Lula escala Alckmin para reforçar diálogo com militares


Ex-governador de SP também vai colaborar no plano de governo petista com sugestões na área da saúde e no programa econômico

Por Lauriberto Pompeu

BRASÍLIA – Além de fazer a ponte para aproximar o PT de ruralistas e de evangélicos, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi incorporado ao time da pré-campanha que procura abrir diálogo com os militares. Alckmin vai se somar aos ex-ministros da Defesa Nelson Jobim, Jaques Wagner (PT-BA) – hoje senador –, e Celso Amorim, que já conversam com generais do Exército para expor preocupações sobre o pós-eleição.

“Temos dialogado, sim, por meio de vários interlocutores, sobre a conjuntura, a democracia e a pauta do interesse do setor, com vistas a um futuro governo Lula-Alckmin”, disse o ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT), um dos integrantes da coordenação da pré-campanha.

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Na posição de vice, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) foi escalado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pra incorporar ao time da pré-campanha que procura abrir diálogo com os militares.  Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

Como revelou o Estadão em abril, emissários de Lula sondaram a cúpula do Exército sobre as ameaças feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para saber se, caso o petista seja eleito, conseguirá tomar posse. A resposta é sempre a de que nenhuma iniciativa fora do jogo democrático terá apoio das Forças Armadas.

Com mais de uma década no comando do governo de São Paulo, à época no PSDB, Alckmin tem contato com policiais militares e também generais que passaram pelo Comando Militar do Sudeste, mas não divulga com quem tem conversado. O assunto é tratado com cautela pela equipe.

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Recém-convertido a aliado de Lula, o ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira disse que não haverá conflito com militares, caso o petista volte ao Palácio do Planalto. “Ele prestigiou muito as Forças Armadas, a estratégia nacional de Defesa, o Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), teve bons comandantes. Não acredito que tenha maiores problemas”, argumentou Aloysio.

O tucano, que abriu dissidência no PSDB e anunciou apoio a Lula logo no primeiro turno, admitiu, porém, ter havido desgaste na relação com as Forças Armadas durante o governo da então presidente Dilma Rousseff (PT). “Houve um problema mais no final, no tempo da Dilma, com o sistema de promoções. Mas o Lula teve prestígio com as Forças Armadas no tempo dele”, avaliou o ex-chanceler.

Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a presença de representantes das Forças Armadas na administração federal saltou de 370 em 2013 para 1.085 em 2021. Na gestão Bolsonaro, o aumento foi de 70%. Na avaliação do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, as Forças Armadas não são, necessariamente, bolsonaristas.

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“Os militares são eleitores. Como eleitores, eu acredito que seguem o perfil e a tendência normal da população”, afirmou Santos Cruz, demitido por Bolsonaro após cinco meses no cargo, em meio a conflitos com a ala ideológica do governo. Amigo do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, o general é filiado ao Podemos e defende a construção de uma candidatura alternativa a Lula e a Bolsonaro.

No comitê de Lula, Alckmin também tem ajudado no plano de governo. As diretrizes do programa foram apresentadas na segunda-feira, 6, sem incluir a revogação do artigo 142 da Constituição. Em março, o Estadão mostrou que uma ala do PT defende a supressão desse artigo por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), batizada de “PEC antigolpe”, mas Lula avisou que o capítulo não entraria em sua plataforma para não provocar novo confronto com os militares.

O artigo 142 estabelece que, sob a autoridade suprema do presidente da República, as Forças Armadas “destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por garantia de qualquer destes, da lei e da ordem”. Bolsonaro já mencionou várias vezes o dispositivo constitucional nas crises com o Supremo e o Congresso.

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“Cumprindo estritamente o que está definido pela Constituição, as Forças Armadas atuarão na defesa do território nacional, do espaço aéreo e do mar territorial. A partir de diretrizes dos Poderes da República, colaborarão na cooperação com organismos multilaterais e na modernização do complexo industrial e tecnológico da defesa”, diz um trecho das diretrizes do programa de governo de Lula.

O ex-ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante é quem coordena o programa. “O governador Alckmin tem contribuído em alguns eixos importantes, com propostas para fortalecimento do SUS no pós-covid.” Ele afirmou, ainda, que a campanha vai propor um “aprimoramento do pacto federativo, fragilizado pelas atitudes do governo Bolsonaro”.

Na economia, a expectativa é a de que Alckmin leve novas ideias. Um dos formuladores do Plano Real e ex-coordenador do programa econômico de Alckmin em 2018, Persio Arida já conversou com Mercadante, mas não tem participado das discussões para a montagem do plano de governo.

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Presidente do PSB de São Paulo, Jonas Donizette afirmou que Alckmin conversará com vários setores da sociedade. No caso dos militares, ele destacou que “o próprio Lula também tem relações nessa área, menos com a corrente bolsonarista”. A pré-campanha prevê que Lula e Alckmin participem de reuniões separadas, em busca de apoios.

BRASÍLIA – Além de fazer a ponte para aproximar o PT de ruralistas e de evangélicos, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi incorporado ao time da pré-campanha que procura abrir diálogo com os militares. Alckmin vai se somar aos ex-ministros da Defesa Nelson Jobim, Jaques Wagner (PT-BA) – hoje senador –, e Celso Amorim, que já conversam com generais do Exército para expor preocupações sobre o pós-eleição.

“Temos dialogado, sim, por meio de vários interlocutores, sobre a conjuntura, a democracia e a pauta do interesse do setor, com vistas a um futuro governo Lula-Alckmin”, disse o ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT), um dos integrantes da coordenação da pré-campanha.

Na posição de vice, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) foi escalado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pra incorporar ao time da pré-campanha que procura abrir diálogo com os militares.  Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

Como revelou o Estadão em abril, emissários de Lula sondaram a cúpula do Exército sobre as ameaças feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para saber se, caso o petista seja eleito, conseguirá tomar posse. A resposta é sempre a de que nenhuma iniciativa fora do jogo democrático terá apoio das Forças Armadas.

Com mais de uma década no comando do governo de São Paulo, à época no PSDB, Alckmin tem contato com policiais militares e também generais que passaram pelo Comando Militar do Sudeste, mas não divulga com quem tem conversado. O assunto é tratado com cautela pela equipe.

Recém-convertido a aliado de Lula, o ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira disse que não haverá conflito com militares, caso o petista volte ao Palácio do Planalto. “Ele prestigiou muito as Forças Armadas, a estratégia nacional de Defesa, o Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), teve bons comandantes. Não acredito que tenha maiores problemas”, argumentou Aloysio.

O tucano, que abriu dissidência no PSDB e anunciou apoio a Lula logo no primeiro turno, admitiu, porém, ter havido desgaste na relação com as Forças Armadas durante o governo da então presidente Dilma Rousseff (PT). “Houve um problema mais no final, no tempo da Dilma, com o sistema de promoções. Mas o Lula teve prestígio com as Forças Armadas no tempo dele”, avaliou o ex-chanceler.

Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a presença de representantes das Forças Armadas na administração federal saltou de 370 em 2013 para 1.085 em 2021. Na gestão Bolsonaro, o aumento foi de 70%. Na avaliação do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, as Forças Armadas não são, necessariamente, bolsonaristas.

“Os militares são eleitores. Como eleitores, eu acredito que seguem o perfil e a tendência normal da população”, afirmou Santos Cruz, demitido por Bolsonaro após cinco meses no cargo, em meio a conflitos com a ala ideológica do governo. Amigo do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, o general é filiado ao Podemos e defende a construção de uma candidatura alternativa a Lula e a Bolsonaro.

No comitê de Lula, Alckmin também tem ajudado no plano de governo. As diretrizes do programa foram apresentadas na segunda-feira, 6, sem incluir a revogação do artigo 142 da Constituição. Em março, o Estadão mostrou que uma ala do PT defende a supressão desse artigo por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), batizada de “PEC antigolpe”, mas Lula avisou que o capítulo não entraria em sua plataforma para não provocar novo confronto com os militares.

O artigo 142 estabelece que, sob a autoridade suprema do presidente da República, as Forças Armadas “destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por garantia de qualquer destes, da lei e da ordem”. Bolsonaro já mencionou várias vezes o dispositivo constitucional nas crises com o Supremo e o Congresso.

“Cumprindo estritamente o que está definido pela Constituição, as Forças Armadas atuarão na defesa do território nacional, do espaço aéreo e do mar territorial. A partir de diretrizes dos Poderes da República, colaborarão na cooperação com organismos multilaterais e na modernização do complexo industrial e tecnológico da defesa”, diz um trecho das diretrizes do programa de governo de Lula.

O ex-ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante é quem coordena o programa. “O governador Alckmin tem contribuído em alguns eixos importantes, com propostas para fortalecimento do SUS no pós-covid.” Ele afirmou, ainda, que a campanha vai propor um “aprimoramento do pacto federativo, fragilizado pelas atitudes do governo Bolsonaro”.

Na economia, a expectativa é a de que Alckmin leve novas ideias. Um dos formuladores do Plano Real e ex-coordenador do programa econômico de Alckmin em 2018, Persio Arida já conversou com Mercadante, mas não tem participado das discussões para a montagem do plano de governo.

Presidente do PSB de São Paulo, Jonas Donizette afirmou que Alckmin conversará com vários setores da sociedade. No caso dos militares, ele destacou que “o próprio Lula também tem relações nessa área, menos com a corrente bolsonarista”. A pré-campanha prevê que Lula e Alckmin participem de reuniões separadas, em busca de apoios.

BRASÍLIA – Além de fazer a ponte para aproximar o PT de ruralistas e de evangélicos, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi incorporado ao time da pré-campanha que procura abrir diálogo com os militares. Alckmin vai se somar aos ex-ministros da Defesa Nelson Jobim, Jaques Wagner (PT-BA) – hoje senador –, e Celso Amorim, que já conversam com generais do Exército para expor preocupações sobre o pós-eleição.

“Temos dialogado, sim, por meio de vários interlocutores, sobre a conjuntura, a democracia e a pauta do interesse do setor, com vistas a um futuro governo Lula-Alckmin”, disse o ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT), um dos integrantes da coordenação da pré-campanha.

Na posição de vice, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) foi escalado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pra incorporar ao time da pré-campanha que procura abrir diálogo com os militares.  Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

Como revelou o Estadão em abril, emissários de Lula sondaram a cúpula do Exército sobre as ameaças feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para saber se, caso o petista seja eleito, conseguirá tomar posse. A resposta é sempre a de que nenhuma iniciativa fora do jogo democrático terá apoio das Forças Armadas.

Com mais de uma década no comando do governo de São Paulo, à época no PSDB, Alckmin tem contato com policiais militares e também generais que passaram pelo Comando Militar do Sudeste, mas não divulga com quem tem conversado. O assunto é tratado com cautela pela equipe.

Recém-convertido a aliado de Lula, o ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira disse que não haverá conflito com militares, caso o petista volte ao Palácio do Planalto. “Ele prestigiou muito as Forças Armadas, a estratégia nacional de Defesa, o Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), teve bons comandantes. Não acredito que tenha maiores problemas”, argumentou Aloysio.

O tucano, que abriu dissidência no PSDB e anunciou apoio a Lula logo no primeiro turno, admitiu, porém, ter havido desgaste na relação com as Forças Armadas durante o governo da então presidente Dilma Rousseff (PT). “Houve um problema mais no final, no tempo da Dilma, com o sistema de promoções. Mas o Lula teve prestígio com as Forças Armadas no tempo dele”, avaliou o ex-chanceler.

Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a presença de representantes das Forças Armadas na administração federal saltou de 370 em 2013 para 1.085 em 2021. Na gestão Bolsonaro, o aumento foi de 70%. Na avaliação do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, as Forças Armadas não são, necessariamente, bolsonaristas.

“Os militares são eleitores. Como eleitores, eu acredito que seguem o perfil e a tendência normal da população”, afirmou Santos Cruz, demitido por Bolsonaro após cinco meses no cargo, em meio a conflitos com a ala ideológica do governo. Amigo do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, o general é filiado ao Podemos e defende a construção de uma candidatura alternativa a Lula e a Bolsonaro.

No comitê de Lula, Alckmin também tem ajudado no plano de governo. As diretrizes do programa foram apresentadas na segunda-feira, 6, sem incluir a revogação do artigo 142 da Constituição. Em março, o Estadão mostrou que uma ala do PT defende a supressão desse artigo por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), batizada de “PEC antigolpe”, mas Lula avisou que o capítulo não entraria em sua plataforma para não provocar novo confronto com os militares.

O artigo 142 estabelece que, sob a autoridade suprema do presidente da República, as Forças Armadas “destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por garantia de qualquer destes, da lei e da ordem”. Bolsonaro já mencionou várias vezes o dispositivo constitucional nas crises com o Supremo e o Congresso.

“Cumprindo estritamente o que está definido pela Constituição, as Forças Armadas atuarão na defesa do território nacional, do espaço aéreo e do mar territorial. A partir de diretrizes dos Poderes da República, colaborarão na cooperação com organismos multilaterais e na modernização do complexo industrial e tecnológico da defesa”, diz um trecho das diretrizes do programa de governo de Lula.

O ex-ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante é quem coordena o programa. “O governador Alckmin tem contribuído em alguns eixos importantes, com propostas para fortalecimento do SUS no pós-covid.” Ele afirmou, ainda, que a campanha vai propor um “aprimoramento do pacto federativo, fragilizado pelas atitudes do governo Bolsonaro”.

Na economia, a expectativa é a de que Alckmin leve novas ideias. Um dos formuladores do Plano Real e ex-coordenador do programa econômico de Alckmin em 2018, Persio Arida já conversou com Mercadante, mas não tem participado das discussões para a montagem do plano de governo.

Presidente do PSB de São Paulo, Jonas Donizette afirmou que Alckmin conversará com vários setores da sociedade. No caso dos militares, ele destacou que “o próprio Lula também tem relações nessa área, menos com a corrente bolsonarista”. A pré-campanha prevê que Lula e Alckmin participem de reuniões separadas, em busca de apoios.

BRASÍLIA – Além de fazer a ponte para aproximar o PT de ruralistas e de evangélicos, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi incorporado ao time da pré-campanha que procura abrir diálogo com os militares. Alckmin vai se somar aos ex-ministros da Defesa Nelson Jobim, Jaques Wagner (PT-BA) – hoje senador –, e Celso Amorim, que já conversam com generais do Exército para expor preocupações sobre o pós-eleição.

“Temos dialogado, sim, por meio de vários interlocutores, sobre a conjuntura, a democracia e a pauta do interesse do setor, com vistas a um futuro governo Lula-Alckmin”, disse o ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT), um dos integrantes da coordenação da pré-campanha.

Na posição de vice, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) foi escalado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pra incorporar ao time da pré-campanha que procura abrir diálogo com os militares.  Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

Como revelou o Estadão em abril, emissários de Lula sondaram a cúpula do Exército sobre as ameaças feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para saber se, caso o petista seja eleito, conseguirá tomar posse. A resposta é sempre a de que nenhuma iniciativa fora do jogo democrático terá apoio das Forças Armadas.

Com mais de uma década no comando do governo de São Paulo, à época no PSDB, Alckmin tem contato com policiais militares e também generais que passaram pelo Comando Militar do Sudeste, mas não divulga com quem tem conversado. O assunto é tratado com cautela pela equipe.

Recém-convertido a aliado de Lula, o ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira disse que não haverá conflito com militares, caso o petista volte ao Palácio do Planalto. “Ele prestigiou muito as Forças Armadas, a estratégia nacional de Defesa, o Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), teve bons comandantes. Não acredito que tenha maiores problemas”, argumentou Aloysio.

O tucano, que abriu dissidência no PSDB e anunciou apoio a Lula logo no primeiro turno, admitiu, porém, ter havido desgaste na relação com as Forças Armadas durante o governo da então presidente Dilma Rousseff (PT). “Houve um problema mais no final, no tempo da Dilma, com o sistema de promoções. Mas o Lula teve prestígio com as Forças Armadas no tempo dele”, avaliou o ex-chanceler.

Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a presença de representantes das Forças Armadas na administração federal saltou de 370 em 2013 para 1.085 em 2021. Na gestão Bolsonaro, o aumento foi de 70%. Na avaliação do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, as Forças Armadas não são, necessariamente, bolsonaristas.

“Os militares são eleitores. Como eleitores, eu acredito que seguem o perfil e a tendência normal da população”, afirmou Santos Cruz, demitido por Bolsonaro após cinco meses no cargo, em meio a conflitos com a ala ideológica do governo. Amigo do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, o general é filiado ao Podemos e defende a construção de uma candidatura alternativa a Lula e a Bolsonaro.

No comitê de Lula, Alckmin também tem ajudado no plano de governo. As diretrizes do programa foram apresentadas na segunda-feira, 6, sem incluir a revogação do artigo 142 da Constituição. Em março, o Estadão mostrou que uma ala do PT defende a supressão desse artigo por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), batizada de “PEC antigolpe”, mas Lula avisou que o capítulo não entraria em sua plataforma para não provocar novo confronto com os militares.

O artigo 142 estabelece que, sob a autoridade suprema do presidente da República, as Forças Armadas “destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por garantia de qualquer destes, da lei e da ordem”. Bolsonaro já mencionou várias vezes o dispositivo constitucional nas crises com o Supremo e o Congresso.

“Cumprindo estritamente o que está definido pela Constituição, as Forças Armadas atuarão na defesa do território nacional, do espaço aéreo e do mar territorial. A partir de diretrizes dos Poderes da República, colaborarão na cooperação com organismos multilaterais e na modernização do complexo industrial e tecnológico da defesa”, diz um trecho das diretrizes do programa de governo de Lula.

O ex-ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante é quem coordena o programa. “O governador Alckmin tem contribuído em alguns eixos importantes, com propostas para fortalecimento do SUS no pós-covid.” Ele afirmou, ainda, que a campanha vai propor um “aprimoramento do pacto federativo, fragilizado pelas atitudes do governo Bolsonaro”.

Na economia, a expectativa é a de que Alckmin leve novas ideias. Um dos formuladores do Plano Real e ex-coordenador do programa econômico de Alckmin em 2018, Persio Arida já conversou com Mercadante, mas não tem participado das discussões para a montagem do plano de governo.

Presidente do PSB de São Paulo, Jonas Donizette afirmou que Alckmin conversará com vários setores da sociedade. No caso dos militares, ele destacou que “o próprio Lula também tem relações nessa área, menos com a corrente bolsonarista”. A pré-campanha prevê que Lula e Alckmin participem de reuniões separadas, em busca de apoios.

BRASÍLIA – Além de fazer a ponte para aproximar o PT de ruralistas e de evangélicos, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi incorporado ao time da pré-campanha que procura abrir diálogo com os militares. Alckmin vai se somar aos ex-ministros da Defesa Nelson Jobim, Jaques Wagner (PT-BA) – hoje senador –, e Celso Amorim, que já conversam com generais do Exército para expor preocupações sobre o pós-eleição.

“Temos dialogado, sim, por meio de vários interlocutores, sobre a conjuntura, a democracia e a pauta do interesse do setor, com vistas a um futuro governo Lula-Alckmin”, disse o ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT), um dos integrantes da coordenação da pré-campanha.

Na posição de vice, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) foi escalado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pra incorporar ao time da pré-campanha que procura abrir diálogo com os militares.  Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

Como revelou o Estadão em abril, emissários de Lula sondaram a cúpula do Exército sobre as ameaças feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para saber se, caso o petista seja eleito, conseguirá tomar posse. A resposta é sempre a de que nenhuma iniciativa fora do jogo democrático terá apoio das Forças Armadas.

Com mais de uma década no comando do governo de São Paulo, à época no PSDB, Alckmin tem contato com policiais militares e também generais que passaram pelo Comando Militar do Sudeste, mas não divulga com quem tem conversado. O assunto é tratado com cautela pela equipe.

Recém-convertido a aliado de Lula, o ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira disse que não haverá conflito com militares, caso o petista volte ao Palácio do Planalto. “Ele prestigiou muito as Forças Armadas, a estratégia nacional de Defesa, o Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), teve bons comandantes. Não acredito que tenha maiores problemas”, argumentou Aloysio.

O tucano, que abriu dissidência no PSDB e anunciou apoio a Lula logo no primeiro turno, admitiu, porém, ter havido desgaste na relação com as Forças Armadas durante o governo da então presidente Dilma Rousseff (PT). “Houve um problema mais no final, no tempo da Dilma, com o sistema de promoções. Mas o Lula teve prestígio com as Forças Armadas no tempo dele”, avaliou o ex-chanceler.

Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a presença de representantes das Forças Armadas na administração federal saltou de 370 em 2013 para 1.085 em 2021. Na gestão Bolsonaro, o aumento foi de 70%. Na avaliação do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, as Forças Armadas não são, necessariamente, bolsonaristas.

“Os militares são eleitores. Como eleitores, eu acredito que seguem o perfil e a tendência normal da população”, afirmou Santos Cruz, demitido por Bolsonaro após cinco meses no cargo, em meio a conflitos com a ala ideológica do governo. Amigo do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, o general é filiado ao Podemos e defende a construção de uma candidatura alternativa a Lula e a Bolsonaro.

No comitê de Lula, Alckmin também tem ajudado no plano de governo. As diretrizes do programa foram apresentadas na segunda-feira, 6, sem incluir a revogação do artigo 142 da Constituição. Em março, o Estadão mostrou que uma ala do PT defende a supressão desse artigo por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), batizada de “PEC antigolpe”, mas Lula avisou que o capítulo não entraria em sua plataforma para não provocar novo confronto com os militares.

O artigo 142 estabelece que, sob a autoridade suprema do presidente da República, as Forças Armadas “destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por garantia de qualquer destes, da lei e da ordem”. Bolsonaro já mencionou várias vezes o dispositivo constitucional nas crises com o Supremo e o Congresso.

“Cumprindo estritamente o que está definido pela Constituição, as Forças Armadas atuarão na defesa do território nacional, do espaço aéreo e do mar territorial. A partir de diretrizes dos Poderes da República, colaborarão na cooperação com organismos multilaterais e na modernização do complexo industrial e tecnológico da defesa”, diz um trecho das diretrizes do programa de governo de Lula.

O ex-ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante é quem coordena o programa. “O governador Alckmin tem contribuído em alguns eixos importantes, com propostas para fortalecimento do SUS no pós-covid.” Ele afirmou, ainda, que a campanha vai propor um “aprimoramento do pacto federativo, fragilizado pelas atitudes do governo Bolsonaro”.

Na economia, a expectativa é a de que Alckmin leve novas ideias. Um dos formuladores do Plano Real e ex-coordenador do programa econômico de Alckmin em 2018, Persio Arida já conversou com Mercadante, mas não tem participado das discussões para a montagem do plano de governo.

Presidente do PSB de São Paulo, Jonas Donizette afirmou que Alckmin conversará com vários setores da sociedade. No caso dos militares, ele destacou que “o próprio Lula também tem relações nessa área, menos com a corrente bolsonarista”. A pré-campanha prevê que Lula e Alckmin participem de reuniões separadas, em busca de apoios.

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