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Opinião|Cargos de Lira no governo, emendas para eleições e coisas em Brasília que todo mundo sabe


Esforço para eleger sucessor ao comando da Câmara é para manter a influência que conquistou quando assumiu em 2021, ainda no governo Bolsonaro

Por Lorenna Rodrigues

Há coisas em Brasília que todo mundo sabe. No nosso presidencialismo de coalizão - termo cunhado pelo cientista político Sérgio Abranches - uma das moedas de troca para conseguir apoio é dar cargos no governo. Aí, se você é presidente de um partido, da Câmara ou do Senado, ganha postos no Executivo e até no Judiciário, indica afilhados para ocupar esses cargos e passa a votar com o governo ou, no caso dos presidentes, pautar ou barrar projetos que interessem ou não a administração do momento. Todo mundo sabe disso.

Arthur Lira tem indicados no Executivo e no Judiciário, como mostrou o Estadão Foto: Mario Agra/Agência Câmara

Uma matéria publicada nesta quarta-feira, 9, pela repórter Sofia Aguiar, do Broadcast Político, detalhou quem são os apadrinhados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, no Executivo e Judiciário. Um dos aliados que mais dá trabalho ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva - se é que pode ser chamado de aliado - Lira tem pelo menos 17 cargos no alto escalão dos outros dois Poderes. Deve ter muito mais, todo mundo sabe. Mas esse é o número que consta em uma lista mantida pelo Palácio do Planalto à qual a repórter teve acesso.

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A matéria deu nome e sobrenome aos indicados de Lira. Há desde o presidente da Caixa, Carlos Vieira, e do superintendente da Codevasf em Alagoas, até o juiz João Paulo Tavares Pacheco ao juiz do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Eduardo Felipe Martins, para citar alguns exemplos.

Um dos motivos para que o presidente da Câmara esteja trabalhando com tanto afinco para fazer seu sucessor no ano que vem, quando termina seu mandato, é manter a influência que conquistou quando assumiu em 2021, ainda no governo Jair Bolsonaro. Quer preservar a influência - o que passa por preservar seus cargos nos outros Poderes - e se eleger senador em 2026.

Lira não tem candidato a sucessor, tem projeto. Até agosto, era Elmar Nascimento (União-BA) o favorito a ser ungido pelo deputado alagoano. Por vários revezes, o deputado Hugo Motta (Republicanos -PB) despontou como favorito e tende agora a levar o apoio de Lira. O alagoano deve endossar quem tiver mais chances. Não quer arriscar perder.

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Emendas

Outra coisa que todo mudo sabe em Brasília: parlamentares têm inundado redutos eleitorais com emendas nos últimos anos com objetivos eleitorais, de eleger aliados e se reelegerem. A imprensa - o Broadcast e o Estadão, inclusive - tem mostrado em inúmeras matérias o rio de dinheiro que corre livremente da capital federal para Estados e municípios.

Emendas sempre foram um recurso legítimo do Orçamento. Mas, nos últimos anos, especialmente com as modalidades Pix e do orçamento secreto, ganharam um perfil sombrio, com repasses sem fiscalização, enviadas num esquema direto, de “pai para filho” - muitas vezes literalmente, em que o pai é o senador ou deputado que transfere uma emenda Pix de Brasília e cai direto na conta do filho prefeito.

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Todo mundo sabia e o resultado não podia ser diferente. Como mostrou o Estadão/Broadcast, nas cidades mais beneficiadas pelos recursos, foram eleitos prefeitos apoiados pelos deputados e senadores que mandaram o dinheiro. No Amapá, o senador Davi Alcolumbre (União) viabilizou uma enxurrada de emendas parlamentares o que levou a uma goleada nas eleições municipais no Estado. Como também mostrou o Estadão/Broadcast, 14 dos 16 prefeitos (87,5%) ou se reelegeram ou levaram os seus sucessores à vitória.

Todo mundo sabia, tanto que o presidente Lula estava incomodado e o ministro Flávio Dino mandou suspender em agosto, antes de começar a campanha eleitoral, o pagamento das emendas impositivas neste ano. Dino abriu uma conciliação com o objetivo de moralizar a bagunça. Se vai conseguir, ninguém se arrisca a dizer.

Há coisas em Brasília que todo mundo sabe. No nosso presidencialismo de coalizão - termo cunhado pelo cientista político Sérgio Abranches - uma das moedas de troca para conseguir apoio é dar cargos no governo. Aí, se você é presidente de um partido, da Câmara ou do Senado, ganha postos no Executivo e até no Judiciário, indica afilhados para ocupar esses cargos e passa a votar com o governo ou, no caso dos presidentes, pautar ou barrar projetos que interessem ou não a administração do momento. Todo mundo sabe disso.

Arthur Lira tem indicados no Executivo e no Judiciário, como mostrou o Estadão Foto: Mario Agra/Agência Câmara

Uma matéria publicada nesta quarta-feira, 9, pela repórter Sofia Aguiar, do Broadcast Político, detalhou quem são os apadrinhados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, no Executivo e Judiciário. Um dos aliados que mais dá trabalho ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva - se é que pode ser chamado de aliado - Lira tem pelo menos 17 cargos no alto escalão dos outros dois Poderes. Deve ter muito mais, todo mundo sabe. Mas esse é o número que consta em uma lista mantida pelo Palácio do Planalto à qual a repórter teve acesso.

A matéria deu nome e sobrenome aos indicados de Lira. Há desde o presidente da Caixa, Carlos Vieira, e do superintendente da Codevasf em Alagoas, até o juiz João Paulo Tavares Pacheco ao juiz do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Eduardo Felipe Martins, para citar alguns exemplos.

Um dos motivos para que o presidente da Câmara esteja trabalhando com tanto afinco para fazer seu sucessor no ano que vem, quando termina seu mandato, é manter a influência que conquistou quando assumiu em 2021, ainda no governo Jair Bolsonaro. Quer preservar a influência - o que passa por preservar seus cargos nos outros Poderes - e se eleger senador em 2026.

Lira não tem candidato a sucessor, tem projeto. Até agosto, era Elmar Nascimento (União-BA) o favorito a ser ungido pelo deputado alagoano. Por vários revezes, o deputado Hugo Motta (Republicanos -PB) despontou como favorito e tende agora a levar o apoio de Lira. O alagoano deve endossar quem tiver mais chances. Não quer arriscar perder.

Emendas

Outra coisa que todo mudo sabe em Brasília: parlamentares têm inundado redutos eleitorais com emendas nos últimos anos com objetivos eleitorais, de eleger aliados e se reelegerem. A imprensa - o Broadcast e o Estadão, inclusive - tem mostrado em inúmeras matérias o rio de dinheiro que corre livremente da capital federal para Estados e municípios.

Emendas sempre foram um recurso legítimo do Orçamento. Mas, nos últimos anos, especialmente com as modalidades Pix e do orçamento secreto, ganharam um perfil sombrio, com repasses sem fiscalização, enviadas num esquema direto, de “pai para filho” - muitas vezes literalmente, em que o pai é o senador ou deputado que transfere uma emenda Pix de Brasília e cai direto na conta do filho prefeito.

Todo mundo sabia e o resultado não podia ser diferente. Como mostrou o Estadão/Broadcast, nas cidades mais beneficiadas pelos recursos, foram eleitos prefeitos apoiados pelos deputados e senadores que mandaram o dinheiro. No Amapá, o senador Davi Alcolumbre (União) viabilizou uma enxurrada de emendas parlamentares o que levou a uma goleada nas eleições municipais no Estado. Como também mostrou o Estadão/Broadcast, 14 dos 16 prefeitos (87,5%) ou se reelegeram ou levaram os seus sucessores à vitória.

Todo mundo sabia, tanto que o presidente Lula estava incomodado e o ministro Flávio Dino mandou suspender em agosto, antes de começar a campanha eleitoral, o pagamento das emendas impositivas neste ano. Dino abriu uma conciliação com o objetivo de moralizar a bagunça. Se vai conseguir, ninguém se arrisca a dizer.

Há coisas em Brasília que todo mundo sabe. No nosso presidencialismo de coalizão - termo cunhado pelo cientista político Sérgio Abranches - uma das moedas de troca para conseguir apoio é dar cargos no governo. Aí, se você é presidente de um partido, da Câmara ou do Senado, ganha postos no Executivo e até no Judiciário, indica afilhados para ocupar esses cargos e passa a votar com o governo ou, no caso dos presidentes, pautar ou barrar projetos que interessem ou não a administração do momento. Todo mundo sabe disso.

Arthur Lira tem indicados no Executivo e no Judiciário, como mostrou o Estadão Foto: Mario Agra/Agência Câmara

Uma matéria publicada nesta quarta-feira, 9, pela repórter Sofia Aguiar, do Broadcast Político, detalhou quem são os apadrinhados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, no Executivo e Judiciário. Um dos aliados que mais dá trabalho ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva - se é que pode ser chamado de aliado - Lira tem pelo menos 17 cargos no alto escalão dos outros dois Poderes. Deve ter muito mais, todo mundo sabe. Mas esse é o número que consta em uma lista mantida pelo Palácio do Planalto à qual a repórter teve acesso.

A matéria deu nome e sobrenome aos indicados de Lira. Há desde o presidente da Caixa, Carlos Vieira, e do superintendente da Codevasf em Alagoas, até o juiz João Paulo Tavares Pacheco ao juiz do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Eduardo Felipe Martins, para citar alguns exemplos.

Um dos motivos para que o presidente da Câmara esteja trabalhando com tanto afinco para fazer seu sucessor no ano que vem, quando termina seu mandato, é manter a influência que conquistou quando assumiu em 2021, ainda no governo Jair Bolsonaro. Quer preservar a influência - o que passa por preservar seus cargos nos outros Poderes - e se eleger senador em 2026.

Lira não tem candidato a sucessor, tem projeto. Até agosto, era Elmar Nascimento (União-BA) o favorito a ser ungido pelo deputado alagoano. Por vários revezes, o deputado Hugo Motta (Republicanos -PB) despontou como favorito e tende agora a levar o apoio de Lira. O alagoano deve endossar quem tiver mais chances. Não quer arriscar perder.

Emendas

Outra coisa que todo mudo sabe em Brasília: parlamentares têm inundado redutos eleitorais com emendas nos últimos anos com objetivos eleitorais, de eleger aliados e se reelegerem. A imprensa - o Broadcast e o Estadão, inclusive - tem mostrado em inúmeras matérias o rio de dinheiro que corre livremente da capital federal para Estados e municípios.

Emendas sempre foram um recurso legítimo do Orçamento. Mas, nos últimos anos, especialmente com as modalidades Pix e do orçamento secreto, ganharam um perfil sombrio, com repasses sem fiscalização, enviadas num esquema direto, de “pai para filho” - muitas vezes literalmente, em que o pai é o senador ou deputado que transfere uma emenda Pix de Brasília e cai direto na conta do filho prefeito.

Todo mundo sabia e o resultado não podia ser diferente. Como mostrou o Estadão/Broadcast, nas cidades mais beneficiadas pelos recursos, foram eleitos prefeitos apoiados pelos deputados e senadores que mandaram o dinheiro. No Amapá, o senador Davi Alcolumbre (União) viabilizou uma enxurrada de emendas parlamentares o que levou a uma goleada nas eleições municipais no Estado. Como também mostrou o Estadão/Broadcast, 14 dos 16 prefeitos (87,5%) ou se reelegeram ou levaram os seus sucessores à vitória.

Todo mundo sabia, tanto que o presidente Lula estava incomodado e o ministro Flávio Dino mandou suspender em agosto, antes de começar a campanha eleitoral, o pagamento das emendas impositivas neste ano. Dino abriu uma conciliação com o objetivo de moralizar a bagunça. Se vai conseguir, ninguém se arrisca a dizer.

Há coisas em Brasília que todo mundo sabe. No nosso presidencialismo de coalizão - termo cunhado pelo cientista político Sérgio Abranches - uma das moedas de troca para conseguir apoio é dar cargos no governo. Aí, se você é presidente de um partido, da Câmara ou do Senado, ganha postos no Executivo e até no Judiciário, indica afilhados para ocupar esses cargos e passa a votar com o governo ou, no caso dos presidentes, pautar ou barrar projetos que interessem ou não a administração do momento. Todo mundo sabe disso.

Arthur Lira tem indicados no Executivo e no Judiciário, como mostrou o Estadão Foto: Mario Agra/Agência Câmara

Uma matéria publicada nesta quarta-feira, 9, pela repórter Sofia Aguiar, do Broadcast Político, detalhou quem são os apadrinhados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, no Executivo e Judiciário. Um dos aliados que mais dá trabalho ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva - se é que pode ser chamado de aliado - Lira tem pelo menos 17 cargos no alto escalão dos outros dois Poderes. Deve ter muito mais, todo mundo sabe. Mas esse é o número que consta em uma lista mantida pelo Palácio do Planalto à qual a repórter teve acesso.

A matéria deu nome e sobrenome aos indicados de Lira. Há desde o presidente da Caixa, Carlos Vieira, e do superintendente da Codevasf em Alagoas, até o juiz João Paulo Tavares Pacheco ao juiz do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Eduardo Felipe Martins, para citar alguns exemplos.

Um dos motivos para que o presidente da Câmara esteja trabalhando com tanto afinco para fazer seu sucessor no ano que vem, quando termina seu mandato, é manter a influência que conquistou quando assumiu em 2021, ainda no governo Jair Bolsonaro. Quer preservar a influência - o que passa por preservar seus cargos nos outros Poderes - e se eleger senador em 2026.

Lira não tem candidato a sucessor, tem projeto. Até agosto, era Elmar Nascimento (União-BA) o favorito a ser ungido pelo deputado alagoano. Por vários revezes, o deputado Hugo Motta (Republicanos -PB) despontou como favorito e tende agora a levar o apoio de Lira. O alagoano deve endossar quem tiver mais chances. Não quer arriscar perder.

Emendas

Outra coisa que todo mudo sabe em Brasília: parlamentares têm inundado redutos eleitorais com emendas nos últimos anos com objetivos eleitorais, de eleger aliados e se reelegerem. A imprensa - o Broadcast e o Estadão, inclusive - tem mostrado em inúmeras matérias o rio de dinheiro que corre livremente da capital federal para Estados e municípios.

Emendas sempre foram um recurso legítimo do Orçamento. Mas, nos últimos anos, especialmente com as modalidades Pix e do orçamento secreto, ganharam um perfil sombrio, com repasses sem fiscalização, enviadas num esquema direto, de “pai para filho” - muitas vezes literalmente, em que o pai é o senador ou deputado que transfere uma emenda Pix de Brasília e cai direto na conta do filho prefeito.

Todo mundo sabia e o resultado não podia ser diferente. Como mostrou o Estadão/Broadcast, nas cidades mais beneficiadas pelos recursos, foram eleitos prefeitos apoiados pelos deputados e senadores que mandaram o dinheiro. No Amapá, o senador Davi Alcolumbre (União) viabilizou uma enxurrada de emendas parlamentares o que levou a uma goleada nas eleições municipais no Estado. Como também mostrou o Estadão/Broadcast, 14 dos 16 prefeitos (87,5%) ou se reelegeram ou levaram os seus sucessores à vitória.

Todo mundo sabia, tanto que o presidente Lula estava incomodado e o ministro Flávio Dino mandou suspender em agosto, antes de começar a campanha eleitoral, o pagamento das emendas impositivas neste ano. Dino abriu uma conciliação com o objetivo de moralizar a bagunça. Se vai conseguir, ninguém se arrisca a dizer.

Opinião por Lorenna Rodrigues

Editora do Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, em Brasília, e colunista do Broadcast e Estadão. Jornalista desde 2006, especialista em Orçamento e Gestão Pública e em Desenvolvimento Econômico. Responsável por coberturas como das emendas Pix e de investigações de fraudes no cartão de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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