SÃO PAULO E RIO - Grupos de manifestantes se reuniram neste domingo, 21, para pedir o afastamento do presidente Michel Temer (PMDB) e eleições diretas, além de criticar as reformas governistas que correm no Congresso. A baixa adesão dos participantes, porém, frustrou a expectativa dos organizadores.
Em São Paulo, apesar de dois trios elétricos e dois carros de som terem sido levados para a Avenida Paulista, os manifestantes não encheram uma quadra da via. No Rio, cerca de 200 pessoas se organizaram em frente à casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para pressioná-lo a respeito do impeachment de Temer.
Os organizadores do ato na capital paulista colocaram a culpa na forte chuva pela baixa participação. "Temer está certo sobre a chuva”, afirmou Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares e Frente Brasil Popular. Os organizadores chegaram a pedir que os oradores fossem rápidos nos discursos, de cerca de três minutos, para que o ato fosse abreviado por causa do mau tempo.
Na Avenida Paulista, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que "o governo Temer acabou envolvido em corrupção" e conclamou a realização de eleições diretas. "Sem legitimidade só lhe resta um caminho que é entregar o povo a decisão de escolher seu próximo presidente", disse.
O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o senador Humberto Costa (PT-PE) defenderam o afastamento de Temer e as eleições diretas. "Queremos a saída do presidente mas também queremos eleger o próximo presidente e um governo que venha para impedir a tramitação dessas reformas propostas por esse governo", disse Costa.
Primeiro político a discursar no ato na capital paulista, o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) discursou no mesmo sentido. "O próprio Temer disse que se um de seus ministros fossem alvo de inquéritos ele seria afastado. Como ele agora é alvo de inquérito ele deve se afastar para pacificar esse maravilhoso povo brasileiro", afirmou.
Veja galeria de fotos das manifestações:
Manifestações contra governo Temer ocorrem neste domingo; veja fotos
No Rio, manifestantes se reuniram em frente ao prédio onde mora o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), na zona sul da cidade. Lá, fizeram um protesto em ironia à feijoada oferecida por Temer a aliados políticos no último sábado, 20. O ato chegou a reunir cerca de 200 manifestantes, mas por volta das 17 horas menos da metade deles continuavam em frente ao edifício.
O servidor estadual aposentado Vilmar Torres, 66, que se identificou como militante do PSOL, pediu apoio de todos os setores. "A classe média precisa entender que é preciso esquecer qualquer partido político agora. Não é PSDB, não é PMDB, não é PT. Temos que nos unir e pedir eleições diretas, porque isso que está acontecendo está acabando com o Executivo, com o Legislativo, com o Judiciário, e principalmente com o País", afirmou.
A Polícia Militar acompanha a manifestação com cinco viaturas. A via, que chegou a ficar fechada ao longo de duas quadras por dez minutos, já está liberada. Não há registro de incidentes.