O candidato a deputado federal Tiririca (PR), eleito com 1.354 milhão de votos, levará consigo mais três parlamentares "e meio" para a Câmara. O dado, ainda não divulgado oficialmente, foi calculado pelo "Estado" e confirmado por técnicos do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.
O total de votos válidos para deputado federal em São Paulo foi de 21,3 milhões. Como o Estado tem 70 cadeiras na Câmara, são necessários 304.533 votos para eleger um deputado. A votação em Tiririca, portanto, corresponde a 4,5 parlamentares, contanto com ele mesmo.
Pelo sistema de votação, que é proporcional, todos os votos que excederem esses 304 mil (dado tecnicamente chamado de quociente eleitoral) são transferidos para outros candidatos da coligação que não atingiram esse número.
'Puxadores de votos'
Entre os chamados "puxadores de votos", aqueles candidatos que garantem sua própria vaga e ainda transferem votos para os colegas de coligação, destacou-se também Anthony Garotinho (também do PR, mas do Rio de Janeiro), com 695 mil votos.
No Rio de Janeiro, onde há menos eleitores mas também menos representantes no Congresso, o quociente eleitoral foi de 174 mil votos. Ele carregará para a Câmara mais três candidatos.
Gabriel Chalita (PSB), com 560 mil votos, foi outro "puxador". Ele não chega a eleger mais um deputado, mas repassará a aliados 256 mil votos.
O fato de um candidato não ter atingido o quociente eleitoral (304 mil votos) não significa que ele não tenha sido eleito. Ao contrário, poucos batem essa marca. A maioria consegue vaga na Câmara devido a votos na legenda do seu partido e também às sobras dos primeiros colocados da sua coligação.
Existem, ainda, as sobras dos que não foram eleitos. Se um candidato, por exemplo, obtém cem votos, esse número é repassado a colegas mais bem colocados que estejam perto de obter uma vaga.