BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta sexta-feira, 30, que o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), se submeta à Constituição brasileira e às regras brasileiras, inclusive o que decide o Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta semana, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o X apresente representantes no Brasil, sob pena de a plataforma ser suspensa e multada em caso contrário. A empresa descumpriu a ordem do magistrado.
“Todo e qualquer cidadão de qualquer parte do mundo que tiver investimentos no Brasil está subordinado à Constituição brasileira e às leis brasileiras. Se a Suprema Corte tomou uma decisão, ou ele cumpre ou vai ter que tomar outra atitude. Não é porque o cara (Elon Musk) tem muito dinheiro que ele pode desrespeitar”, disse Lula. “Ele pensa que é o que? Tem que respeitar a decisão da Suprema Corte brasileira”, completou.
Também nesta sexta, o presidente disse que terá pouca participação nas campanhas de aliados nas eleições municipais. Segundo o presidente, ele não viajará a muitas cidades para comícios e se dedicará ao trabalho em Brasília. O cuidado para não causar rusgas entre sua base de apoio na capital federal é um dos motivos.
“(Meu trabalho nas eleições) será pouco no Brasil inteiro, porque como presidente eu tenho muitas tarefas. Levo em conta a diversidade ideológica do meu campo de apoio e eu não quero brigar. Campanha não serve para criar inimigos, mas para construir amigos”, disse o presidente em entrevista à rádio MaisPB.
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“Minha participação será só em alguns lugares. Posso gravar mensagens, mas será menor, não viajarei muito para fazer comícios, porque quero preservar meu mandato fazendo aquilo que prometi ao povo”, afirmou.
O presidente foi questionado pelos jornalistas pelo fato de sua base de apoio em Brasília envolver políticos que, nos Estados, são adversários. Disse que “o fato de trabalharmos juntos não implica que pensemos a mesma coisa”. “O bom da democracia é isso. O fato de trabalharmos juntos não implica que pensemos a mesma coisa ou que tenhamos o mesmo candidato. O PT tem um candidato em João Pessoa, o governador tem, os outros também têm. Cada um defende seu candidato do jeito que quiser, sem fazer com que a disputa eleitoral seja uma ruptura entre os projetos que a gente tem.”