BRASÍLIA - Após quase uma semana de isolamento por ter sido diagnosticado com broncopneumonia e influenza A, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu discursar e fazer a primeira aparição pública nesta quinta-feira, 30, em meio ao retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao País. O governo federal tem feito anúncio de medidas enquanto Bolsonaro se apresenta como líder da oposição.
Ao lado da primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, e da ministra do Esporte, Ana Moser, Lula assinou um decreto que cria a estratégia nacional do futebol feminino e afirmou que apoiará a tentativa da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de sediar no Brasil a próximo Copa do Mundo feminina, em 2027.
Lula disse que uma nova Copa do Mundo no Brasil tende a ser algo “extraordinário” e “motivador” para a construção da consciência política sobre o papel das mulheres nos esportes. As gestões petistas, sobretudo a da ex-presidente Dilma Rousseff, foram alvo de críticas pelo investimento em obras de infraestrutura para sediar a Copa do Mundo de 2014 em vez de direcionar os recursos para áreas como saúde e educação. O presidente disse que, desta vez, a CBF terá como vantagem a estrutura deixada pela última competição de futebol sediada no País.
“Os estádios de futebol brasileiros competem com os de qualquer país do mundo pela qualidade e comodidade que tem. E você tem o futebol feminino avançando muito’”, afirmou. O presidente ainda defendeu a retomada de investimentos no esporte para tornar o Brasil uma potência olímpica.
“Eu sinceramente fiquei surpreso com a dedicação da Ana Moser na construção de algo que pode ser revolucionário no Brasil, apresentando um plano estratégico de disseminação do futebol e do esporte feminino neste País”, disse Lula em referência à ministra do Esporte. “Não existe outro caminho pra a humanidade senão a gente ser tratado como igual e não fazendo a discriminação que é feita junto às mulheres em várias atividades,”, afirmou Lula
Na cerimônia, Lula recebeu a taça da Copa do Mundo de futebol feminino deste ano, que será realizada na Austrália e na Nova Zelândia. O evento ocorreu enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anuncia a proposta de arcabouço fiscal idealizado pelo governo.
O Palácio do Planalto decidiu priorizar a apresentação de projetos na volta do principal política de oposição ao País. Durante a manhã desta quinta, nenhum ministro do governo se manifestou sobre o retorno de Bolsonaro. Na última quarta-feira, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, afirmou que o ex-presidente precisará prestar contas à Justiça sobre o desvio de joias traziadas ilegalmente ao Brasil do acervo da Presidência da República. A Polícia Federal (PF) intimou Bolsonaro e marcou o seu depoimento para o dia 5 de abril.