Bastidores da política que movimentam a economia

Opinião|Lula precisa indicar mulheres para o Banco Central


Presidente petista não deveria deixar nas mãos do destino a diversidade de gênero no seu governo

Por Lorenna Rodrigues
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia ter encerrado a semana passada surfando na onda do crescimento do PIB, que veio acima do esperado pelos economistas. Na quinta-feira, 5, porém, notícias de que o então ministro dos Direitos Humanos, Sílvio de Almeida, teria assediado mulheres vieram à tona e ofuscaram os dados frios da economia. Lula agiu rápido e demitiu Almeida, mas o grave episódio, justamente nesta Pasta, é mais do que suficiente para manchar a reputação do governo progressista.

Lula mostrou não ser conivente com casos de assédio, mas, até aqui, não demonstrou estar atuando ativamente para aumentar a presença feminina nos espaços de poder. Pelo contrário. No lugar do ministro acusado de violência, indicou uma mulher negra - a deputada estadual de Minas Gerais Macaé Evaristo (PT) - até porque “pegava bem” no momento. Mas, em ocasiões anteriores não hesitou em trocar ministras mulheres por homens, tanto nos ministérios quanto no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao invés de aumentar a participação feminina no governo, reduziu.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o indicado para dirigir o Banco Central, Gabriel Galípolo Foto: WILTON JUNIOR/Estadão
continua após a publicidade

Foi também na semana passada que o presidente acabou com uma novela de final já anunciado e indicou o atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, para a presidência do Banco Central. Com o movimento, Lula terá que indicar para a diretoria do Banco Central mais três nomes, já que outros dois mandatos terminam até o fim do ano, incluindo o da diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Carolina de Assis Barros.

Ela é hoje a única mulher na diretoria. A quinta na história. Neste ano, para o lugar de uma diretora escolhida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula indicou o diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos, Paulo Picchetti. Conhecido por frases machistas, Bolsonaro indicou, em um mandato, duas mulheres para diretoria do BC. Lula indicou apenas uma, em 2008, no seu segundo mandato.

Apesar de oficialmente não falar em nomes - novas indicações só serão feitas após a sabatina de Galípolo no Senado, marcada para o dia 8 de outubro - o governo está em modo head hunter. A coluna perguntou a autoridades da cúpula da administração petista que estão envolvidas nas conversas: a questão da representação feminina é algo que está sendo ativamente considerado? Ouviu de duas fontes importantes que sim. A ver.

continua após a publicidade

Lula anda muito bravo com quem diz que ele tem sorte. Rebate com veemência qualquer atribuição de que o crescimento acima do esperado da economia é obra do acaso. “Ah, o Lula tem sorte. Eu tenho sorte não, eu tenho capacidade e vontade de trabalhar.” Lula também não deveria deixar nas mãos do destino a diversidade de gênero no seu governo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia ter encerrado a semana passada surfando na onda do crescimento do PIB, que veio acima do esperado pelos economistas. Na quinta-feira, 5, porém, notícias de que o então ministro dos Direitos Humanos, Sílvio de Almeida, teria assediado mulheres vieram à tona e ofuscaram os dados frios da economia. Lula agiu rápido e demitiu Almeida, mas o grave episódio, justamente nesta Pasta, é mais do que suficiente para manchar a reputação do governo progressista.

Lula mostrou não ser conivente com casos de assédio, mas, até aqui, não demonstrou estar atuando ativamente para aumentar a presença feminina nos espaços de poder. Pelo contrário. No lugar do ministro acusado de violência, indicou uma mulher negra - a deputada estadual de Minas Gerais Macaé Evaristo (PT) - até porque “pegava bem” no momento. Mas, em ocasiões anteriores não hesitou em trocar ministras mulheres por homens, tanto nos ministérios quanto no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao invés de aumentar a participação feminina no governo, reduziu.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o indicado para dirigir o Banco Central, Gabriel Galípolo Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

Foi também na semana passada que o presidente acabou com uma novela de final já anunciado e indicou o atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, para a presidência do Banco Central. Com o movimento, Lula terá que indicar para a diretoria do Banco Central mais três nomes, já que outros dois mandatos terminam até o fim do ano, incluindo o da diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Carolina de Assis Barros.

Ela é hoje a única mulher na diretoria. A quinta na história. Neste ano, para o lugar de uma diretora escolhida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula indicou o diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos, Paulo Picchetti. Conhecido por frases machistas, Bolsonaro indicou, em um mandato, duas mulheres para diretoria do BC. Lula indicou apenas uma, em 2008, no seu segundo mandato.

Apesar de oficialmente não falar em nomes - novas indicações só serão feitas após a sabatina de Galípolo no Senado, marcada para o dia 8 de outubro - o governo está em modo head hunter. A coluna perguntou a autoridades da cúpula da administração petista que estão envolvidas nas conversas: a questão da representação feminina é algo que está sendo ativamente considerado? Ouviu de duas fontes importantes que sim. A ver.

Lula anda muito bravo com quem diz que ele tem sorte. Rebate com veemência qualquer atribuição de que o crescimento acima do esperado da economia é obra do acaso. “Ah, o Lula tem sorte. Eu tenho sorte não, eu tenho capacidade e vontade de trabalhar.” Lula também não deveria deixar nas mãos do destino a diversidade de gênero no seu governo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia ter encerrado a semana passada surfando na onda do crescimento do PIB, que veio acima do esperado pelos economistas. Na quinta-feira, 5, porém, notícias de que o então ministro dos Direitos Humanos, Sílvio de Almeida, teria assediado mulheres vieram à tona e ofuscaram os dados frios da economia. Lula agiu rápido e demitiu Almeida, mas o grave episódio, justamente nesta Pasta, é mais do que suficiente para manchar a reputação do governo progressista.

Lula mostrou não ser conivente com casos de assédio, mas, até aqui, não demonstrou estar atuando ativamente para aumentar a presença feminina nos espaços de poder. Pelo contrário. No lugar do ministro acusado de violência, indicou uma mulher negra - a deputada estadual de Minas Gerais Macaé Evaristo (PT) - até porque “pegava bem” no momento. Mas, em ocasiões anteriores não hesitou em trocar ministras mulheres por homens, tanto nos ministérios quanto no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao invés de aumentar a participação feminina no governo, reduziu.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o indicado para dirigir o Banco Central, Gabriel Galípolo Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

Foi também na semana passada que o presidente acabou com uma novela de final já anunciado e indicou o atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, para a presidência do Banco Central. Com o movimento, Lula terá que indicar para a diretoria do Banco Central mais três nomes, já que outros dois mandatos terminam até o fim do ano, incluindo o da diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Carolina de Assis Barros.

Ela é hoje a única mulher na diretoria. A quinta na história. Neste ano, para o lugar de uma diretora escolhida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula indicou o diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos, Paulo Picchetti. Conhecido por frases machistas, Bolsonaro indicou, em um mandato, duas mulheres para diretoria do BC. Lula indicou apenas uma, em 2008, no seu segundo mandato.

Apesar de oficialmente não falar em nomes - novas indicações só serão feitas após a sabatina de Galípolo no Senado, marcada para o dia 8 de outubro - o governo está em modo head hunter. A coluna perguntou a autoridades da cúpula da administração petista que estão envolvidas nas conversas: a questão da representação feminina é algo que está sendo ativamente considerado? Ouviu de duas fontes importantes que sim. A ver.

Lula anda muito bravo com quem diz que ele tem sorte. Rebate com veemência qualquer atribuição de que o crescimento acima do esperado da economia é obra do acaso. “Ah, o Lula tem sorte. Eu tenho sorte não, eu tenho capacidade e vontade de trabalhar.” Lula também não deveria deixar nas mãos do destino a diversidade de gênero no seu governo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia ter encerrado a semana passada surfando na onda do crescimento do PIB, que veio acima do esperado pelos economistas. Na quinta-feira, 5, porém, notícias de que o então ministro dos Direitos Humanos, Sílvio de Almeida, teria assediado mulheres vieram à tona e ofuscaram os dados frios da economia. Lula agiu rápido e demitiu Almeida, mas o grave episódio, justamente nesta Pasta, é mais do que suficiente para manchar a reputação do governo progressista.

Lula mostrou não ser conivente com casos de assédio, mas, até aqui, não demonstrou estar atuando ativamente para aumentar a presença feminina nos espaços de poder. Pelo contrário. No lugar do ministro acusado de violência, indicou uma mulher negra - a deputada estadual de Minas Gerais Macaé Evaristo (PT) - até porque “pegava bem” no momento. Mas, em ocasiões anteriores não hesitou em trocar ministras mulheres por homens, tanto nos ministérios quanto no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao invés de aumentar a participação feminina no governo, reduziu.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o indicado para dirigir o Banco Central, Gabriel Galípolo Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

Foi também na semana passada que o presidente acabou com uma novela de final já anunciado e indicou o atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, para a presidência do Banco Central. Com o movimento, Lula terá que indicar para a diretoria do Banco Central mais três nomes, já que outros dois mandatos terminam até o fim do ano, incluindo o da diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Carolina de Assis Barros.

Ela é hoje a única mulher na diretoria. A quinta na história. Neste ano, para o lugar de uma diretora escolhida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula indicou o diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos, Paulo Picchetti. Conhecido por frases machistas, Bolsonaro indicou, em um mandato, duas mulheres para diretoria do BC. Lula indicou apenas uma, em 2008, no seu segundo mandato.

Apesar de oficialmente não falar em nomes - novas indicações só serão feitas após a sabatina de Galípolo no Senado, marcada para o dia 8 de outubro - o governo está em modo head hunter. A coluna perguntou a autoridades da cúpula da administração petista que estão envolvidas nas conversas: a questão da representação feminina é algo que está sendo ativamente considerado? Ouviu de duas fontes importantes que sim. A ver.

Lula anda muito bravo com quem diz que ele tem sorte. Rebate com veemência qualquer atribuição de que o crescimento acima do esperado da economia é obra do acaso. “Ah, o Lula tem sorte. Eu tenho sorte não, eu tenho capacidade e vontade de trabalhar.” Lula também não deveria deixar nas mãos do destino a diversidade de gênero no seu governo.

Opinião por Lorenna Rodrigues

Editora do Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, em Brasília, e colunista do Broadcast e Estadão. Jornalista desde 2006, especialista em Orçamento e Gestão Pública e em Desenvolvimento Econômico. Responsável por coberturas como das emendas Pix e de investigações de fraudes no cartão de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.