Mais um ex-comandante da Marinha sai de grupo de WhatsApp, confirmando ‘racha’ nas Forças Armadas


Ilques Barbosa Júnior deixa grupo em protesto contra manifestações de almirantes que debatem atos golpistas e criticam o novo comandante da Marinha por ter agradecido a nomeação recebida de Lula

Por Eliane Cantanhêde
Atualização:

BRASÍLIA - Mais um ex-comandante da Marinha saiu do seu grupo de WhatsApp em protesto contra manifestações de almirantes que debatem acaloradamente os atos golpistas de domingo, 8, e intensificam as críticas ao novo comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, que agradeceu a nomeação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no discurso de posse. O primeiro a sair foi o almirante Eduardo Leal Ferreira, agora foi a vez de Ilques Barbosa Júnior. Leal Ferreira passou o Comando da Marinha para Ilques em janeiro de 2019, início do governo Jair Bolsonaro.

Os dois participavam de grupos diferentes de almirantes no WhatsApp, o que é mais uma prova do alto grau de contaminação política e do “racha” nas Forças Armadas provocados nos últimos quatro anos de governo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, capitão da reserva que saiu do Exército e entrou para a política depois de sofrer um pesado processo por indisciplina.

O ex-comandante da Marinha do Brasil, almirante Ilques Barbosa Junior. Foto: Dida Sampaio/Estadão
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Essas discussões e esses conflitos ocorrem não apenas na Marinha, mas também nos bastidores do Exército e da Aeronáutica, num momento em que o presidente Lula aumenta o tom para cobrar responsabilidades pela omissão de setores militares diante dos atos golpistas de domingo. Oficiais generais que podem não ter votado em Lula, mas são legalistas, contra atos antidemocráticos, analisam que não é hora de confronto, mas sim de tentar a pacificação nas Forças Armadas.

As críticas a Olsen são porque ele agradeceu ao presidente Lula a sua nomeação para o cargo e emprestou ao ministro da Defesa, José Múcio, “lealdade, dedicação e comprometimento com o País, a Marinha e o mar”. No discurso de posse, à qual seu antecessor imediato, almirante Almir Garnier, não compareceu, Olsen disse: “Expresso aqui notória gratidão ao presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo apanágio ao nomear-me comandante da Marinha. Agradeço o introdutório de orientações e estímulo, particularmente ao referir-se à necessidade premente de prover o requerido espaço orçamentário para aumentar a capacidade e prontidão operacional da Marinha do Brasil”.

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Ao sair do seu grupo no WhatsApp, Ilques Barbosa justificou que “em nenhuma hipótese, nenhuma, concordo com atitudes que comprometem a hierarquia e a disciplina” e continuou: “Em nenhuma hipótese, os fins justificam os meios. Se assim fosse, estaríamos nos igualando a tudo que desacreditamos”.

Almirante Almir Garnier Santos, ex-comendante da Marinha, não compareceu à cerimônia de posse de seu sucessor. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Segundo ele, aos colegas de farda, “os atos em Brasília e os desdobramentos, que perdurarão no tempo, impõem reflexões profundas, mas, tendo como início os nossos reais altos valores morais e cívicos, é preciso discernimento para impedir a indevida manipulação justamente desses valores”.

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Ainda no texto, ao se despedir do grupo — que é diferente do que incomodou Leal Ferreira —, Ilques Barbosa diz que “sempre, quem faz a opção pela violência, armada ou não, perde. Quem opta pela democracia vence”.

BRASÍLIA - Mais um ex-comandante da Marinha saiu do seu grupo de WhatsApp em protesto contra manifestações de almirantes que debatem acaloradamente os atos golpistas de domingo, 8, e intensificam as críticas ao novo comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, que agradeceu a nomeação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no discurso de posse. O primeiro a sair foi o almirante Eduardo Leal Ferreira, agora foi a vez de Ilques Barbosa Júnior. Leal Ferreira passou o Comando da Marinha para Ilques em janeiro de 2019, início do governo Jair Bolsonaro.

Os dois participavam de grupos diferentes de almirantes no WhatsApp, o que é mais uma prova do alto grau de contaminação política e do “racha” nas Forças Armadas provocados nos últimos quatro anos de governo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, capitão da reserva que saiu do Exército e entrou para a política depois de sofrer um pesado processo por indisciplina.

O ex-comandante da Marinha do Brasil, almirante Ilques Barbosa Junior. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Essas discussões e esses conflitos ocorrem não apenas na Marinha, mas também nos bastidores do Exército e da Aeronáutica, num momento em que o presidente Lula aumenta o tom para cobrar responsabilidades pela omissão de setores militares diante dos atos golpistas de domingo. Oficiais generais que podem não ter votado em Lula, mas são legalistas, contra atos antidemocráticos, analisam que não é hora de confronto, mas sim de tentar a pacificação nas Forças Armadas.

As críticas a Olsen são porque ele agradeceu ao presidente Lula a sua nomeação para o cargo e emprestou ao ministro da Defesa, José Múcio, “lealdade, dedicação e comprometimento com o País, a Marinha e o mar”. No discurso de posse, à qual seu antecessor imediato, almirante Almir Garnier, não compareceu, Olsen disse: “Expresso aqui notória gratidão ao presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo apanágio ao nomear-me comandante da Marinha. Agradeço o introdutório de orientações e estímulo, particularmente ao referir-se à necessidade premente de prover o requerido espaço orçamentário para aumentar a capacidade e prontidão operacional da Marinha do Brasil”.

Ao sair do seu grupo no WhatsApp, Ilques Barbosa justificou que “em nenhuma hipótese, nenhuma, concordo com atitudes que comprometem a hierarquia e a disciplina” e continuou: “Em nenhuma hipótese, os fins justificam os meios. Se assim fosse, estaríamos nos igualando a tudo que desacreditamos”.

Almirante Almir Garnier Santos, ex-comendante da Marinha, não compareceu à cerimônia de posse de seu sucessor. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Segundo ele, aos colegas de farda, “os atos em Brasília e os desdobramentos, que perdurarão no tempo, impõem reflexões profundas, mas, tendo como início os nossos reais altos valores morais e cívicos, é preciso discernimento para impedir a indevida manipulação justamente desses valores”.

Ainda no texto, ao se despedir do grupo — que é diferente do que incomodou Leal Ferreira —, Ilques Barbosa diz que “sempre, quem faz a opção pela violência, armada ou não, perde. Quem opta pela democracia vence”.

BRASÍLIA - Mais um ex-comandante da Marinha saiu do seu grupo de WhatsApp em protesto contra manifestações de almirantes que debatem acaloradamente os atos golpistas de domingo, 8, e intensificam as críticas ao novo comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, que agradeceu a nomeação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no discurso de posse. O primeiro a sair foi o almirante Eduardo Leal Ferreira, agora foi a vez de Ilques Barbosa Júnior. Leal Ferreira passou o Comando da Marinha para Ilques em janeiro de 2019, início do governo Jair Bolsonaro.

Os dois participavam de grupos diferentes de almirantes no WhatsApp, o que é mais uma prova do alto grau de contaminação política e do “racha” nas Forças Armadas provocados nos últimos quatro anos de governo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, capitão da reserva que saiu do Exército e entrou para a política depois de sofrer um pesado processo por indisciplina.

O ex-comandante da Marinha do Brasil, almirante Ilques Barbosa Junior. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Essas discussões e esses conflitos ocorrem não apenas na Marinha, mas também nos bastidores do Exército e da Aeronáutica, num momento em que o presidente Lula aumenta o tom para cobrar responsabilidades pela omissão de setores militares diante dos atos golpistas de domingo. Oficiais generais que podem não ter votado em Lula, mas são legalistas, contra atos antidemocráticos, analisam que não é hora de confronto, mas sim de tentar a pacificação nas Forças Armadas.

As críticas a Olsen são porque ele agradeceu ao presidente Lula a sua nomeação para o cargo e emprestou ao ministro da Defesa, José Múcio, “lealdade, dedicação e comprometimento com o País, a Marinha e o mar”. No discurso de posse, à qual seu antecessor imediato, almirante Almir Garnier, não compareceu, Olsen disse: “Expresso aqui notória gratidão ao presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo apanágio ao nomear-me comandante da Marinha. Agradeço o introdutório de orientações e estímulo, particularmente ao referir-se à necessidade premente de prover o requerido espaço orçamentário para aumentar a capacidade e prontidão operacional da Marinha do Brasil”.

Ao sair do seu grupo no WhatsApp, Ilques Barbosa justificou que “em nenhuma hipótese, nenhuma, concordo com atitudes que comprometem a hierarquia e a disciplina” e continuou: “Em nenhuma hipótese, os fins justificam os meios. Se assim fosse, estaríamos nos igualando a tudo que desacreditamos”.

Almirante Almir Garnier Santos, ex-comendante da Marinha, não compareceu à cerimônia de posse de seu sucessor. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Segundo ele, aos colegas de farda, “os atos em Brasília e os desdobramentos, que perdurarão no tempo, impõem reflexões profundas, mas, tendo como início os nossos reais altos valores morais e cívicos, é preciso discernimento para impedir a indevida manipulação justamente desses valores”.

Ainda no texto, ao se despedir do grupo — que é diferente do que incomodou Leal Ferreira —, Ilques Barbosa diz que “sempre, quem faz a opção pela violência, armada ou não, perde. Quem opta pela democracia vence”.

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