Bastidores da política que movimentam a economia

Opinião|Lula tenta ‘esquecer’ bolsonaristas e focar em quem o avalia como regular


Governo tenta virar a página em grupo que inclui evangélicos, jovens, motoristas de aplicativos e outros trabalhadores autônomos, trabalhadores e proprietários agrícolas

Por Lorenna Rodrigues

Depois de semanas turbulentas em que se envolveu em polêmicas com Israel e teve que admitir que Jair Bolsonaro conseguiu fazer um ato “grande” na Paulista - “não é possível negar um fato” - Luiz Inácio Lula da Silva quer tentar virar a página.

Com pesquisas em mãos, o Palácio do Planalto busca entender melhor o que pensa o brasileiro que avalia o governo como regular. Mesmo antes das manifestações de apoio a Bolsonaro, o entendimento de auxiliares próximos do presidente era de que há uma faixa da população em que a popularidade de Lula não vai melhorar - aqueles que respondem “ruim ou péssimo” nos questionamentos e que se identificam com o bolsonarismo. Na outra ponta, os “ótimos” também se mantêm em certa estabilidade, provavelmente entre aqueles que já votaram no presidente na última eleição.

Governo Lula quer tentar virar a página, focando em eleitores que o avaliam como "regular" Foto: Wilton Junior/Estadão
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É ali no meio que há potencial para jogo. O Planalto mergulhou nas pesquisas para entender quem são os “regulares”. E já identificou quem são e o que desejam alguns desses grupos. Entre eles, há evangélicos, jovens, motoristas de aplicativos e outros trabalhadores autônomos, trabalhadores e proprietários agrícolas.

Não foi à toa a pressa demonstrada nesta semana, com o apoio do governo, para a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que amplia benefícios tributários para igrejas. Esse é um dos públicos nos quais o presidente mais tem dificuldade de se aproximar.

Mas, para além de reduzir impostos para os templos, o governo aposta em um “trabalho de base”, como, por exemplo, a expansão de escolas em tempo integral. O que tem grande apelo entre mães da periferia que precisam trabalhar e precisam deixar os filhos em algum lugar. Muitas delas, evangélicas.

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Outro grupo que não é lá muito afeito a Lula é o que vem sendo chamado de “precarizados”. A estratégia que vem sendo pensada para atender essa população descoberta de direitos trabalhistas é aumentar a oferta de microcrédito. Tentando, claro, ganhar alguns pontinhos para o governo.

Para os jovens, a política que deverá ter maior repercussão é o “Pé de Meia”, programa que dará uma poupança para estudantes que concluírem o ensino médio.

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Há uma tentativa também de aproximação com o agro, um setor fiel ao bolsonarismo - especialmente de produtores menores. Em evento nesta terça-feira, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, se fiou nessas pesquisas internas do Palácio do Planalto para comentar: “O meu Estado, o do Mato Grosso, no mês de janeiro, teve o maior crescimento da popularidade do presidente Lula dentre os 27 Estados, e a diminuição também da rejeição. É algo natural, nada resiste ao trabalho, à transparência e à dedicação que o presidente Lula está tendo com o agronegócio também”, afirmou, sem citar a fonte dos dados.

É cedo para falar se iniciativas pontuais terão o efeito de melhorar a avaliação do governo e a popularidade do presidente. Desde a campanha, Lula aposta no crescimento econômico para furar bolhas e trazer gente para o seu lado. Talvez não aqueles que estiveram na Paulista no último domingo.

Depois de semanas turbulentas em que se envolveu em polêmicas com Israel e teve que admitir que Jair Bolsonaro conseguiu fazer um ato “grande” na Paulista - “não é possível negar um fato” - Luiz Inácio Lula da Silva quer tentar virar a página.

Com pesquisas em mãos, o Palácio do Planalto busca entender melhor o que pensa o brasileiro que avalia o governo como regular. Mesmo antes das manifestações de apoio a Bolsonaro, o entendimento de auxiliares próximos do presidente era de que há uma faixa da população em que a popularidade de Lula não vai melhorar - aqueles que respondem “ruim ou péssimo” nos questionamentos e que se identificam com o bolsonarismo. Na outra ponta, os “ótimos” também se mantêm em certa estabilidade, provavelmente entre aqueles que já votaram no presidente na última eleição.

Governo Lula quer tentar virar a página, focando em eleitores que o avaliam como "regular" Foto: Wilton Junior/Estadão

É ali no meio que há potencial para jogo. O Planalto mergulhou nas pesquisas para entender quem são os “regulares”. E já identificou quem são e o que desejam alguns desses grupos. Entre eles, há evangélicos, jovens, motoristas de aplicativos e outros trabalhadores autônomos, trabalhadores e proprietários agrícolas.

Não foi à toa a pressa demonstrada nesta semana, com o apoio do governo, para a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que amplia benefícios tributários para igrejas. Esse é um dos públicos nos quais o presidente mais tem dificuldade de se aproximar.

Mas, para além de reduzir impostos para os templos, o governo aposta em um “trabalho de base”, como, por exemplo, a expansão de escolas em tempo integral. O que tem grande apelo entre mães da periferia que precisam trabalhar e precisam deixar os filhos em algum lugar. Muitas delas, evangélicas.

Outro grupo que não é lá muito afeito a Lula é o que vem sendo chamado de “precarizados”. A estratégia que vem sendo pensada para atender essa população descoberta de direitos trabalhistas é aumentar a oferta de microcrédito. Tentando, claro, ganhar alguns pontinhos para o governo.

Para os jovens, a política que deverá ter maior repercussão é o “Pé de Meia”, programa que dará uma poupança para estudantes que concluírem o ensino médio.

Há uma tentativa também de aproximação com o agro, um setor fiel ao bolsonarismo - especialmente de produtores menores. Em evento nesta terça-feira, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, se fiou nessas pesquisas internas do Palácio do Planalto para comentar: “O meu Estado, o do Mato Grosso, no mês de janeiro, teve o maior crescimento da popularidade do presidente Lula dentre os 27 Estados, e a diminuição também da rejeição. É algo natural, nada resiste ao trabalho, à transparência e à dedicação que o presidente Lula está tendo com o agronegócio também”, afirmou, sem citar a fonte dos dados.

É cedo para falar se iniciativas pontuais terão o efeito de melhorar a avaliação do governo e a popularidade do presidente. Desde a campanha, Lula aposta no crescimento econômico para furar bolhas e trazer gente para o seu lado. Talvez não aqueles que estiveram na Paulista no último domingo.

Depois de semanas turbulentas em que se envolveu em polêmicas com Israel e teve que admitir que Jair Bolsonaro conseguiu fazer um ato “grande” na Paulista - “não é possível negar um fato” - Luiz Inácio Lula da Silva quer tentar virar a página.

Com pesquisas em mãos, o Palácio do Planalto busca entender melhor o que pensa o brasileiro que avalia o governo como regular. Mesmo antes das manifestações de apoio a Bolsonaro, o entendimento de auxiliares próximos do presidente era de que há uma faixa da população em que a popularidade de Lula não vai melhorar - aqueles que respondem “ruim ou péssimo” nos questionamentos e que se identificam com o bolsonarismo. Na outra ponta, os “ótimos” também se mantêm em certa estabilidade, provavelmente entre aqueles que já votaram no presidente na última eleição.

Governo Lula quer tentar virar a página, focando em eleitores que o avaliam como "regular" Foto: Wilton Junior/Estadão

É ali no meio que há potencial para jogo. O Planalto mergulhou nas pesquisas para entender quem são os “regulares”. E já identificou quem são e o que desejam alguns desses grupos. Entre eles, há evangélicos, jovens, motoristas de aplicativos e outros trabalhadores autônomos, trabalhadores e proprietários agrícolas.

Não foi à toa a pressa demonstrada nesta semana, com o apoio do governo, para a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que amplia benefícios tributários para igrejas. Esse é um dos públicos nos quais o presidente mais tem dificuldade de se aproximar.

Mas, para além de reduzir impostos para os templos, o governo aposta em um “trabalho de base”, como, por exemplo, a expansão de escolas em tempo integral. O que tem grande apelo entre mães da periferia que precisam trabalhar e precisam deixar os filhos em algum lugar. Muitas delas, evangélicas.

Outro grupo que não é lá muito afeito a Lula é o que vem sendo chamado de “precarizados”. A estratégia que vem sendo pensada para atender essa população descoberta de direitos trabalhistas é aumentar a oferta de microcrédito. Tentando, claro, ganhar alguns pontinhos para o governo.

Para os jovens, a política que deverá ter maior repercussão é o “Pé de Meia”, programa que dará uma poupança para estudantes que concluírem o ensino médio.

Há uma tentativa também de aproximação com o agro, um setor fiel ao bolsonarismo - especialmente de produtores menores. Em evento nesta terça-feira, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, se fiou nessas pesquisas internas do Palácio do Planalto para comentar: “O meu Estado, o do Mato Grosso, no mês de janeiro, teve o maior crescimento da popularidade do presidente Lula dentre os 27 Estados, e a diminuição também da rejeição. É algo natural, nada resiste ao trabalho, à transparência e à dedicação que o presidente Lula está tendo com o agronegócio também”, afirmou, sem citar a fonte dos dados.

É cedo para falar se iniciativas pontuais terão o efeito de melhorar a avaliação do governo e a popularidade do presidente. Desde a campanha, Lula aposta no crescimento econômico para furar bolhas e trazer gente para o seu lado. Talvez não aqueles que estiveram na Paulista no último domingo.

Opinião por Lorenna Rodrigues

Editora do Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, em Brasília, e colunista do Broadcast e Estadão. Jornalista desde 2006, especialista em Orçamento e Gestão Pública e em Desenvolvimento Econômico. Responsável por coberturas como das emendas Pix e de investigações de fraudes no cartão de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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