Marçal descarta apoio a Nunes e ‘libera’ eleitores; prefeito diz esperar votos do ex-coach


Em nota, ex-coach que terminou o primeiro turno em terceiro lugar critica ‘arrogância’ de Nunes, Tarcísio e Bolsonaro e diz que, se a prefeitura de São Paulo for entregue à esquerda, a responsabilidade será deles

Por Bianca Gomes, Pedro Augusto Figueiredo e Hugo Henud
Atualização:

O influenciador Pablo Marçal (PRTB) divulgou uma nota nesta quarta-feira, 9, descartando apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo. O ex-coach, que passou a campanha atacando o “comunismo” e a “esquerda”, “liberou” seus eleitores para votarem “de acordo com suas convicções, princípios e ideologias”. Em coletiva pela manhã, Nunes não se desculpou com o ex-coach, afirmou esperar conquistar o apoio dos eleitores de Marçal e alfinetou o adversário, dizendo que ele é “ruim de prognóstico”.

continua após a publicidade

Na nota divulgada à tarde, Marçal criticou a “arrogância” de Nunes, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Jair Bolsonaro (PL), Eduardo Bolsonaro (PL), Silas Malafaia e Valdemar Costa Neto, afirmando que a postura deles inviabilizou qualquer tipo de apoio.

Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) Foto: Werther Santana/Estadão e Felipe Rau/Estadão

“Libero os 1.719.024 cidadãos paulistanos que confiaram na minha candidatura para votarem de acordo com suas convicções, princípios e ideologias. E que fique bem claro: se essa atitude arrogante resultar na entrega da Prefeitura da cidade mais importante do hemisfério sul à extrema esquerda, a culpa não será minha. A arrogância precede a queda”, escreveu o empresário, reiterando que está aberto ao diálogo caso receba um pedido de desculpas.

continua após a publicidade

Marçal ainda fez uma previsão: “Infelizmente, entrei nessa eleição para evitar a vitória de Guilherme Boulos, e agora, lamento dizer, essa previsão se tornou uma certeza”.

Pela manhã, o prefeito Ricardo Nunes caminhou pelo comércio do Jardim São Luís, na zona sul de São Paulo, e afirmou que espera conquistar o voto dos eleitores de Pablo Marçal no segundo turno. “É um eleitor que tem, na nossa proposta, muita sintonia, para que a gente inclusive possa vencer a extrema esquerda.” O prefeito reconheceu que precisa reforçar pautas como empreendedorismo e cursos profissionalizantes – temas valorizados pelo público de Marçal – e disse ter recebido esse “recado das urnas”.

Sobre a estimativa de Marçal de que 45% de seus eleitores poderiam votar em Boulos no segundo turno, Nunes ironizou dizendo que o ex-coach é ruim de prognósticos. “Tem uma coisa importante nesse processo todo: ele é muito ruim de prognósticos. Ele disse que não ia ter segundo turno. Para ele, né? Então, que ele acerte o prognóstico dele mais uma vez.”

continua após a publicidade

Negociação de apoio teve idas e vindas

Aliados de Ricardo Nunes relatam que emissários de Pablo Marçal tentaram abrir um canal de negociação para que o influenciador apoiasse o prefeito no segundo turno contra Boulos. A iniciativa foi liderada por Filipe Sabará, coordenador do plano de governo de Marçal e ex-secretário de Tarcísio de Freitas. Sabará procurou Fabio Wajngarten, braço direito de Bolsonaro e interlocutor próximo da campanha de Nunes, propondo que o apoio fosse condicionado a um mea-culpa do emedebista pelos ataques direcionados ao adversário durante o primeiro turno, além da inclusão de propostas como educação financeira, empreendedorismo e a criação de centros olímpicos em escolas — bandeiras defendidas pelo ex-coach. O pedido chegou ao presidente do MDB e coordenador da campanha de Nunes, Baleia Rossi (MDB), que pediu a Tarcísio para intermediar o diálogo, devido à sua relação com Sabará.

A campanha de Nunes chegou a divulgar uma nota pública admitindo que “campanha de primeiro turno foi a de pior nível na história da cidade de São Paulo” e que houve “destempero de todos os candidatos”, com “excessos que serão lembrados por muitos anos”. A mensagem incluía a frase: “são erros que todos devemos reconhecer, em respeito à população de São Paulo”, mas sem direcionar o mea-culpa diretamente a Marçal.

continua após a publicidade

Nunes, num gesto ao ex-coach e ao seu eleitorado, também afirmou na nota que o resultado das urnas trouxe um recado sobre a necessidade de aprimorar programas de empreendedorismo e educação financeira, garantindo que esses temas estariam na atualização de seu programa de governo. Em seguida, sem citar Marçal, declarou que é o momento de unir “forças para evitar que a extrema esquerda tome o poder na cidade”.

A tentativa, no entanto, não foi suficiente para convencer Marçal. Em coletiva na terça-feira à noite, o ex-coach condicionou qualquer diálogo a pedidos de desculpas públicos de Nunes, Bolsonaro e do próprio Tarcísio. Segundo aliados do prefeito, Sabará nunca havia mencionado a necessidade de um mea-culpa que incluísse o governador ou o ex-presidente nas negociações iniciais.

Antes das conversas se tornarem públicas, o prefeito havia emitido sinais ambíguos sobre Marçal. Minutos após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar sua ida ao segundo turno, Nunes chegou a indicar que não recusaria o apoio do influenciador. Entretanto, na terça-feira, 8, ele endureceu o discurso e disse que não quer Marçal em seu palanque. Segundo fontes próximas, Nunes tomou essa decisão devido aos ataques do ex-coach contra sua família ao longo da campanha. Em um dos debates, Marçal chegou a insinuar que perguntaria ao prefeito se ele “bateu na companheira com a mão aberta ou fechada”, referindo-se a um boletim de ocorrência registrado pela esposa de Nunes, que não menciona agressão física. Aliados de Nunes dizem, agora, que a orientação é ignorar os ataques de Marçal e não entrar em confrontos com o ex-coach.

continua após a publicidade

Siga o ‘Estadão’ nas redes sociais

O influenciador Pablo Marçal (PRTB) divulgou uma nota nesta quarta-feira, 9, descartando apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo. O ex-coach, que passou a campanha atacando o “comunismo” e a “esquerda”, “liberou” seus eleitores para votarem “de acordo com suas convicções, princípios e ideologias”. Em coletiva pela manhã, Nunes não se desculpou com o ex-coach, afirmou esperar conquistar o apoio dos eleitores de Marçal e alfinetou o adversário, dizendo que ele é “ruim de prognóstico”.

Na nota divulgada à tarde, Marçal criticou a “arrogância” de Nunes, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Jair Bolsonaro (PL), Eduardo Bolsonaro (PL), Silas Malafaia e Valdemar Costa Neto, afirmando que a postura deles inviabilizou qualquer tipo de apoio.

Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) Foto: Werther Santana/Estadão e Felipe Rau/Estadão

“Libero os 1.719.024 cidadãos paulistanos que confiaram na minha candidatura para votarem de acordo com suas convicções, princípios e ideologias. E que fique bem claro: se essa atitude arrogante resultar na entrega da Prefeitura da cidade mais importante do hemisfério sul à extrema esquerda, a culpa não será minha. A arrogância precede a queda”, escreveu o empresário, reiterando que está aberto ao diálogo caso receba um pedido de desculpas.

Marçal ainda fez uma previsão: “Infelizmente, entrei nessa eleição para evitar a vitória de Guilherme Boulos, e agora, lamento dizer, essa previsão se tornou uma certeza”.

Pela manhã, o prefeito Ricardo Nunes caminhou pelo comércio do Jardim São Luís, na zona sul de São Paulo, e afirmou que espera conquistar o voto dos eleitores de Pablo Marçal no segundo turno. “É um eleitor que tem, na nossa proposta, muita sintonia, para que a gente inclusive possa vencer a extrema esquerda.” O prefeito reconheceu que precisa reforçar pautas como empreendedorismo e cursos profissionalizantes – temas valorizados pelo público de Marçal – e disse ter recebido esse “recado das urnas”.

Sobre a estimativa de Marçal de que 45% de seus eleitores poderiam votar em Boulos no segundo turno, Nunes ironizou dizendo que o ex-coach é ruim de prognósticos. “Tem uma coisa importante nesse processo todo: ele é muito ruim de prognósticos. Ele disse que não ia ter segundo turno. Para ele, né? Então, que ele acerte o prognóstico dele mais uma vez.”

Negociação de apoio teve idas e vindas

Aliados de Ricardo Nunes relatam que emissários de Pablo Marçal tentaram abrir um canal de negociação para que o influenciador apoiasse o prefeito no segundo turno contra Boulos. A iniciativa foi liderada por Filipe Sabará, coordenador do plano de governo de Marçal e ex-secretário de Tarcísio de Freitas. Sabará procurou Fabio Wajngarten, braço direito de Bolsonaro e interlocutor próximo da campanha de Nunes, propondo que o apoio fosse condicionado a um mea-culpa do emedebista pelos ataques direcionados ao adversário durante o primeiro turno, além da inclusão de propostas como educação financeira, empreendedorismo e a criação de centros olímpicos em escolas — bandeiras defendidas pelo ex-coach. O pedido chegou ao presidente do MDB e coordenador da campanha de Nunes, Baleia Rossi (MDB), que pediu a Tarcísio para intermediar o diálogo, devido à sua relação com Sabará.

A campanha de Nunes chegou a divulgar uma nota pública admitindo que “campanha de primeiro turno foi a de pior nível na história da cidade de São Paulo” e que houve “destempero de todos os candidatos”, com “excessos que serão lembrados por muitos anos”. A mensagem incluía a frase: “são erros que todos devemos reconhecer, em respeito à população de São Paulo”, mas sem direcionar o mea-culpa diretamente a Marçal.

Nunes, num gesto ao ex-coach e ao seu eleitorado, também afirmou na nota que o resultado das urnas trouxe um recado sobre a necessidade de aprimorar programas de empreendedorismo e educação financeira, garantindo que esses temas estariam na atualização de seu programa de governo. Em seguida, sem citar Marçal, declarou que é o momento de unir “forças para evitar que a extrema esquerda tome o poder na cidade”.

A tentativa, no entanto, não foi suficiente para convencer Marçal. Em coletiva na terça-feira à noite, o ex-coach condicionou qualquer diálogo a pedidos de desculpas públicos de Nunes, Bolsonaro e do próprio Tarcísio. Segundo aliados do prefeito, Sabará nunca havia mencionado a necessidade de um mea-culpa que incluísse o governador ou o ex-presidente nas negociações iniciais.

Antes das conversas se tornarem públicas, o prefeito havia emitido sinais ambíguos sobre Marçal. Minutos após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar sua ida ao segundo turno, Nunes chegou a indicar que não recusaria o apoio do influenciador. Entretanto, na terça-feira, 8, ele endureceu o discurso e disse que não quer Marçal em seu palanque. Segundo fontes próximas, Nunes tomou essa decisão devido aos ataques do ex-coach contra sua família ao longo da campanha. Em um dos debates, Marçal chegou a insinuar que perguntaria ao prefeito se ele “bateu na companheira com a mão aberta ou fechada”, referindo-se a um boletim de ocorrência registrado pela esposa de Nunes, que não menciona agressão física. Aliados de Nunes dizem, agora, que a orientação é ignorar os ataques de Marçal e não entrar em confrontos com o ex-coach.

Siga o ‘Estadão’ nas redes sociais

O influenciador Pablo Marçal (PRTB) divulgou uma nota nesta quarta-feira, 9, descartando apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo. O ex-coach, que passou a campanha atacando o “comunismo” e a “esquerda”, “liberou” seus eleitores para votarem “de acordo com suas convicções, princípios e ideologias”. Em coletiva pela manhã, Nunes não se desculpou com o ex-coach, afirmou esperar conquistar o apoio dos eleitores de Marçal e alfinetou o adversário, dizendo que ele é “ruim de prognóstico”.

Na nota divulgada à tarde, Marçal criticou a “arrogância” de Nunes, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Jair Bolsonaro (PL), Eduardo Bolsonaro (PL), Silas Malafaia e Valdemar Costa Neto, afirmando que a postura deles inviabilizou qualquer tipo de apoio.

Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) Foto: Werther Santana/Estadão e Felipe Rau/Estadão

“Libero os 1.719.024 cidadãos paulistanos que confiaram na minha candidatura para votarem de acordo com suas convicções, princípios e ideologias. E que fique bem claro: se essa atitude arrogante resultar na entrega da Prefeitura da cidade mais importante do hemisfério sul à extrema esquerda, a culpa não será minha. A arrogância precede a queda”, escreveu o empresário, reiterando que está aberto ao diálogo caso receba um pedido de desculpas.

Marçal ainda fez uma previsão: “Infelizmente, entrei nessa eleição para evitar a vitória de Guilherme Boulos, e agora, lamento dizer, essa previsão se tornou uma certeza”.

Pela manhã, o prefeito Ricardo Nunes caminhou pelo comércio do Jardim São Luís, na zona sul de São Paulo, e afirmou que espera conquistar o voto dos eleitores de Pablo Marçal no segundo turno. “É um eleitor que tem, na nossa proposta, muita sintonia, para que a gente inclusive possa vencer a extrema esquerda.” O prefeito reconheceu que precisa reforçar pautas como empreendedorismo e cursos profissionalizantes – temas valorizados pelo público de Marçal – e disse ter recebido esse “recado das urnas”.

Sobre a estimativa de Marçal de que 45% de seus eleitores poderiam votar em Boulos no segundo turno, Nunes ironizou dizendo que o ex-coach é ruim de prognósticos. “Tem uma coisa importante nesse processo todo: ele é muito ruim de prognósticos. Ele disse que não ia ter segundo turno. Para ele, né? Então, que ele acerte o prognóstico dele mais uma vez.”

Negociação de apoio teve idas e vindas

Aliados de Ricardo Nunes relatam que emissários de Pablo Marçal tentaram abrir um canal de negociação para que o influenciador apoiasse o prefeito no segundo turno contra Boulos. A iniciativa foi liderada por Filipe Sabará, coordenador do plano de governo de Marçal e ex-secretário de Tarcísio de Freitas. Sabará procurou Fabio Wajngarten, braço direito de Bolsonaro e interlocutor próximo da campanha de Nunes, propondo que o apoio fosse condicionado a um mea-culpa do emedebista pelos ataques direcionados ao adversário durante o primeiro turno, além da inclusão de propostas como educação financeira, empreendedorismo e a criação de centros olímpicos em escolas — bandeiras defendidas pelo ex-coach. O pedido chegou ao presidente do MDB e coordenador da campanha de Nunes, Baleia Rossi (MDB), que pediu a Tarcísio para intermediar o diálogo, devido à sua relação com Sabará.

A campanha de Nunes chegou a divulgar uma nota pública admitindo que “campanha de primeiro turno foi a de pior nível na história da cidade de São Paulo” e que houve “destempero de todos os candidatos”, com “excessos que serão lembrados por muitos anos”. A mensagem incluía a frase: “são erros que todos devemos reconhecer, em respeito à população de São Paulo”, mas sem direcionar o mea-culpa diretamente a Marçal.

Nunes, num gesto ao ex-coach e ao seu eleitorado, também afirmou na nota que o resultado das urnas trouxe um recado sobre a necessidade de aprimorar programas de empreendedorismo e educação financeira, garantindo que esses temas estariam na atualização de seu programa de governo. Em seguida, sem citar Marçal, declarou que é o momento de unir “forças para evitar que a extrema esquerda tome o poder na cidade”.

A tentativa, no entanto, não foi suficiente para convencer Marçal. Em coletiva na terça-feira à noite, o ex-coach condicionou qualquer diálogo a pedidos de desculpas públicos de Nunes, Bolsonaro e do próprio Tarcísio. Segundo aliados do prefeito, Sabará nunca havia mencionado a necessidade de um mea-culpa que incluísse o governador ou o ex-presidente nas negociações iniciais.

Antes das conversas se tornarem públicas, o prefeito havia emitido sinais ambíguos sobre Marçal. Minutos após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar sua ida ao segundo turno, Nunes chegou a indicar que não recusaria o apoio do influenciador. Entretanto, na terça-feira, 8, ele endureceu o discurso e disse que não quer Marçal em seu palanque. Segundo fontes próximas, Nunes tomou essa decisão devido aos ataques do ex-coach contra sua família ao longo da campanha. Em um dos debates, Marçal chegou a insinuar que perguntaria ao prefeito se ele “bateu na companheira com a mão aberta ou fechada”, referindo-se a um boletim de ocorrência registrado pela esposa de Nunes, que não menciona agressão física. Aliados de Nunes dizem, agora, que a orientação é ignorar os ataques de Marçal e não entrar em confrontos com o ex-coach.

Siga o ‘Estadão’ nas redes sociais

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.