O PSDB e o Cidadania decidiram nesta segunda-feira, 1º, pela indicação da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) para integrar a chapa como vice da também senadora Simone Tebet (MS), candidata do MDB ao Palácio do Planalto. O nome de Mara, que está na metade de seu mandato, será anunciado na terça-feira, no diretório tucano de São Paulo, com a presença de Simone e dos presidentes dos três partidos da coligação: Baleia Rossi, do MDB; Bruno Araújo, do PSDB; e Roberto Freire, do Cidadania.
A indicação ocorre após o MDB e o PSDB resolverem, no fim de semana passado, o último impasse regional entre os dois partidos que dificultava a formação da aliança em torno da candidatura presidencial de Simone. No domingo, o diretório gaúcho do MDB abdicou da candidatura própria ao governo do Rio Grande do Sul e decidiu pelo apoio à candidatura à reeleição de Eduardo Leite (PSDB). O então candidato emedebista, o deputado estadual Gabriel Souza, deve ser o vice na chapa do tucano.
Pesquisas qualitativas feitas pela campanha emedebista mostraram que uma chapa com duas mulheres seria um diferencial. Além do MDB, o PSTU lançou duas mulheres: Vera Lúcia, candidata a presidente, e a líder indígena Kunã Yoporã, como vice. Já a chapa do PCB é encabeçada pela economista Sofia Manzano, que terá o jornalista Antonio Alves como candidato a vice.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) também era cotada para a vaga, mas os tucanos não abriram mão de indicar um nome da legenda, já que, pela primeira vez desde a criação do partido, o PSDB não terá candidato próprio na disputa pelo Palácio do Planalto. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que era considerado como primeira opção, declinou do convite. Ele também confirmou presença no anúncio da vice.
Questionada na segunda-feira após participar de evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Simone não quis adiantar a decisão. A senadora disse que tanto Mara quanto Eliziane estão cotadas para ocupar a vice na sua chapa, e afirmou ainda que uma terceira mulher, do PSDB, também estava sendo ventilada. O nome, porém, não foi divulgado pela candidata.
Apesar de não ter confirmado, a ex-prefeita de Caruaru (PE) e pré-candidata ao governo de Pernambuco Raquel Lyra (PSDB) chegou a ser apontada para compor a chapa. “Qualquer um dos três nomes que foram apresentados a mim são excelentes”, disse a senadora.
Simone se reuniu na segunda-feira em São Paulo com Bruno Araújo, Baleia Rossi e Roberto Freire para tratar do assunto. Ela reforçou que a decisão de ter uma chapa puramente feminina foi balizada por duas pesquisas qualitativas. “As pesquisas qualitativas viram que o que o Brasil mais quer é o que o coração de uma mulher tem para oferecer”, afirmou, reforçando que um eventual governo será “afetivo e acolhedor”.
Em 2018, a deputada federal Mara Gabrilli recebeu 6.513.138 (18,59%) votos e foi eleita na segunda vaga do Senado em São Paulo. O mais votado da disputa naquele ano foi Major Olímpio, que era deputado federal do PSL e morreu de covid em março de 2021.
Em 1994, Mara sofreu um acidente de automóvel que a deixou tetraplégica. Três anos depois, fundou uma ONG que desenvolve programas nas áreas de esporte e inclusão e se tornou referência no tema.
A senadora tucana iniciou a vida pública em 2005 como secretária da Pessoa com Deficiência da Prefeitura de São Paulo. Em 2007, assumiu seu primeiro mandato como vereadora da capital paulista. Foi eleita duas vezes deputada federal, exercendo mandatos de 2011 a 2014 e de 2014 a 2018.
Em 2018, a senadora do PSDB foi eleita para integrar o Comitê da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2019-2022). Foi a primeira brasileira a ocupar a posição.