Lula tenta encostar em Bolsonaro no Rio, enquanto presidente busca votos que perdeu desde 2018


Diferença entre os dois candidatos foi de pouco mais de 1 milhão de votos no primeiro turno; agora, ambos foram às ruas com agendas ‘gêmeas’ no Estado

Por Rayanderson Guerra
Atualização:

RIO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência, tenta reverter a vantagem do presidente Jair Bolsonaro (PT), obtida no primeiro turno no berço eleitoral do chefe do Executivo: o Rio de Janeiro. Os dois presidenciáveis dedicaram parte da agenda no segundo turno para “virar votos” no Estado, convencer os 22,76% dos eleitores que se abstiveram na primeira etapa da eleição e para conquistar os cerca de 7% dos votos de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) no Estado.

Com a disputa ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual, resolvida em primeiro turno com a reeleição do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, o Rio tornou- se um dos principais campos de batalha das duas campanhas, tanto para a conquista de aliados, quanto de votos. Bolsonaro conta com o apoio de Castro, que detém a máquina estadual, Washington Reis (MDB) e Capitão Nelson (PL), com influência em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e São Gonçalo. Os municípios são o segundo e terceiro maiores colégios eleitorais do Rio, respectivamente.

continua após a publicidade

Já Lula é apoiado pelo prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), Rodrigo Neves (PDT), ex-prefeito de Niterói, e pelo prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro (União). Waguinho, como é conhecido o político da Baixada, é o atual presidente do União Brasil fluminense. Ele é casado com a deputada federal eleita mais votada no Estado, Daniella do Waguinho. O casal foi alvo do assédio das duas campanhas presidenciais antes de se decidir pelo apoio ao petista.

Lula durante ato de campanha em São Gonçalo Foto: PEDRO KIRILOS/ESTADÃO

Com o apoio das principais lideranças do Estado definidos, Lula e Bolsonaro foram às ruas com agendas “gêmeas”. Os dois tiveram compromissos na capital, em Belford Roxo e em São Gonçalo. O petista foi recebido ainda por moradores do Complexo do Alemão, agenda que foi usada por bolsonaristas para disseminar notícias falsas sobre um suposto envolvimento de Lula com traficantes, e Bolsonaro foi até Caxias.

continua após a publicidade

Em todas as agendas, os dois repetiram o mesmo discurso: a busca pelos indecisos e pelos que se abstiveram de votar no primeiro turno. O número de abstenções nas eleições deste ano foi maior que o registrado no Estado nas duas últimas eleições presidenciais. Em 2022, a abstenção foi de 22,76% (cerca de 2,9 milhões de eleitores), enquanto nos pleitos passados foi de 20%.

A diferença de votos de Lula e Bolsonaro foi de pouco mais de 1 milhão de votos. O petista terminou a primeira etapa cerca de dez pontos atrás do atual presidente (51,09% a 40,68%).

Professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), o cientista político Marcus Ianoni avalia que Lula tenta ganhar espaço na Baixada Fluiminense, região com os menores índices de desenvolvimento no Estado, enquanto Bolsonaro busca atingir o patamar de votos que teve na eleição passada ao discursar para a classe média.

continua após a publicidade

“Bolsonaro perdeu votos na Zona Sul e em regiões da Baixada Fluminense. Apesar de ter tido menos votos nesta eleição, o presidente ainda tem ampla vantagem por ser um Estado conservador, com alto índice de evangélicos e descendentes de militares. O discurso da segurança pública ainda é algo que encontra eco nos moradores do Rio de Janeiro. Já Lula aposta nos apoios que recebeu para diminuir a vantagem entre os mais pobres”, disse.

Belford Roxo, São Gonçalo, Duque de Caxias e Rio de Janeiro deram a Bolsonaro 271 mil votos a mais que Lula. O petista busca diminuir essa vantagem. Já o presidente busca recuperar votos que perdeu em comparação à eleição passada. De lá pra cá, Bolsonaro perdeu 234 mil votos somente na capital fluminense.

No primeiro turno de 2018, Bolsonaro venceu em todas as Zonas Eleitorais da capital contra o então candidato do PT, Fernando Haddad. Agora, Lula venceu em todos os bairros da Zona Sul, Centro e em regiões da Zona Norte da cidade.

continua após a publicidade
Bolsonaro também fez campanha no município de São Gonçalo no segundo turno Foto: PEDRO KIRILOS/ESTADÃO

Votos de Simone e Ciro

Além de tentar convencer quem se absteve ou votou branco ou nulo no primeiro turno, Lula e Bolsonaro disputam 667.458 votos de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), o equivalente a cerca de 7% de todo o eleitorado do Estado.

continua após a publicidade

A emedebista ficou na terceira colocação na capital fluminense, com 3,97%. No segundo turno, Simone se tornou um dos cabos eleitorais mais comprometidos com a campanha do ex-presidente. Para convencer parte do eleitorado fluminense, a senadora participou de uma caminhada para pedir votos para Lula na região onde teve o maior número de votos na cidade, na zona eleitoral que inclui Leblon e Ipanema. Lá, teve 10,02% dos votos.

PANORAMA DO PRIMEIRO TURNO NO ESTADO DO RIO

Bolsonaro: 51,09% (4.831.246)

continua após a publicidade

Lula: 40,68% (3.847.143)

Diferença: 984.103

BELFORD ROXO

Bolsonaro: 54,79% (137.708)

Lula: 38,90% (97.771)

Diferença: 39.937

SÃO GONÇALO

Bolsonaro: 50,09% (246.578)

Lula: 42,40% (208.703)

Diferença: 37.875

RIO DE JANEIRO

Bolsonaro: 47% (1.695.777)

Lula: 43,47% (1.568.485)

Diferença: 127.292

DUQUE DE CAXIAS

Bolsonaro: 53,18% (267.993)

Lula: 40,10% (202.089)

Diferença: 65.904

RIO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência, tenta reverter a vantagem do presidente Jair Bolsonaro (PT), obtida no primeiro turno no berço eleitoral do chefe do Executivo: o Rio de Janeiro. Os dois presidenciáveis dedicaram parte da agenda no segundo turno para “virar votos” no Estado, convencer os 22,76% dos eleitores que se abstiveram na primeira etapa da eleição e para conquistar os cerca de 7% dos votos de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) no Estado.

Com a disputa ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual, resolvida em primeiro turno com a reeleição do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, o Rio tornou- se um dos principais campos de batalha das duas campanhas, tanto para a conquista de aliados, quanto de votos. Bolsonaro conta com o apoio de Castro, que detém a máquina estadual, Washington Reis (MDB) e Capitão Nelson (PL), com influência em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e São Gonçalo. Os municípios são o segundo e terceiro maiores colégios eleitorais do Rio, respectivamente.

Já Lula é apoiado pelo prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), Rodrigo Neves (PDT), ex-prefeito de Niterói, e pelo prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro (União). Waguinho, como é conhecido o político da Baixada, é o atual presidente do União Brasil fluminense. Ele é casado com a deputada federal eleita mais votada no Estado, Daniella do Waguinho. O casal foi alvo do assédio das duas campanhas presidenciais antes de se decidir pelo apoio ao petista.

Lula durante ato de campanha em São Gonçalo Foto: PEDRO KIRILOS/ESTADÃO

Com o apoio das principais lideranças do Estado definidos, Lula e Bolsonaro foram às ruas com agendas “gêmeas”. Os dois tiveram compromissos na capital, em Belford Roxo e em São Gonçalo. O petista foi recebido ainda por moradores do Complexo do Alemão, agenda que foi usada por bolsonaristas para disseminar notícias falsas sobre um suposto envolvimento de Lula com traficantes, e Bolsonaro foi até Caxias.

Em todas as agendas, os dois repetiram o mesmo discurso: a busca pelos indecisos e pelos que se abstiveram de votar no primeiro turno. O número de abstenções nas eleições deste ano foi maior que o registrado no Estado nas duas últimas eleições presidenciais. Em 2022, a abstenção foi de 22,76% (cerca de 2,9 milhões de eleitores), enquanto nos pleitos passados foi de 20%.

A diferença de votos de Lula e Bolsonaro foi de pouco mais de 1 milhão de votos. O petista terminou a primeira etapa cerca de dez pontos atrás do atual presidente (51,09% a 40,68%).

Professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), o cientista político Marcus Ianoni avalia que Lula tenta ganhar espaço na Baixada Fluiminense, região com os menores índices de desenvolvimento no Estado, enquanto Bolsonaro busca atingir o patamar de votos que teve na eleição passada ao discursar para a classe média.

“Bolsonaro perdeu votos na Zona Sul e em regiões da Baixada Fluminense. Apesar de ter tido menos votos nesta eleição, o presidente ainda tem ampla vantagem por ser um Estado conservador, com alto índice de evangélicos e descendentes de militares. O discurso da segurança pública ainda é algo que encontra eco nos moradores do Rio de Janeiro. Já Lula aposta nos apoios que recebeu para diminuir a vantagem entre os mais pobres”, disse.

Belford Roxo, São Gonçalo, Duque de Caxias e Rio de Janeiro deram a Bolsonaro 271 mil votos a mais que Lula. O petista busca diminuir essa vantagem. Já o presidente busca recuperar votos que perdeu em comparação à eleição passada. De lá pra cá, Bolsonaro perdeu 234 mil votos somente na capital fluminense.

No primeiro turno de 2018, Bolsonaro venceu em todas as Zonas Eleitorais da capital contra o então candidato do PT, Fernando Haddad. Agora, Lula venceu em todos os bairros da Zona Sul, Centro e em regiões da Zona Norte da cidade.

Bolsonaro também fez campanha no município de São Gonçalo no segundo turno Foto: PEDRO KIRILOS/ESTADÃO

Votos de Simone e Ciro

Além de tentar convencer quem se absteve ou votou branco ou nulo no primeiro turno, Lula e Bolsonaro disputam 667.458 votos de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), o equivalente a cerca de 7% de todo o eleitorado do Estado.

A emedebista ficou na terceira colocação na capital fluminense, com 3,97%. No segundo turno, Simone se tornou um dos cabos eleitorais mais comprometidos com a campanha do ex-presidente. Para convencer parte do eleitorado fluminense, a senadora participou de uma caminhada para pedir votos para Lula na região onde teve o maior número de votos na cidade, na zona eleitoral que inclui Leblon e Ipanema. Lá, teve 10,02% dos votos.

PANORAMA DO PRIMEIRO TURNO NO ESTADO DO RIO

Bolsonaro: 51,09% (4.831.246)

Lula: 40,68% (3.847.143)

Diferença: 984.103

BELFORD ROXO

Bolsonaro: 54,79% (137.708)

Lula: 38,90% (97.771)

Diferença: 39.937

SÃO GONÇALO

Bolsonaro: 50,09% (246.578)

Lula: 42,40% (208.703)

Diferença: 37.875

RIO DE JANEIRO

Bolsonaro: 47% (1.695.777)

Lula: 43,47% (1.568.485)

Diferença: 127.292

DUQUE DE CAXIAS

Bolsonaro: 53,18% (267.993)

Lula: 40,10% (202.089)

Diferença: 65.904

RIO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência, tenta reverter a vantagem do presidente Jair Bolsonaro (PT), obtida no primeiro turno no berço eleitoral do chefe do Executivo: o Rio de Janeiro. Os dois presidenciáveis dedicaram parte da agenda no segundo turno para “virar votos” no Estado, convencer os 22,76% dos eleitores que se abstiveram na primeira etapa da eleição e para conquistar os cerca de 7% dos votos de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) no Estado.

Com a disputa ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual, resolvida em primeiro turno com a reeleição do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, o Rio tornou- se um dos principais campos de batalha das duas campanhas, tanto para a conquista de aliados, quanto de votos. Bolsonaro conta com o apoio de Castro, que detém a máquina estadual, Washington Reis (MDB) e Capitão Nelson (PL), com influência em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e São Gonçalo. Os municípios são o segundo e terceiro maiores colégios eleitorais do Rio, respectivamente.

Já Lula é apoiado pelo prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), Rodrigo Neves (PDT), ex-prefeito de Niterói, e pelo prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro (União). Waguinho, como é conhecido o político da Baixada, é o atual presidente do União Brasil fluminense. Ele é casado com a deputada federal eleita mais votada no Estado, Daniella do Waguinho. O casal foi alvo do assédio das duas campanhas presidenciais antes de se decidir pelo apoio ao petista.

Lula durante ato de campanha em São Gonçalo Foto: PEDRO KIRILOS/ESTADÃO

Com o apoio das principais lideranças do Estado definidos, Lula e Bolsonaro foram às ruas com agendas “gêmeas”. Os dois tiveram compromissos na capital, em Belford Roxo e em São Gonçalo. O petista foi recebido ainda por moradores do Complexo do Alemão, agenda que foi usada por bolsonaristas para disseminar notícias falsas sobre um suposto envolvimento de Lula com traficantes, e Bolsonaro foi até Caxias.

Em todas as agendas, os dois repetiram o mesmo discurso: a busca pelos indecisos e pelos que se abstiveram de votar no primeiro turno. O número de abstenções nas eleições deste ano foi maior que o registrado no Estado nas duas últimas eleições presidenciais. Em 2022, a abstenção foi de 22,76% (cerca de 2,9 milhões de eleitores), enquanto nos pleitos passados foi de 20%.

A diferença de votos de Lula e Bolsonaro foi de pouco mais de 1 milhão de votos. O petista terminou a primeira etapa cerca de dez pontos atrás do atual presidente (51,09% a 40,68%).

Professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), o cientista político Marcus Ianoni avalia que Lula tenta ganhar espaço na Baixada Fluiminense, região com os menores índices de desenvolvimento no Estado, enquanto Bolsonaro busca atingir o patamar de votos que teve na eleição passada ao discursar para a classe média.

“Bolsonaro perdeu votos na Zona Sul e em regiões da Baixada Fluminense. Apesar de ter tido menos votos nesta eleição, o presidente ainda tem ampla vantagem por ser um Estado conservador, com alto índice de evangélicos e descendentes de militares. O discurso da segurança pública ainda é algo que encontra eco nos moradores do Rio de Janeiro. Já Lula aposta nos apoios que recebeu para diminuir a vantagem entre os mais pobres”, disse.

Belford Roxo, São Gonçalo, Duque de Caxias e Rio de Janeiro deram a Bolsonaro 271 mil votos a mais que Lula. O petista busca diminuir essa vantagem. Já o presidente busca recuperar votos que perdeu em comparação à eleição passada. De lá pra cá, Bolsonaro perdeu 234 mil votos somente na capital fluminense.

No primeiro turno de 2018, Bolsonaro venceu em todas as Zonas Eleitorais da capital contra o então candidato do PT, Fernando Haddad. Agora, Lula venceu em todos os bairros da Zona Sul, Centro e em regiões da Zona Norte da cidade.

Bolsonaro também fez campanha no município de São Gonçalo no segundo turno Foto: PEDRO KIRILOS/ESTADÃO

Votos de Simone e Ciro

Além de tentar convencer quem se absteve ou votou branco ou nulo no primeiro turno, Lula e Bolsonaro disputam 667.458 votos de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), o equivalente a cerca de 7% de todo o eleitorado do Estado.

A emedebista ficou na terceira colocação na capital fluminense, com 3,97%. No segundo turno, Simone se tornou um dos cabos eleitorais mais comprometidos com a campanha do ex-presidente. Para convencer parte do eleitorado fluminense, a senadora participou de uma caminhada para pedir votos para Lula na região onde teve o maior número de votos na cidade, na zona eleitoral que inclui Leblon e Ipanema. Lá, teve 10,02% dos votos.

PANORAMA DO PRIMEIRO TURNO NO ESTADO DO RIO

Bolsonaro: 51,09% (4.831.246)

Lula: 40,68% (3.847.143)

Diferença: 984.103

BELFORD ROXO

Bolsonaro: 54,79% (137.708)

Lula: 38,90% (97.771)

Diferença: 39.937

SÃO GONÇALO

Bolsonaro: 50,09% (246.578)

Lula: 42,40% (208.703)

Diferença: 37.875

RIO DE JANEIRO

Bolsonaro: 47% (1.695.777)

Lula: 43,47% (1.568.485)

Diferença: 127.292

DUQUE DE CAXIAS

Bolsonaro: 53,18% (267.993)

Lula: 40,10% (202.089)

Diferença: 65.904

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.