai parar o País por política.” Segundo Chorão, a categoria entregou as pautas do setor aos presidenciáveis e seguirá interlocução com o novo governo.

Eu acredito que tenham o direito de protestar, só que eles têm que aceitar a democracia e não ficar travando a pista, porque está atrapalhando a vida de todo mundo. Assim como aceitamos a vitória do Bolsonaro em 2018, agora eles têm de aceitar a vitória do Lula

Wanderlei Alves, o Dedeco

Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, também vê os protestos como pontuais. “Eu acredito que tenham o direito de protestar, só que eles têm que aceitar a democracia e não ficar travando a pista, porque está atrapalhando a vida de todo mundo. Assim como aceitamos a vitória do Bolsonaro em 2018, agora eles têm de aceitar a vitória do Lula”.

Confira o resultado completo do segundo turno das eleições 2022: apuração por Estado, cidade e zona eleitoral

“Se for uma paralisação para reivindicar algum direito da classe, a classe terá meu apoio. Se for uma paralisação política, para atrapalhar o governo do Lula, não terá o meu apoio. Acho que autoridades têm de tomar providências porque não pode cercear o direito de ir e vir das pessoas que estão na via. É assim que os bolsonaristas falavam quando a gente ia reivindicar alguma coisa contra o governo Bolsonaro.”, ressalta Alves.

Plínio Dias, diretor-presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), disse que não há indício de paralisação ampla de caminhoneiros autônomos. “Vi alguns vídeos e são pessoas desconhecidas e acho que também nem são caminhoneiros”, apontou.

O deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, afirmou ao Estadão que se trata de ações isoladas, de pequenos grupos que não conformam com o resultado das urnas. “Essas manifestações e bloqueios não são atos da categoria dos caminhoneiros autônomos. Esses bloqueios são o choro de extremistas que não sabem perder e não respeitam a democracia”, disse Nereu Crispim.

Ele declarou que a categoria reconhece o resultado das eleições. “As pautas da categoria continuam e continuarão sendo requeridas de solução independentemente de qualquer governo, pois elas são oriundas da paralisação de maio de 2018, a qual o então candidato da época, Jair Bolsonaro, se comprometeu a resolver e veio a se eleger, e durante os quatro anos nunca resolveu nenhuma delas.”

A pauta dos motoristas profissionais é a criação de um piso mínimo do frete, a mudança da política de preços dos combustíveis, a criação de mais pontos de parada, a aposentadoria aos 25 anos e a unificação dos documentos fiscais.

As manifestações não contam sequer com o apoio do caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão e deputado federal eleitor pelo PL-SC. Apoiador do presidente Jair Bolsonaro, Zé Trovão pediu “calma”. “Caminhoneiros de Santa Catarina e do Brasil, estou ao lado de vocês sempre. Contem comigo para o que vocês precisarem. É um direito de vocês se manifestarem e dizerem o que querem ou não para o Brasil”, disse em vídeo divulgado nas suas redes sociais. “Vou pedir muita cautela, respeito, reciprocidade. Não vamos ultrapassar os limites aos quais não queremos ferir ninguém. Queremos que a coisa seja como está sendo: ordeira e mantendo o respeito”, completou. Em 2021 e neste ano, Zé do Trovão liderou protestos de caminhoneiros contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e pedindo a intervenção militar.

Em nota oficial, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) diz defender a democracia e “respeitar o resultado soberano das urnas”. “Vivenciamos uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos de não aceitação do resultado das urnas. Precisamos respeitar o que o povo decidiu nas urnas: a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Esse projeto que está foi derrotado ontem”, afirma o diretor da CNTTL, o caminhoneiro autônomo de Ijuí-RS, Carlos Alberto Litti Dahmer.

“Com base em nosso monitoramento identificamos que não se trata de uma greve/ movimento exclusivo de caminhoneiros, são movimentações individuais, .pontuais e de cunho ideológico sem coordenação de entidades ou lideranças”, afirmou a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA).

A Polícia Rodoviária Federal (PRF), que no dia da eleição fez diversos bloqueios em estradas do País, declarou que, até o momento, foram registradas situações de bloqueio ou aglomeração em 11 Estados e no Distrito Federal. “A PRF segue atenta, monitorando todas as ocorrências e com efetivo empregado na tarefa de garantir fluxo viário normal a todos os cidadãos”, afirmou.

A reportagem questionou a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre as paralisações, mas ainda não teve retorno.

Líderes dos caminhoneiros disseram que os protestos em rodovias do País que reúnem alguns motoristas apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) descontentes com o resultado das eleições não refletem demandas da maior parte da categoria. Os protestos incluem manifestantes que não são caminhoneiros, segundo os líderes.

“Eu não vejo 100% da categoria. São pessoas que estão descontentes com o resultado das eleições. A gente está tentando levantar de onde está saindo o movimento”, disse o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido com Chorão. Em relação às imagens que circulam em grupos de WhatsApp e redes sociais, que falam em intervenção militar para reverter o resultado do pleito, Chorão foi categórico: “Fico muito triste de muitas pessoas usarem o nome dos caminhoneiros. Não luto e nunca vou lutar contra a democracia do País. Minha linha é mais de pacificação, conversar, dialogar e unificar o País”.

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Grupos de caminhoneiros bolsonaristas começaram a fechar rodovias em ao menos 12 estados contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) para a Presidência da República. Os bloqueios se iniciaram horas após o anúncio da vitória do petista Foto: Polícia Rodoviária Federal

O representante disse não acreditar na persistência dos protestos. “Os caminhoneiros têm que lutar pelo nosso segmento, pelo transporte. A diferença do presidente eleito em relação a Bolsonaro foi de 1 milhão e poucos votos. Não tem como falar que vai parar o País por política.” Segundo Chorão, a categoria entregou as pautas do setor aos presidenciáveis e seguirá interlocução com o novo governo.

Eu acredito que tenham o direito de protestar, só que eles têm que aceitar a democracia e não ficar travando a pista, porque está atrapalhando a vida de todo mundo. Assim como aceitamos a vitória do Bolsonaro em 2018, agora eles têm de aceitar a vitória do Lula

Wanderlei Alves, o Dedeco

Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, também vê os protestos como pontuais. “Eu acredito que tenham o direito de protestar, só que eles têm que aceitar a democracia e não ficar travando a pista, porque está atrapalhando a vida de todo mundo. Assim como aceitamos a vitória do Bolsonaro em 2018, agora eles têm de aceitar a vitória do Lula”.

Confira o resultado completo do segundo turno das eleições 2022: apuração por Estado, cidade e zona eleitoral

“Se for uma paralisação para reivindicar algum direito da classe, a classe terá meu apoio. Se for uma paralisação política, para atrapalhar o governo do Lula, não terá o meu apoio. Acho que autoridades têm de tomar providências porque não pode cercear o direito de ir e vir das pessoas que estão na via. É assim que os bolsonaristas falavam quando a gente ia reivindicar alguma coisa contra o governo Bolsonaro.”, ressalta Alves.

Plínio Dias, diretor-presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), disse que não há indício de paralisação ampla de caminhoneiros autônomos. “Vi alguns vídeos e são pessoas desconhecidas e acho que também nem são caminhoneiros”, apontou.

O deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, afirmou ao Estadão que se trata de ações isoladas, de pequenos grupos que não conformam com o resultado das urnas. “Essas manifestações e bloqueios não são atos da categoria dos caminhoneiros autônomos. Esses bloqueios são o choro de extremistas que não sabem perder e não respeitam a democracia”, disse Nereu Crispim.

Ele declarou que a categoria reconhece o resultado das eleições. “As pautas da categoria continuam e continuarão sendo requeridas de solução independentemente de qualquer governo, pois elas são oriundas da paralisação de maio de 2018, a qual o então candidato da época, Jair Bolsonaro, se comprometeu a resolver e veio a se eleger, e durante os quatro anos nunca resolveu nenhuma delas.”

A pauta dos motoristas profissionais é a criação de um piso mínimo do frete, a mudança da política de preços dos combustíveis, a criação de mais pontos de parada, a aposentadoria aos 25 anos e a unificação dos documentos fiscais.

As manifestações não contam sequer com o apoio do caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão e deputado federal eleitor pelo PL-SC. Apoiador do presidente Jair Bolsonaro, Zé Trovão pediu “calma”. “Caminhoneiros de Santa Catarina e do Brasil, estou ao lado de vocês sempre. Contem comigo para o que vocês precisarem. É um direito de vocês se manifestarem e dizerem o que querem ou não para o Brasil”, disse em vídeo divulgado nas suas redes sociais. “Vou pedir muita cautela, respeito, reciprocidade. Não vamos ultrapassar os limites aos quais não queremos ferir ninguém. Queremos que a coisa seja como está sendo: ordeira e mantendo o respeito”, completou. Em 2021 e neste ano, Zé do Trovão liderou protestos de caminhoneiros contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e pedindo a intervenção militar.

Em nota oficial, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) diz defender a democracia e “respeitar o resultado soberano das urnas”. “Vivenciamos uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos de não aceitação do resultado das urnas. Precisamos respeitar o que o povo decidiu nas urnas: a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Esse projeto que está foi derrotado ontem”, afirma o diretor da CNTTL, o caminhoneiro autônomo de Ijuí-RS, Carlos Alberto Litti Dahmer.

“Com base em nosso monitoramento identificamos que não se trata de uma greve/ movimento exclusivo de caminhoneiros, são movimentações individuais, .pontuais e de cunho ideológico sem coordenação de entidades ou lideranças”, afirmou a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA).

A Polícia Rodoviária Federal (PRF), que no dia da eleição fez diversos bloqueios em estradas do País, declarou que, até o momento, foram registradas situações de bloqueio ou aglomeração em 11 Estados e no Distrito Federal. “A PRF segue atenta, monitorando todas as ocorrências e com efetivo empregado na tarefa de garantir fluxo viário normal a todos os cidadãos”, afirmou.

A reportagem questionou a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre as paralisações, mas ainda não teve retorno.

Líderes dos caminhoneiros disseram que os protestos em rodovias do País que reúnem alguns motoristas apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) descontentes com o resultado das eleições não refletem demandas da maior parte da categoria. Os protestos incluem manifestantes que não são caminhoneiros, segundo os líderes.

“Eu não vejo 100% da categoria. São pessoas que estão descontentes com o resultado das eleições. A gente está tentando levantar de onde está saindo o movimento”, disse o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido com Chorão. Em relação às imagens que circulam em grupos de WhatsApp e redes sociais, que falam em intervenção militar para reverter o resultado do pleito, Chorão foi categórico: “Fico muito triste de muitas pessoas usarem o nome dos caminhoneiros. Não luto e nunca vou lutar contra a democracia do País. Minha linha é mais de pacificação, conversar, dialogar e unificar o País”.

Veja todos os resultados e as últimas notícias das eleições 2022

Grupos de caminhoneiros bolsonaristas começaram a fechar rodovias em ao menos 12 estados contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) para a Presidência da República. Os bloqueios se iniciaram horas após o anúncio da vitória do petista Foto: Polícia Rodoviária Federal

O representante disse não acreditar na persistência dos protestos. “Os caminhoneiros têm que lutar pelo nosso segmento, pelo transporte. A diferença do presidente eleito em relação a Bolsonaro foi de 1 milhão e poucos votos. Não tem como falar que vai parar o País por política.” Segundo Chorão, a categoria entregou as pautas do setor aos presidenciáveis e seguirá interlocução com o novo governo.

Eu acredito que tenham o direito de protestar, só que eles têm que aceitar a democracia e não ficar travando a pista, porque está atrapalhando a vida de todo mundo. Assim como aceitamos a vitória do Bolsonaro em 2018, agora eles têm de aceitar a vitória do Lula

Wanderlei Alves, o Dedeco

Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, também vê os protestos como pontuais. “Eu acredito que tenham o direito de protestar, só que eles têm que aceitar a democracia e não ficar travando a pista, porque está atrapalhando a vida de todo mundo. Assim como aceitamos a vitória do Bolsonaro em 2018, agora eles têm de aceitar a vitória do Lula”.

Confira o resultado completo do segundo turno das eleições 2022: apuração por Estado, cidade e zona eleitoral

“Se for uma paralisação para reivindicar algum direito da classe, a classe terá meu apoio. Se for uma paralisação política, para atrapalhar o governo do Lula, não terá o meu apoio. Acho que autoridades têm de tomar providências porque não pode cercear o direito de ir e vir das pessoas que estão na via. É assim que os bolsonaristas falavam quando a gente ia reivindicar alguma coisa contra o governo Bolsonaro.”, ressalta Alves.

Plínio Dias, diretor-presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), disse que não há indício de paralisação ampla de caminhoneiros autônomos. “Vi alguns vídeos e são pessoas desconhecidas e acho que também nem são caminhoneiros”, apontou.

O deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, afirmou ao Estadão que se trata de ações isoladas, de pequenos grupos que não conformam com o resultado das urnas. “Essas manifestações e bloqueios não são atos da categoria dos caminhoneiros autônomos. Esses bloqueios são o choro de extremistas que não sabem perder e não respeitam a democracia”, disse Nereu Crispim.

Ele declarou que a categoria reconhece o resultado das eleições. “As pautas da categoria continuam e continuarão sendo requeridas de solução independentemente de qualquer governo, pois elas são oriundas da paralisação de maio de 2018, a qual o então candidato da época, Jair Bolsonaro, se comprometeu a resolver e veio a se eleger, e durante os quatro anos nunca resolveu nenhuma delas.”

A pauta dos motoristas profissionais é a criação de um piso mínimo do frete, a mudança da política de preços dos combustíveis, a criação de mais pontos de parada, a aposentadoria aos 25 anos e a unificação dos documentos fiscais.

As manifestações não contam sequer com o apoio do caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão e deputado federal eleitor pelo PL-SC. Apoiador do presidente Jair Bolsonaro, Zé Trovão pediu “calma”. “Caminhoneiros de Santa Catarina e do Brasil, estou ao lado de vocês sempre. Contem comigo para o que vocês precisarem. É um direito de vocês se manifestarem e dizerem o que querem ou não para o Brasil”, disse em vídeo divulgado nas suas redes sociais. “Vou pedir muita cautela, respeito, reciprocidade. Não vamos ultrapassar os limites aos quais não queremos ferir ninguém. Queremos que a coisa seja como está sendo: ordeira e mantendo o respeito”, completou. Em 2021 e neste ano, Zé do Trovão liderou protestos de caminhoneiros contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e pedindo a intervenção militar.

Em nota oficial, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) diz defender a democracia e “respeitar o resultado soberano das urnas”. “Vivenciamos uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos de não aceitação do resultado das urnas. Precisamos respeitar o que o povo decidiu nas urnas: a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Esse projeto que está foi derrotado ontem”, afirma o diretor da CNTTL, o caminhoneiro autônomo de Ijuí-RS, Carlos Alberto Litti Dahmer.

“Com base em nosso monitoramento identificamos que não se trata de uma greve/ movimento exclusivo de caminhoneiros, são movimentações individuais, .pontuais e de cunho ideológico sem coordenação de entidades ou lideranças”, afirmou a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA).

A Polícia Rodoviária Federal (PRF), que no dia da eleição fez diversos bloqueios em estradas do País, declarou que, até o momento, foram registradas situações de bloqueio ou aglomeração em 11 Estados e no Distrito Federal. “A PRF segue atenta, monitorando todas as ocorrências e com efetivo empregado na tarefa de garantir fluxo viário normal a todos os cidadãos”, afirmou.

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