Lula pede à equipe para tirar a palavra ‘gasto’ do vocabulário do governo


Em reunião ministerial, presidente afirma já ter avisado Haddad que governo precisa falar em ‘investimento’, e não em despesas

Por Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA – Na primeira reunião ministerial de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que a equipe aposente a palavra “gasto” de seu vocabulário. A portas fechadas, Lula afirmou que o único gasto aceito pelo mercado financeiro é o dos juros, mas destacou a importância da mudança desse discurso.

“O governo tem de falar de investimento”, insistiu o presidente nesta sexta-feira, 6, segundo relatos de participantes da reunião, ao lembrar que deu essa orientação ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Pouco antes, Haddad havia dito que os gastos deste ano já estão contratados no Orçamento e pediu aos colegas cuidado para que não sejam feitas novas despesas, sob pena de corte. Argumentou, ainda, que todos os anúncios de medidas e programas devem levar isso em conta.

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Diante de 37 ministros, na Sala Suprema do Palácio do Planalto, Lula assegurou que o governo não deixará de enfrentar a questão fiscal. Mais uma vez, porém, insistiu em que gasto social precisa ser encarado como investimento, e não como despesa.

Lula faz primeira reunião ministerial de seu mandato, na Sala Suprema do Palácio do Planalto Foto: Ricardo Stuckert/Presidência

O presidente repetiu ali trechos do que dissera na parte aberta da reunião. Sempre olhando para Haddad e para a ministra do Planejamento, Simone Tebet, Lula afirmou que o papel da equipe econômica é dizer que não tem dinheiro; o dos demais ministros é pedir recursos e o dele é o de arbitrar o impasse, na tentativa de descobrir uma brecha para arrumar verba.

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Ao citar a vitória da Argentina na Copa do Mundo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, indicou como deve ser o trabalho da equipe. Na sua avaliação, o time do governo tem “muitos craques”, mas só será campeão se não fizer jogadas individuais. “Eu gosto muito de futebol”, avisou Costa, rindo.

Responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, repetiu palavras de Lula ao pedir que todos mantenham uma boa relação com o Legislativo.

Padilha disse que, diante de qualquer dúvida, é preferível o ministro ir ao Congresso a esperar a notícia virar uma crise, com possibilidade do constrangimento de uma convocação.

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Participantes da reunião disseram não ter havido perguntas para a ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), desgastada após virem à tona suas relações políticas com acusados de chefiar milícias no Rio. Foi ela mesma que tomou a iniciativa de dar uma breve explicação, após falar sobre as prioridades da pasta. Disse estar com a “consciência tranquila” diante das notícias e que seguiria no cargo para tocar esses projetos.

O discurso de Lula na abertura da reunião, porém, foi cheio de recados para os ministros. “Quem fizer errado sabe que tem só um jeito: a pessoa será simplesmente, da forma mais educada possível, convidada a deixar o governo. E, se cometer algo grave, a pessoa terá que se colocar diante das investigações e da própria Justiça”, afirmou o presidente.

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Mesmo assim, Lula vestiu o figurino de “pai” sobre o qual havia se referido antes. “Estejam certos de que eu estarei apoiando cada um de vocês nos momentos bons e nos momentos ruins. Não deixarei nenhum de vocês no meio da estrada”, garantiu ele.

BRASÍLIA – Na primeira reunião ministerial de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que a equipe aposente a palavra “gasto” de seu vocabulário. A portas fechadas, Lula afirmou que o único gasto aceito pelo mercado financeiro é o dos juros, mas destacou a importância da mudança desse discurso.

“O governo tem de falar de investimento”, insistiu o presidente nesta sexta-feira, 6, segundo relatos de participantes da reunião, ao lembrar que deu essa orientação ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Pouco antes, Haddad havia dito que os gastos deste ano já estão contratados no Orçamento e pediu aos colegas cuidado para que não sejam feitas novas despesas, sob pena de corte. Argumentou, ainda, que todos os anúncios de medidas e programas devem levar isso em conta.

Diante de 37 ministros, na Sala Suprema do Palácio do Planalto, Lula assegurou que o governo não deixará de enfrentar a questão fiscal. Mais uma vez, porém, insistiu em que gasto social precisa ser encarado como investimento, e não como despesa.

Lula faz primeira reunião ministerial de seu mandato, na Sala Suprema do Palácio do Planalto Foto: Ricardo Stuckert/Presidência

O presidente repetiu ali trechos do que dissera na parte aberta da reunião. Sempre olhando para Haddad e para a ministra do Planejamento, Simone Tebet, Lula afirmou que o papel da equipe econômica é dizer que não tem dinheiro; o dos demais ministros é pedir recursos e o dele é o de arbitrar o impasse, na tentativa de descobrir uma brecha para arrumar verba.

Ao citar a vitória da Argentina na Copa do Mundo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, indicou como deve ser o trabalho da equipe. Na sua avaliação, o time do governo tem “muitos craques”, mas só será campeão se não fizer jogadas individuais. “Eu gosto muito de futebol”, avisou Costa, rindo.

Responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, repetiu palavras de Lula ao pedir que todos mantenham uma boa relação com o Legislativo.

Padilha disse que, diante de qualquer dúvida, é preferível o ministro ir ao Congresso a esperar a notícia virar uma crise, com possibilidade do constrangimento de uma convocação.

Participantes da reunião disseram não ter havido perguntas para a ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), desgastada após virem à tona suas relações políticas com acusados de chefiar milícias no Rio. Foi ela mesma que tomou a iniciativa de dar uma breve explicação, após falar sobre as prioridades da pasta. Disse estar com a “consciência tranquila” diante das notícias e que seguiria no cargo para tocar esses projetos.

O discurso de Lula na abertura da reunião, porém, foi cheio de recados para os ministros. “Quem fizer errado sabe que tem só um jeito: a pessoa será simplesmente, da forma mais educada possível, convidada a deixar o governo. E, se cometer algo grave, a pessoa terá que se colocar diante das investigações e da própria Justiça”, afirmou o presidente.

Mesmo assim, Lula vestiu o figurino de “pai” sobre o qual havia se referido antes. “Estejam certos de que eu estarei apoiando cada um de vocês nos momentos bons e nos momentos ruins. Não deixarei nenhum de vocês no meio da estrada”, garantiu ele.

BRASÍLIA – Na primeira reunião ministerial de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que a equipe aposente a palavra “gasto” de seu vocabulário. A portas fechadas, Lula afirmou que o único gasto aceito pelo mercado financeiro é o dos juros, mas destacou a importância da mudança desse discurso.

“O governo tem de falar de investimento”, insistiu o presidente nesta sexta-feira, 6, segundo relatos de participantes da reunião, ao lembrar que deu essa orientação ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Pouco antes, Haddad havia dito que os gastos deste ano já estão contratados no Orçamento e pediu aos colegas cuidado para que não sejam feitas novas despesas, sob pena de corte. Argumentou, ainda, que todos os anúncios de medidas e programas devem levar isso em conta.

Diante de 37 ministros, na Sala Suprema do Palácio do Planalto, Lula assegurou que o governo não deixará de enfrentar a questão fiscal. Mais uma vez, porém, insistiu em que gasto social precisa ser encarado como investimento, e não como despesa.

Lula faz primeira reunião ministerial de seu mandato, na Sala Suprema do Palácio do Planalto Foto: Ricardo Stuckert/Presidência

O presidente repetiu ali trechos do que dissera na parte aberta da reunião. Sempre olhando para Haddad e para a ministra do Planejamento, Simone Tebet, Lula afirmou que o papel da equipe econômica é dizer que não tem dinheiro; o dos demais ministros é pedir recursos e o dele é o de arbitrar o impasse, na tentativa de descobrir uma brecha para arrumar verba.

Ao citar a vitória da Argentina na Copa do Mundo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, indicou como deve ser o trabalho da equipe. Na sua avaliação, o time do governo tem “muitos craques”, mas só será campeão se não fizer jogadas individuais. “Eu gosto muito de futebol”, avisou Costa, rindo.

Responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, repetiu palavras de Lula ao pedir que todos mantenham uma boa relação com o Legislativo.

Padilha disse que, diante de qualquer dúvida, é preferível o ministro ir ao Congresso a esperar a notícia virar uma crise, com possibilidade do constrangimento de uma convocação.

Participantes da reunião disseram não ter havido perguntas para a ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), desgastada após virem à tona suas relações políticas com acusados de chefiar milícias no Rio. Foi ela mesma que tomou a iniciativa de dar uma breve explicação, após falar sobre as prioridades da pasta. Disse estar com a “consciência tranquila” diante das notícias e que seguiria no cargo para tocar esses projetos.

O discurso de Lula na abertura da reunião, porém, foi cheio de recados para os ministros. “Quem fizer errado sabe que tem só um jeito: a pessoa será simplesmente, da forma mais educada possível, convidada a deixar o governo. E, se cometer algo grave, a pessoa terá que se colocar diante das investigações e da própria Justiça”, afirmou o presidente.

Mesmo assim, Lula vestiu o figurino de “pai” sobre o qual havia se referido antes. “Estejam certos de que eu estarei apoiando cada um de vocês nos momentos bons e nos momentos ruins. Não deixarei nenhum de vocês no meio da estrada”, garantiu ele.

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