Lula pode vencer amanhã, mas chance de 2° turno é real; leia análise


Se a disputa não terminar neste domingo, será um momento oportuno para petista expor mais o seu plano de governo

Por Mario Vitor Rodrigues
Atualização:

Após campanha e apoiadores passarem semanas lançando mão de toda sorte de subterfúgios para conquistar votos – destaque para o inusitado voto útil que evitaria um golpe de Estado –, Lula chega às vésperas do pleito com chances de liquidar a fatura ainda no 1° turno. A probabilidade de que o nome do próximo presidente só seja conhecido em 30 de outubro, porém, ainda é plausível.

O debate da Globo era encarado pelos petistas como fundamental para impulsionar uma onda favorável nas últimas horas que antecedem o voto, entretanto ambos os principais candidatos na corrida presidencial foram incapazes de se destacar. Sendo assim, tanto o Ipec quanto o Datafolha divulgados neste sábado mantiveram o panorama consistente com o das últimas semanas: com 51% e 50% dos votos válidos respectivamente, contra 37% e 36% de Bolsonaro, Lula mantém vantagem de 14 pontos. Considerando a margem de erro, nenhum dos dois institutos pôde indicar que a eleição terminará amanhã.

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O ex-presidente Lula durante ato de campanha em São Paulo ao lado do candidato do PT ao governo, Fernando Haddad Foto: Werther Santana/Estadão

Dentre os motivos que tornam as chances de um 2° turno palpáveis, dois se confundem com os aspectos que caracterizaram a disputa até aqui: ausência de fatos novos e, sobretudo, um clima de polarização de tal modo acirrado que levou a maioria dos eleitores a definir cedo suas escolhas.

Do ponto de vista de Lula, na prática o único que pode se eleger amanhã, os obstáculos não são específicos desta eleição e o acompanham desde o começo de sua carreira política: rejeição – consideravelmente menor que a do seu oponente, contudo ainda capaz de impor um teto – e o elevado índice de abstenção entre os mais pobres, parcela do eleitorado em meio à qual tem ampla vantagem.

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Não será mérito de Bolsonaro, portanto, se de fato houver mais quatro semanas de disputa. Tendo de apelar para uma figura bizarra como o padre Kelmon para se contrapor a seu adversário direto, incapaz de alcançar o eleitor que não faz parte da sua bolha e com mais de 50% de rejeição, Jair é mero passageiro em uma nau destinada a afundar.

O presidente Jair Bolsonaro e o candidato do Republicanos ao governo, Tarcísio de Freitas, durante motociata neste sábado em São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão

Por outro lado, repetindo a eleição de 2018, apenas com o sinal trocado, se Lula conseguir vencer logo terá sido, sobretudo, graças à rejeição de mais de 50% que praticamente inviabiliza a continuidade de Bolsonaro no poder.

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Se o petista corre algum risco agora, constatado que só uma situação absolutamente inesperada pode mudar os rumos da disputa, será a de encarar a realização de um segundo turno como um anticlímax – caso ele de fato venha a acontecer.

Será inclusive um momento oportuno para expor mais o seu plano de governo. Em especial após tanto alardear os feitos de quando esteve na presidência, uma vez que os desafios internos e externos são outros e as perspectivas menos alvissareiras.

Mario Vitor Rodrigues é jornalista

Após campanha e apoiadores passarem semanas lançando mão de toda sorte de subterfúgios para conquistar votos – destaque para o inusitado voto útil que evitaria um golpe de Estado –, Lula chega às vésperas do pleito com chances de liquidar a fatura ainda no 1° turno. A probabilidade de que o nome do próximo presidente só seja conhecido em 30 de outubro, porém, ainda é plausível.

O debate da Globo era encarado pelos petistas como fundamental para impulsionar uma onda favorável nas últimas horas que antecedem o voto, entretanto ambos os principais candidatos na corrida presidencial foram incapazes de se destacar. Sendo assim, tanto o Ipec quanto o Datafolha divulgados neste sábado mantiveram o panorama consistente com o das últimas semanas: com 51% e 50% dos votos válidos respectivamente, contra 37% e 36% de Bolsonaro, Lula mantém vantagem de 14 pontos. Considerando a margem de erro, nenhum dos dois institutos pôde indicar que a eleição terminará amanhã.

O ex-presidente Lula durante ato de campanha em São Paulo ao lado do candidato do PT ao governo, Fernando Haddad Foto: Werther Santana/Estadão

Dentre os motivos que tornam as chances de um 2° turno palpáveis, dois se confundem com os aspectos que caracterizaram a disputa até aqui: ausência de fatos novos e, sobretudo, um clima de polarização de tal modo acirrado que levou a maioria dos eleitores a definir cedo suas escolhas.

Do ponto de vista de Lula, na prática o único que pode se eleger amanhã, os obstáculos não são específicos desta eleição e o acompanham desde o começo de sua carreira política: rejeição – consideravelmente menor que a do seu oponente, contudo ainda capaz de impor um teto – e o elevado índice de abstenção entre os mais pobres, parcela do eleitorado em meio à qual tem ampla vantagem.

Não será mérito de Bolsonaro, portanto, se de fato houver mais quatro semanas de disputa. Tendo de apelar para uma figura bizarra como o padre Kelmon para se contrapor a seu adversário direto, incapaz de alcançar o eleitor que não faz parte da sua bolha e com mais de 50% de rejeição, Jair é mero passageiro em uma nau destinada a afundar.

O presidente Jair Bolsonaro e o candidato do Republicanos ao governo, Tarcísio de Freitas, durante motociata neste sábado em São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão

Por outro lado, repetindo a eleição de 2018, apenas com o sinal trocado, se Lula conseguir vencer logo terá sido, sobretudo, graças à rejeição de mais de 50% que praticamente inviabiliza a continuidade de Bolsonaro no poder.

Se o petista corre algum risco agora, constatado que só uma situação absolutamente inesperada pode mudar os rumos da disputa, será a de encarar a realização de um segundo turno como um anticlímax – caso ele de fato venha a acontecer.

Será inclusive um momento oportuno para expor mais o seu plano de governo. Em especial após tanto alardear os feitos de quando esteve na presidência, uma vez que os desafios internos e externos são outros e as perspectivas menos alvissareiras.

Mario Vitor Rodrigues é jornalista

Após campanha e apoiadores passarem semanas lançando mão de toda sorte de subterfúgios para conquistar votos – destaque para o inusitado voto útil que evitaria um golpe de Estado –, Lula chega às vésperas do pleito com chances de liquidar a fatura ainda no 1° turno. A probabilidade de que o nome do próximo presidente só seja conhecido em 30 de outubro, porém, ainda é plausível.

O debate da Globo era encarado pelos petistas como fundamental para impulsionar uma onda favorável nas últimas horas que antecedem o voto, entretanto ambos os principais candidatos na corrida presidencial foram incapazes de se destacar. Sendo assim, tanto o Ipec quanto o Datafolha divulgados neste sábado mantiveram o panorama consistente com o das últimas semanas: com 51% e 50% dos votos válidos respectivamente, contra 37% e 36% de Bolsonaro, Lula mantém vantagem de 14 pontos. Considerando a margem de erro, nenhum dos dois institutos pôde indicar que a eleição terminará amanhã.

O ex-presidente Lula durante ato de campanha em São Paulo ao lado do candidato do PT ao governo, Fernando Haddad Foto: Werther Santana/Estadão

Dentre os motivos que tornam as chances de um 2° turno palpáveis, dois se confundem com os aspectos que caracterizaram a disputa até aqui: ausência de fatos novos e, sobretudo, um clima de polarização de tal modo acirrado que levou a maioria dos eleitores a definir cedo suas escolhas.

Do ponto de vista de Lula, na prática o único que pode se eleger amanhã, os obstáculos não são específicos desta eleição e o acompanham desde o começo de sua carreira política: rejeição – consideravelmente menor que a do seu oponente, contudo ainda capaz de impor um teto – e o elevado índice de abstenção entre os mais pobres, parcela do eleitorado em meio à qual tem ampla vantagem.

Não será mérito de Bolsonaro, portanto, se de fato houver mais quatro semanas de disputa. Tendo de apelar para uma figura bizarra como o padre Kelmon para se contrapor a seu adversário direto, incapaz de alcançar o eleitor que não faz parte da sua bolha e com mais de 50% de rejeição, Jair é mero passageiro em uma nau destinada a afundar.

O presidente Jair Bolsonaro e o candidato do Republicanos ao governo, Tarcísio de Freitas, durante motociata neste sábado em São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão

Por outro lado, repetindo a eleição de 2018, apenas com o sinal trocado, se Lula conseguir vencer logo terá sido, sobretudo, graças à rejeição de mais de 50% que praticamente inviabiliza a continuidade de Bolsonaro no poder.

Se o petista corre algum risco agora, constatado que só uma situação absolutamente inesperada pode mudar os rumos da disputa, será a de encarar a realização de um segundo turno como um anticlímax – caso ele de fato venha a acontecer.

Será inclusive um momento oportuno para expor mais o seu plano de governo. Em especial após tanto alardear os feitos de quando esteve na presidência, uma vez que os desafios internos e externos são outros e as perspectivas menos alvissareiras.

Mario Vitor Rodrigues é jornalista

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