Lula reforça a dependência do governo da ‘boa vontade’ do Congresso; leia análise


Novo governo mal começou, mas já há uma mudança relevante em relação a Bolsonaro: a confiança na política

Por Rafael Cortez
Atualização:

O novo mandato Lula mal começou, mas já é possível antecipar uma mudança relevante em relação a administração Bolsonaro, a saber: a confiança na política. As referências ao processo político e as Casas Legislativas por parte do agora ex-presidente quase sempre visavam sinalizar limitações na sua capacidade de governo e para se eximir de decisões impopulares para sua base aliada. O petista, por sua vez, confia na política e depende dela para responder aos novos desafios do seu tempo. Não por acaso, a primeira reunião ministerial se tornou tão essencial para minimizar os desgastes de um governo que começou antes do seu início. Os constantes erros de comunicação com o governo retratam as dificuldades de gestão da coalizão e, especialmente a falta de um eixo central para a agenda de “reconstrução do Brasil”. Recuperar o protagonismo do presidente na definição da agenda é condição necessária para as ambições do presidente Lula.

O modus operandi bolsonarista provocou um choque no presidencialismo de coalizão. A pouca disposição para o jogo parlamentar por parte do presidente criou uma espécie de triunvirato na República brasileira: os presidentes das Casas Legislativas tiveram por vezes maior poder de agenda do que o próprio presidente. Lula enfrenta o desafio de recuperar o espaço da política para responder aos anseios da sociedade, mas sem a força política e institucional dos mandatos anteriores. A julgar por alguns sinais do governo eleito, lábia e paciência serão instrumentos de fato necessários, dado que uma parte das políticas que o governo deseja alterar foi aprovada por membros dessa coalizão.

O vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente Lula durante primeira reunião ministerial nesta sexta-feira Foto: José Cruz/Agência Brasil
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O presidente parece reconhecer esse novo ambiente quando reforça a dependência do governo da “boa vontade” dos presidentes das Casas e não por um acaso formou uma coalizão ampla de variedade ideológica. Essa amplitude de partidos, contudo, dificulta que as legendas se sintam responsáveis pelo destino do governo, algo que pode alimentar os inevitáveis episódios de agenda negativa ao longo do mandato.

A reunião ministerial precisa resultar na construção de um eixo que dê liga a essa frente ampla. A eleição premiou o antagonista do governo Bolsonaro, mas ela pouco disse sobre as políticas concretas para esse novo mandato. Lula precisa dar o tom para seus ministros para que gregos e troianos falem a mesma língua e minimizem o impacto das intempéries típicas de uma sociedade cindida.

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Rafael Cortez é Sócio da Tendências Consultoria é Doutor em Ciência Política (USP)

O novo mandato Lula mal começou, mas já é possível antecipar uma mudança relevante em relação a administração Bolsonaro, a saber: a confiança na política. As referências ao processo político e as Casas Legislativas por parte do agora ex-presidente quase sempre visavam sinalizar limitações na sua capacidade de governo e para se eximir de decisões impopulares para sua base aliada. O petista, por sua vez, confia na política e depende dela para responder aos novos desafios do seu tempo. Não por acaso, a primeira reunião ministerial se tornou tão essencial para minimizar os desgastes de um governo que começou antes do seu início. Os constantes erros de comunicação com o governo retratam as dificuldades de gestão da coalizão e, especialmente a falta de um eixo central para a agenda de “reconstrução do Brasil”. Recuperar o protagonismo do presidente na definição da agenda é condição necessária para as ambições do presidente Lula.

O modus operandi bolsonarista provocou um choque no presidencialismo de coalizão. A pouca disposição para o jogo parlamentar por parte do presidente criou uma espécie de triunvirato na República brasileira: os presidentes das Casas Legislativas tiveram por vezes maior poder de agenda do que o próprio presidente. Lula enfrenta o desafio de recuperar o espaço da política para responder aos anseios da sociedade, mas sem a força política e institucional dos mandatos anteriores. A julgar por alguns sinais do governo eleito, lábia e paciência serão instrumentos de fato necessários, dado que uma parte das políticas que o governo deseja alterar foi aprovada por membros dessa coalizão.

O vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente Lula durante primeira reunião ministerial nesta sexta-feira Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente parece reconhecer esse novo ambiente quando reforça a dependência do governo da “boa vontade” dos presidentes das Casas e não por um acaso formou uma coalizão ampla de variedade ideológica. Essa amplitude de partidos, contudo, dificulta que as legendas se sintam responsáveis pelo destino do governo, algo que pode alimentar os inevitáveis episódios de agenda negativa ao longo do mandato.

A reunião ministerial precisa resultar na construção de um eixo que dê liga a essa frente ampla. A eleição premiou o antagonista do governo Bolsonaro, mas ela pouco disse sobre as políticas concretas para esse novo mandato. Lula precisa dar o tom para seus ministros para que gregos e troianos falem a mesma língua e minimizem o impacto das intempéries típicas de uma sociedade cindida.

Rafael Cortez é Sócio da Tendências Consultoria é Doutor em Ciência Política (USP)

O novo mandato Lula mal começou, mas já é possível antecipar uma mudança relevante em relação a administração Bolsonaro, a saber: a confiança na política. As referências ao processo político e as Casas Legislativas por parte do agora ex-presidente quase sempre visavam sinalizar limitações na sua capacidade de governo e para se eximir de decisões impopulares para sua base aliada. O petista, por sua vez, confia na política e depende dela para responder aos novos desafios do seu tempo. Não por acaso, a primeira reunião ministerial se tornou tão essencial para minimizar os desgastes de um governo que começou antes do seu início. Os constantes erros de comunicação com o governo retratam as dificuldades de gestão da coalizão e, especialmente a falta de um eixo central para a agenda de “reconstrução do Brasil”. Recuperar o protagonismo do presidente na definição da agenda é condição necessária para as ambições do presidente Lula.

O modus operandi bolsonarista provocou um choque no presidencialismo de coalizão. A pouca disposição para o jogo parlamentar por parte do presidente criou uma espécie de triunvirato na República brasileira: os presidentes das Casas Legislativas tiveram por vezes maior poder de agenda do que o próprio presidente. Lula enfrenta o desafio de recuperar o espaço da política para responder aos anseios da sociedade, mas sem a força política e institucional dos mandatos anteriores. A julgar por alguns sinais do governo eleito, lábia e paciência serão instrumentos de fato necessários, dado que uma parte das políticas que o governo deseja alterar foi aprovada por membros dessa coalizão.

O vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente Lula durante primeira reunião ministerial nesta sexta-feira Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente parece reconhecer esse novo ambiente quando reforça a dependência do governo da “boa vontade” dos presidentes das Casas e não por um acaso formou uma coalizão ampla de variedade ideológica. Essa amplitude de partidos, contudo, dificulta que as legendas se sintam responsáveis pelo destino do governo, algo que pode alimentar os inevitáveis episódios de agenda negativa ao longo do mandato.

A reunião ministerial precisa resultar na construção de um eixo que dê liga a essa frente ampla. A eleição premiou o antagonista do governo Bolsonaro, mas ela pouco disse sobre as políticas concretas para esse novo mandato. Lula precisa dar o tom para seus ministros para que gregos e troianos falem a mesma língua e minimizem o impacto das intempéries típicas de uma sociedade cindida.

Rafael Cortez é Sócio da Tendências Consultoria é Doutor em Ciência Política (USP)

O novo mandato Lula mal começou, mas já é possível antecipar uma mudança relevante em relação a administração Bolsonaro, a saber: a confiança na política. As referências ao processo político e as Casas Legislativas por parte do agora ex-presidente quase sempre visavam sinalizar limitações na sua capacidade de governo e para se eximir de decisões impopulares para sua base aliada. O petista, por sua vez, confia na política e depende dela para responder aos novos desafios do seu tempo. Não por acaso, a primeira reunião ministerial se tornou tão essencial para minimizar os desgastes de um governo que começou antes do seu início. Os constantes erros de comunicação com o governo retratam as dificuldades de gestão da coalizão e, especialmente a falta de um eixo central para a agenda de “reconstrução do Brasil”. Recuperar o protagonismo do presidente na definição da agenda é condição necessária para as ambições do presidente Lula.

O modus operandi bolsonarista provocou um choque no presidencialismo de coalizão. A pouca disposição para o jogo parlamentar por parte do presidente criou uma espécie de triunvirato na República brasileira: os presidentes das Casas Legislativas tiveram por vezes maior poder de agenda do que o próprio presidente. Lula enfrenta o desafio de recuperar o espaço da política para responder aos anseios da sociedade, mas sem a força política e institucional dos mandatos anteriores. A julgar por alguns sinais do governo eleito, lábia e paciência serão instrumentos de fato necessários, dado que uma parte das políticas que o governo deseja alterar foi aprovada por membros dessa coalizão.

O vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente Lula durante primeira reunião ministerial nesta sexta-feira Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente parece reconhecer esse novo ambiente quando reforça a dependência do governo da “boa vontade” dos presidentes das Casas e não por um acaso formou uma coalizão ampla de variedade ideológica. Essa amplitude de partidos, contudo, dificulta que as legendas se sintam responsáveis pelo destino do governo, algo que pode alimentar os inevitáveis episódios de agenda negativa ao longo do mandato.

A reunião ministerial precisa resultar na construção de um eixo que dê liga a essa frente ampla. A eleição premiou o antagonista do governo Bolsonaro, mas ela pouco disse sobre as políticas concretas para esse novo mandato. Lula precisa dar o tom para seus ministros para que gregos e troianos falem a mesma língua e minimizem o impacto das intempéries típicas de uma sociedade cindida.

Rafael Cortez é Sócio da Tendências Consultoria é Doutor em Ciência Política (USP)

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