Lula ganharia debate, não fosse escorregar em pegadinha de ‘padre candidato’; leia análise


Além de provocar o petista, Kelmon brindou a audiência com conceitos estreitos sobre cultura e educação

Por Mariana Carneiro

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se preparou para o ataque no debate da Globo. Desde o primeiro bloco do programa, ficou visível que o haviam ligado na tomada - bem diferente do Lula do Debate da Band, em agosto. Ele rebateu acusações de corrupção ao ponto de pedir a fonte de Felipe D’Avila (Novo) quando o adversário mencionou cifras sobre desvios na Petrobras. O petista também elaborou perguntas sobre diferentes assuntos de maneira espontânea, como quando falou a Ciro Gomes (PDT) de cultura. E, seguindo o script ensaiado para esta eleição, não detalhou nenhuma proposta.

No campo da ideias, porém, é Simone Tebet (MDB) quem melhor trafega. Soube colocar assuntos relevantes, como educação de jovens no pós-pandemia e a atualização da tabela do SUS, o que pode ajudar as Santas Casas a pagar o novo piso da enfermagem.

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Mas como debate na TV é mais briga do que proposta, destacou-se Padre Kelmon (PTB), controverso sacerdote que nesta eleição veste, além de uma roupa estranha, o figurino de linha auxiliar de Jair Bolsonaro (PL). Ele conseguiu tirar Lula do sério no terceiro bloco, quando o programa passava da meia-noite.

Os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (E) Padre Kelmon antes do início do debate na TV Globo  Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Além de provocar o petista, Kelmon – chamado de ‘padre candidato’ pela frasista Soraya Thronicke (União) - brindou a audiência com conceitos estreitos sobre cultura e educação, referindo-se a universidades como antros de “soldadinhos da esquerda”, acusou escolas de “sexualizar” crianças e a cultura de colocar “gente pelada” nos palcos. Tudo sob aprovação de Bolsonaro.

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A sintonia entre os dois foi tamanha que o presidente nem se dirigiu a Lula quando teve a chance de chamá-lo a responder, no quarto bloco. Bolsonaro preferiu Kelmon, claro, deixando nítido que prefere jogar em território amistoso.

O presidente, que suavizou a voz para tentar passar a impressão de moderação, de sereno não estava nada. Ele repetiu mentiras sobre o orçamento secreto, dizendo que vetou as emendas parlamentares que se transformaram em moeda de troca no Congresso. Tanto não é verdade, que a peça orçamentária de 2023 hoje em análise prevê R$ 19,4 bi para essa finalidade, e a reserva saiu pronta do Ministério da Economia, com separação inclusive do valor em emendas que deve ir para cada ministério.

Bolsonaro também agrediu as duas candidatas mulheres acima do tom. Com Tebet, disse que Tereza Cristina (PL-MS) lhe roubou a vaga ao Senado, o que não é verdade, uma vez que Tebet é candidata a presidente, e Tereza, a senadora. Com Thronicke protagonizou uma peculiar discussão sobre quem deu cargos em estatais e quem aceitou. Ambos vendem-se como liberais na economia e defensores do Estado enxuto.

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Neste bate-boca que se transformou o debate da Globo, encerrado quase às 2h da manhã, quem perderá o sono até domingo, 2, será o eleitor, sem saber que fim terá o pleito no primeiro turno.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se preparou para o ataque no debate da Globo. Desde o primeiro bloco do programa, ficou visível que o haviam ligado na tomada - bem diferente do Lula do Debate da Band, em agosto. Ele rebateu acusações de corrupção ao ponto de pedir a fonte de Felipe D’Avila (Novo) quando o adversário mencionou cifras sobre desvios na Petrobras. O petista também elaborou perguntas sobre diferentes assuntos de maneira espontânea, como quando falou a Ciro Gomes (PDT) de cultura. E, seguindo o script ensaiado para esta eleição, não detalhou nenhuma proposta.

No campo da ideias, porém, é Simone Tebet (MDB) quem melhor trafega. Soube colocar assuntos relevantes, como educação de jovens no pós-pandemia e a atualização da tabela do SUS, o que pode ajudar as Santas Casas a pagar o novo piso da enfermagem.

Mas como debate na TV é mais briga do que proposta, destacou-se Padre Kelmon (PTB), controverso sacerdote que nesta eleição veste, além de uma roupa estranha, o figurino de linha auxiliar de Jair Bolsonaro (PL). Ele conseguiu tirar Lula do sério no terceiro bloco, quando o programa passava da meia-noite.

Os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (E) Padre Kelmon antes do início do debate na TV Globo  Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Além de provocar o petista, Kelmon – chamado de ‘padre candidato’ pela frasista Soraya Thronicke (União) - brindou a audiência com conceitos estreitos sobre cultura e educação, referindo-se a universidades como antros de “soldadinhos da esquerda”, acusou escolas de “sexualizar” crianças e a cultura de colocar “gente pelada” nos palcos. Tudo sob aprovação de Bolsonaro.

A sintonia entre os dois foi tamanha que o presidente nem se dirigiu a Lula quando teve a chance de chamá-lo a responder, no quarto bloco. Bolsonaro preferiu Kelmon, claro, deixando nítido que prefere jogar em território amistoso.

O presidente, que suavizou a voz para tentar passar a impressão de moderação, de sereno não estava nada. Ele repetiu mentiras sobre o orçamento secreto, dizendo que vetou as emendas parlamentares que se transformaram em moeda de troca no Congresso. Tanto não é verdade, que a peça orçamentária de 2023 hoje em análise prevê R$ 19,4 bi para essa finalidade, e a reserva saiu pronta do Ministério da Economia, com separação inclusive do valor em emendas que deve ir para cada ministério.

Bolsonaro também agrediu as duas candidatas mulheres acima do tom. Com Tebet, disse que Tereza Cristina (PL-MS) lhe roubou a vaga ao Senado, o que não é verdade, uma vez que Tebet é candidata a presidente, e Tereza, a senadora. Com Thronicke protagonizou uma peculiar discussão sobre quem deu cargos em estatais e quem aceitou. Ambos vendem-se como liberais na economia e defensores do Estado enxuto.

Neste bate-boca que se transformou o debate da Globo, encerrado quase às 2h da manhã, quem perderá o sono até domingo, 2, será o eleitor, sem saber que fim terá o pleito no primeiro turno.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se preparou para o ataque no debate da Globo. Desde o primeiro bloco do programa, ficou visível que o haviam ligado na tomada - bem diferente do Lula do Debate da Band, em agosto. Ele rebateu acusações de corrupção ao ponto de pedir a fonte de Felipe D’Avila (Novo) quando o adversário mencionou cifras sobre desvios na Petrobras. O petista também elaborou perguntas sobre diferentes assuntos de maneira espontânea, como quando falou a Ciro Gomes (PDT) de cultura. E, seguindo o script ensaiado para esta eleição, não detalhou nenhuma proposta.

No campo da ideias, porém, é Simone Tebet (MDB) quem melhor trafega. Soube colocar assuntos relevantes, como educação de jovens no pós-pandemia e a atualização da tabela do SUS, o que pode ajudar as Santas Casas a pagar o novo piso da enfermagem.

Mas como debate na TV é mais briga do que proposta, destacou-se Padre Kelmon (PTB), controverso sacerdote que nesta eleição veste, além de uma roupa estranha, o figurino de linha auxiliar de Jair Bolsonaro (PL). Ele conseguiu tirar Lula do sério no terceiro bloco, quando o programa passava da meia-noite.

Os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (E) Padre Kelmon antes do início do debate na TV Globo  Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Além de provocar o petista, Kelmon – chamado de ‘padre candidato’ pela frasista Soraya Thronicke (União) - brindou a audiência com conceitos estreitos sobre cultura e educação, referindo-se a universidades como antros de “soldadinhos da esquerda”, acusou escolas de “sexualizar” crianças e a cultura de colocar “gente pelada” nos palcos. Tudo sob aprovação de Bolsonaro.

A sintonia entre os dois foi tamanha que o presidente nem se dirigiu a Lula quando teve a chance de chamá-lo a responder, no quarto bloco. Bolsonaro preferiu Kelmon, claro, deixando nítido que prefere jogar em território amistoso.

O presidente, que suavizou a voz para tentar passar a impressão de moderação, de sereno não estava nada. Ele repetiu mentiras sobre o orçamento secreto, dizendo que vetou as emendas parlamentares que se transformaram em moeda de troca no Congresso. Tanto não é verdade, que a peça orçamentária de 2023 hoje em análise prevê R$ 19,4 bi para essa finalidade, e a reserva saiu pronta do Ministério da Economia, com separação inclusive do valor em emendas que deve ir para cada ministério.

Bolsonaro também agrediu as duas candidatas mulheres acima do tom. Com Tebet, disse que Tereza Cristina (PL-MS) lhe roubou a vaga ao Senado, o que não é verdade, uma vez que Tebet é candidata a presidente, e Tereza, a senadora. Com Thronicke protagonizou uma peculiar discussão sobre quem deu cargos em estatais e quem aceitou. Ambos vendem-se como liberais na economia e defensores do Estado enxuto.

Neste bate-boca que se transformou o debate da Globo, encerrado quase às 2h da manhã, quem perderá o sono até domingo, 2, será o eleitor, sem saber que fim terá o pleito no primeiro turno.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se preparou para o ataque no debate da Globo. Desde o primeiro bloco do programa, ficou visível que o haviam ligado na tomada - bem diferente do Lula do Debate da Band, em agosto. Ele rebateu acusações de corrupção ao ponto de pedir a fonte de Felipe D’Avila (Novo) quando o adversário mencionou cifras sobre desvios na Petrobras. O petista também elaborou perguntas sobre diferentes assuntos de maneira espontânea, como quando falou a Ciro Gomes (PDT) de cultura. E, seguindo o script ensaiado para esta eleição, não detalhou nenhuma proposta.

No campo da ideias, porém, é Simone Tebet (MDB) quem melhor trafega. Soube colocar assuntos relevantes, como educação de jovens no pós-pandemia e a atualização da tabela do SUS, o que pode ajudar as Santas Casas a pagar o novo piso da enfermagem.

Mas como debate na TV é mais briga do que proposta, destacou-se Padre Kelmon (PTB), controverso sacerdote que nesta eleição veste, além de uma roupa estranha, o figurino de linha auxiliar de Jair Bolsonaro (PL). Ele conseguiu tirar Lula do sério no terceiro bloco, quando o programa passava da meia-noite.

Os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (E) Padre Kelmon antes do início do debate na TV Globo  Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Além de provocar o petista, Kelmon – chamado de ‘padre candidato’ pela frasista Soraya Thronicke (União) - brindou a audiência com conceitos estreitos sobre cultura e educação, referindo-se a universidades como antros de “soldadinhos da esquerda”, acusou escolas de “sexualizar” crianças e a cultura de colocar “gente pelada” nos palcos. Tudo sob aprovação de Bolsonaro.

A sintonia entre os dois foi tamanha que o presidente nem se dirigiu a Lula quando teve a chance de chamá-lo a responder, no quarto bloco. Bolsonaro preferiu Kelmon, claro, deixando nítido que prefere jogar em território amistoso.

O presidente, que suavizou a voz para tentar passar a impressão de moderação, de sereno não estava nada. Ele repetiu mentiras sobre o orçamento secreto, dizendo que vetou as emendas parlamentares que se transformaram em moeda de troca no Congresso. Tanto não é verdade, que a peça orçamentária de 2023 hoje em análise prevê R$ 19,4 bi para essa finalidade, e a reserva saiu pronta do Ministério da Economia, com separação inclusive do valor em emendas que deve ir para cada ministério.

Bolsonaro também agrediu as duas candidatas mulheres acima do tom. Com Tebet, disse que Tereza Cristina (PL-MS) lhe roubou a vaga ao Senado, o que não é verdade, uma vez que Tebet é candidata a presidente, e Tereza, a senadora. Com Thronicke protagonizou uma peculiar discussão sobre quem deu cargos em estatais e quem aceitou. Ambos vendem-se como liberais na economia e defensores do Estado enxuto.

Neste bate-boca que se transformou o debate da Globo, encerrado quase às 2h da manhã, quem perderá o sono até domingo, 2, será o eleitor, sem saber que fim terá o pleito no primeiro turno.

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