O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na manhã desta terça-feira, 30, que “acha bom” ter polarização política e avaliou que a rivalidade deve marcar as eleições municipais deste ano, principalmente nas capitais. “Aqui no Brasil vai ter polarização, e eu acho bom que tenha, nós somos uma sociedade viva”, afirmou em entrevista à Rádio CBN Recife.
Questionado se a polarização das últimas eleições, na qual o petista venceu o então presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, apareceria novamente no pleito deste ano, respondeu: “Eu acho que a polarização sempre vai existir. Não tem jeito”.
No último dia 23, o presidente afirmou que a disputa na capital paulista será “muito especial” por ser uma “confrontação direta entre o ex-presidente (Jair Bolsonaro) e o atual presidente; entre eu e a figura”, recusando-se a citar o nome de Jair Bolsonaro.
Lula prevê que o movimento deve ser mais forte nas capitais, entre candidatos bolsonaristas e não-bolsonaristas, reforçando que, em São Paulo, a polarização da disputa será mais visível que em outros locais.
Em referência à Prefeitura de Recife, o presidente disse que “se tiver (um candidato apoiado por Bolsonaro na disputa), vai pegar, a cobra vai fumar”. Em dezembro do ano passado, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e Bolsonaro apresentaram a pré-candidatura do ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL) à capital pernambucana.
Lula nega ser contra candidatura de Tabata em SP
Também na entrevista, Lula negou ser contra a candidatura da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) à Prefeitura de São Paulo. “Jamais iria tentar corrompê-la com cargo para que ela não seja candidata”, disse.
O presidente apoia o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e a ex-prefeita Marta Suplicy, que se filiará ao PT nesta semana, para o Executivo paulistano. Lula diz que a prioridade na capital é “derrotar o bolsonarismo”.
“Se a Tabata for candidata e o Boulos for candidato, quem for melhor e for para o segundo turno, eu estarei apoiando. Se os dois forem para o segundo turno, aí sim vai ter divergência, mas o que precisamos é derrotar o bolsonarismo na cidade de São Paulo.”