O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega na tarde desta quinta-feira, 9, em Washington, nos Estados Unidos, para o seu primeiro encontro com o presidente norte-americano Joe Biden após a vitória nas eleições de 2022. A convite do líder dos EUA, o mandatário leva para a discussão temas econômicos, ambientais e ligados à democracia e aos direitos humanos, além de uma equipe robusta de ministros.
Os principais eventos da agenda estão marcados na sexta-feira, quando Lula terá quatro compromissos; todos encontros com políticos de destaque dos EUA, incluindo o senador Bernie Sanders, parlamentares do partido Democrata, representantes da Federação Americana de Trabalho e Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO) e, por fim, o presidente Joe Biden.
A viagem faz parte da estratégia do governo Lula 3 de tentar reposicionar o Brasil no cenário internacional após a gestão Bolsonaro. A relação Brasil-EUA nos últimos anos é caracterizada por dois momentos: uma aproximação devido às afinidades de ideias entre os ex-presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro e o distanciamento após a vitória de Biden, que derrotou Trump na disputa pela reeleição e contrário a posturas do antigo chefe do executivo brasileiro.
Lula chega a Washington com uma equipe robusta. Na caravana estão os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente) e Anielle Franco (Igualdade Racial), além do assessor especial Celso Amorim, o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Econômico e Comércio, Marcio Elias Rosa, e do senador Jaques Wagner (PT-RJ).
Segundo o embaixador Michel Arslanian Neto, secretário de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, o encontro deve ser marcado pelo debate de pautas ambientais e econômicas bilaterais, como a adesão dos EUA como contribuinte do Fundo Amazônia, direcionado a ações de proteção de floresta; e a dinamização de investimentos, em particular na transição energética e geração de energia limpa. Na área social, o combate a fome e à pobreza em âmbito global, os direitos dos povos indígenas e o combate ao racismo também devem ser discutidos. Lula também já deixou claro que quer levar a Biden a ideia de encampar um “clube da paz” de nações para buscar construir um acordo e encerrar a guerra na Ucrânia.
Ao Estadão, a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco afirmou que pretende conversar governo norte-americano sobre a retomada do JAPER, um plano de ação conjunto entre Brasil e Estados Unidos para eliminação da discriminação étnico-racial e promoção da igualdade. “Queremos desse encontro não só reposicionar o Brasil como líder global no combate ao racismo e uma abertura e aproximação entre os dois países tanto na pauta racial, quanto climática e de defesa da democracia, mas também sair com um horizonte de ações concretas a serem realizadas pelo JAPER, que iremos desenhar neste e nos próximos anos”, disse.