Lula ressuscita núcleo de coordenação política e Gleisi pede coerência de aliados após ‘desconexão’


Após derrotas sofridas no Congresso, presidente retomará reuniões semanais com líderes e ministros

Por Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai recriar o núcleo de coordenação política do governo, com reuniões semanais, e o colegiado poderá abrigar integrantes de outros partidos da base aliada, além do PT. A decisão foi tomada após derrotas sofridas pelo Palácio do Planalto na sessão do Congresso desta terça-feira, 28, como o revés no caso da “saidinha” de presos do regime semiaberto para visitas a parentes.

A ideia de ressuscitar o núcleo para avaliar estratégias de votação vinha sendo discutida há tempos, como mostrou o Estadão, mas até agora Lula não achava necessário retomar essas discussões com periodicidade determinada.

Na prática, a proposta sempre ressurge depois que o governo perde votações importantes no Congresso e é traído por partidos de sua própria base, que comandam ministérios, como o União Brasil, o PP, o Republicanos, o PSD e o MDB.

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A presidente do PT, Gleisi Hoffman, diz que ministros de partidos da base aliada devem atuar para conseguir votos de suas bancadas nas votações do Congresso. Foto: Wilton Junior/Estadão

“A gente espera que os partidos da base aliada votem sempre alinhados com o governo e isso implica numa atuação mais constante dos ministros junto às suas bancadas”, disse ao Estadão a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT. “Houve uma desconexão enorme e penso que o governo fará essa conversa com os partidos. Nós precisamos estar mais na ofensiva.”

Uma ala do PT defende mudanças na equipe e a substituição do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo, antes das eleições municipais de outubro.

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Desafeto do ministro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não conversa com Padilha há seis meses. Há também uma pressão de aliados para que Lula troque o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

Questionada sobre a necessidade de uma reforma ministerial, mexendo também nos líderes que negociam em nome do Planalto, Gleisi afirmou apenas que “mudanças no governo cabem ao presidente Lula”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou a partidos da base aliada que a manutenção da saidinha, para ele, era uma 'questão pessoal'. Foto: Wilton Junior/Estadão
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O Estadão apurou que, a partir de agora, Lula voltará a se reunir às segundas-feiras com os líderes da Câmara, José Guimarães; do Senado, Jaques Wagner; do Congresso, Randolfe Rodrigues, e com os ministros Padilha e Rui Costa (Casa Civil) para traçar a estratégia da semana. As reuniões conjuntas com esse grupo não ocorrem desde fevereiro.

Umas das propostas sob avaliação do presidente prevê também que líderes de siglas aliadas, como MDB, PSD e o próprio União Brasil, participem desse núcleo, podendo haver um revezamento, conforme o tema da reunião.

O fiasco do governo no Congresso, nesta terça-feira, contou com votos da base de sustentação de Lula. Na direção de três ministérios (Comunicações, Turismo e Integração e Desenvolvimento Regional), o União Brasil, por exemplo, votou majoritariamente para derrubar o veto de Lula no projeto da “saidinha”. Somente na Câmara, o partido deu 54 votos contra a orientação de Lula e apenas um a favor. Houve três abstenções.

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Há cerca de quinze dias, Lula mandou um recado a todos os líderes da Câmara e do Senado: avisou que considerava fundamental a manutenção da saída temporária de presos do regime semiaberto para visitar a família em datas comemorativas.

O assunto era tratado por ele como “questão de honra”. Mesmo assim, o Congresso derrubou o veto do presidente ao trecho do projeto que restringia as “saidinhas”.

Até agora, Lula dizia que o Legislativo havia aprovado tudo o que o governo queria. Nos bastidores, porém, ministros admitem que propostas econômicas, como arcabouço fiscal e reforma tributária, receberam sinal verde porque também interessavam aos redutos eleitorais da maioria dos parlamentares.

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Presidente do PT diz ser preciso fazer disputa na sociedade

Em mais um revés para o Planalto, o Legislativo manteve nesta terça-feira, ainda, o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro a uma parte da lei que incluía a “comunicação enganosa em massa” como crime contra o estado democrático de direito.

A leitura no PT e no Planalto é de que, diante disso, os adversários estão agora “liberados” para espalhar “fake news” na próxima campanha eleitoral.

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Bolsonaro havia vetado o trecho que se referia à “comunicação enganosa em massa” em 2021, quando o Congresso revogou a Lei de Segurança Nacional (LSN) – editada na época da ditadura militar – e remeteu os crimes políticos para o Código Penal.

Lula também vem sendo aconselhado pelo publicitário Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha petista em 2022, a fazer mudanças na comunicação do governo, além de enquadrar os partidos aliados.

Como mostrou o Estadão, Sidônio disse a ministros, em conversas reservadas, que “o governo é melhor do que a percepção popular”, mas precisa “sair da polarização” com os aliados de Bolsonaro. A afirmação do marqueteiro foi feita antes mesmo de Paulo Pimenta deixar a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência para assumir o ministério extraordinário de apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul.

“Eu acho que nós precisamos fazer a disputa na sociedade”, insistiu Gleisi. “O governo tem bons resultados para apresentar, bons projetos, mas, quando a gente não tem a opinião pública forte do nosso lado, isso acaba tendo reflexos também no Congresso.”

Gleisi destacou que o Executivo não tem maioria nem na Câmara nem no Senado. Avaliou, porém, que, embora o Congresso seja conservador, isso não justifica, por si só, os problemas enfrentados pelo Planalto.

“Nessa questão da ‘saidinha’, por exemplo, poderíamos ter explicado melhor, porque é super defensável, importante para as famílias. Acabamos perdendo o debate público também. Isso poderia ajudar muito na articulação com o Congresso”, argumentou a deputada.

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai recriar o núcleo de coordenação política do governo, com reuniões semanais, e o colegiado poderá abrigar integrantes de outros partidos da base aliada, além do PT. A decisão foi tomada após derrotas sofridas pelo Palácio do Planalto na sessão do Congresso desta terça-feira, 28, como o revés no caso da “saidinha” de presos do regime semiaberto para visitas a parentes.

A ideia de ressuscitar o núcleo para avaliar estratégias de votação vinha sendo discutida há tempos, como mostrou o Estadão, mas até agora Lula não achava necessário retomar essas discussões com periodicidade determinada.

Na prática, a proposta sempre ressurge depois que o governo perde votações importantes no Congresso e é traído por partidos de sua própria base, que comandam ministérios, como o União Brasil, o PP, o Republicanos, o PSD e o MDB.

A presidente do PT, Gleisi Hoffman, diz que ministros de partidos da base aliada devem atuar para conseguir votos de suas bancadas nas votações do Congresso. Foto: Wilton Junior/Estadão

“A gente espera que os partidos da base aliada votem sempre alinhados com o governo e isso implica numa atuação mais constante dos ministros junto às suas bancadas”, disse ao Estadão a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT. “Houve uma desconexão enorme e penso que o governo fará essa conversa com os partidos. Nós precisamos estar mais na ofensiva.”

Uma ala do PT defende mudanças na equipe e a substituição do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo, antes das eleições municipais de outubro.

Desafeto do ministro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não conversa com Padilha há seis meses. Há também uma pressão de aliados para que Lula troque o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

Questionada sobre a necessidade de uma reforma ministerial, mexendo também nos líderes que negociam em nome do Planalto, Gleisi afirmou apenas que “mudanças no governo cabem ao presidente Lula”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou a partidos da base aliada que a manutenção da saidinha, para ele, era uma 'questão pessoal'. Foto: Wilton Junior/Estadão

O Estadão apurou que, a partir de agora, Lula voltará a se reunir às segundas-feiras com os líderes da Câmara, José Guimarães; do Senado, Jaques Wagner; do Congresso, Randolfe Rodrigues, e com os ministros Padilha e Rui Costa (Casa Civil) para traçar a estratégia da semana. As reuniões conjuntas com esse grupo não ocorrem desde fevereiro.

Umas das propostas sob avaliação do presidente prevê também que líderes de siglas aliadas, como MDB, PSD e o próprio União Brasil, participem desse núcleo, podendo haver um revezamento, conforme o tema da reunião.

O fiasco do governo no Congresso, nesta terça-feira, contou com votos da base de sustentação de Lula. Na direção de três ministérios (Comunicações, Turismo e Integração e Desenvolvimento Regional), o União Brasil, por exemplo, votou majoritariamente para derrubar o veto de Lula no projeto da “saidinha”. Somente na Câmara, o partido deu 54 votos contra a orientação de Lula e apenas um a favor. Houve três abstenções.

Há cerca de quinze dias, Lula mandou um recado a todos os líderes da Câmara e do Senado: avisou que considerava fundamental a manutenção da saída temporária de presos do regime semiaberto para visitar a família em datas comemorativas.

O assunto era tratado por ele como “questão de honra”. Mesmo assim, o Congresso derrubou o veto do presidente ao trecho do projeto que restringia as “saidinhas”.

Até agora, Lula dizia que o Legislativo havia aprovado tudo o que o governo queria. Nos bastidores, porém, ministros admitem que propostas econômicas, como arcabouço fiscal e reforma tributária, receberam sinal verde porque também interessavam aos redutos eleitorais da maioria dos parlamentares.

Presidente do PT diz ser preciso fazer disputa na sociedade

Em mais um revés para o Planalto, o Legislativo manteve nesta terça-feira, ainda, o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro a uma parte da lei que incluía a “comunicação enganosa em massa” como crime contra o estado democrático de direito.

A leitura no PT e no Planalto é de que, diante disso, os adversários estão agora “liberados” para espalhar “fake news” na próxima campanha eleitoral.

Bolsonaro havia vetado o trecho que se referia à “comunicação enganosa em massa” em 2021, quando o Congresso revogou a Lei de Segurança Nacional (LSN) – editada na época da ditadura militar – e remeteu os crimes políticos para o Código Penal.

Lula também vem sendo aconselhado pelo publicitário Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha petista em 2022, a fazer mudanças na comunicação do governo, além de enquadrar os partidos aliados.

Como mostrou o Estadão, Sidônio disse a ministros, em conversas reservadas, que “o governo é melhor do que a percepção popular”, mas precisa “sair da polarização” com os aliados de Bolsonaro. A afirmação do marqueteiro foi feita antes mesmo de Paulo Pimenta deixar a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência para assumir o ministério extraordinário de apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul.

“Eu acho que nós precisamos fazer a disputa na sociedade”, insistiu Gleisi. “O governo tem bons resultados para apresentar, bons projetos, mas, quando a gente não tem a opinião pública forte do nosso lado, isso acaba tendo reflexos também no Congresso.”

Gleisi destacou que o Executivo não tem maioria nem na Câmara nem no Senado. Avaliou, porém, que, embora o Congresso seja conservador, isso não justifica, por si só, os problemas enfrentados pelo Planalto.

“Nessa questão da ‘saidinha’, por exemplo, poderíamos ter explicado melhor, porque é super defensável, importante para as famílias. Acabamos perdendo o debate público também. Isso poderia ajudar muito na articulação com o Congresso”, argumentou a deputada.

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai recriar o núcleo de coordenação política do governo, com reuniões semanais, e o colegiado poderá abrigar integrantes de outros partidos da base aliada, além do PT. A decisão foi tomada após derrotas sofridas pelo Palácio do Planalto na sessão do Congresso desta terça-feira, 28, como o revés no caso da “saidinha” de presos do regime semiaberto para visitas a parentes.

A ideia de ressuscitar o núcleo para avaliar estratégias de votação vinha sendo discutida há tempos, como mostrou o Estadão, mas até agora Lula não achava necessário retomar essas discussões com periodicidade determinada.

Na prática, a proposta sempre ressurge depois que o governo perde votações importantes no Congresso e é traído por partidos de sua própria base, que comandam ministérios, como o União Brasil, o PP, o Republicanos, o PSD e o MDB.

A presidente do PT, Gleisi Hoffman, diz que ministros de partidos da base aliada devem atuar para conseguir votos de suas bancadas nas votações do Congresso. Foto: Wilton Junior/Estadão

“A gente espera que os partidos da base aliada votem sempre alinhados com o governo e isso implica numa atuação mais constante dos ministros junto às suas bancadas”, disse ao Estadão a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT. “Houve uma desconexão enorme e penso que o governo fará essa conversa com os partidos. Nós precisamos estar mais na ofensiva.”

Uma ala do PT defende mudanças na equipe e a substituição do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo, antes das eleições municipais de outubro.

Desafeto do ministro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não conversa com Padilha há seis meses. Há também uma pressão de aliados para que Lula troque o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

Questionada sobre a necessidade de uma reforma ministerial, mexendo também nos líderes que negociam em nome do Planalto, Gleisi afirmou apenas que “mudanças no governo cabem ao presidente Lula”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou a partidos da base aliada que a manutenção da saidinha, para ele, era uma 'questão pessoal'. Foto: Wilton Junior/Estadão

O Estadão apurou que, a partir de agora, Lula voltará a se reunir às segundas-feiras com os líderes da Câmara, José Guimarães; do Senado, Jaques Wagner; do Congresso, Randolfe Rodrigues, e com os ministros Padilha e Rui Costa (Casa Civil) para traçar a estratégia da semana. As reuniões conjuntas com esse grupo não ocorrem desde fevereiro.

Umas das propostas sob avaliação do presidente prevê também que líderes de siglas aliadas, como MDB, PSD e o próprio União Brasil, participem desse núcleo, podendo haver um revezamento, conforme o tema da reunião.

O fiasco do governo no Congresso, nesta terça-feira, contou com votos da base de sustentação de Lula. Na direção de três ministérios (Comunicações, Turismo e Integração e Desenvolvimento Regional), o União Brasil, por exemplo, votou majoritariamente para derrubar o veto de Lula no projeto da “saidinha”. Somente na Câmara, o partido deu 54 votos contra a orientação de Lula e apenas um a favor. Houve três abstenções.

Há cerca de quinze dias, Lula mandou um recado a todos os líderes da Câmara e do Senado: avisou que considerava fundamental a manutenção da saída temporária de presos do regime semiaberto para visitar a família em datas comemorativas.

O assunto era tratado por ele como “questão de honra”. Mesmo assim, o Congresso derrubou o veto do presidente ao trecho do projeto que restringia as “saidinhas”.

Até agora, Lula dizia que o Legislativo havia aprovado tudo o que o governo queria. Nos bastidores, porém, ministros admitem que propostas econômicas, como arcabouço fiscal e reforma tributária, receberam sinal verde porque também interessavam aos redutos eleitorais da maioria dos parlamentares.

Presidente do PT diz ser preciso fazer disputa na sociedade

Em mais um revés para o Planalto, o Legislativo manteve nesta terça-feira, ainda, o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro a uma parte da lei que incluía a “comunicação enganosa em massa” como crime contra o estado democrático de direito.

A leitura no PT e no Planalto é de que, diante disso, os adversários estão agora “liberados” para espalhar “fake news” na próxima campanha eleitoral.

Bolsonaro havia vetado o trecho que se referia à “comunicação enganosa em massa” em 2021, quando o Congresso revogou a Lei de Segurança Nacional (LSN) – editada na época da ditadura militar – e remeteu os crimes políticos para o Código Penal.

Lula também vem sendo aconselhado pelo publicitário Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha petista em 2022, a fazer mudanças na comunicação do governo, além de enquadrar os partidos aliados.

Como mostrou o Estadão, Sidônio disse a ministros, em conversas reservadas, que “o governo é melhor do que a percepção popular”, mas precisa “sair da polarização” com os aliados de Bolsonaro. A afirmação do marqueteiro foi feita antes mesmo de Paulo Pimenta deixar a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência para assumir o ministério extraordinário de apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul.

“Eu acho que nós precisamos fazer a disputa na sociedade”, insistiu Gleisi. “O governo tem bons resultados para apresentar, bons projetos, mas, quando a gente não tem a opinião pública forte do nosso lado, isso acaba tendo reflexos também no Congresso.”

Gleisi destacou que o Executivo não tem maioria nem na Câmara nem no Senado. Avaliou, porém, que, embora o Congresso seja conservador, isso não justifica, por si só, os problemas enfrentados pelo Planalto.

“Nessa questão da ‘saidinha’, por exemplo, poderíamos ter explicado melhor, porque é super defensável, importante para as famílias. Acabamos perdendo o debate público também. Isso poderia ajudar muito na articulação com o Congresso”, argumentou a deputada.

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai recriar o núcleo de coordenação política do governo, com reuniões semanais, e o colegiado poderá abrigar integrantes de outros partidos da base aliada, além do PT. A decisão foi tomada após derrotas sofridas pelo Palácio do Planalto na sessão do Congresso desta terça-feira, 28, como o revés no caso da “saidinha” de presos do regime semiaberto para visitas a parentes.

A ideia de ressuscitar o núcleo para avaliar estratégias de votação vinha sendo discutida há tempos, como mostrou o Estadão, mas até agora Lula não achava necessário retomar essas discussões com periodicidade determinada.

Na prática, a proposta sempre ressurge depois que o governo perde votações importantes no Congresso e é traído por partidos de sua própria base, que comandam ministérios, como o União Brasil, o PP, o Republicanos, o PSD e o MDB.

A presidente do PT, Gleisi Hoffman, diz que ministros de partidos da base aliada devem atuar para conseguir votos de suas bancadas nas votações do Congresso. Foto: Wilton Junior/Estadão

“A gente espera que os partidos da base aliada votem sempre alinhados com o governo e isso implica numa atuação mais constante dos ministros junto às suas bancadas”, disse ao Estadão a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT. “Houve uma desconexão enorme e penso que o governo fará essa conversa com os partidos. Nós precisamos estar mais na ofensiva.”

Uma ala do PT defende mudanças na equipe e a substituição do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo, antes das eleições municipais de outubro.

Desafeto do ministro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não conversa com Padilha há seis meses. Há também uma pressão de aliados para que Lula troque o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

Questionada sobre a necessidade de uma reforma ministerial, mexendo também nos líderes que negociam em nome do Planalto, Gleisi afirmou apenas que “mudanças no governo cabem ao presidente Lula”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou a partidos da base aliada que a manutenção da saidinha, para ele, era uma 'questão pessoal'. Foto: Wilton Junior/Estadão

O Estadão apurou que, a partir de agora, Lula voltará a se reunir às segundas-feiras com os líderes da Câmara, José Guimarães; do Senado, Jaques Wagner; do Congresso, Randolfe Rodrigues, e com os ministros Padilha e Rui Costa (Casa Civil) para traçar a estratégia da semana. As reuniões conjuntas com esse grupo não ocorrem desde fevereiro.

Umas das propostas sob avaliação do presidente prevê também que líderes de siglas aliadas, como MDB, PSD e o próprio União Brasil, participem desse núcleo, podendo haver um revezamento, conforme o tema da reunião.

O fiasco do governo no Congresso, nesta terça-feira, contou com votos da base de sustentação de Lula. Na direção de três ministérios (Comunicações, Turismo e Integração e Desenvolvimento Regional), o União Brasil, por exemplo, votou majoritariamente para derrubar o veto de Lula no projeto da “saidinha”. Somente na Câmara, o partido deu 54 votos contra a orientação de Lula e apenas um a favor. Houve três abstenções.

Há cerca de quinze dias, Lula mandou um recado a todos os líderes da Câmara e do Senado: avisou que considerava fundamental a manutenção da saída temporária de presos do regime semiaberto para visitar a família em datas comemorativas.

O assunto era tratado por ele como “questão de honra”. Mesmo assim, o Congresso derrubou o veto do presidente ao trecho do projeto que restringia as “saidinhas”.

Até agora, Lula dizia que o Legislativo havia aprovado tudo o que o governo queria. Nos bastidores, porém, ministros admitem que propostas econômicas, como arcabouço fiscal e reforma tributária, receberam sinal verde porque também interessavam aos redutos eleitorais da maioria dos parlamentares.

Presidente do PT diz ser preciso fazer disputa na sociedade

Em mais um revés para o Planalto, o Legislativo manteve nesta terça-feira, ainda, o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro a uma parte da lei que incluía a “comunicação enganosa em massa” como crime contra o estado democrático de direito.

A leitura no PT e no Planalto é de que, diante disso, os adversários estão agora “liberados” para espalhar “fake news” na próxima campanha eleitoral.

Bolsonaro havia vetado o trecho que se referia à “comunicação enganosa em massa” em 2021, quando o Congresso revogou a Lei de Segurança Nacional (LSN) – editada na época da ditadura militar – e remeteu os crimes políticos para o Código Penal.

Lula também vem sendo aconselhado pelo publicitário Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha petista em 2022, a fazer mudanças na comunicação do governo, além de enquadrar os partidos aliados.

Como mostrou o Estadão, Sidônio disse a ministros, em conversas reservadas, que “o governo é melhor do que a percepção popular”, mas precisa “sair da polarização” com os aliados de Bolsonaro. A afirmação do marqueteiro foi feita antes mesmo de Paulo Pimenta deixar a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência para assumir o ministério extraordinário de apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul.

“Eu acho que nós precisamos fazer a disputa na sociedade”, insistiu Gleisi. “O governo tem bons resultados para apresentar, bons projetos, mas, quando a gente não tem a opinião pública forte do nosso lado, isso acaba tendo reflexos também no Congresso.”

Gleisi destacou que o Executivo não tem maioria nem na Câmara nem no Senado. Avaliou, porém, que, embora o Congresso seja conservador, isso não justifica, por si só, os problemas enfrentados pelo Planalto.

“Nessa questão da ‘saidinha’, por exemplo, poderíamos ter explicado melhor, porque é super defensável, importante para as famílias. Acabamos perdendo o debate público também. Isso poderia ajudar muito na articulação com o Congresso”, argumentou a deputada.

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai recriar o núcleo de coordenação política do governo, com reuniões semanais, e o colegiado poderá abrigar integrantes de outros partidos da base aliada, além do PT. A decisão foi tomada após derrotas sofridas pelo Palácio do Planalto na sessão do Congresso desta terça-feira, 28, como o revés no caso da “saidinha” de presos do regime semiaberto para visitas a parentes.

A ideia de ressuscitar o núcleo para avaliar estratégias de votação vinha sendo discutida há tempos, como mostrou o Estadão, mas até agora Lula não achava necessário retomar essas discussões com periodicidade determinada.

Na prática, a proposta sempre ressurge depois que o governo perde votações importantes no Congresso e é traído por partidos de sua própria base, que comandam ministérios, como o União Brasil, o PP, o Republicanos, o PSD e o MDB.

A presidente do PT, Gleisi Hoffman, diz que ministros de partidos da base aliada devem atuar para conseguir votos de suas bancadas nas votações do Congresso. Foto: Wilton Junior/Estadão

“A gente espera que os partidos da base aliada votem sempre alinhados com o governo e isso implica numa atuação mais constante dos ministros junto às suas bancadas”, disse ao Estadão a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT. “Houve uma desconexão enorme e penso que o governo fará essa conversa com os partidos. Nós precisamos estar mais na ofensiva.”

Uma ala do PT defende mudanças na equipe e a substituição do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo, antes das eleições municipais de outubro.

Desafeto do ministro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não conversa com Padilha há seis meses. Há também uma pressão de aliados para que Lula troque o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

Questionada sobre a necessidade de uma reforma ministerial, mexendo também nos líderes que negociam em nome do Planalto, Gleisi afirmou apenas que “mudanças no governo cabem ao presidente Lula”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou a partidos da base aliada que a manutenção da saidinha, para ele, era uma 'questão pessoal'. Foto: Wilton Junior/Estadão

O Estadão apurou que, a partir de agora, Lula voltará a se reunir às segundas-feiras com os líderes da Câmara, José Guimarães; do Senado, Jaques Wagner; do Congresso, Randolfe Rodrigues, e com os ministros Padilha e Rui Costa (Casa Civil) para traçar a estratégia da semana. As reuniões conjuntas com esse grupo não ocorrem desde fevereiro.

Umas das propostas sob avaliação do presidente prevê também que líderes de siglas aliadas, como MDB, PSD e o próprio União Brasil, participem desse núcleo, podendo haver um revezamento, conforme o tema da reunião.

O fiasco do governo no Congresso, nesta terça-feira, contou com votos da base de sustentação de Lula. Na direção de três ministérios (Comunicações, Turismo e Integração e Desenvolvimento Regional), o União Brasil, por exemplo, votou majoritariamente para derrubar o veto de Lula no projeto da “saidinha”. Somente na Câmara, o partido deu 54 votos contra a orientação de Lula e apenas um a favor. Houve três abstenções.

Há cerca de quinze dias, Lula mandou um recado a todos os líderes da Câmara e do Senado: avisou que considerava fundamental a manutenção da saída temporária de presos do regime semiaberto para visitar a família em datas comemorativas.

O assunto era tratado por ele como “questão de honra”. Mesmo assim, o Congresso derrubou o veto do presidente ao trecho do projeto que restringia as “saidinhas”.

Até agora, Lula dizia que o Legislativo havia aprovado tudo o que o governo queria. Nos bastidores, porém, ministros admitem que propostas econômicas, como arcabouço fiscal e reforma tributária, receberam sinal verde porque também interessavam aos redutos eleitorais da maioria dos parlamentares.

Presidente do PT diz ser preciso fazer disputa na sociedade

Em mais um revés para o Planalto, o Legislativo manteve nesta terça-feira, ainda, o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro a uma parte da lei que incluía a “comunicação enganosa em massa” como crime contra o estado democrático de direito.

A leitura no PT e no Planalto é de que, diante disso, os adversários estão agora “liberados” para espalhar “fake news” na próxima campanha eleitoral.

Bolsonaro havia vetado o trecho que se referia à “comunicação enganosa em massa” em 2021, quando o Congresso revogou a Lei de Segurança Nacional (LSN) – editada na época da ditadura militar – e remeteu os crimes políticos para o Código Penal.

Lula também vem sendo aconselhado pelo publicitário Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha petista em 2022, a fazer mudanças na comunicação do governo, além de enquadrar os partidos aliados.

Como mostrou o Estadão, Sidônio disse a ministros, em conversas reservadas, que “o governo é melhor do que a percepção popular”, mas precisa “sair da polarização” com os aliados de Bolsonaro. A afirmação do marqueteiro foi feita antes mesmo de Paulo Pimenta deixar a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência para assumir o ministério extraordinário de apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul.

“Eu acho que nós precisamos fazer a disputa na sociedade”, insistiu Gleisi. “O governo tem bons resultados para apresentar, bons projetos, mas, quando a gente não tem a opinião pública forte do nosso lado, isso acaba tendo reflexos também no Congresso.”

Gleisi destacou que o Executivo não tem maioria nem na Câmara nem no Senado. Avaliou, porém, que, embora o Congresso seja conservador, isso não justifica, por si só, os problemas enfrentados pelo Planalto.

“Nessa questão da ‘saidinha’, por exemplo, poderíamos ter explicado melhor, porque é super defensável, importante para as famílias. Acabamos perdendo o debate público também. Isso poderia ajudar muito na articulação com o Congresso”, argumentou a deputada.

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