O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta terça-feira, 29, a criação de mais um ministério. Com a pasta da Micro e Pequena Empresa, o governo passará a ter 38 ministérios. É o maior número comparado com os outros dois mandatos do petista. O recorde continua sendo o segundo governo de Dilma Rousseff (PT), com 39 ministérios – maior quantidade desde a redemocratização.
A nova pasta será chave na reforma ministerial negociada pelo petista para incluir o Centrão no governo. A gestão de Jair Bolsonaro (PL) terminou com 23 pastas. O ex-presidente também aumentou um ministério para incluir partido do bloco na Esplanada.
A criação da nova pasta neste terceiro mandato de Lula foi anunciada no programa “Conversa com o Presidente”, produzido pela EBC. “Estou propondo a criação do Ministério da Pequena e Média Empresa, das Cooperativas e dos Empreendedores Individuais, para que tenha um ministério específico para cuidar dessa gente que precisa de crédito e de oportunidade”, disse o presidente nesta terça.
Na primeira gestão, Lula tinha 35 ministérios. Ao se reeleger e reassumir o cargo, o petista aumentou duas pastas na conta, passando para 37.
Para o cientista político e Professor da FGV de São Paulo, Eduardo Grin, a criação de um novo ministério surge de forma estratégia para Lula se equilibrar entre manter aliados, mulheres e representantes negros e indígenas no governo, ao mesmo tempo em que possibilita abrir espaço para os partidos do bloco, como Republicanos e PP.
“Diante de diversos interesses, com todo mundo querendo um ministério com dinheiro e que tenha bastante visibilidade, e sabendo que, ao mesmo tempo, não tem isso para todo mundo, é preciso criar uma agenda como essa da Micro e Pequena Empresa e tentar dourar a pílula dizendo que esse ministério é importante, que vai atuar numa área estratégica, ajudar na criação de emprego para atrair atenção dos interessados”, disse.
Negociação entre governo Lula e Centrão
As negociações com o Centrão ocorrem há quatro meses. Os nomes dos deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) já estão certos para compor o primeiro escalão, mas falta ainda a definição de quais pastas eles comandarão. Até o momento, o mais provável é que Costa Filho assuma Portos e Aeroportos no lugar de Márcio França, que deve ser remanejado para o Ministério da Ciência e Tecnologia, até então liderado pela ministra Luciana Santos (PCdoB). Ela assumiria o Ministério das Mulheres, hoje sob comando de Cida Gonçalves (PT). O PP quer colocar Fufuca no Ministério do Desenvolvimento Social, liderado hoje por Wellington Dias (PT).