Lula repete Bolsonaro com live e faz aceno para classe média e agro; veja vídeos


Petista prometeu Minha Casa, Minha Vida para classe média, disse não ter problema com agronegócio e defendeu reforma agrária ’pacífica’: ‘Não precisa mais invadir terra’

Por Redação
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estreou nesta terça-feira, 13, o programa “Conversa com o Presidente”, uma live em que é entrevistado pelo jornalista Marcos Uchôa, ex-Globo, hoje na TV Brasil. A iniciativa reproduz prática adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas “lives de quinta-feira” e reforça a ofensiva na comunicação de ações positivas do governo. O petista deu recados para o agronegócio, defendeu uma reforma agrária “pacífica” e fez cobranças para entregas dos ministros. Os recentes atritos com o Centrão e as pressões para mudanças na Esplanada ficaram de fora. Lula disse que, a partir de agora, fará lives nas terças pela manhã.

Em um aceno à classe média, o presidente prometeu ampliar o Programa Minha Casa, Minha Vida para famílias dessa faixa de renda.

O “Conversa com o Presidente” foi veiculado no canal oficial do presidente no YouTube, com cerca de 1,3 milhão de seguidores ativos. A transmissão, marcada para 8h30, começou com um pequeno atraso de sete minutos. O pico de pessoas assistindo ao vivo foi de cerca de 5,8 mil espectadores.

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"O problema pode ser ideológico. Se for ideológico, paciência, nós vamos estar em campos ideológicos diferentes”, disse Lula na live 'Conversa com o Presidente', referindo-se ao agronegócio Foto: Reprodução/ YouTube @Lulaoficial

Lula afirmou que “nunca teve problema” com o agronegócio e atribuiu uma possível resistência do setor ao seu governo a divergências ideológicas. O petista trava relação tensa com alguns segmentos desde que tomou posse neste seu terceiro mandato, em especial o dos produtores rurais.

“Governei oito anos esse País. Eles sabem tudo o que fizemos nesse País, eles sabem da responsabilidade com o salto de qualidade que tivemos no agronegócio por causa do financiamento que nós fazíamos. Eles sabem que, do ponto de vista econômico, eles não tem problema conosco, do ponto de vista de financiamento. O problema pode ser ideológico. Se for ideológico, paciência, nós vamos estar em campos ideológicos diferentes”, disse.

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O presidente voltou a pregar que não há incompatibilidade entre pequenos, médios e grandes produtores e afirmou que eles precisam viver em harmonia.

“Eu fiz questão de dizer na feira de Pernambuco (na verdade, o discurso foi feito na Bahia Farm Show, na cidade de Luís Eduardo Magalhães): não há incompatibilidade entre o pequeno e o médio produtor e o grande produtor. Isso está na cabeça de quem não quer pensar direito. O Brasil precisa dos dois, os dois ajudam o Brasil. Precisamos ajudar os dois, e eles têm que viver em paz porque cada um ajuda o outro.”

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Em abril deste ano, em meio à tentativa de se aproximar e romper resistências com o agro, levou para encontro com o presidente da China, Xi Jinping, o líder do Movimento dos Sem Terra, João Pedro Stédile. O movimento não foi bem visto pelo segmento. A relação do governo com os sem-terra está na mira da CPI do MST, em andamento na Câmara dos Deputados. O colegiado é dominado por opositores de Lula, com destaque para o relator, ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro, Ricardo Salles (PL-SP). A investigação ganhou força após uma onda de invasões promovidas pelo MST durante o “Abril Vermelho”. Como mostrou o Estadão, em 3 meses de governo, o mandato mandato de Lula já acumulava mais invasões do que todo o primeiro ano da administração Bolsonaro.

‘Não precisa mais invadir terra’

Segundo Lula, “não precisa mais invadir terra” no Brasil e defendeu uma reforma agrária “tranquila e pacífica, sem guerra”. O presidente afirmou que cabe ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) fazer o levantamento de terras improdutivas no Brasil. A partir destas informações, o governo pretende fazer os assentamentos necessários. ”Eu disse para o Paulo Teixeira (ministro do Desenvolvimento Agrário) esses dias: não precisa mais invadir terra. Se quem faz o levantamento da terra improdutiva é o Incra, o Incra que comunique ao governo quais são as propriedades improdutivas que existem em cada Estado brasileiro”, disse. “A partir daí nós vamos discutir a ocupação dessa terra. É simples, não precisa ter barulho, não precisa ter guerra.” Para o petista, a população quer uma reforma agrária “tranquila e pacífica”. “É essa reforma agrária que vamos fazer no País. não tem porque haver lutar, porque a haver guerra.”

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Confira os recados para o agronegócio

Lula afirmou ainda que fará uma reunião na quinta-feira, 15, com seus ministros e será exigido “pressa” aos chefes das pastas. O presidente não citou possíveis mudanças na equipe, apesar de estar sendo pressionado pelo Centrão.

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“Não há tempo a perder, para conversa fiada. Temos que levantar de manhã trabalhando, parar de trabalhar o mais tarde possível da noite e, no dia seguinte, levantar cedo outra vez.”

O presidente citou que tal pressa se dá pelo pouco tempo de mandato, de quatro anos. “Em um país em que você tem todas as dificuldades legais para fazer uma obra qualquer, um investimento, que você tem fiscalização, Tribunal de Contas, que você tem impeditivos, tem o Congresso, que muitas coisas tem que passar pelo congresso, é normal, um mandato de quatro anos às vezes você não consegue aprovar um projeto importante”, disse, em meio às críticas do Legislativo em relação à falta de diálogo com o governo e ministérios. “Eu tenho pressa e essa pressa eu costumo passar aos meus ministros.”

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Lula afirmou também que é preciso ampliar o programa “Minha Casa, Minha Vida” para famílias de classe média. “Nós precisamos fazer não apenas o Minha Casa, Minha Vida para as pessoas mais pobres. Precisamos fazer o Minha Casa, Minha Vida para a classe média. O cara que ganha R$ 10 mil, R$ 12 mil, R$ 8 mil, esse cara também quer ter uma casa e esse cara quer ter uma casa melhor”, argumentou Lula. Para o petista, o governo precisará ter “capacidade de fazer uma quantidade enorme de casas”.

Como parte das ações para tentar aquecer a economia, o presidente afirmou que lança um programa para “grandes obras de infraestrutura” em 2 de julho. O chamado “novo PAC”, reedição do Programa de Aceleração do Crescimento, tem sido debatido desde o início do governo.

Veja como foi

Desde o início de seu terceiro mandato, havia a hipótese de o chefe do Executivo começar a realizar lives para divulgar ações do governo e transmitir mensagens para a população, assim como fazia seu antecessor Jair Bolsonaro. O plano, contudo, não havia se concretizado até o momento.

Como mostrou o Estadão, a disseminação de dados oficiais por meio de grupos de WhatsApp deu início a essa estratégia do governo petista, aproveitando estrutura montada ao longo da campanha eleitoral.

“Saiba tudo o que o governo já fez nestes primeiros meses de trabalho”, disse o secretário de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, em suas redes sociais, ao anunciar a live.

Nessa mesma linha, o PT reivindicou junto ao Ministério das Comunicações a criação de um canal de TV próprio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estreou nesta terça-feira, 13, o programa “Conversa com o Presidente”, uma live em que é entrevistado pelo jornalista Marcos Uchôa, ex-Globo, hoje na TV Brasil. A iniciativa reproduz prática adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas “lives de quinta-feira” e reforça a ofensiva na comunicação de ações positivas do governo. O petista deu recados para o agronegócio, defendeu uma reforma agrária “pacífica” e fez cobranças para entregas dos ministros. Os recentes atritos com o Centrão e as pressões para mudanças na Esplanada ficaram de fora. Lula disse que, a partir de agora, fará lives nas terças pela manhã.

Em um aceno à classe média, o presidente prometeu ampliar o Programa Minha Casa, Minha Vida para famílias dessa faixa de renda.

O “Conversa com o Presidente” foi veiculado no canal oficial do presidente no YouTube, com cerca de 1,3 milhão de seguidores ativos. A transmissão, marcada para 8h30, começou com um pequeno atraso de sete minutos. O pico de pessoas assistindo ao vivo foi de cerca de 5,8 mil espectadores.

"O problema pode ser ideológico. Se for ideológico, paciência, nós vamos estar em campos ideológicos diferentes”, disse Lula na live 'Conversa com o Presidente', referindo-se ao agronegócio Foto: Reprodução/ YouTube @Lulaoficial

Lula afirmou que “nunca teve problema” com o agronegócio e atribuiu uma possível resistência do setor ao seu governo a divergências ideológicas. O petista trava relação tensa com alguns segmentos desde que tomou posse neste seu terceiro mandato, em especial o dos produtores rurais.

“Governei oito anos esse País. Eles sabem tudo o que fizemos nesse País, eles sabem da responsabilidade com o salto de qualidade que tivemos no agronegócio por causa do financiamento que nós fazíamos. Eles sabem que, do ponto de vista econômico, eles não tem problema conosco, do ponto de vista de financiamento. O problema pode ser ideológico. Se for ideológico, paciência, nós vamos estar em campos ideológicos diferentes”, disse.

O presidente voltou a pregar que não há incompatibilidade entre pequenos, médios e grandes produtores e afirmou que eles precisam viver em harmonia.

“Eu fiz questão de dizer na feira de Pernambuco (na verdade, o discurso foi feito na Bahia Farm Show, na cidade de Luís Eduardo Magalhães): não há incompatibilidade entre o pequeno e o médio produtor e o grande produtor. Isso está na cabeça de quem não quer pensar direito. O Brasil precisa dos dois, os dois ajudam o Brasil. Precisamos ajudar os dois, e eles têm que viver em paz porque cada um ajuda o outro.”

Em abril deste ano, em meio à tentativa de se aproximar e romper resistências com o agro, levou para encontro com o presidente da China, Xi Jinping, o líder do Movimento dos Sem Terra, João Pedro Stédile. O movimento não foi bem visto pelo segmento. A relação do governo com os sem-terra está na mira da CPI do MST, em andamento na Câmara dos Deputados. O colegiado é dominado por opositores de Lula, com destaque para o relator, ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro, Ricardo Salles (PL-SP). A investigação ganhou força após uma onda de invasões promovidas pelo MST durante o “Abril Vermelho”. Como mostrou o Estadão, em 3 meses de governo, o mandato mandato de Lula já acumulava mais invasões do que todo o primeiro ano da administração Bolsonaro.

‘Não precisa mais invadir terra’

Segundo Lula, “não precisa mais invadir terra” no Brasil e defendeu uma reforma agrária “tranquila e pacífica, sem guerra”. O presidente afirmou que cabe ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) fazer o levantamento de terras improdutivas no Brasil. A partir destas informações, o governo pretende fazer os assentamentos necessários. ”Eu disse para o Paulo Teixeira (ministro do Desenvolvimento Agrário) esses dias: não precisa mais invadir terra. Se quem faz o levantamento da terra improdutiva é o Incra, o Incra que comunique ao governo quais são as propriedades improdutivas que existem em cada Estado brasileiro”, disse. “A partir daí nós vamos discutir a ocupação dessa terra. É simples, não precisa ter barulho, não precisa ter guerra.” Para o petista, a população quer uma reforma agrária “tranquila e pacífica”. “É essa reforma agrária que vamos fazer no País. não tem porque haver lutar, porque a haver guerra.”

Confira os recados para o agronegócio

Lula afirmou ainda que fará uma reunião na quinta-feira, 15, com seus ministros e será exigido “pressa” aos chefes das pastas. O presidente não citou possíveis mudanças na equipe, apesar de estar sendo pressionado pelo Centrão.

“Não há tempo a perder, para conversa fiada. Temos que levantar de manhã trabalhando, parar de trabalhar o mais tarde possível da noite e, no dia seguinte, levantar cedo outra vez.”

O presidente citou que tal pressa se dá pelo pouco tempo de mandato, de quatro anos. “Em um país em que você tem todas as dificuldades legais para fazer uma obra qualquer, um investimento, que você tem fiscalização, Tribunal de Contas, que você tem impeditivos, tem o Congresso, que muitas coisas tem que passar pelo congresso, é normal, um mandato de quatro anos às vezes você não consegue aprovar um projeto importante”, disse, em meio às críticas do Legislativo em relação à falta de diálogo com o governo e ministérios. “Eu tenho pressa e essa pressa eu costumo passar aos meus ministros.”

Lula afirmou também que é preciso ampliar o programa “Minha Casa, Minha Vida” para famílias de classe média. “Nós precisamos fazer não apenas o Minha Casa, Minha Vida para as pessoas mais pobres. Precisamos fazer o Minha Casa, Minha Vida para a classe média. O cara que ganha R$ 10 mil, R$ 12 mil, R$ 8 mil, esse cara também quer ter uma casa e esse cara quer ter uma casa melhor”, argumentou Lula. Para o petista, o governo precisará ter “capacidade de fazer uma quantidade enorme de casas”.

Como parte das ações para tentar aquecer a economia, o presidente afirmou que lança um programa para “grandes obras de infraestrutura” em 2 de julho. O chamado “novo PAC”, reedição do Programa de Aceleração do Crescimento, tem sido debatido desde o início do governo.

Veja como foi

Desde o início de seu terceiro mandato, havia a hipótese de o chefe do Executivo começar a realizar lives para divulgar ações do governo e transmitir mensagens para a população, assim como fazia seu antecessor Jair Bolsonaro. O plano, contudo, não havia se concretizado até o momento.

Como mostrou o Estadão, a disseminação de dados oficiais por meio de grupos de WhatsApp deu início a essa estratégia do governo petista, aproveitando estrutura montada ao longo da campanha eleitoral.

“Saiba tudo o que o governo já fez nestes primeiros meses de trabalho”, disse o secretário de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, em suas redes sociais, ao anunciar a live.

Nessa mesma linha, o PT reivindicou junto ao Ministério das Comunicações a criação de um canal de TV próprio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estreou nesta terça-feira, 13, o programa “Conversa com o Presidente”, uma live em que é entrevistado pelo jornalista Marcos Uchôa, ex-Globo, hoje na TV Brasil. A iniciativa reproduz prática adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas “lives de quinta-feira” e reforça a ofensiva na comunicação de ações positivas do governo. O petista deu recados para o agronegócio, defendeu uma reforma agrária “pacífica” e fez cobranças para entregas dos ministros. Os recentes atritos com o Centrão e as pressões para mudanças na Esplanada ficaram de fora. Lula disse que, a partir de agora, fará lives nas terças pela manhã.

Em um aceno à classe média, o presidente prometeu ampliar o Programa Minha Casa, Minha Vida para famílias dessa faixa de renda.

O “Conversa com o Presidente” foi veiculado no canal oficial do presidente no YouTube, com cerca de 1,3 milhão de seguidores ativos. A transmissão, marcada para 8h30, começou com um pequeno atraso de sete minutos. O pico de pessoas assistindo ao vivo foi de cerca de 5,8 mil espectadores.

"O problema pode ser ideológico. Se for ideológico, paciência, nós vamos estar em campos ideológicos diferentes”, disse Lula na live 'Conversa com o Presidente', referindo-se ao agronegócio Foto: Reprodução/ YouTube @Lulaoficial

Lula afirmou que “nunca teve problema” com o agronegócio e atribuiu uma possível resistência do setor ao seu governo a divergências ideológicas. O petista trava relação tensa com alguns segmentos desde que tomou posse neste seu terceiro mandato, em especial o dos produtores rurais.

“Governei oito anos esse País. Eles sabem tudo o que fizemos nesse País, eles sabem da responsabilidade com o salto de qualidade que tivemos no agronegócio por causa do financiamento que nós fazíamos. Eles sabem que, do ponto de vista econômico, eles não tem problema conosco, do ponto de vista de financiamento. O problema pode ser ideológico. Se for ideológico, paciência, nós vamos estar em campos ideológicos diferentes”, disse.

O presidente voltou a pregar que não há incompatibilidade entre pequenos, médios e grandes produtores e afirmou que eles precisam viver em harmonia.

“Eu fiz questão de dizer na feira de Pernambuco (na verdade, o discurso foi feito na Bahia Farm Show, na cidade de Luís Eduardo Magalhães): não há incompatibilidade entre o pequeno e o médio produtor e o grande produtor. Isso está na cabeça de quem não quer pensar direito. O Brasil precisa dos dois, os dois ajudam o Brasil. Precisamos ajudar os dois, e eles têm que viver em paz porque cada um ajuda o outro.”

Em abril deste ano, em meio à tentativa de se aproximar e romper resistências com o agro, levou para encontro com o presidente da China, Xi Jinping, o líder do Movimento dos Sem Terra, João Pedro Stédile. O movimento não foi bem visto pelo segmento. A relação do governo com os sem-terra está na mira da CPI do MST, em andamento na Câmara dos Deputados. O colegiado é dominado por opositores de Lula, com destaque para o relator, ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro, Ricardo Salles (PL-SP). A investigação ganhou força após uma onda de invasões promovidas pelo MST durante o “Abril Vermelho”. Como mostrou o Estadão, em 3 meses de governo, o mandato mandato de Lula já acumulava mais invasões do que todo o primeiro ano da administração Bolsonaro.

‘Não precisa mais invadir terra’

Segundo Lula, “não precisa mais invadir terra” no Brasil e defendeu uma reforma agrária “tranquila e pacífica, sem guerra”. O presidente afirmou que cabe ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) fazer o levantamento de terras improdutivas no Brasil. A partir destas informações, o governo pretende fazer os assentamentos necessários. ”Eu disse para o Paulo Teixeira (ministro do Desenvolvimento Agrário) esses dias: não precisa mais invadir terra. Se quem faz o levantamento da terra improdutiva é o Incra, o Incra que comunique ao governo quais são as propriedades improdutivas que existem em cada Estado brasileiro”, disse. “A partir daí nós vamos discutir a ocupação dessa terra. É simples, não precisa ter barulho, não precisa ter guerra.” Para o petista, a população quer uma reforma agrária “tranquila e pacífica”. “É essa reforma agrária que vamos fazer no País. não tem porque haver lutar, porque a haver guerra.”

Confira os recados para o agronegócio

Lula afirmou ainda que fará uma reunião na quinta-feira, 15, com seus ministros e será exigido “pressa” aos chefes das pastas. O presidente não citou possíveis mudanças na equipe, apesar de estar sendo pressionado pelo Centrão.

“Não há tempo a perder, para conversa fiada. Temos que levantar de manhã trabalhando, parar de trabalhar o mais tarde possível da noite e, no dia seguinte, levantar cedo outra vez.”

O presidente citou que tal pressa se dá pelo pouco tempo de mandato, de quatro anos. “Em um país em que você tem todas as dificuldades legais para fazer uma obra qualquer, um investimento, que você tem fiscalização, Tribunal de Contas, que você tem impeditivos, tem o Congresso, que muitas coisas tem que passar pelo congresso, é normal, um mandato de quatro anos às vezes você não consegue aprovar um projeto importante”, disse, em meio às críticas do Legislativo em relação à falta de diálogo com o governo e ministérios. “Eu tenho pressa e essa pressa eu costumo passar aos meus ministros.”

Lula afirmou também que é preciso ampliar o programa “Minha Casa, Minha Vida” para famílias de classe média. “Nós precisamos fazer não apenas o Minha Casa, Minha Vida para as pessoas mais pobres. Precisamos fazer o Minha Casa, Minha Vida para a classe média. O cara que ganha R$ 10 mil, R$ 12 mil, R$ 8 mil, esse cara também quer ter uma casa e esse cara quer ter uma casa melhor”, argumentou Lula. Para o petista, o governo precisará ter “capacidade de fazer uma quantidade enorme de casas”.

Como parte das ações para tentar aquecer a economia, o presidente afirmou que lança um programa para “grandes obras de infraestrutura” em 2 de julho. O chamado “novo PAC”, reedição do Programa de Aceleração do Crescimento, tem sido debatido desde o início do governo.

Veja como foi

Desde o início de seu terceiro mandato, havia a hipótese de o chefe do Executivo começar a realizar lives para divulgar ações do governo e transmitir mensagens para a população, assim como fazia seu antecessor Jair Bolsonaro. O plano, contudo, não havia se concretizado até o momento.

Como mostrou o Estadão, a disseminação de dados oficiais por meio de grupos de WhatsApp deu início a essa estratégia do governo petista, aproveitando estrutura montada ao longo da campanha eleitoral.

“Saiba tudo o que o governo já fez nestes primeiros meses de trabalho”, disse o secretário de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, em suas redes sociais, ao anunciar a live.

Nessa mesma linha, o PT reivindicou junto ao Ministério das Comunicações a criação de um canal de TV próprio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estreou nesta terça-feira, 13, o programa “Conversa com o Presidente”, uma live em que é entrevistado pelo jornalista Marcos Uchôa, ex-Globo, hoje na TV Brasil. A iniciativa reproduz prática adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas “lives de quinta-feira” e reforça a ofensiva na comunicação de ações positivas do governo. O petista deu recados para o agronegócio, defendeu uma reforma agrária “pacífica” e fez cobranças para entregas dos ministros. Os recentes atritos com o Centrão e as pressões para mudanças na Esplanada ficaram de fora. Lula disse que, a partir de agora, fará lives nas terças pela manhã.

Em um aceno à classe média, o presidente prometeu ampliar o Programa Minha Casa, Minha Vida para famílias dessa faixa de renda.

O “Conversa com o Presidente” foi veiculado no canal oficial do presidente no YouTube, com cerca de 1,3 milhão de seguidores ativos. A transmissão, marcada para 8h30, começou com um pequeno atraso de sete minutos. O pico de pessoas assistindo ao vivo foi de cerca de 5,8 mil espectadores.

"O problema pode ser ideológico. Se for ideológico, paciência, nós vamos estar em campos ideológicos diferentes”, disse Lula na live 'Conversa com o Presidente', referindo-se ao agronegócio Foto: Reprodução/ YouTube @Lulaoficial

Lula afirmou que “nunca teve problema” com o agronegócio e atribuiu uma possível resistência do setor ao seu governo a divergências ideológicas. O petista trava relação tensa com alguns segmentos desde que tomou posse neste seu terceiro mandato, em especial o dos produtores rurais.

“Governei oito anos esse País. Eles sabem tudo o que fizemos nesse País, eles sabem da responsabilidade com o salto de qualidade que tivemos no agronegócio por causa do financiamento que nós fazíamos. Eles sabem que, do ponto de vista econômico, eles não tem problema conosco, do ponto de vista de financiamento. O problema pode ser ideológico. Se for ideológico, paciência, nós vamos estar em campos ideológicos diferentes”, disse.

O presidente voltou a pregar que não há incompatibilidade entre pequenos, médios e grandes produtores e afirmou que eles precisam viver em harmonia.

“Eu fiz questão de dizer na feira de Pernambuco (na verdade, o discurso foi feito na Bahia Farm Show, na cidade de Luís Eduardo Magalhães): não há incompatibilidade entre o pequeno e o médio produtor e o grande produtor. Isso está na cabeça de quem não quer pensar direito. O Brasil precisa dos dois, os dois ajudam o Brasil. Precisamos ajudar os dois, e eles têm que viver em paz porque cada um ajuda o outro.”

Em abril deste ano, em meio à tentativa de se aproximar e romper resistências com o agro, levou para encontro com o presidente da China, Xi Jinping, o líder do Movimento dos Sem Terra, João Pedro Stédile. O movimento não foi bem visto pelo segmento. A relação do governo com os sem-terra está na mira da CPI do MST, em andamento na Câmara dos Deputados. O colegiado é dominado por opositores de Lula, com destaque para o relator, ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro, Ricardo Salles (PL-SP). A investigação ganhou força após uma onda de invasões promovidas pelo MST durante o “Abril Vermelho”. Como mostrou o Estadão, em 3 meses de governo, o mandato mandato de Lula já acumulava mais invasões do que todo o primeiro ano da administração Bolsonaro.

‘Não precisa mais invadir terra’

Segundo Lula, “não precisa mais invadir terra” no Brasil e defendeu uma reforma agrária “tranquila e pacífica, sem guerra”. O presidente afirmou que cabe ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) fazer o levantamento de terras improdutivas no Brasil. A partir destas informações, o governo pretende fazer os assentamentos necessários. ”Eu disse para o Paulo Teixeira (ministro do Desenvolvimento Agrário) esses dias: não precisa mais invadir terra. Se quem faz o levantamento da terra improdutiva é o Incra, o Incra que comunique ao governo quais são as propriedades improdutivas que existem em cada Estado brasileiro”, disse. “A partir daí nós vamos discutir a ocupação dessa terra. É simples, não precisa ter barulho, não precisa ter guerra.” Para o petista, a população quer uma reforma agrária “tranquila e pacífica”. “É essa reforma agrária que vamos fazer no País. não tem porque haver lutar, porque a haver guerra.”

Confira os recados para o agronegócio

Lula afirmou ainda que fará uma reunião na quinta-feira, 15, com seus ministros e será exigido “pressa” aos chefes das pastas. O presidente não citou possíveis mudanças na equipe, apesar de estar sendo pressionado pelo Centrão.

“Não há tempo a perder, para conversa fiada. Temos que levantar de manhã trabalhando, parar de trabalhar o mais tarde possível da noite e, no dia seguinte, levantar cedo outra vez.”

O presidente citou que tal pressa se dá pelo pouco tempo de mandato, de quatro anos. “Em um país em que você tem todas as dificuldades legais para fazer uma obra qualquer, um investimento, que você tem fiscalização, Tribunal de Contas, que você tem impeditivos, tem o Congresso, que muitas coisas tem que passar pelo congresso, é normal, um mandato de quatro anos às vezes você não consegue aprovar um projeto importante”, disse, em meio às críticas do Legislativo em relação à falta de diálogo com o governo e ministérios. “Eu tenho pressa e essa pressa eu costumo passar aos meus ministros.”

Lula afirmou também que é preciso ampliar o programa “Minha Casa, Minha Vida” para famílias de classe média. “Nós precisamos fazer não apenas o Minha Casa, Minha Vida para as pessoas mais pobres. Precisamos fazer o Minha Casa, Minha Vida para a classe média. O cara que ganha R$ 10 mil, R$ 12 mil, R$ 8 mil, esse cara também quer ter uma casa e esse cara quer ter uma casa melhor”, argumentou Lula. Para o petista, o governo precisará ter “capacidade de fazer uma quantidade enorme de casas”.

Como parte das ações para tentar aquecer a economia, o presidente afirmou que lança um programa para “grandes obras de infraestrutura” em 2 de julho. O chamado “novo PAC”, reedição do Programa de Aceleração do Crescimento, tem sido debatido desde o início do governo.

Veja como foi

Desde o início de seu terceiro mandato, havia a hipótese de o chefe do Executivo começar a realizar lives para divulgar ações do governo e transmitir mensagens para a população, assim como fazia seu antecessor Jair Bolsonaro. O plano, contudo, não havia se concretizado até o momento.

Como mostrou o Estadão, a disseminação de dados oficiais por meio de grupos de WhatsApp deu início a essa estratégia do governo petista, aproveitando estrutura montada ao longo da campanha eleitoral.

“Saiba tudo o que o governo já fez nestes primeiros meses de trabalho”, disse o secretário de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, em suas redes sociais, ao anunciar a live.

Nessa mesma linha, o PT reivindicou junto ao Ministério das Comunicações a criação de um canal de TV próprio.

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