Magno Malta e Onyx Lorenzoni incentivaram Bolsonaro a dar golpe de Estado, diz Cid em delação


Tenente-coronel afirmou à PF que Michelle Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro também faziam parte de grupo que estimulava a possibilidade de intervenção militar; Malta nega que tenha incentivado golpe

Por Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA – O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, afirmou, em delação premiada à Polícia Federal (PF), que o senador Magno Malta (PL-ES) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL-RS) faziam parte de um grupo que incentivava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a dar um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República.

Esse grupo de conselheiros radicais, de acordo com Mauro Cid, dizia que Bolsonaro teria apoio da população e de pessoas armadas, os CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores), que tiveram o acesso a armas facilitado durante o governo passado.

Senador Magno Malta (PL-ES) (à esq.) e ex-ministro Onyx Lorenzoni (à dir.) faziam parte de grupo que incentivava golpe militar, segundo Mauro Cid Foto: Dida Sampaio/Estadão
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As informações são da coluna de Bela Megale, do jornal O Globo. Também faziam parte do grupo, ainda segundo Mauro Cid, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conforme a coluna de Aguirre Talento, do portal UOL.

A defesa de Jair e Michelle Bolsonaro afirmou que as acusações são “absurdas”, enquanto Eduardo disse que a “narrativa não passa de fantasia, devaneio”. Em nota, o senador Magno Malta disse que nunca incentivou o ex-presidente a dar um golpe de Estado e ressaltou a importância de “realizar análises aprofundadas antes de se tirar conclusões”.

“Minhas interações com Bolsonaro após as eleições eram pautadas em momentos de consolo, orações e leitura da Bíblia. Estou plenamente disposto a cooperar com as autoridades, buscando esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir. Acredito que a menção do meu nome está relacionada ao tempo que passei com o ex-presidente, mas reitero que não há fundamento para preocupações, pois não cometi nenhum crime”, disse Malta.

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O Estadão procurou Onyx Lorenzoni, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

O ex-ajudante de ordens disse também que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho “01″ do ex-presidente, estaria em outro grupo, que tentava convencer Bolsonaro a se pronunciar publicamente e aceitar o resultado da eleição. O ex-presidente só falou ao público mais de 44 horas depois do fim do segundo turno, no dia 1º de novembro, mas não admitiu abertamente a derrota.

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Magno Malta foi um dos principais articuladores da candidatura de Bolsonaro para a Presidência em 2018 e chegou a ser cotado para compor a chapa como vice do capitão reformado. De volta ao Senado após ser eleito no ano passado, Malta é um dos principais defensores do bolsonarismo no Congresso Nacional.

Ao longo do governo de Bolsonaro, participou de compromissos oficiais mesmo não tendo cargo público na época. Ele, inclusive, representou o País em uma comitiva presidencial aos Emirados Árabes Unidos em 2021.

Outro nome importante nos bastidores das eleições de 2018, Onyx Lorenzoni comandou quatro ministérios no governo do ex-presidente: Trabalho e Previdência (entre julho de 2021 e março de 2022), Secretaria-Geral da Presidência (entre fevereiro e julho de 2021), Cidadania (entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021) e Casa Civil (entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2020).

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Onyx deixou o Ministério do Trabalho para ser o representante do bolsonarismo na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul nas eleições de 2022. O ex-ministro passou para o segundo turno das eleições gaúchas, mas perdeu para o governador Eduardo Leite (PSDB).

Bolsonaro esperava revelação de fraudes eleitorais e adesão de militares, diz Cid

A delação do tenente-coronel apresenta também que a resistência de Bolsonaro em admitir a eleição de Lula e desmobilizar os acampamentos golpistas em frente a quartéis-generais do Exército era porque o então presidente acreditava no aparecimento de algum indício de fraude nas urnas para anular o resultado do pleito. No entanto, nenhuma prova de fraude foi encontrada.

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Bolsonaro também esperava que os militares aderissem à proposta golpista. Segundo a delação do tenente-coronel, o ex-presidente teria se reunido com a cúpula das Forças Armadas, após o segundo turno das eleições presidenciais, para discutir a possibilidade de uma intervenção militar.

Segundo o tenente-coronel, apenas o comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, aderiu a uma intervenção. Bolsonaro viu a sua pretensão de permanecer no Palácio do Planalto se esvaziar após ouvir de um oficial do Exército que, em caso de um golpe, ele também acabaria sendo retirado da Presidência.

BRASÍLIA – O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, afirmou, em delação premiada à Polícia Federal (PF), que o senador Magno Malta (PL-ES) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL-RS) faziam parte de um grupo que incentivava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a dar um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República.

Esse grupo de conselheiros radicais, de acordo com Mauro Cid, dizia que Bolsonaro teria apoio da população e de pessoas armadas, os CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores), que tiveram o acesso a armas facilitado durante o governo passado.

Senador Magno Malta (PL-ES) (à esq.) e ex-ministro Onyx Lorenzoni (à dir.) faziam parte de grupo que incentivava golpe militar, segundo Mauro Cid Foto: Dida Sampaio/Estadão

As informações são da coluna de Bela Megale, do jornal O Globo. Também faziam parte do grupo, ainda segundo Mauro Cid, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conforme a coluna de Aguirre Talento, do portal UOL.

A defesa de Jair e Michelle Bolsonaro afirmou que as acusações são “absurdas”, enquanto Eduardo disse que a “narrativa não passa de fantasia, devaneio”. Em nota, o senador Magno Malta disse que nunca incentivou o ex-presidente a dar um golpe de Estado e ressaltou a importância de “realizar análises aprofundadas antes de se tirar conclusões”.

“Minhas interações com Bolsonaro após as eleições eram pautadas em momentos de consolo, orações e leitura da Bíblia. Estou plenamente disposto a cooperar com as autoridades, buscando esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir. Acredito que a menção do meu nome está relacionada ao tempo que passei com o ex-presidente, mas reitero que não há fundamento para preocupações, pois não cometi nenhum crime”, disse Malta.

O Estadão procurou Onyx Lorenzoni, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

O ex-ajudante de ordens disse também que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho “01″ do ex-presidente, estaria em outro grupo, que tentava convencer Bolsonaro a se pronunciar publicamente e aceitar o resultado da eleição. O ex-presidente só falou ao público mais de 44 horas depois do fim do segundo turno, no dia 1º de novembro, mas não admitiu abertamente a derrota.

Magno Malta foi um dos principais articuladores da candidatura de Bolsonaro para a Presidência em 2018 e chegou a ser cotado para compor a chapa como vice do capitão reformado. De volta ao Senado após ser eleito no ano passado, Malta é um dos principais defensores do bolsonarismo no Congresso Nacional.

Ao longo do governo de Bolsonaro, participou de compromissos oficiais mesmo não tendo cargo público na época. Ele, inclusive, representou o País em uma comitiva presidencial aos Emirados Árabes Unidos em 2021.

Outro nome importante nos bastidores das eleições de 2018, Onyx Lorenzoni comandou quatro ministérios no governo do ex-presidente: Trabalho e Previdência (entre julho de 2021 e março de 2022), Secretaria-Geral da Presidência (entre fevereiro e julho de 2021), Cidadania (entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021) e Casa Civil (entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2020).

Onyx deixou o Ministério do Trabalho para ser o representante do bolsonarismo na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul nas eleições de 2022. O ex-ministro passou para o segundo turno das eleições gaúchas, mas perdeu para o governador Eduardo Leite (PSDB).

Bolsonaro esperava revelação de fraudes eleitorais e adesão de militares, diz Cid

A delação do tenente-coronel apresenta também que a resistência de Bolsonaro em admitir a eleição de Lula e desmobilizar os acampamentos golpistas em frente a quartéis-generais do Exército era porque o então presidente acreditava no aparecimento de algum indício de fraude nas urnas para anular o resultado do pleito. No entanto, nenhuma prova de fraude foi encontrada.

Bolsonaro também esperava que os militares aderissem à proposta golpista. Segundo a delação do tenente-coronel, o ex-presidente teria se reunido com a cúpula das Forças Armadas, após o segundo turno das eleições presidenciais, para discutir a possibilidade de uma intervenção militar.

Segundo o tenente-coronel, apenas o comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, aderiu a uma intervenção. Bolsonaro viu a sua pretensão de permanecer no Palácio do Planalto se esvaziar após ouvir de um oficial do Exército que, em caso de um golpe, ele também acabaria sendo retirado da Presidência.

BRASÍLIA – O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, afirmou, em delação premiada à Polícia Federal (PF), que o senador Magno Malta (PL-ES) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL-RS) faziam parte de um grupo que incentivava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a dar um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República.

Esse grupo de conselheiros radicais, de acordo com Mauro Cid, dizia que Bolsonaro teria apoio da população e de pessoas armadas, os CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores), que tiveram o acesso a armas facilitado durante o governo passado.

Senador Magno Malta (PL-ES) (à esq.) e ex-ministro Onyx Lorenzoni (à dir.) faziam parte de grupo que incentivava golpe militar, segundo Mauro Cid Foto: Dida Sampaio/Estadão

As informações são da coluna de Bela Megale, do jornal O Globo. Também faziam parte do grupo, ainda segundo Mauro Cid, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conforme a coluna de Aguirre Talento, do portal UOL.

A defesa de Jair e Michelle Bolsonaro afirmou que as acusações são “absurdas”, enquanto Eduardo disse que a “narrativa não passa de fantasia, devaneio”. Em nota, o senador Magno Malta disse que nunca incentivou o ex-presidente a dar um golpe de Estado e ressaltou a importância de “realizar análises aprofundadas antes de se tirar conclusões”.

“Minhas interações com Bolsonaro após as eleições eram pautadas em momentos de consolo, orações e leitura da Bíblia. Estou plenamente disposto a cooperar com as autoridades, buscando esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir. Acredito que a menção do meu nome está relacionada ao tempo que passei com o ex-presidente, mas reitero que não há fundamento para preocupações, pois não cometi nenhum crime”, disse Malta.

O Estadão procurou Onyx Lorenzoni, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

O ex-ajudante de ordens disse também que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho “01″ do ex-presidente, estaria em outro grupo, que tentava convencer Bolsonaro a se pronunciar publicamente e aceitar o resultado da eleição. O ex-presidente só falou ao público mais de 44 horas depois do fim do segundo turno, no dia 1º de novembro, mas não admitiu abertamente a derrota.

Magno Malta foi um dos principais articuladores da candidatura de Bolsonaro para a Presidência em 2018 e chegou a ser cotado para compor a chapa como vice do capitão reformado. De volta ao Senado após ser eleito no ano passado, Malta é um dos principais defensores do bolsonarismo no Congresso Nacional.

Ao longo do governo de Bolsonaro, participou de compromissos oficiais mesmo não tendo cargo público na época. Ele, inclusive, representou o País em uma comitiva presidencial aos Emirados Árabes Unidos em 2021.

Outro nome importante nos bastidores das eleições de 2018, Onyx Lorenzoni comandou quatro ministérios no governo do ex-presidente: Trabalho e Previdência (entre julho de 2021 e março de 2022), Secretaria-Geral da Presidência (entre fevereiro e julho de 2021), Cidadania (entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021) e Casa Civil (entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2020).

Onyx deixou o Ministério do Trabalho para ser o representante do bolsonarismo na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul nas eleições de 2022. O ex-ministro passou para o segundo turno das eleições gaúchas, mas perdeu para o governador Eduardo Leite (PSDB).

Bolsonaro esperava revelação de fraudes eleitorais e adesão de militares, diz Cid

A delação do tenente-coronel apresenta também que a resistência de Bolsonaro em admitir a eleição de Lula e desmobilizar os acampamentos golpistas em frente a quartéis-generais do Exército era porque o então presidente acreditava no aparecimento de algum indício de fraude nas urnas para anular o resultado do pleito. No entanto, nenhuma prova de fraude foi encontrada.

Bolsonaro também esperava que os militares aderissem à proposta golpista. Segundo a delação do tenente-coronel, o ex-presidente teria se reunido com a cúpula das Forças Armadas, após o segundo turno das eleições presidenciais, para discutir a possibilidade de uma intervenção militar.

Segundo o tenente-coronel, apenas o comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, aderiu a uma intervenção. Bolsonaro viu a sua pretensão de permanecer no Palácio do Planalto se esvaziar após ouvir de um oficial do Exército que, em caso de um golpe, ele também acabaria sendo retirado da Presidência.

BRASÍLIA – O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, afirmou, em delação premiada à Polícia Federal (PF), que o senador Magno Malta (PL-ES) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL-RS) faziam parte de um grupo que incentivava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a dar um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República.

Esse grupo de conselheiros radicais, de acordo com Mauro Cid, dizia que Bolsonaro teria apoio da população e de pessoas armadas, os CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores), que tiveram o acesso a armas facilitado durante o governo passado.

Senador Magno Malta (PL-ES) (à esq.) e ex-ministro Onyx Lorenzoni (à dir.) faziam parte de grupo que incentivava golpe militar, segundo Mauro Cid Foto: Dida Sampaio/Estadão

As informações são da coluna de Bela Megale, do jornal O Globo. Também faziam parte do grupo, ainda segundo Mauro Cid, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conforme a coluna de Aguirre Talento, do portal UOL.

A defesa de Jair e Michelle Bolsonaro afirmou que as acusações são “absurdas”, enquanto Eduardo disse que a “narrativa não passa de fantasia, devaneio”. Em nota, o senador Magno Malta disse que nunca incentivou o ex-presidente a dar um golpe de Estado e ressaltou a importância de “realizar análises aprofundadas antes de se tirar conclusões”.

“Minhas interações com Bolsonaro após as eleições eram pautadas em momentos de consolo, orações e leitura da Bíblia. Estou plenamente disposto a cooperar com as autoridades, buscando esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir. Acredito que a menção do meu nome está relacionada ao tempo que passei com o ex-presidente, mas reitero que não há fundamento para preocupações, pois não cometi nenhum crime”, disse Malta.

O Estadão procurou Onyx Lorenzoni, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

O ex-ajudante de ordens disse também que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho “01″ do ex-presidente, estaria em outro grupo, que tentava convencer Bolsonaro a se pronunciar publicamente e aceitar o resultado da eleição. O ex-presidente só falou ao público mais de 44 horas depois do fim do segundo turno, no dia 1º de novembro, mas não admitiu abertamente a derrota.

Magno Malta foi um dos principais articuladores da candidatura de Bolsonaro para a Presidência em 2018 e chegou a ser cotado para compor a chapa como vice do capitão reformado. De volta ao Senado após ser eleito no ano passado, Malta é um dos principais defensores do bolsonarismo no Congresso Nacional.

Ao longo do governo de Bolsonaro, participou de compromissos oficiais mesmo não tendo cargo público na época. Ele, inclusive, representou o País em uma comitiva presidencial aos Emirados Árabes Unidos em 2021.

Outro nome importante nos bastidores das eleições de 2018, Onyx Lorenzoni comandou quatro ministérios no governo do ex-presidente: Trabalho e Previdência (entre julho de 2021 e março de 2022), Secretaria-Geral da Presidência (entre fevereiro e julho de 2021), Cidadania (entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021) e Casa Civil (entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2020).

Onyx deixou o Ministério do Trabalho para ser o representante do bolsonarismo na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul nas eleições de 2022. O ex-ministro passou para o segundo turno das eleições gaúchas, mas perdeu para o governador Eduardo Leite (PSDB).

Bolsonaro esperava revelação de fraudes eleitorais e adesão de militares, diz Cid

A delação do tenente-coronel apresenta também que a resistência de Bolsonaro em admitir a eleição de Lula e desmobilizar os acampamentos golpistas em frente a quartéis-generais do Exército era porque o então presidente acreditava no aparecimento de algum indício de fraude nas urnas para anular o resultado do pleito. No entanto, nenhuma prova de fraude foi encontrada.

Bolsonaro também esperava que os militares aderissem à proposta golpista. Segundo a delação do tenente-coronel, o ex-presidente teria se reunido com a cúpula das Forças Armadas, após o segundo turno das eleições presidenciais, para discutir a possibilidade de uma intervenção militar.

Segundo o tenente-coronel, apenas o comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, aderiu a uma intervenção. Bolsonaro viu a sua pretensão de permanecer no Palácio do Planalto se esvaziar após ouvir de um oficial do Exército que, em caso de um golpe, ele também acabaria sendo retirado da Presidência.

BRASÍLIA – O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, afirmou, em delação premiada à Polícia Federal (PF), que o senador Magno Malta (PL-ES) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL-RS) faziam parte de um grupo que incentivava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a dar um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República.

Esse grupo de conselheiros radicais, de acordo com Mauro Cid, dizia que Bolsonaro teria apoio da população e de pessoas armadas, os CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores), que tiveram o acesso a armas facilitado durante o governo passado.

Senador Magno Malta (PL-ES) (à esq.) e ex-ministro Onyx Lorenzoni (à dir.) faziam parte de grupo que incentivava golpe militar, segundo Mauro Cid Foto: Dida Sampaio/Estadão

As informações são da coluna de Bela Megale, do jornal O Globo. Também faziam parte do grupo, ainda segundo Mauro Cid, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conforme a coluna de Aguirre Talento, do portal UOL.

A defesa de Jair e Michelle Bolsonaro afirmou que as acusações são “absurdas”, enquanto Eduardo disse que a “narrativa não passa de fantasia, devaneio”. Em nota, o senador Magno Malta disse que nunca incentivou o ex-presidente a dar um golpe de Estado e ressaltou a importância de “realizar análises aprofundadas antes de se tirar conclusões”.

“Minhas interações com Bolsonaro após as eleições eram pautadas em momentos de consolo, orações e leitura da Bíblia. Estou plenamente disposto a cooperar com as autoridades, buscando esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir. Acredito que a menção do meu nome está relacionada ao tempo que passei com o ex-presidente, mas reitero que não há fundamento para preocupações, pois não cometi nenhum crime”, disse Malta.

O Estadão procurou Onyx Lorenzoni, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

O ex-ajudante de ordens disse também que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho “01″ do ex-presidente, estaria em outro grupo, que tentava convencer Bolsonaro a se pronunciar publicamente e aceitar o resultado da eleição. O ex-presidente só falou ao público mais de 44 horas depois do fim do segundo turno, no dia 1º de novembro, mas não admitiu abertamente a derrota.

Magno Malta foi um dos principais articuladores da candidatura de Bolsonaro para a Presidência em 2018 e chegou a ser cotado para compor a chapa como vice do capitão reformado. De volta ao Senado após ser eleito no ano passado, Malta é um dos principais defensores do bolsonarismo no Congresso Nacional.

Ao longo do governo de Bolsonaro, participou de compromissos oficiais mesmo não tendo cargo público na época. Ele, inclusive, representou o País em uma comitiva presidencial aos Emirados Árabes Unidos em 2021.

Outro nome importante nos bastidores das eleições de 2018, Onyx Lorenzoni comandou quatro ministérios no governo do ex-presidente: Trabalho e Previdência (entre julho de 2021 e março de 2022), Secretaria-Geral da Presidência (entre fevereiro e julho de 2021), Cidadania (entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021) e Casa Civil (entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2020).

Onyx deixou o Ministério do Trabalho para ser o representante do bolsonarismo na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul nas eleições de 2022. O ex-ministro passou para o segundo turno das eleições gaúchas, mas perdeu para o governador Eduardo Leite (PSDB).

Bolsonaro esperava revelação de fraudes eleitorais e adesão de militares, diz Cid

A delação do tenente-coronel apresenta também que a resistência de Bolsonaro em admitir a eleição de Lula e desmobilizar os acampamentos golpistas em frente a quartéis-generais do Exército era porque o então presidente acreditava no aparecimento de algum indício de fraude nas urnas para anular o resultado do pleito. No entanto, nenhuma prova de fraude foi encontrada.

Bolsonaro também esperava que os militares aderissem à proposta golpista. Segundo a delação do tenente-coronel, o ex-presidente teria se reunido com a cúpula das Forças Armadas, após o segundo turno das eleições presidenciais, para discutir a possibilidade de uma intervenção militar.

Segundo o tenente-coronel, apenas o comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, aderiu a uma intervenção. Bolsonaro viu a sua pretensão de permanecer no Palácio do Planalto se esvaziar após ouvir de um oficial do Exército que, em caso de um golpe, ele também acabaria sendo retirado da Presidência.

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