Lula faz aceno para acalmar Centrão, mas avisa que não planeja reforma ministerial ‘neste instante’


Presidente afirma que não dá para viver em ‘eterna briga’ e diz que governo precisa da Câmara e do Senado

Por Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA – Pressionado pelo Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou minimizar a crise política enfrentada pelo governo e disse que desentendimentos com a Câmara e o Senado fazem “parte do jogo”. Em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, Lula afirmou nesta terça-feira, 23, que o governo precisa ter “cuidado” para manter a relação mais civilizada possível com deputados e senadores e acenou com um acordo com o Centrão.

“Não vamos viver em uma eterna briga porque, se você optar pela briga, não aprova nada”, disse o presidente ao responder a uma pergunta do Estadão. “Não tem divergência que não possa ser superada. Não fico nervoso ou irritado quando o Congresso veta algo. Às vezes, fico incomodado com a minha incompetência de não tê-los convencido do contrário.”

Lula ao lado do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, em café da manhã com jornalistas: "Não vamos viver em eterna briga." Foto: Wilton Júnior/Estadão
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No domingo, Lula se reuniu com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), expoente do Centrão, no Palácio da Alvorada, na tentativa de chegar a um consenso sobre as próximas votações na Câmara. Desde novembro do ano passado, Lira não conversa com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a quem chamou de “incompetente” e “desafeto pessoal”.

Embora o governo tenha receio de uma pauta-bomba, com aprovação de projetos que podem causar impacto de R$ 70 bilhões no Orçamento, Lula não quis se estender sobre o assunto nem contar o que conversou com Lira. Afirmou apenas que também vai se reunir com Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e só não o fez porque o presidente do Senado havia tomado vacina e estava indisposto no fim de semana.

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“Não é o presidente da Câmara e do Senado que precisam de mim. É o governo que precisa ter cuidado (na relação)”, insistiu Lula. “Eu, sinceramente, não acho que a gente tenha problema no Congresso. A gente tem situações que são as coisas normais da política. Vamos só lembrar um número. Nós temos 513 deputados e meu partido só tem 70. Nós temos 81 senadores e o meu partido só tem 9.”

Governo não diz, mas sabe que CPIs não irão para frente

Nem mesmo a ameaça de instalação de cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), na avaliação de Lula, é motivo de preocupação. “Não tem nenhuma CPI contra o governo”, resumiu. Na prática, ele sabe que essas comissões não irão para frente num ano eleitoral.

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Ao ser questionado sobre uma possível reforma ministerial, diante das dificuldades enfrentadas pelo Planalto, principalmente na articulação política e na área social, o presidente disse que não promoverá mudanças “neste instante”. Mas, ao fazer uma analogia com o futebol, deixou a porta aberta para uma possível mexida na equipe.

“Eu não conheço um técnico que anuncie, quando o time entra em campo, quem ele vai tirar. O time entra para jogar, está jogando do jeito que eu acho que deve jogar”, observou o presidente. “Não existe previsão de reforma ministerial na minha cabeça nesse instante.”

Pouco antes, também no café da manhã, o ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, negou que no dia anterior Lula tenha criticado o titular da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Pimenta afirmou que aquilo que soou como reprimenda não passou de uma brincadeira.

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Logo depois, porém, o próprio Lula fez uma espécie de mea-culpa ao dizer que, quando era presidente do Instituto Cidadania, ficava contrariado com manchetes dos jornais criticando o PT. “Mas, se a gente não quiser manchete negativa, a gente não deve dar pretexto para a manchete”, admitiu.

Na segunda-feira, 22, Lula disse que Haddad e Alckmin – vice-presidente que também é ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio – precisavam conversar mais com deputados e senadores. Chegou a pedir que Haddad, em vez de ler um livro, passasse mais tempo com os parlamentares. “Esqueci os meus livros. Estou liberado”, respondeu Haddad mais tarde, em tom de brincadeira.

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O presidente tem reclamado de que a agenda positiva do governo fica em segundo plano, diluída no meio das intrigas políticas. No dia em que as notícias foram sobre a cobrança de Lula a Haddad e a Alckmin, por exemplo, o governo estava anunciando o programa Acredita, uma iniciativa para ampliar o microcrédito e incentivar os pequenos negócios.

Antes que os jornalistas perguntassem, Lula foi logo dizendo, no café da manhã, que não viu a manifestação promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro neste domingo, 21, no Rio. “Eu não vi o ato porque estava fotografando o Minha Casa, Minha Vida do joão-de-barro”, afirmou ele, ao lembrar o seu programa de domingo, no Palácio da Alvorada. “Não me preocupa ato de fascista, não”, emendou.

Desta vez, o palanque de Bolsonaro reuniu menos gente do que no ato realizado em São Paulo, em 25 de fevereiro. À época, Lula disse que não era possível negar “um fato”, numa referência à força de mobilização de Bolsonaro. Apesar da declaração do presidente, o Planalto monitora com atenção os movimentos de seu antecessor.

BRASÍLIA – Pressionado pelo Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou minimizar a crise política enfrentada pelo governo e disse que desentendimentos com a Câmara e o Senado fazem “parte do jogo”. Em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, Lula afirmou nesta terça-feira, 23, que o governo precisa ter “cuidado” para manter a relação mais civilizada possível com deputados e senadores e acenou com um acordo com o Centrão.

“Não vamos viver em uma eterna briga porque, se você optar pela briga, não aprova nada”, disse o presidente ao responder a uma pergunta do Estadão. “Não tem divergência que não possa ser superada. Não fico nervoso ou irritado quando o Congresso veta algo. Às vezes, fico incomodado com a minha incompetência de não tê-los convencido do contrário.”

Lula ao lado do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, em café da manhã com jornalistas: "Não vamos viver em eterna briga." Foto: Wilton Júnior/Estadão

No domingo, Lula se reuniu com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), expoente do Centrão, no Palácio da Alvorada, na tentativa de chegar a um consenso sobre as próximas votações na Câmara. Desde novembro do ano passado, Lira não conversa com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a quem chamou de “incompetente” e “desafeto pessoal”.

Embora o governo tenha receio de uma pauta-bomba, com aprovação de projetos que podem causar impacto de R$ 70 bilhões no Orçamento, Lula não quis se estender sobre o assunto nem contar o que conversou com Lira. Afirmou apenas que também vai se reunir com Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e só não o fez porque o presidente do Senado havia tomado vacina e estava indisposto no fim de semana.

“Não é o presidente da Câmara e do Senado que precisam de mim. É o governo que precisa ter cuidado (na relação)”, insistiu Lula. “Eu, sinceramente, não acho que a gente tenha problema no Congresso. A gente tem situações que são as coisas normais da política. Vamos só lembrar um número. Nós temos 513 deputados e meu partido só tem 70. Nós temos 81 senadores e o meu partido só tem 9.”

Governo não diz, mas sabe que CPIs não irão para frente

Nem mesmo a ameaça de instalação de cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), na avaliação de Lula, é motivo de preocupação. “Não tem nenhuma CPI contra o governo”, resumiu. Na prática, ele sabe que essas comissões não irão para frente num ano eleitoral.

Ao ser questionado sobre uma possível reforma ministerial, diante das dificuldades enfrentadas pelo Planalto, principalmente na articulação política e na área social, o presidente disse que não promoverá mudanças “neste instante”. Mas, ao fazer uma analogia com o futebol, deixou a porta aberta para uma possível mexida na equipe.

“Eu não conheço um técnico que anuncie, quando o time entra em campo, quem ele vai tirar. O time entra para jogar, está jogando do jeito que eu acho que deve jogar”, observou o presidente. “Não existe previsão de reforma ministerial na minha cabeça nesse instante.”

Pouco antes, também no café da manhã, o ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, negou que no dia anterior Lula tenha criticado o titular da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Pimenta afirmou que aquilo que soou como reprimenda não passou de uma brincadeira.

Logo depois, porém, o próprio Lula fez uma espécie de mea-culpa ao dizer que, quando era presidente do Instituto Cidadania, ficava contrariado com manchetes dos jornais criticando o PT. “Mas, se a gente não quiser manchete negativa, a gente não deve dar pretexto para a manchete”, admitiu.

Na segunda-feira, 22, Lula disse que Haddad e Alckmin – vice-presidente que também é ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio – precisavam conversar mais com deputados e senadores. Chegou a pedir que Haddad, em vez de ler um livro, passasse mais tempo com os parlamentares. “Esqueci os meus livros. Estou liberado”, respondeu Haddad mais tarde, em tom de brincadeira.

O presidente tem reclamado de que a agenda positiva do governo fica em segundo plano, diluída no meio das intrigas políticas. No dia em que as notícias foram sobre a cobrança de Lula a Haddad e a Alckmin, por exemplo, o governo estava anunciando o programa Acredita, uma iniciativa para ampliar o microcrédito e incentivar os pequenos negócios.

Antes que os jornalistas perguntassem, Lula foi logo dizendo, no café da manhã, que não viu a manifestação promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro neste domingo, 21, no Rio. “Eu não vi o ato porque estava fotografando o Minha Casa, Minha Vida do joão-de-barro”, afirmou ele, ao lembrar o seu programa de domingo, no Palácio da Alvorada. “Não me preocupa ato de fascista, não”, emendou.

Desta vez, o palanque de Bolsonaro reuniu menos gente do que no ato realizado em São Paulo, em 25 de fevereiro. À época, Lula disse que não era possível negar “um fato”, numa referência à força de mobilização de Bolsonaro. Apesar da declaração do presidente, o Planalto monitora com atenção os movimentos de seu antecessor.

BRASÍLIA – Pressionado pelo Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou minimizar a crise política enfrentada pelo governo e disse que desentendimentos com a Câmara e o Senado fazem “parte do jogo”. Em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, Lula afirmou nesta terça-feira, 23, que o governo precisa ter “cuidado” para manter a relação mais civilizada possível com deputados e senadores e acenou com um acordo com o Centrão.

“Não vamos viver em uma eterna briga porque, se você optar pela briga, não aprova nada”, disse o presidente ao responder a uma pergunta do Estadão. “Não tem divergência que não possa ser superada. Não fico nervoso ou irritado quando o Congresso veta algo. Às vezes, fico incomodado com a minha incompetência de não tê-los convencido do contrário.”

Lula ao lado do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, em café da manhã com jornalistas: "Não vamos viver em eterna briga." Foto: Wilton Júnior/Estadão

No domingo, Lula se reuniu com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), expoente do Centrão, no Palácio da Alvorada, na tentativa de chegar a um consenso sobre as próximas votações na Câmara. Desde novembro do ano passado, Lira não conversa com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a quem chamou de “incompetente” e “desafeto pessoal”.

Embora o governo tenha receio de uma pauta-bomba, com aprovação de projetos que podem causar impacto de R$ 70 bilhões no Orçamento, Lula não quis se estender sobre o assunto nem contar o que conversou com Lira. Afirmou apenas que também vai se reunir com Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e só não o fez porque o presidente do Senado havia tomado vacina e estava indisposto no fim de semana.

“Não é o presidente da Câmara e do Senado que precisam de mim. É o governo que precisa ter cuidado (na relação)”, insistiu Lula. “Eu, sinceramente, não acho que a gente tenha problema no Congresso. A gente tem situações que são as coisas normais da política. Vamos só lembrar um número. Nós temos 513 deputados e meu partido só tem 70. Nós temos 81 senadores e o meu partido só tem 9.”

Governo não diz, mas sabe que CPIs não irão para frente

Nem mesmo a ameaça de instalação de cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), na avaliação de Lula, é motivo de preocupação. “Não tem nenhuma CPI contra o governo”, resumiu. Na prática, ele sabe que essas comissões não irão para frente num ano eleitoral.

Ao ser questionado sobre uma possível reforma ministerial, diante das dificuldades enfrentadas pelo Planalto, principalmente na articulação política e na área social, o presidente disse que não promoverá mudanças “neste instante”. Mas, ao fazer uma analogia com o futebol, deixou a porta aberta para uma possível mexida na equipe.

“Eu não conheço um técnico que anuncie, quando o time entra em campo, quem ele vai tirar. O time entra para jogar, está jogando do jeito que eu acho que deve jogar”, observou o presidente. “Não existe previsão de reforma ministerial na minha cabeça nesse instante.”

Pouco antes, também no café da manhã, o ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, negou que no dia anterior Lula tenha criticado o titular da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Pimenta afirmou que aquilo que soou como reprimenda não passou de uma brincadeira.

Logo depois, porém, o próprio Lula fez uma espécie de mea-culpa ao dizer que, quando era presidente do Instituto Cidadania, ficava contrariado com manchetes dos jornais criticando o PT. “Mas, se a gente não quiser manchete negativa, a gente não deve dar pretexto para a manchete”, admitiu.

Na segunda-feira, 22, Lula disse que Haddad e Alckmin – vice-presidente que também é ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio – precisavam conversar mais com deputados e senadores. Chegou a pedir que Haddad, em vez de ler um livro, passasse mais tempo com os parlamentares. “Esqueci os meus livros. Estou liberado”, respondeu Haddad mais tarde, em tom de brincadeira.

O presidente tem reclamado de que a agenda positiva do governo fica em segundo plano, diluída no meio das intrigas políticas. No dia em que as notícias foram sobre a cobrança de Lula a Haddad e a Alckmin, por exemplo, o governo estava anunciando o programa Acredita, uma iniciativa para ampliar o microcrédito e incentivar os pequenos negócios.

Antes que os jornalistas perguntassem, Lula foi logo dizendo, no café da manhã, que não viu a manifestação promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro neste domingo, 21, no Rio. “Eu não vi o ato porque estava fotografando o Minha Casa, Minha Vida do joão-de-barro”, afirmou ele, ao lembrar o seu programa de domingo, no Palácio da Alvorada. “Não me preocupa ato de fascista, não”, emendou.

Desta vez, o palanque de Bolsonaro reuniu menos gente do que no ato realizado em São Paulo, em 25 de fevereiro. À época, Lula disse que não era possível negar “um fato”, numa referência à força de mobilização de Bolsonaro. Apesar da declaração do presidente, o Planalto monitora com atenção os movimentos de seu antecessor.

BRASÍLIA – Pressionado pelo Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou minimizar a crise política enfrentada pelo governo e disse que desentendimentos com a Câmara e o Senado fazem “parte do jogo”. Em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, Lula afirmou nesta terça-feira, 23, que o governo precisa ter “cuidado” para manter a relação mais civilizada possível com deputados e senadores e acenou com um acordo com o Centrão.

“Não vamos viver em uma eterna briga porque, se você optar pela briga, não aprova nada”, disse o presidente ao responder a uma pergunta do Estadão. “Não tem divergência que não possa ser superada. Não fico nervoso ou irritado quando o Congresso veta algo. Às vezes, fico incomodado com a minha incompetência de não tê-los convencido do contrário.”

Lula ao lado do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, em café da manhã com jornalistas: "Não vamos viver em eterna briga." Foto: Wilton Júnior/Estadão

No domingo, Lula se reuniu com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), expoente do Centrão, no Palácio da Alvorada, na tentativa de chegar a um consenso sobre as próximas votações na Câmara. Desde novembro do ano passado, Lira não conversa com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a quem chamou de “incompetente” e “desafeto pessoal”.

Embora o governo tenha receio de uma pauta-bomba, com aprovação de projetos que podem causar impacto de R$ 70 bilhões no Orçamento, Lula não quis se estender sobre o assunto nem contar o que conversou com Lira. Afirmou apenas que também vai se reunir com Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e só não o fez porque o presidente do Senado havia tomado vacina e estava indisposto no fim de semana.

“Não é o presidente da Câmara e do Senado que precisam de mim. É o governo que precisa ter cuidado (na relação)”, insistiu Lula. “Eu, sinceramente, não acho que a gente tenha problema no Congresso. A gente tem situações que são as coisas normais da política. Vamos só lembrar um número. Nós temos 513 deputados e meu partido só tem 70. Nós temos 81 senadores e o meu partido só tem 9.”

Governo não diz, mas sabe que CPIs não irão para frente

Nem mesmo a ameaça de instalação de cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), na avaliação de Lula, é motivo de preocupação. “Não tem nenhuma CPI contra o governo”, resumiu. Na prática, ele sabe que essas comissões não irão para frente num ano eleitoral.

Ao ser questionado sobre uma possível reforma ministerial, diante das dificuldades enfrentadas pelo Planalto, principalmente na articulação política e na área social, o presidente disse que não promoverá mudanças “neste instante”. Mas, ao fazer uma analogia com o futebol, deixou a porta aberta para uma possível mexida na equipe.

“Eu não conheço um técnico que anuncie, quando o time entra em campo, quem ele vai tirar. O time entra para jogar, está jogando do jeito que eu acho que deve jogar”, observou o presidente. “Não existe previsão de reforma ministerial na minha cabeça nesse instante.”

Pouco antes, também no café da manhã, o ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, negou que no dia anterior Lula tenha criticado o titular da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Pimenta afirmou que aquilo que soou como reprimenda não passou de uma brincadeira.

Logo depois, porém, o próprio Lula fez uma espécie de mea-culpa ao dizer que, quando era presidente do Instituto Cidadania, ficava contrariado com manchetes dos jornais criticando o PT. “Mas, se a gente não quiser manchete negativa, a gente não deve dar pretexto para a manchete”, admitiu.

Na segunda-feira, 22, Lula disse que Haddad e Alckmin – vice-presidente que também é ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio – precisavam conversar mais com deputados e senadores. Chegou a pedir que Haddad, em vez de ler um livro, passasse mais tempo com os parlamentares. “Esqueci os meus livros. Estou liberado”, respondeu Haddad mais tarde, em tom de brincadeira.

O presidente tem reclamado de que a agenda positiva do governo fica em segundo plano, diluída no meio das intrigas políticas. No dia em que as notícias foram sobre a cobrança de Lula a Haddad e a Alckmin, por exemplo, o governo estava anunciando o programa Acredita, uma iniciativa para ampliar o microcrédito e incentivar os pequenos negócios.

Antes que os jornalistas perguntassem, Lula foi logo dizendo, no café da manhã, que não viu a manifestação promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro neste domingo, 21, no Rio. “Eu não vi o ato porque estava fotografando o Minha Casa, Minha Vida do joão-de-barro”, afirmou ele, ao lembrar o seu programa de domingo, no Palácio da Alvorada. “Não me preocupa ato de fascista, não”, emendou.

Desta vez, o palanque de Bolsonaro reuniu menos gente do que no ato realizado em São Paulo, em 25 de fevereiro. À época, Lula disse que não era possível negar “um fato”, numa referência à força de mobilização de Bolsonaro. Apesar da declaração do presidente, o Planalto monitora com atenção os movimentos de seu antecessor.

BRASÍLIA – Pressionado pelo Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou minimizar a crise política enfrentada pelo governo e disse que desentendimentos com a Câmara e o Senado fazem “parte do jogo”. Em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, Lula afirmou nesta terça-feira, 23, que o governo precisa ter “cuidado” para manter a relação mais civilizada possível com deputados e senadores e acenou com um acordo com o Centrão.

“Não vamos viver em uma eterna briga porque, se você optar pela briga, não aprova nada”, disse o presidente ao responder a uma pergunta do Estadão. “Não tem divergência que não possa ser superada. Não fico nervoso ou irritado quando o Congresso veta algo. Às vezes, fico incomodado com a minha incompetência de não tê-los convencido do contrário.”

Lula ao lado do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, em café da manhã com jornalistas: "Não vamos viver em eterna briga." Foto: Wilton Júnior/Estadão

No domingo, Lula se reuniu com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), expoente do Centrão, no Palácio da Alvorada, na tentativa de chegar a um consenso sobre as próximas votações na Câmara. Desde novembro do ano passado, Lira não conversa com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a quem chamou de “incompetente” e “desafeto pessoal”.

Embora o governo tenha receio de uma pauta-bomba, com aprovação de projetos que podem causar impacto de R$ 70 bilhões no Orçamento, Lula não quis se estender sobre o assunto nem contar o que conversou com Lira. Afirmou apenas que também vai se reunir com Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e só não o fez porque o presidente do Senado havia tomado vacina e estava indisposto no fim de semana.

“Não é o presidente da Câmara e do Senado que precisam de mim. É o governo que precisa ter cuidado (na relação)”, insistiu Lula. “Eu, sinceramente, não acho que a gente tenha problema no Congresso. A gente tem situações que são as coisas normais da política. Vamos só lembrar um número. Nós temos 513 deputados e meu partido só tem 70. Nós temos 81 senadores e o meu partido só tem 9.”

Governo não diz, mas sabe que CPIs não irão para frente

Nem mesmo a ameaça de instalação de cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), na avaliação de Lula, é motivo de preocupação. “Não tem nenhuma CPI contra o governo”, resumiu. Na prática, ele sabe que essas comissões não irão para frente num ano eleitoral.

Ao ser questionado sobre uma possível reforma ministerial, diante das dificuldades enfrentadas pelo Planalto, principalmente na articulação política e na área social, o presidente disse que não promoverá mudanças “neste instante”. Mas, ao fazer uma analogia com o futebol, deixou a porta aberta para uma possível mexida na equipe.

“Eu não conheço um técnico que anuncie, quando o time entra em campo, quem ele vai tirar. O time entra para jogar, está jogando do jeito que eu acho que deve jogar”, observou o presidente. “Não existe previsão de reforma ministerial na minha cabeça nesse instante.”

Pouco antes, também no café da manhã, o ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, negou que no dia anterior Lula tenha criticado o titular da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Pimenta afirmou que aquilo que soou como reprimenda não passou de uma brincadeira.

Logo depois, porém, o próprio Lula fez uma espécie de mea-culpa ao dizer que, quando era presidente do Instituto Cidadania, ficava contrariado com manchetes dos jornais criticando o PT. “Mas, se a gente não quiser manchete negativa, a gente não deve dar pretexto para a manchete”, admitiu.

Na segunda-feira, 22, Lula disse que Haddad e Alckmin – vice-presidente que também é ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio – precisavam conversar mais com deputados e senadores. Chegou a pedir que Haddad, em vez de ler um livro, passasse mais tempo com os parlamentares. “Esqueci os meus livros. Estou liberado”, respondeu Haddad mais tarde, em tom de brincadeira.

O presidente tem reclamado de que a agenda positiva do governo fica em segundo plano, diluída no meio das intrigas políticas. No dia em que as notícias foram sobre a cobrança de Lula a Haddad e a Alckmin, por exemplo, o governo estava anunciando o programa Acredita, uma iniciativa para ampliar o microcrédito e incentivar os pequenos negócios.

Antes que os jornalistas perguntassem, Lula foi logo dizendo, no café da manhã, que não viu a manifestação promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro neste domingo, 21, no Rio. “Eu não vi o ato porque estava fotografando o Minha Casa, Minha Vida do joão-de-barro”, afirmou ele, ao lembrar o seu programa de domingo, no Palácio da Alvorada. “Não me preocupa ato de fascista, não”, emendou.

Desta vez, o palanque de Bolsonaro reuniu menos gente do que no ato realizado em São Paulo, em 25 de fevereiro. À época, Lula disse que não era possível negar “um fato”, numa referência à força de mobilização de Bolsonaro. Apesar da declaração do presidente, o Planalto monitora com atenção os movimentos de seu antecessor.

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