Lula volta a criticar Bolsonaro e defende diálogo em reunião da Celac


Presidente também destacou a tensão geopolítica e ameaças à democracia na região

Por Eduardo Gayer e Eduardo Gayer
Atualização:

BUENOS AIRES - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou durante a VII Cúpula de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) nesta terça-feira, 24, em Buenos Aires. O Brasil não participava da Cúpula, criada em 2010, há três anos, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o bloco alegando que o País não podia participar de uma cúpula com países antidemocráticos, referindo-se a Venezuela, Cuba e Nicarágua. O petista falou por cerca de 12 minutos e afirmou que retornar à cúpula dá a ele uma sensação de reencontro consigo mesmo.

“Ao longo dos sucessivos governos brasileiros desde a redemocratização nos empenhamos com afinco e com sentido de missão em prol da integração regional e na consolidação de uma região pacífica, baseada em relações marcadas pelo diálogo e pela cooperação. A exceção lamentável foram os anos recentes, quando meu antecessor tomou a inexplicável decisão de retirar o Brasil da Celac”, disse Lula, em referência a Bolsonaro.

Diálogo, integração e cooperação foram o mote do discurso de Lula, que voltou a repetir que a Celac é um bloco que não está sob a tutela estrangeira e que por isso deve se unir em prol dos desafios globais, como defesa do meio ambiente e povos originários, igualdade de gênero, segurança alimenta e energética e o enfretamento da pobreza e da fome. “Para crescer de maneira sustentável é preciso respeitar e proteger nossos povos originários e trabalhar para que a cor da pele deixe de definir o futuro de nossos jovens”, ressaltou.

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O presidente Lula cumpre agenda nesta semana em países latino-americanos; na imagem, com o presidente da Argentina, Alberto Fernandez.  Foto: Eraldo Peres/AP

Lula afirmou ainda que não quer importar para a região “rivalidades e problemas particulares” dos países e reconheceu um quadro mundial de ameaças à democracia. Lula chegou a repudiar os ataques em Brasília no último dia 8 de janeiro. “Quero aqui aproveitar para agradecer a todos e a cada um de vocês que se perfilaram ao lado do Brasil e das instituições brasileiras, ao longo destes últimos dias, em repúdio aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília. É importante ressaltar que somos uma região pacífica, que repudia o extremismo, o terrorismo e a violência política”, destacou.

No entanto, o presidente não fez nenhuma referencia a países como Nicarágua, Cuba e Venezuela, que foram as razões da saída do antigo governo do bloco e que sofrem críticas internacionais por seus regimes autoritários.

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O aprofundamento da integração regional, destacou Lula, não impede diálogos com outros blocos econômicos. “Julgamos essenciais o desenvolvimento e o aprofundamento dos diálogos com sócios extra regionais, como a União Europeia, a China, a Índia, a ASIAN e, muito especialmente, a União Africana”, afirmou o presidente, no momento em que tenta barrar um acordo comercial unilateral entre Uruguai e China. “Estaremos associados aos nossos vizinhos bilateralmente, no Mercosul Unasul e Celac”, seguiu.

Em defesa de um desenvolvimento sustentável que combata as desigualdades sociais, Lula afirmou que o mundo de hoje demonstra o valor da integração. “Nada deve nos separar, já que tudo nos aproxima”, salientou Lula. “Contamos com capacidades para participar, de forma vantajosa, da transição energética global”, disse, sobre o Brasil. “É crítico que valorizemos a nossa Organização do Tratado de Cooperação Amazônica”.

Mais cedo, o anfitrião do evento, Alberto Fernández, em consonância com o discurso de Lula, também citou os atentados em Brasília e atribuiu a ameaça a democracia à extrema direita, assim como a tentativa de assassinado à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, no dia 01 de setembro de 2022; a tentativa de magnicídio está sob investigação e um grupo de extrema-direita é investigado de participação na tentativa de assassinato da vice. “Não podemos permitir que essa direita fascista coloque em risco a institucionalidade de nossos povos”, afirmou Fernandez.

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Apesar de Lula reforçar o discurso de integração latino-americana, ele ressaltou que para o desenvolvimento da região é essencial o diálogo com sócios como União Europeia, China, Índia e União Africana.

Lula também aproveitou o retorno do Brasil a Celac para lembrar que o país se apresentou para sediar a COP-30, em Belém do Pará, em 2025 e aproveitou para agradecer o apoio que está recebendo para a candidatura dos países da cúpula: “Esse apoio é indispensável par que possamos mostrar ao resto do mundo a riqueza de nossa biodiversidade, potencial sustentável e da economia verde, além, é claro da importância de preservação do meio ambiente e do combate à mudança do clima”, finalizou.

BUENOS AIRES - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou durante a VII Cúpula de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) nesta terça-feira, 24, em Buenos Aires. O Brasil não participava da Cúpula, criada em 2010, há três anos, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o bloco alegando que o País não podia participar de uma cúpula com países antidemocráticos, referindo-se a Venezuela, Cuba e Nicarágua. O petista falou por cerca de 12 minutos e afirmou que retornar à cúpula dá a ele uma sensação de reencontro consigo mesmo.

“Ao longo dos sucessivos governos brasileiros desde a redemocratização nos empenhamos com afinco e com sentido de missão em prol da integração regional e na consolidação de uma região pacífica, baseada em relações marcadas pelo diálogo e pela cooperação. A exceção lamentável foram os anos recentes, quando meu antecessor tomou a inexplicável decisão de retirar o Brasil da Celac”, disse Lula, em referência a Bolsonaro.

Diálogo, integração e cooperação foram o mote do discurso de Lula, que voltou a repetir que a Celac é um bloco que não está sob a tutela estrangeira e que por isso deve se unir em prol dos desafios globais, como defesa do meio ambiente e povos originários, igualdade de gênero, segurança alimenta e energética e o enfretamento da pobreza e da fome. “Para crescer de maneira sustentável é preciso respeitar e proteger nossos povos originários e trabalhar para que a cor da pele deixe de definir o futuro de nossos jovens”, ressaltou.

O presidente Lula cumpre agenda nesta semana em países latino-americanos; na imagem, com o presidente da Argentina, Alberto Fernandez.  Foto: Eraldo Peres/AP

Lula afirmou ainda que não quer importar para a região “rivalidades e problemas particulares” dos países e reconheceu um quadro mundial de ameaças à democracia. Lula chegou a repudiar os ataques em Brasília no último dia 8 de janeiro. “Quero aqui aproveitar para agradecer a todos e a cada um de vocês que se perfilaram ao lado do Brasil e das instituições brasileiras, ao longo destes últimos dias, em repúdio aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília. É importante ressaltar que somos uma região pacífica, que repudia o extremismo, o terrorismo e a violência política”, destacou.

No entanto, o presidente não fez nenhuma referencia a países como Nicarágua, Cuba e Venezuela, que foram as razões da saída do antigo governo do bloco e que sofrem críticas internacionais por seus regimes autoritários.

O aprofundamento da integração regional, destacou Lula, não impede diálogos com outros blocos econômicos. “Julgamos essenciais o desenvolvimento e o aprofundamento dos diálogos com sócios extra regionais, como a União Europeia, a China, a Índia, a ASIAN e, muito especialmente, a União Africana”, afirmou o presidente, no momento em que tenta barrar um acordo comercial unilateral entre Uruguai e China. “Estaremos associados aos nossos vizinhos bilateralmente, no Mercosul Unasul e Celac”, seguiu.

Em defesa de um desenvolvimento sustentável que combata as desigualdades sociais, Lula afirmou que o mundo de hoje demonstra o valor da integração. “Nada deve nos separar, já que tudo nos aproxima”, salientou Lula. “Contamos com capacidades para participar, de forma vantajosa, da transição energética global”, disse, sobre o Brasil. “É crítico que valorizemos a nossa Organização do Tratado de Cooperação Amazônica”.

Mais cedo, o anfitrião do evento, Alberto Fernández, em consonância com o discurso de Lula, também citou os atentados em Brasília e atribuiu a ameaça a democracia à extrema direita, assim como a tentativa de assassinado à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, no dia 01 de setembro de 2022; a tentativa de magnicídio está sob investigação e um grupo de extrema-direita é investigado de participação na tentativa de assassinato da vice. “Não podemos permitir que essa direita fascista coloque em risco a institucionalidade de nossos povos”, afirmou Fernandez.

Apesar de Lula reforçar o discurso de integração latino-americana, ele ressaltou que para o desenvolvimento da região é essencial o diálogo com sócios como União Europeia, China, Índia e União Africana.

Lula também aproveitou o retorno do Brasil a Celac para lembrar que o país se apresentou para sediar a COP-30, em Belém do Pará, em 2025 e aproveitou para agradecer o apoio que está recebendo para a candidatura dos países da cúpula: “Esse apoio é indispensável par que possamos mostrar ao resto do mundo a riqueza de nossa biodiversidade, potencial sustentável e da economia verde, além, é claro da importância de preservação do meio ambiente e do combate à mudança do clima”, finalizou.

BUENOS AIRES - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou durante a VII Cúpula de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) nesta terça-feira, 24, em Buenos Aires. O Brasil não participava da Cúpula, criada em 2010, há três anos, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o bloco alegando que o País não podia participar de uma cúpula com países antidemocráticos, referindo-se a Venezuela, Cuba e Nicarágua. O petista falou por cerca de 12 minutos e afirmou que retornar à cúpula dá a ele uma sensação de reencontro consigo mesmo.

“Ao longo dos sucessivos governos brasileiros desde a redemocratização nos empenhamos com afinco e com sentido de missão em prol da integração regional e na consolidação de uma região pacífica, baseada em relações marcadas pelo diálogo e pela cooperação. A exceção lamentável foram os anos recentes, quando meu antecessor tomou a inexplicável decisão de retirar o Brasil da Celac”, disse Lula, em referência a Bolsonaro.

Diálogo, integração e cooperação foram o mote do discurso de Lula, que voltou a repetir que a Celac é um bloco que não está sob a tutela estrangeira e que por isso deve se unir em prol dos desafios globais, como defesa do meio ambiente e povos originários, igualdade de gênero, segurança alimenta e energética e o enfretamento da pobreza e da fome. “Para crescer de maneira sustentável é preciso respeitar e proteger nossos povos originários e trabalhar para que a cor da pele deixe de definir o futuro de nossos jovens”, ressaltou.

O presidente Lula cumpre agenda nesta semana em países latino-americanos; na imagem, com o presidente da Argentina, Alberto Fernandez.  Foto: Eraldo Peres/AP

Lula afirmou ainda que não quer importar para a região “rivalidades e problemas particulares” dos países e reconheceu um quadro mundial de ameaças à democracia. Lula chegou a repudiar os ataques em Brasília no último dia 8 de janeiro. “Quero aqui aproveitar para agradecer a todos e a cada um de vocês que se perfilaram ao lado do Brasil e das instituições brasileiras, ao longo destes últimos dias, em repúdio aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília. É importante ressaltar que somos uma região pacífica, que repudia o extremismo, o terrorismo e a violência política”, destacou.

No entanto, o presidente não fez nenhuma referencia a países como Nicarágua, Cuba e Venezuela, que foram as razões da saída do antigo governo do bloco e que sofrem críticas internacionais por seus regimes autoritários.

O aprofundamento da integração regional, destacou Lula, não impede diálogos com outros blocos econômicos. “Julgamos essenciais o desenvolvimento e o aprofundamento dos diálogos com sócios extra regionais, como a União Europeia, a China, a Índia, a ASIAN e, muito especialmente, a União Africana”, afirmou o presidente, no momento em que tenta barrar um acordo comercial unilateral entre Uruguai e China. “Estaremos associados aos nossos vizinhos bilateralmente, no Mercosul Unasul e Celac”, seguiu.

Em defesa de um desenvolvimento sustentável que combata as desigualdades sociais, Lula afirmou que o mundo de hoje demonstra o valor da integração. “Nada deve nos separar, já que tudo nos aproxima”, salientou Lula. “Contamos com capacidades para participar, de forma vantajosa, da transição energética global”, disse, sobre o Brasil. “É crítico que valorizemos a nossa Organização do Tratado de Cooperação Amazônica”.

Mais cedo, o anfitrião do evento, Alberto Fernández, em consonância com o discurso de Lula, também citou os atentados em Brasília e atribuiu a ameaça a democracia à extrema direita, assim como a tentativa de assassinado à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, no dia 01 de setembro de 2022; a tentativa de magnicídio está sob investigação e um grupo de extrema-direita é investigado de participação na tentativa de assassinato da vice. “Não podemos permitir que essa direita fascista coloque em risco a institucionalidade de nossos povos”, afirmou Fernandez.

Apesar de Lula reforçar o discurso de integração latino-americana, ele ressaltou que para o desenvolvimento da região é essencial o diálogo com sócios como União Europeia, China, Índia e União Africana.

Lula também aproveitou o retorno do Brasil a Celac para lembrar que o país se apresentou para sediar a COP-30, em Belém do Pará, em 2025 e aproveitou para agradecer o apoio que está recebendo para a candidatura dos países da cúpula: “Esse apoio é indispensável par que possamos mostrar ao resto do mundo a riqueza de nossa biodiversidade, potencial sustentável e da economia verde, além, é claro da importância de preservação do meio ambiente e do combate à mudança do clima”, finalizou.

BUENOS AIRES - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou durante a VII Cúpula de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) nesta terça-feira, 24, em Buenos Aires. O Brasil não participava da Cúpula, criada em 2010, há três anos, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o bloco alegando que o País não podia participar de uma cúpula com países antidemocráticos, referindo-se a Venezuela, Cuba e Nicarágua. O petista falou por cerca de 12 minutos e afirmou que retornar à cúpula dá a ele uma sensação de reencontro consigo mesmo.

“Ao longo dos sucessivos governos brasileiros desde a redemocratização nos empenhamos com afinco e com sentido de missão em prol da integração regional e na consolidação de uma região pacífica, baseada em relações marcadas pelo diálogo e pela cooperação. A exceção lamentável foram os anos recentes, quando meu antecessor tomou a inexplicável decisão de retirar o Brasil da Celac”, disse Lula, em referência a Bolsonaro.

Diálogo, integração e cooperação foram o mote do discurso de Lula, que voltou a repetir que a Celac é um bloco que não está sob a tutela estrangeira e que por isso deve se unir em prol dos desafios globais, como defesa do meio ambiente e povos originários, igualdade de gênero, segurança alimenta e energética e o enfretamento da pobreza e da fome. “Para crescer de maneira sustentável é preciso respeitar e proteger nossos povos originários e trabalhar para que a cor da pele deixe de definir o futuro de nossos jovens”, ressaltou.

O presidente Lula cumpre agenda nesta semana em países latino-americanos; na imagem, com o presidente da Argentina, Alberto Fernandez.  Foto: Eraldo Peres/AP

Lula afirmou ainda que não quer importar para a região “rivalidades e problemas particulares” dos países e reconheceu um quadro mundial de ameaças à democracia. Lula chegou a repudiar os ataques em Brasília no último dia 8 de janeiro. “Quero aqui aproveitar para agradecer a todos e a cada um de vocês que se perfilaram ao lado do Brasil e das instituições brasileiras, ao longo destes últimos dias, em repúdio aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília. É importante ressaltar que somos uma região pacífica, que repudia o extremismo, o terrorismo e a violência política”, destacou.

No entanto, o presidente não fez nenhuma referencia a países como Nicarágua, Cuba e Venezuela, que foram as razões da saída do antigo governo do bloco e que sofrem críticas internacionais por seus regimes autoritários.

O aprofundamento da integração regional, destacou Lula, não impede diálogos com outros blocos econômicos. “Julgamos essenciais o desenvolvimento e o aprofundamento dos diálogos com sócios extra regionais, como a União Europeia, a China, a Índia, a ASIAN e, muito especialmente, a União Africana”, afirmou o presidente, no momento em que tenta barrar um acordo comercial unilateral entre Uruguai e China. “Estaremos associados aos nossos vizinhos bilateralmente, no Mercosul Unasul e Celac”, seguiu.

Em defesa de um desenvolvimento sustentável que combata as desigualdades sociais, Lula afirmou que o mundo de hoje demonstra o valor da integração. “Nada deve nos separar, já que tudo nos aproxima”, salientou Lula. “Contamos com capacidades para participar, de forma vantajosa, da transição energética global”, disse, sobre o Brasil. “É crítico que valorizemos a nossa Organização do Tratado de Cooperação Amazônica”.

Mais cedo, o anfitrião do evento, Alberto Fernández, em consonância com o discurso de Lula, também citou os atentados em Brasília e atribuiu a ameaça a democracia à extrema direita, assim como a tentativa de assassinado à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, no dia 01 de setembro de 2022; a tentativa de magnicídio está sob investigação e um grupo de extrema-direita é investigado de participação na tentativa de assassinato da vice. “Não podemos permitir que essa direita fascista coloque em risco a institucionalidade de nossos povos”, afirmou Fernandez.

Apesar de Lula reforçar o discurso de integração latino-americana, ele ressaltou que para o desenvolvimento da região é essencial o diálogo com sócios como União Europeia, China, Índia e União Africana.

Lula também aproveitou o retorno do Brasil a Celac para lembrar que o país se apresentou para sediar a COP-30, em Belém do Pará, em 2025 e aproveitou para agradecer o apoio que está recebendo para a candidatura dos países da cúpula: “Esse apoio é indispensável par que possamos mostrar ao resto do mundo a riqueza de nossa biodiversidade, potencial sustentável e da economia verde, além, é claro da importância de preservação do meio ambiente e do combate à mudança do clima”, finalizou.

BUENOS AIRES - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou durante a VII Cúpula de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) nesta terça-feira, 24, em Buenos Aires. O Brasil não participava da Cúpula, criada em 2010, há três anos, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o bloco alegando que o País não podia participar de uma cúpula com países antidemocráticos, referindo-se a Venezuela, Cuba e Nicarágua. O petista falou por cerca de 12 minutos e afirmou que retornar à cúpula dá a ele uma sensação de reencontro consigo mesmo.

“Ao longo dos sucessivos governos brasileiros desde a redemocratização nos empenhamos com afinco e com sentido de missão em prol da integração regional e na consolidação de uma região pacífica, baseada em relações marcadas pelo diálogo e pela cooperação. A exceção lamentável foram os anos recentes, quando meu antecessor tomou a inexplicável decisão de retirar o Brasil da Celac”, disse Lula, em referência a Bolsonaro.

Diálogo, integração e cooperação foram o mote do discurso de Lula, que voltou a repetir que a Celac é um bloco que não está sob a tutela estrangeira e que por isso deve se unir em prol dos desafios globais, como defesa do meio ambiente e povos originários, igualdade de gênero, segurança alimenta e energética e o enfretamento da pobreza e da fome. “Para crescer de maneira sustentável é preciso respeitar e proteger nossos povos originários e trabalhar para que a cor da pele deixe de definir o futuro de nossos jovens”, ressaltou.

O presidente Lula cumpre agenda nesta semana em países latino-americanos; na imagem, com o presidente da Argentina, Alberto Fernandez.  Foto: Eraldo Peres/AP

Lula afirmou ainda que não quer importar para a região “rivalidades e problemas particulares” dos países e reconheceu um quadro mundial de ameaças à democracia. Lula chegou a repudiar os ataques em Brasília no último dia 8 de janeiro. “Quero aqui aproveitar para agradecer a todos e a cada um de vocês que se perfilaram ao lado do Brasil e das instituições brasileiras, ao longo destes últimos dias, em repúdio aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília. É importante ressaltar que somos uma região pacífica, que repudia o extremismo, o terrorismo e a violência política”, destacou.

No entanto, o presidente não fez nenhuma referencia a países como Nicarágua, Cuba e Venezuela, que foram as razões da saída do antigo governo do bloco e que sofrem críticas internacionais por seus regimes autoritários.

O aprofundamento da integração regional, destacou Lula, não impede diálogos com outros blocos econômicos. “Julgamos essenciais o desenvolvimento e o aprofundamento dos diálogos com sócios extra regionais, como a União Europeia, a China, a Índia, a ASIAN e, muito especialmente, a União Africana”, afirmou o presidente, no momento em que tenta barrar um acordo comercial unilateral entre Uruguai e China. “Estaremos associados aos nossos vizinhos bilateralmente, no Mercosul Unasul e Celac”, seguiu.

Em defesa de um desenvolvimento sustentável que combata as desigualdades sociais, Lula afirmou que o mundo de hoje demonstra o valor da integração. “Nada deve nos separar, já que tudo nos aproxima”, salientou Lula. “Contamos com capacidades para participar, de forma vantajosa, da transição energética global”, disse, sobre o Brasil. “É crítico que valorizemos a nossa Organização do Tratado de Cooperação Amazônica”.

Mais cedo, o anfitrião do evento, Alberto Fernández, em consonância com o discurso de Lula, também citou os atentados em Brasília e atribuiu a ameaça a democracia à extrema direita, assim como a tentativa de assassinado à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, no dia 01 de setembro de 2022; a tentativa de magnicídio está sob investigação e um grupo de extrema-direita é investigado de participação na tentativa de assassinato da vice. “Não podemos permitir que essa direita fascista coloque em risco a institucionalidade de nossos povos”, afirmou Fernandez.

Apesar de Lula reforçar o discurso de integração latino-americana, ele ressaltou que para o desenvolvimento da região é essencial o diálogo com sócios como União Europeia, China, Índia e União Africana.

Lula também aproveitou o retorno do Brasil a Celac para lembrar que o país se apresentou para sediar a COP-30, em Belém do Pará, em 2025 e aproveitou para agradecer o apoio que está recebendo para a candidatura dos países da cúpula: “Esse apoio é indispensável par que possamos mostrar ao resto do mundo a riqueza de nossa biodiversidade, potencial sustentável e da economia verde, além, é claro da importância de preservação do meio ambiente e do combate à mudança do clima”, finalizou.

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